sábado, 25 de fevereiro de 2017

A obesidade chega ao ártico - graças aos carboidratos

Ártico: o volume de carboidratos consumidos aumentou significativamente.
Os habitantes substituem sua comida tradicional por esses carbos. (Imagem: Sergey Anisimov)

MUDANDO PARA A OBESIDADE - CARBOIDRATOS PARA NÔMADES DO ÁRTICO

Os primeiros casos de obesidade nos povos do Ártico: o macarrão substituindo a dieta tradicional

Por Olga Gertcyk
20 de fevereiro de 2017
(Artigo do Siberian Times)

O declínio no consumo de carne de veado e peixe fresco de rios, juntamente com a redução nas distâncias cobertas nas rotas nômades de pastagem é a introdução à uma moderna maldição.

Alterações sutis no estilo de vida tradicional dos grupos étnicos nativos na região Yamalo-Nenets trouxeram os primeiros casos de obesidade. Até recentemente, a obesidade não existia nestes grupos populacionais, mas os cientistas dizem que tem havido uma marcante mudança.

Alexey Titovsky, diretor regional de ciência e inovação, disse: "Nunca antes tinha acontecido de que os pequenos povos indígenas locais do norte sofressem de obesidade. É um absurdo problema moderno. Agora, até mesmo uma predisposição à obesidade está sendo notada. "

Fontes naturais de alimentação no polo norte
Alimentação tradicional (Imagem Andrey Lobanov)

Mudanças tem feito com que a ingestão de carne de veado e de peixe de rio sejam cortadas pela metade, disse ele. "Nos últimos anos, a dieta mudou consideravelmente, e as pessoas que vivem na tundra começaram a comer os produtos reconhecidos como quimicamente processados."

Com as mudanças o consumo de veado e peixes de rio foram cortados pela metade. (Imagem Andrey Lobanov)

O pesquisador Dr. Andrey Lobanov diz que os pastores nômades hoje em dia muitas vezes compram macarrão instantâneo para aldeias em suas rotas de pastagem e isso levou a "drásticas mudanças nas rações das pessoas que vivem na tundra".

"Este alimento é fácil de transportar, fácil de fazer", disse ele, ao mesmo tempo em que os grupos nômades - dos grupos étnicos Nenets e Khanty - adicionaram açúcar, doces, massas e pães às suas dietas.

"O problema é que os carboidratos não contêm os micro elementos necessários, que ajudam a sobreviver em condições árticas", disse ele. "A dieta sazonal também mudou - os períodos em que eles não comem comida tradicional e a substitui por carboidratos se tornaram mais longos".


Rotas de migração
As rotas também são mais circulares agora, em torno de assentamentos e também instalações de exploração de petróleo e gás, dos quais a península de Yamal tem vastas reservas. (Imagem: Andrey Lobanov)

Ele disse: "Os indígenas podem digerir carboidratos e açúcar em particular. Podem digerir talvez até mesmo melhor do que os europeus e isso causa o problema. O volume de carboidratos consumidos aumenta significativamente. Eles substituem sua comida tradicional com eles.

Além disso, a sensibilidade do paladar à sacarose aumenta com o tempo. Quanto mais uma pessoa come açúcar, mais ele ou ela precisa sentir seu gosto. Assim, o consumo de açúcar cresce exponencialmente.

A distância entre as pastagens dos pastores nômades e suas renas foi reduzida para metade nos últimos 25 anos, disse ele. As rotas também são mais circulares agora, em torno de assentamentos e também instalações de exploração de petróleo e gás, dos quais a península de Yamal tem vastas reservas.

Mas tem havido uma "revolução silenciosa que é quase despercebida", e que está contribuindo para a chegada da obesidade no Ártico.

Família Nenets: "A dieta sazonal também mudou - os períodos em que eles não comem alimentos tradicionais e os substituí por carboidratos se tornaram mais longos".  Imagem:   Andrey Lobanov

"Em 2014, a maioria das famílias obteve seus rendimentos com a venda de carne de veado e peixe", disse ele. "Agora, a principal renda vem da venda de galhadas de renas. A taxa de câmbio mudou, e a demanda aumentou nos países do sudeste. É por isso que a rentabilidade do negócio de chifres aumentou várias vezes. "

Como resultado, a "logística" ou base econômica do pastoreio nômade mudou.

"Você tem mais chance de vender chifres a bom preço se estiverem recém cortados", disse ele. "Ou seja, a família precisa se aproximar de um assentamento, ou estrada, ou posto de troca, para entregar os chifres a uma instalação de secagem ou congelamento o mais rápido possível", disse ele.

