EM ÉPOCA DE PANDEMIA:
PENSANDO EM MELHORAR A IMUNIDADE?
FOQUE NA ALIMENTAÇÃO!
A preocupação pública com a medicação da covid-19, especialmente com a abordagem panaceica da cloroquina pode ter criado um enevoado ambiente para aspectos mais próximos da maioria das pessoas.
Há um ponto importante bem documentado no que diz respeito ao mal prognóstico da enfermidade. E ele gira ao redor de aspectos do metabolismo. Sem margem para discussão, já é sabido que os indivíduos com sobrepeso, diabetes e hipertensão são aqueles que correm mais risco. Sabemos que essas situações clínicas tem relação com a insulina cronicamente elevada. E ela está cronicamente elevada provavelmente porque esteve lidando com picos de glicose, geralmente resultados de estilo alimentar insalubre. Essa alimentação baseada em junk food, em carboidratos de alto índice glicêmico, refrigerantes e outras bebidas adoçadas, em lanches baseados em rosquinhas, barras de cereais e sanduiches, um tipo de comida encontrada até mesmo nos hospitais. Ou seja, a alimentação que fez a população norte-americana ser uma das menos saudáveis do planeta. Isso está documentado pelo número expressivo de obesos e doentes crônicos. Então não é uma mera casualidade que esse país esteja rumando para 1 milhão de casos e provavelmente será o país com o maior (absoluto) número de fatalidades desta pandemia.
É uma população vulnerável a uma enfermidade que exija um organismo mais robusto, mais saudável. Ficar as voltas com a descoberta de um remédio, na verdade de um milagrosos antídoto. que evitasse um mal maior, seria um colírio gentil sobre os olhos de quem sabe que essa virose exige de um povo aquilo que ele não tem, não conquistou, e talvez nunca tenha percebido que precisasse conquistar pois foi deliberadamente estimulado a NÃO fazê-lo. As pessoas foram perdendo capacidade de resposta adaptativa para uma fisiologia francamente pró inflamatória (inflammatory status ON).
Um status altamente favorável à agora famosa tempestade de citocinas (principal evento fisiopatológico da covid-19). O reconhecimento de que a diabetes representa uma complicação em afecções respiratórias já é conhecido nas doenças similares como as promovidas pelo vírus influenza e outros coronavirus em epidemias anteriores (H1N1, MERS, SARS). Há muito tempo se sabe que a glicose representa um fator tóxico para a eficiência dos glóbulos brancos, e taxas glicêmicas elevadas inibem suas capacidades de destruir ou eliminar toxinas e agentes invasores. Além disso é largamente reconhecido que transtornos metabólicos crônicos tem elevação de marcadores inflamatórios como a proteína c reativa, a ferritina, o fibrinogênio, a interleucina-6 (entre outros).
De acordo com um excelente artigo sobre esse tema no Virtahealth (AQUI): "Durante a epidemia de SARS-CoV relacionada na China, a glicose em jejum elevada foi associada ao aumento da morte.¹³ Bode et al¹⁴ relataram recentemente que a glicose também afeta o prognóstico do COVID-19. A mortalidade entre aqueles com glicose elevada (com média de 178 mg / dl) foi de 28,8% em comparação com 6% para aqueles com glicose próxima do normal (com média de 116 mg / dl). Como observado na maioria dos estudos de hiperglicemia associada à hospitalização, a mortalidade foi quase três vezes maior naqueles sem diagnóstico prévio de diabetes."
Nesse sentido deve-se ter em mente que o controle glicêmico é um fator de risco que pode ser modificado por promoção na qualidade do estilo de vida, algo que está dentro do alcance individual (se estimulado), muitas vezes sem necessidade de qualquer medicação ou suplemento de qualquer natureza. E esse fator de risco (controlado) pode minimizar a gravidade da infecção por COVID-19 em todos os indivíduos (e obviamente nos diabéticos). "Isso começa antes da infecção, pois esse processo agudo causa maior resistência à insulina e liberação de hormônios contrareguladores, resultando em (piora da) hiperglicemia" (LINK).
