O SOBREDIAGNÓSTICO DO CÂNCER DE MAMA
Título do original: Overdiagnosis of ductal carcinoma in situ: ‘the pathology equivalent of racial profiling
Postado originalmente por - Kevin Lomangino - the managing editor of HealthNewsReview.org. He tweets as @Klomangino.10/01/2017
Pesquisadores dinamarqueses estão fornecendo novas evidências de que muitos casos de câncer de
mama encontrados através de mamografias não precisam ser tratada. As mulheres com estes tumores
não-ameaçadores são classificadas de serem "sobrediagnosticadas”
(overdiagnose) com câncer da mama.
O diagnóstico exagerado ocorre quando exames de diagnóstico
precoce de doenças de mama (triagens), como a mamografia, detecta pequenos
cânceres de crescimento lento que podem nunca causar problemas ao paciente. No entanto, as mulheres diagnosticadas
com tais tumores são expostas a danos muito reais - possíveis cirurgias,
quimioterapia, radiação e uma vida vivida como um "paciente com
câncer".
Quanto de sobrediagnóstico
estamos falando?
Se você não incluir casos de carcinoma ductal in situ (CDIS)
nos índices, qualquer coisa entre 14,7% a 38,6% dos cânceres de mama
encontrados via triagem representam sobrediagnóstico, foi o que os autores do
estudo encontraram. A taxa varia entre 24,4% e 48,3% quando o CDIS está
incluído.
O CDIS é uma coleção de células anormais dentro de um duto lactífero
que pode - mas geralmente não é o que ocorre – se liberar para se tornar um câncer
invasivo e potencialmente letal. Aproximadamente 60.000 mulheres são ditas que
têm CDIS a cada ano nos Estados Unidos. Alguns especialistas estimam que até
80% das mulheres com CDIS encontrados através de uma triagem pode não precisar
de qualquer tratamento no final das contas - e em vez disso, deveriam apenas
manter um olhar atento nessas alterações.
Obviamente, as mulheres precisam ser plena e precisamente
informadas sobre os benefícios e riscos - incluindo o risco do sobrediagnóstico
- antes de embarcarem em qualquer decisão de fazerem triagens para o câncer de
mama ou escolherem um curso de ações posteriores ao diagnóstico.
Otis Brawley, MD, Diretor Médico da American Cancer Society, diz que tem sido difícil para a medicina
moderna envolver a sua mentalidade em torno do conceito de sobrediagnóstico. A
inclinação natural é assumir que as células cancerosas ao longo do futuro
"vão crescer, e se propagar, e, eventualmente, matar", ele escreve em
um editorial que acompanha o estudo dinamarquês. "No entanto, algumas
dessas lesões podem ser genômica predeterminadas para não crescer mais e podem
até regredir. Em muitos aspectos, considerar todas as pequenas lesões de mama como
sendo mortais e de tipos agressivos de câncer é o equivalente em patologia dos
perfis raciais”, (basear condutas por estereótipos raciais, NT).
Isso não significa que o rastreio seja inútil e deve ser
abandonado, diz ele. "Em vez disso, devemos examinar cuidadosamente a
triagem, perceber suas limitações, maximizar sua eficácia e tentar
melhorá-la".
Esse editorial vale a pena ser lido em sua totalidade. Mas
se você não tiver acesso, ou se você quiser ouvir mais do oficial médico da American Cancer Society sobre o tema
"perfilamento patológico" - bem como uma variedade de outras questões
oportunas em medicina e jornalismo de saúde - então eu recomendo um ouça o
nosso podcast 2015 com Brawley (em inglês).
O publisher Gary Schwitzer esteve conectado com ele na 2015 Preventing Overdiagnosis in Washington.
LINK do podcast: AQUI
LINK do artigo original AQUI
Conteúdo adicional:
Sobre o problema dos sobrediagnósticos:
Mais de dois terços do público mais afetado pelo problema nunca ouviram falar de excesso de diagnósticos - ou sobrediagnósticos - e menos de 3% conseguiram explicar corretamente do que se trata.
Sobrediagnósticos ocorrem quando uma doença é detectada, mas nunca causaria qualquer dano durante a vida de uma pessoa. Isto pode acontecer com alguns tipos de câncer porque eles são, algumas vezes, de crescimento lento e com baixa probabilidade de causar danos.
Embora seja vital diagnosticar cânceres agressivos precocemente, para aumentar as chances de que o tratamento seja eficaz, detectar o câncer de crescimento lento pode levar à ansiedade e a tratamentos desnecessários. O problema já atingiu níveis tão preocupantes que os especialistas consideram que os sobrediagnósticos já representam perigo para a saúde humana.
(trecho de um artigo do Diário da Saúde de abril/ 2016 - íntegra AQUI)
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ResponderExcluirPrezado Dr.José Carlos,
ResponderExcluirAproveito a oportunidade para saber qual é a sua opinião sobre o exame de mamografia. Já ouvi comentários que dizem que eles fazem mal ao seios, porque os comprimirem demais e que, inclusive, se há um câncer em forma inicial, o fato de ser apertado, acelera o processo de multiplicação de células cancerígenas. O mais recomendado seria, então, a investigação pela ecografia mamária.
Cordialmente,
Cristina