Conseguir o melhor preço para o veado também mudou as rotas dos pastores, minimizando seus seculares padrões nômades.

As mudanças viram o consumo do veado e dos peixes do rio cortados pela metade. (Fotos: Sergey Anisimov, Yamalo-Nenetsk Escritório do Governador)

"Eles também tentam estar mais perto de depósitos de petróleo e gás, porque lá eles podem vender a caça todo o ano", disse ele. "Os trabalhadores de turnos sempre comprarão carne de veado fresca - e por um bom preço".

"Quanto mais próximo você está de um assentamento, mais baratos são os produtos que você compra, porque a gasolina é muito cara e o preço dos produtos aumenta com a distância."

"Acontece que agora é muito lucrativo para os povos indígenas ficarem mais próximos dos assentamentos, e seu bem-estar familiar aumenta consideravelmente. Eles também querem usar os benefícios da civilização - para ir às lojas, têm boa conexão móvel, resolver alguns problemas com os funcionários rapidamente. São razões puramente econômicas.

Existem também mudanças na forma de como essas pessoas tem vivido, o que inclui a época soviética.

"Ao mesmo tempo, o ecossistema da tundra não pode suportar tal carga. Isso muda. Problemas com o sobrepastoreio apareceram. E suas rotas mudam drasticamente.

Resultado do sobrepastoreio
"Ao mesmo tempo, o ecossistema da tundra não pode suportar tal carga. Isso muda. Apareceram problemas de sobrepastoreio. (Imagem:  Andrey Lobanov)

Aqui o clima é um fator. "O clima em Yamal muda muito rapidamente, talvez mais rápido do que em outros lugares", disse ele. "Por exemplo, esses pastores de verão não passaram nem metade de sua rota habitual. Em vez disso, eles voltaram para seus pastos de inverno. Novas plantas, gramíneas apareceram, e as renas as comem em vez de musgo.

Isso tudo tem um impacto sobre a dieta dos nômades do Ártico, disse ele. "A mudança de rotas e clima leva ao fato de que a dieta também muda", disse ele. "O peixe sempre foi suficiente - talvez a maior parte da dieta indígena.

"Mas como eles não carregavam grandes estoques de comida, um aspecto prioritário era vir a estar no lugar certo no momento certo. Anteriormente, por exemplo, no final do século 19 e início do século 20, as rotas de pastagem eram enormes.

"Os povos indígenas viajariam do distrito de Tazovsky para Khanty-Mansiysk para a feira anual, e até mesmo às vezes para Tobolsk. E a rota funcionava como um relógio.

"Anteriormente, por exemplo, no final do século 19 e início do século 20, as rotas de pastagem eram enormes. Fotos:  Escritório do Governador Yamalo-Nenetsk,  Andrey Lobanov

Ele disse que "a falta de carne tradicional de veado e peixe na dieta é ruim não apenas só para os povos indígenas.

"Para qualquer população é melhor comer equilibradamente alimentos tradicionais, do que substituí-los com carboidratos e produtos de outras regiões. Pode ser mais significativo para o Ártico, porque as condições são duras e para se adaptar melhor ao clima, a comida tradicional é a melhor.

"Por exemplo - para evitar a congelação, é bom comer carne de veado. Se você quiser aumentar a resistência ao estresse do frio, deve comer a gordura de peixe, por exemplo, do peixe coregonus (broad whitefish). Se você quer prevenir a hipertensão e doenças respiratórias, você precisa de lúcio, ou burbot.

Ele disse que o povo Nenets - que são cerca de 45.000 - estão abertos a orientações sobre suas dietas. "Os locais estão muito interessados ​​em uma dieta equilibrada, eles vêem o problema e buscam conselhos."


Link do original: AQUI

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

William Davis: insulina promove câncer




A mais recente publicação do médico autor de Barriga de Trigo é simples, clara e corajosa. Com esses predicados estou publicando a tradução do artigo, cujo original está AQUI. O dr. William Davis tem um blog (LINK) que vale a pena ser conhecido. O assunto não é necessariamente novo e alguns artigos anteriores, publicados (AQUI) entre vários outros versam sobre esse tipo de associação. 