Há um número muito grande de artigos disponíveis que despontam o distúrbio metabólico como um dos mais óbvios motores fisiológicos das formas graves da infecção pelo novo coronavírus. E um elenco de alterações inflamatórias, incluindo as respostas tromboembólicas são entrelaçadas como resultado de um terreno metabólico errático, especialmente fomentado pela longa trajetória de hiperinsulinemia e consequente resistência à glicose.
Num artigo da Cardivascular Research Foundation (LINK) é feito um debate sobre a questão da obesidade e a evolução da covid-19. Esse debate diz respeito especialmente ao pronunciamento do eminente cardiologista Aseem Malhotra na BBC-5 (20/04 LINK) que fez um alerta drástico sobre a inépcia das autoridades de saúde na Inglaterra ao não terem sido mais imperativas em instruir o povo inglês a ter uma dieta mais saudável. O mesmo artigo cita que "a hipótese da obesidade se encaixa muito bem com a hipótese inflamatória emergente da patologia do COVID-19, também, ..., se vincula a evidências que apontam para maior morbimortalidade entre grupos minoritários raciais e socioeconômicos onde a insegurança alimentar, bem como obesidade e síndrome metabólica, também são galopantes." Um artigo da Reuters (LINK) tentou esclarecer porque na Lousiana esse mesmos fatores poderiam explicar o um pior desfecho para a infecção do novo coronavírus na região: obesidade, cardiopatia, diabetes, problemas renais, problemas de estrutura da saúde publica - precariedade alimentar e de acesso a atenção primária. É possível que a evolução pior em jovens com covid-19 também esteja associada a essa condição de transtorno metabólico.
Um artigo muito referenciado publicado no The Scientist (LINK) tem como título: Descoberto: O Mecanismo Metabólico da Tempestade de Citosinas (Discovered: Metabolic Mechanism of Cytokine Storms), emprega uma terminologia mais complexa mas traz a tona os personagens e o mecânica desse processo fatal da evolução da covid-19.
De qualquer forma fica muito fortemente sugerido que as pessoas tenham uma dieta que capacite a sua eficiência metabólica, para poder enfrentrar com melhores recursos e consequetemente não precisem de cuidados médicos mais intensivos e nem sobrecarreguem o sistema de saúde. E muitos já sabem que uma dieta pobre em carboidratos e com mínima ou nenhuma ingestão de alimentos super-processados tem como consequência um perfil glicêmico e insulinêmico melhores. E essa talvez seja a melhor e mais garantida forma de conseguirmos a ambicionada melhor imunidade, sem pílulas, sem suplementos, sem cloroquina. Apenas com hábitos saudáveis.
(José Carlos Brasil Peixoto)
O artigo a seguir é uma publicação de um jornal inglês sobre esse impresionante tema.
Atualização sobre o coronavírus: o vírus mortal 'prospera' em diabéticos, de acordo com uma nova pesquisa
O CORONAVIRUS pode causar sintomas graves e até morte para pessoas com doenças subjacentes. Agora, foi relatado que o vírus COVID-19 "prospera" em pessoas com alto nível de glicose no sangue. Como exatamente isso os afeta?
A forma mortal de COVID-19 prospera naqueles com diabetes tipo 2 devido aos seus altos níveis de glicose no sangue, de acordo com uma nova pesquisa. As descobertas lançam uma nova luz sobre por que os diabéticos são mais propensos e vulneráveis à pandemia mortal. Tem sido relatado que o vírus aumenta o metabolismo da glicose, alimentando a superprodução de células imunes. Um fenômeno conhecido como "tempestade de citocinas”.
O co-autor da pesquisa, Shi Liu, da Universidade Wuhan, na China, disse sobre a descoberta mais recente: “Acreditamos que o metabolismo da glicose contribui para vários resultados do COVID-19.
“Tanto a gripe (influenza) quanto o COVID-19 podem induzir uma tempestade de citocinas. Os pacientes com COVID-19 com diabetes mostraram maior mortalidade. ”
Doenças como COVID-19 e gripe podem ser fatais devido a uma reação exagerada do sistema imunológico do corpo.
As citocinas são os compostos ativadores das células imunológicas. Em uma infecção por gripe, muitas vezes há uma onda deles nos pulmões.