A ciência é clara: a insulina é cancerígena.
Publicado por William Davis em 20/02/2017
As pessoas com resistência à insulina, síndrome metabólica / pré-diabetes e diabetes tipo 2 têm níveis elevados de insulina no sangue, normalmente muitas vezes acima do normal. Pessoas com estas condições estão em maior risco para vários tipos de câncer, como mama, cólon, próstata e pâncreas ( Gallagher 2015 ). Diabéticos tipo 2 também são mais propensos a morrer de seu câncer do que os não-diabéticos. Embora a conexão causa-efeito seja devido a uma série de fatores (alto nível de glicose no sangue, inflamação, níveis elevados de estrogênio circulante, aumento dos fatores de crescimento semelhante à insulina, etc.), grande parte do aumento do risco de câncer é devido ao aumento dos níveis de insulina por si mesmo.
Então, que medicamento é comumente prescrito para pessoas com diabetes tipo 2, aqueles que já têm níveis elevados de insulina? Mais insulina. As injeções de insulina aumentam ainda mais os níveis de insulina no sangue em pessoas que começaram a lidar com níveis elevados de insulina. Qual resultado você poderia prever? E você tem: muito mais câncer ( Hemkens 2009 ; Suissa 2011 ). O risco parece ser maior com a forma “glargina” da insulina (por exemplo, Lantus, Toujeo).
Que alimentos mais aumentam os níveis de insulina no sangue, desencadeando resistência à insulina que, por sua vez, provoca níveis ainda mais elevados de insulina? A amilopectina A dos grãos, sacarose (açúcar de mesa) e açúcares contendo abundante frutose (agave, xarope de milho rico em frutose, mel, xarope de bordo). Quais alimentos são aconselhados às pessoas com resistência à insulina, pré-diabetes e diabetes tipo 2, a comerem sob orientações dietéticas convencionais, incluindo a da American Diabetes Association? Exato: uma farta porção de grãos, açúcares irrestritos e redução de gorduras.
Você está começando a apreciar a profundidade da ignorância (ou equívoco) que se opera no pensamento convencional? Comece com o conselho dietético imperfeito que promove elevação de glicose no sangue seguido pela elevação de insulina no sangue. Ao longo do tempo, a resistência à insulina se desenvolve, piora pela inflamação, crescimento de gordura visceral e distorções hormonais (por exemplo, alto estrogênio, baixa testosterona). Os níveis de açúcar no sangue aumentam e o profissional de cuidados primários entra em cena para prescrever insulina.
Como reverter toda a bagunça de insulina alta? Reverter os fatores que elevam o nível de açúcar no sangue, insulina e resistência à insulina. Qual foi o primeiro "dominó"? Grãos, açúcares e adoçantes contendo frutose. É realmente incrivelmente simples. É por isso que as pessoas com diabetes tipo 2 que seguem a proposta de “Barriga de Trigo” (livro do autor, da editora Martins Fontes, 2013) de eliminar todos os grãos, restringindo a exposição líquida de carboidratos a 15 gramas ou menos por refeição e evitando edulcorantes ricos em frutose são tipicamente não diabéticos ao longo de várias semanas a meses (com retardo pela resistência transitória à insulina gerada pela perda de peso e aos ácidos graxos que inundam a corrente sanguínea durante a mobilização de reservas de gordura).
Você também pode começar a compreender que o sistema de saúde provoca a pré-diabetes e diabetes tipo 2, e em seguida, lucram em seu "tratamento", falhando em fornecer aos consumidores dentro do bom senso, uma solução lógica e científica que tem sido óbvia durante todo o tempo.


Vitamina D protege contra gripe e resfriado




VITAMINA D - PROVADO QUE PROTEGE CONTRA GRIPES E RESFRIADOS

O artigo a seguir foi publicado no The Guardian no dia 15 de fevereiro passado. Fala de estudos que mostram que o emprego de vitamina D pode proteger a população contra quadros de inverno. É um tema que tem se repetido na mídia com alguma frequência. Aqueles que já estão numa dieta low carb, e se alimentam com comida de alto teor de gordura geralmente tem mais facilidade de ter melhores taxas de vitamina D, especialmente se se expuserem regularmente ao sol. O artigo exalta a ideia de se fortificar alimentos com vitamina D, mas no universo LCHF isso não é necessário, uma vez que várias fontes de "comida de verdade" fornecem uma base boa de vitamina D especialmente, por exemplo o salmão, O melhor suplemento em termos de vitamina D é o óleo de fígado de bacalhau, que pode ter até 2500 UI por 100 g (além de ser a melhor fonte suplementar de vitamina A). A ideia aqui é estimular todos a darem atenção a suas taxas de vitamina D, especialmente as pessoas que estão sob mais risco: pessoas que não pegam sol por diversos motivos, quem mora abaixo do trópico de capricórnio, mulheres pré e pós menopausa entre outros, Medir a vitamina D no sangue é um exame simples que pode ser especialmente útil em um planejamento nutricional para boa saúde!     

Título original:

Vitamin D 'proved to cut risk of colds and flu



A adição de vitamina D aos alimentos cortaria significativamente os custos do SNS , dizem os autores de um grande estudo global que mostra que esse cuidado pode reduzir o risco de resfriados, gripe e outras infecções perigosas, como a pneumonia.
Um comitê consultivo do governo sobre nutrição já alertou sobre os baixos níveis da chamada "vitamina do sol" na população do Reino Unido e recomendou a fortificação de alimentos como um possível modelo de ação. Nos EUA, por exemplo, o leite é fortificado com vitamina D.
Prof Adrian Martineau
Um estudo publicado no British Medical Journal deve adicionar provas convincentes a favor da fortificação, argumenta seu autor principal. "Os resultados provavelmente vão alterar significativamente a relação custo / benefício ", disse Adrian Martineau, professor clínico de infecção respiratória e imunidade na Universidade Queen Mary de Londres.
Muitos estudos têm tentado descobrir se o aumento de resfriados e gripes no inverno é em parte devido a falta de luz solar para produzir vitamina D no corpo, mas eles tiveram resultados mistos. A equipe de Queen Mary argumenta que seu trabalho resolve a questão porque eles reanalisaram e reuniram os dados brutos de 25 ensaios clínicos envolvendo cerca de 11.000 pacientes de 14 países. Os estudos que não encontraram quaisquer benefícios geralmente tinham administrado às pessoas uma grande dose única de vitamina D em vez de suplementos regulares.
Martineau e sua equipe dizem que seus resultados mostram um benefício significativo, mas modesto para todos que tomam vitamina D diária ou semanalmente, mas um benefício mais substancial para aqueles que tinham níveis reduzidos dela em seus organismos. Esses podem ser pessoas que não saem muito, cobrem-se contra o sol ou por razões religiosas, ou têm peles escuras que absorvem menos luz solar. É difícil obter bastante vitamina D dos alimentos - é em peixes oleosos e cogumelos (shiitake), mas não de muitos outros.

Dentre os alimentos naturais, o que mais oferece vitamina D é o salmão.

Tomar um suplemento regular reduziu para metade a taxa de infecções respiratórias em pessoas com os níveis mais baixos de vitamina D, abaixo de 25 nanomoles por litro (nmol / L). Mas também cortou infecções em 10% entre aqueles com níveis mais elevados de vitamina D.
Infecções respiratórias, que podem incluir gripe, bronquite e pneumonia, tem um grande tributo sobre a saúde da nação. Cerca de 70% da população do Reino Unido sofre uma infecção respiratória em qualquer ano, com 25% indo para um clínico geral. Esses são a razão mais comum para uma consulta clínica e dias de absenteísmo. Mais de 50% acabam com uma prescrição de antibióticos, o que é inapropriado porque esses processos são geralmente causados ​​por um vírus. Estas infecções são responsáveis ​​por 300.000 hospitalizações por ano no Reino Unido e cerca de 38.000 pessoas morrem. Globalmente causaram cerca de 2,65 milhões de mortes em 2013.
Os pesquisadores da Queen Mary calculam que os suplementos diários ou semanais de vitamina D significariam 3,25 milhões de pessoas menos no Reino Unido, tendo pelo menos uma infecção respiratória por ano, considerando uma população de 65 milhões.