Níveis elevados de glicose no sangue podem explicar por que alguns pacientes com gripe experimentam sintomas graves, disse a equipe que liderou a pesquisa.
À medida que a pandemia atinge o mundo, Liu e seus colegas mostraram pela primeira vez como o metabolismo da glicose está afetando os pacientes.
Tempestades de citocinas fazem com que alguns indivíduos sofram mais com gripe e talvez mais com COVID-19 do que os demais.
No entanto, os mecanismos por trás disso permanecem um mistério, explicaram os pesquisadores.
O que o estudo revelou
Sabe-se que o metabolismo da glicose e as redes de sinais de citocinas inflamatórias evoluíram juntas.
Mas não ficou claro se eles interagem durante a infecção pela gripe. A descoberta publicada na Science Advances é baseada em experimentos em ratos.
Roedores de laboratório que receberam glucosamina produziram níveis muito mais altos de citocinas inflamatórias do que aqueles que não receberam o suplemento de açúcar.
Além disso, os pesquisadores analisaram os níveis de glicose em amostras de sangue de pacientes diagnosticados com gripe e pessoas saudáveis.
Estes foram coletados de voluntários durante exames físicos em dois hospitais da Universidade de Wuhan entre 2017 e 2019.
Isso identificou uma via química que metaboliza a glicose como desempenhando um papel essencial nas tempestades de citocinas desencadeadas pelo vírus da gripe.
Dr. Liu disse: “A glicose serve como um nutriente importante que alimenta as atividades metabólicas celulares.
“O metabolismo da glicose e a rede de sinais de citocinas inflamatórias evoluíram juntos.
“No entanto, ainda não está claro se os dois sistemas interagem entre si durante a infecção pela gripe.
"Neste estudo, identificamos um mecanismo não descrito anteriormente de tempestade de citocinas regulada pela gripe, na qual a gripe induz a tempestade de citocinas aumentando o metabolismo da glicose".
O que são citocinas?
As citocinas são pequenas proteínas liberadas por muitas células diferentes do corpo, incluindo as do sistema imunológico, onde coordenam a resposta do corpo contra infecções e desencadeiam inflamações.
Às vezes, a resposta do corpo à infecção pode ser exagerada. Por exemplo, quando o SARS-CoV-2 - o vírus por trás da pandemia - entra nos pulmões, desencadeia uma resposta imune.
Isso atrai células imunológicas para a região para atacar o vírus, resultando em inflamação localizada.
Porém, em alguns pacientes, são liberados níveis excessivos ou descontrolados de citocinas que ativam mais células imunes, resultando em hiperinflamação.
Isso pode prejudicar seriamente ou até matar o paciente. O nome 'citocina' é derivado das palavras gregas para célula (citocito) e movimento (kinos).
É cada vez mais reconhecido que as respostas inflamatórias devem ser associadas a programas metabólicos específicos para apoiar suas demandas energéticas.
Vários relatórios sugeriram o papel potencial do metabolismo da glicose na infecção pela gripe.
O Dr. Liu acrescentou: "Embora sejam necessárias mais pesquisas para entender os delicados mecanismos reguladores entre a tempestade de citocinas induzidas pela gripe e o metabolismo da glicose, nossas descobertas atuais podem fornecer um alvo potencial para o tratamento da infecção pela gripe no futuro".
As tempestades de citocinas são uma complicação comum não apenas da COVID-19 e da gripe, mas de outras doenças respiratórias causadas por outros coronavírus, como SARS e MERS.
Eles também estão associados a doenças não infecciosas, como esclerose múltipla e pancreatite.
O fenômeno tornou-se mais conhecido após o surto de 2005 do vírus da influenza aviária H5N1, também conhecido como "gripe aviária", quando a alta taxa de mortalidade estava ligada a uma resposta fora de controle às citocinas.
Tempestades de citocinas podem explicar por que algumas pessoas têm uma reação grave aos coronavírus, enquanto outras experimentam apenas sintomas leves.
Eles também podem ser a razão pela qual as pessoas mais jovens são menos afetadas, pois seus sistemas imunológicos são menos desenvolvidos e, portanto, produzem níveis mais baixos de citocinas causadoras de inflamação.
LINK do original:AQUI
A gravura é desse LINK
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