"A fortificação com Vitamina D nos alimentos fornece uma ingestão de reduzida quantidade e constante vitamina D, o que praticamente eliminou a deficiência profunda de vitamina D em vários países", disse Martineau.
"Ao demonstrar este novo benefício da vitamina D, o nosso estudo reforça o caso da introdução da fortificação de alimentos para melhorar os níveis de vitamina D em países como o Reino Unido, onde profunda deficiência de vitamina D é comum”.
Embora os autores considerem esse um caso de comprovação, os cientistas ainda estão divididos. Mark Bolland, da Universidade de Auckland, e Alison Avenell, da Universidade de Aberdeen, afirmam em um editorial do BMJ que ainda são necessários grandes ensaios clínicos randomizados - comparando as pessoas que tomam vitamina D com outras que não fazem.
"A evidência atual não suporta o uso de suplementos de vitamina D para prevenir doenças, exceto para aqueles indivíduos com alto risco de osteomalácia (ossos e músculos fracos devido a níveis muito baixos de vitamina D no sangue, atualmente definidos como menos de 25 nmol/L – ou 10 ng/ml (* ver observação no final do artigo))", é o que foi reportado.
Outros aplaudem o estudo Queen Mary. "Bolland e outros céticos tentam, mas não conseguem, encontrar fraquezas na análise de Martineau", disse o Dr. Benjamin Jacobs, pediatra consultor do Royal National Orthopaedic Hospital.
"Os dados de Martineau são fortes, com 11.000 pacientes em ensaios clínicos de boa qualidade em todo o mundo. O caso de suplementos universais de vitamina D, ou fortificação de alimentos com vitamina D, é agora inegável. Governos e profissionais de saúde precisam levar em consideração o estudo de Martineau quando definem a política de vitamina D a partir de agora”.
Martin Hewison, professor de endocrinologia molecular da Universidade de Birmingham, disse que concordou que o caso para suplementação de vitamina D contra infecções respiratórias foi comprovado.
"Isso pode ser particularmente importante para as pessoas no Reino Unido que estão em alto risco de deficiência de vitamina D, especialmente no inverno", disse ele, acrescentando que doses mais elevadas do que aquelas atualmente recomendadas para a saúde óssea pode ser necessária e pediu mais pesquisas. Baixos níveis de vitamina D podem causar raquitismo ósseo em crianças.
O professor Louis Levy, diretor de nutrição da Public Health England, disse que a PHE já sugeriu que todos deveriam tomar vitamina D durante os meses de inverno, com base nas recomendações do Comitê Científico de Nutrição. Aqueles que recebem baixas doses de raios do sol por causa de sua pele ou roupas ou por ficar dentro de casa deve tomar 10 microgramas durante todo o ano, disse ele.
Mas ele não estava convencido da pesquisa do uso de vitamina D contra resfriados e gripe. "A evidência sobre vitamina D e infecção é inconsistente e este estudo não fornece evidências suficientes para apoiar a recomendação de vitamina D para reduzir o risco de infecções do trato respiratório", disse ele.
O Departamento de Saúde disse: "A grande maioria das pessoas obtém a vitamina D que elas precisam através de uma dieta saudável e exposição ao sol. No entanto, os especialistas recomendam suplementos para determinados grupos de pessoas, e aconselham a todos a considerar seu uso nos meses de inverno. A fortificação obrigatória de alimentos é uma questão complexa, mas os especialistas mantêm as evidências sob revisão."

Link do original: AQUI



Níveis de vitamina D3 medidos no sangue:
Ideal:                                    acima de 30 n/ml
Insuficiente:                      20-30 ng/ml
Deficiente:                         10-20 ng/ml
Muito deficiente:            abaixo de 10 ng/ml.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Diminuir o colesterol LDL com remédios não salva vidas





A INUTILIDADE DE SE REDUZIR O COLESTEROL RUIM

Porquê um remédio que reduz o colesterol não salva vidas

(Título do original: Why a drug that lowers cholesterol doesn´t save lifes)

Publicado no STASNEWS em 19/05/2016

Cinco anos atrás, uma nova classe de medicamentos para diminuir o colesterol estava atraindo muitos elogios, sendo até mesmo chamadas de "santo graal" em potencial em um jornal médico proeminente.
Esses medicamentos, chamados inibidores da proteína de transferência de éster de colesterol (CETP), falharam em vários ensaios desde então. E essa desconexão é instrutiva: é o que pode acontecer quando os pesquisadores baseiam suas alegações de eficácia em resultados que podem não se traduzir necessariamente em ganhos significativos para os pacientes.
Em novembro de 2011, a Eli Lilly anunciou resultados promissores em um teste inicial de seu inibidor da CETP, o evacetrapib, informando que baixou o LDL, a forma prejudicial de colesterol, e elevou o HDL, seu primo benéfico. Lilly iniciou mais estudos com o objetivo de solicitar a aprovação do FDA.
Bem, a empresa obteve as suas conclusões, mas os resultados, anunciados em outubro de 2015, não foram bons. Embora o evacetrapib efetivamente eleve o colesterol HDL, não parece reduzir o risco de ataques cardíacos, derrames e outros problemas cardiovasculares - a razão final que os pacientes são aconselhados a diminuir o colesterol. A empresa Lilly parou a pesquisa precocemente e desde então arquivou a droga.
Outras empresas tiveram falhas igualmente catastróficas. A Pfizer perdeu cerca de US $ 1 bilhão tentando trazer seu inibidor da CETP, o torcetrapib, para o mercado, antes de abandoná-lo em 2006. A Roche desistiu da corrida em 2012 após um ensaio maciço de sua novidade, dalcetrapib, provar ser um fracasso. Isso deixou duas empresas, a Merck e a Dezima, com inibidores de CETP em desenvolvimento.
Mas embora os ensaios clínicos fracassados tivessem muito em comum, a publicidade em torno deles divergiu mais acentuadamente.
Em 2011, quando a Lilly poderia ter se vangloriado sobre seus resultados positivos, sua equipe foi inusitadamente recatada. Quando perguntado se a droga poderia reduzir eventos cardiovasculares, o Dr. Stephen Nicholls, um cardiologista na Cleveland Clinic que ajudou a liderar o estudo, disse: "Nos próximos cinco anos, espero que vamos ter a resposta a esta pergunta."
Em contraste a isso foi como o Dr. Christopher Cannon, um médico de Harvard que liderou um dos estudos da Merck sobre o anacetrapib, teve que dizer em 2010 sobre essa droga. "Anacetrapib tem um efeito impressionante no HDL e um efeito de cair o queixo para o LDL", Cannon disse em um comunicado de imprensa emitido pela American Heart Association.
Para o seu crédito, Cannon, que é diretor executivo de ensaios cardio-metabólicos no Instituto de Pesquisa Clínica de Harvard, foi rápido para assinalar em uma entrevista com a STAT que "não temos visto qualquer benefício clínico" dessas drogas. Em vez disso, ele disse, evidências emergentes sugerem que é "o mecanismo o que importa" para o LDL - em outras palavras, não é o quanto a gordura do sangue cai, mas por que isso ocorre é que é o importante para reduzir o risco cardiovascular.
E isso está no cerne das falhas dessas drogas. A história dos CETPs revela a frequente e muitas vezes decepcionante falta de concordância entre os chamados marcadores substitutos (surrogates markers = uma característica ou variável que reflete como um paciente sente, funciona ou sobrevive), no caso as mudanças nas taxas de colesterol e os benefícios na vida real, como menos ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais. O problema é que, para os fins de comunicados de imprensa e manchetes atraentes, "substituições" vendem.
O desenvolvimento de drogas é e sempre será um jogo arriscado. As empresas gastam - e às vezes perdem - bilhões para fazer outros bilhões. Otimismo cauteloso provavelmente não é a mensagem que os executivos e os acionistas querem ouvir quando tanto dinheiro está em jogo.

Mas deveria haver!

(Material extra, trecho de reportagem do New York Times sobre a pesquisa:)

(...)
Mas esses especialistas ficaram surpresos com os resultados de um estudo com 12.000 pacientes, anunciado em uma reunião anual do American College of Cardiology: Não houve benefício ao se utilizar a droga, evacetrapib. O fabricante da droga, Eli Lilly, parou o estudo em outubro de 2015 , citando a inutilidade, mas somente nessa reunião foi quando os cardiologistas viram primeiramente os dados por detrás dessa decisão.
Os participantes que tomaram a droga viram os seus níveis de LDL caírem para uma média de 55 miligramas por decilitro a partir de 84. Os seus níveis de HDL subiram para uma média de 104 miligramas por decilitro a partir de 46. No entanto, 256 participantes tiveram ataques cardíacos, em comparação com 255 doentes no grupo que estavam tomando um placebo. Noventa e dois pacientes que tomaram o medicamento tiveram um AVC , em comparação com 95 no grupo placebo. E 434 pessoas que tomaram a droga morreram de doença cardiovascular, como um ataque cardíaco ou um acidente vascular cerebral , em comparação com 444 participantes que estavam tomando um placebo. (...)
(Artigo do NYT AQUI)

Link do artigo original  AQUI:



(Título do original: Why a drug that lowers cholesterol doesn´t save lifes)

Publicado no STASNEWS em 19/05/2016

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Técnica experimental de repor microbioma em nenês de cesárea




RESTAURANDO O MICROBIOMA DOS RECÉM NASCIDOS: UMA TÉCNICA PARA OS PARTOS CIRÚRGICOS

Título do original:

New technique at birth may restore microbiota in babies delivered by C-section

Publicado originalmente em 26/10/2016

Um estudo preliminar publicado na estimada revista médica internacional Nature Medicine mostrou que é possível restaurar parcialmente a microbiota de bebês nascidos por cirurgia (parto cirúrgico, parto cesáreo) 1. O estudo revolucionário envolveu a transferência de micróbios maternos para o bebê dentro de até 2 minutos após o nascimento. Este é o primeiro estudo de seu tipo a abordar ativamente a questão das alterações microbianas após esse procedimento cirúrgico.
O microbioma
O corpo humano está inundado com uma variedade de organismos microbianos, incluindo bactérias, vírus, fungos, leveduras e parasitas. O termo coletivo para estes é microbioma e eles têm uma função vital a desempenhar na saúde humana. Eles são conhecidos por influenciar a digestão, a imunidade (2) e a síntese de aminoácidos essenciais e vitaminas, como o grupo da vitamina K e as vitaminas B12 e B3 (niacina). Uma das áreas mais estudadas do microbioma na saúde é a das bactérias do intestino. Então, por que é importante abordar a microbiota de bebês extraídos cirurgicamente?
Efeito do parto cirúrgico na microbiota
Houve um aumento na incidência de nascimentos por cirurgia e em alguns países isso pode exceder a mais de 50% do total de nascimentos. Durante o parto vaginal, o bebê é exposto à microbiota materna e o bebê desenvolve comunidades microbianas semelhantes às da vagina materna. Bebês de cirurgia demonstram uma microbiota alterada e ao invés são comumente enriquecidos na pele e na microbiota oral 3. Eles também podem ser colonizados com bactérias do ambiente hospitalar circundante. Muitos estudos mostram que a diferença nos microbiomas entre bebês nascidos por via vaginal e nos bebês extraídos cirurgicamente pode persistir até aos 12 meses de idade.
Efeitos de uma microbiota alterada
Um bebê nasce "estéril" e depende da exposição à microbiota materna, a fim de se tornar "semeado" com microbiota benéfica. Uma microbiota alterada tem sido associada a muitas condições, incluindo obesidade, diabetes, doenças autoimunes e outras doenças imunológicas, problemas psiquiátricos e alergias (4-7). O desenvolvimento de eczema (8), uma queixa cada vez mais comum na infância tem sido associada a extração por cesárea.
Detalhes do estudo
Dezoito mães e lactentes foram incluídas no estudo, sete passaram a parto vaginal e 11 foram cesarianas. Das crianças submetidas a cirurgia 4 crianças foram expostas a fluidos vaginais maternos dentro de 2 minutos após parto. Os fluidos vaginais maternos foram transferidos para a boca, face e para o resto do corpo do bebé através de um cotonete de gaze que tinha sido inserido na vagina no período de uma hora antes da incisão cesariana. É importante notar que as mães foram selecionadas com ausência de HIV, clamídia e Streptococcus do Grupo B e estavam negativas para sinais de vaginoses e infecções virais. Um pH vaginal de <4,5, 1-2 horas antes do parto, também era um requisito importante. Isto tudo é importante para evitar a transmissão de micróbios prejudiciais para a criança.
As amostras dos bebês foram tomadas em 6 pontos diferentes durante os primeiros 30 dias de exposição e mostraram alguns resultados interessantes:
• A colonização microbiana dos locais do corpo no recém-nascido ocorre rapidamente - no primeiro mês. 
• Os lactentes expostos e os que foram nasceram pelo canal vaginal mostraram microbiomas semelhantes, incluindo um enriquecimento precoce de espécies de lactobacilos, o que não foi observado nos lactentes não expostos pós cesariana. 
• Não foram observados efeitos adversos nos 4 lactentes submetidos a este procedimento. 
• A restauração completa do microbioma não ocorreu.
A restauração parcial da microbiota pode ser devida a vários fatores, incluindo o uso de antibióticos associados à cesariana, transferência sub-ótima da microbiota materna para a gaze ou para o bebê, ou o fato de a técnica ter sido aplicada apenas uma vez.
Neste momento no tempo, esta ainda é uma técnica experimental e não está disponível para bebês nascidos por cirurgia. No entanto, ainda existem formas de otimizar a saúde do microbioma.
Como maximizar sua microbiota antes do parto
• Evite quaisquer antibióticos desnecessários durante a gravidez, trabalho de parto e parto e no período pós-parto. 
• Ter uma dieta saudável - rica em prebióticos, como os oligossacarídeos. Isso fornece alimento para a microbiota intestinal. Estes podem ser encontrados em uma variedade de alimentos, incluindo aveia, banana, cebola, alho, alcachofras e chicória. 
• Alimentos fermentados como misô, legumes fermentados e kefir também fornecem micróbios benéficos. 
• Evitar o stress, que é conhecido por influenciar negativamente microbiota intestinal9. 
• Considere um suplemento probiótico de amplo espectro. Uma orientação por profissional treinado e experiente irá ajudá-la a estabelecer o tipo certo.
Apoio à microbiota do recém-nascido
• Tenha contato pele a pele com seu bebê logo após o parto; Isso aumenta a transferência de micróbios benéficos. 
• Evite banhar o bebê nas primeiras 24 horas após o nascimento, alguns defendem apenas usar água para tomar banho durante os primeiros meses, para evitar perturbar o delicado equilíbrio da pele. 
• A amamentação também aumenta a colonização e, como o leite materno é rico em oligossacarídeos, também fornece prebióticos. Também pode valer a pena considerar estender a amamentação aos 12 meses de idade. 
• Evitar o uso excessivo de antibióticos na infância também pode manter uma microbiota saudável e equilibrada. 
• Probióticos infantis também podem ser indicados e um profissional qualificado será capaz de sugerir espécies específicas benéficas para bebês.
Este estudo preliminar abriu o debate sobre a necessidade de restaurar a microbiota em bebês de cesarianas. Embora seja necessária uma investigação mais aprofundada, com estudos mais amplos e no que diz respeito à segurança e métodos modificados de transferência de microbiota materna, é claro que a técnica tem aplicação válida. Embora esta técnica não esteja atualmente disponível em hospitais que realizam partos cirúrgicos há certamente esperança de que um dia em breve ele se tornará padrão. Enquanto isso, tomar medidas para manter a si mesma, e seu microbioma, saudáveis ainda pode desempenhar um papel importante no equilíbrio da microbiota do seu bebê.

Referências:

1. Dominguez-Bello, M. et al. (2016). Partial Restoration of the micro biota of caesarean-born infants via vaginal microbial transfer. Nature Medicine. 22, 250-253.
2. Olszak T, et al. (2012) Microbial exposure during early life has persistent effects on natural killer T cell function. Science. 336:489–493.
3. Cox LM, et al.(2014) Altering the intestinal microbiota during a critical developmental window has lasting metabolic consequences. Cell 158:705–721.
4.Thavagnanam S, Fleming J, Bromley A, Shields MD, Cardwell CR.(20080 A meta-analysis of the association between Caesarean section and childhood asthma. Clinical and experimental allergy : journal of the British Society for Allergy and Clinical Immunology. 38:629–633.
5. Pistiner M, Gold DR, Abdulkerim H, Hoffman E, Celedon JC. (2008) Birth by cesarean section, allergic rhinitis, and allergic sensitization among children with a parental history of atopy. J Allergy Clin Immunol. 122:274–279.
6. Huh SY, et al. (2012) Delivery by caesarean section and risk of obesity in preschool age children: a prospective cohort study. Archives of disease in childhood. 97:610–616.
7. Sevelsted A, Stokholm J, Bonnelykke K, Bisgaard H. (2015) Cesarean section and chronic immune disorders. Pediatrics. 135:e92–e98.
8. Renz-Polster, H., David, M. R., Buist, A. S., Vollmer, W. M., O’Connor, E. A., Frazier, E. A. and Wall, M. A. (2005), Caesarean section delivery and the risk of allergic disorders in childhood. Clinical & Experimental Allergy, 35: 1466–1472.
9. Lyte M, Vulchanova L, Brown DR. (2011) Stress at the intestinal surface: catecholamines and mucosa-bacteria interactions. Cell Tissue Res 343: 23-32.

LINK DO ORIGINAL AQUI  


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Microbioma intestinal e dermatite atópica



TRATANDO ALERGIAS A PARTIR DO INTESTINO

Como probióticos podem ajudar a prevenir e / ou melhorar o eczema atópico

por Dr Georges Mouton


Prevenção e alívio do eczema com uso de probióticos

Dr Georges Mouton
Mais de dez anos atrás, uma equipe finlandesa da Universidade de Tampere foi a primeiro a sugerir o uso de probióticos na gestão de doenças alérgicas tais como eczema: "As bactérias probióticas podem promover mecanismos de barreira endógenas em pacientes com dermatite atópica e alergia alimentar ( ...), ao aliviar a inflamação intestinal" [1] . Em 2000, outra equipe finlandesa da Universidade de Turku recomendou "Probióticos na gestão de eczema atópico" como indicado no título de sua publicação [2] .
A principal publicação nesse campo já apareceu em 07 de abril de 2001 no jornal médico Lancet [3] . "Nós demos Lactobacillus GG no pré-natal para mães (...) e pós-natal por 6 meses para seus bebês. (...) A frequência de eczema atópico no grupo com probiótico era metade da do grupo de placebo (23% versus 46%) " [3]. De forma curiosa, esta pesquisa foi acompanhada regularmente desde então, ou seja, quando as crianças já tinham dois anos de idade [4], e também aos quatro anos de idade [5], e aos sete anos de idade [6]. Resultados impressionantes confirmaram o benefício a longo prazo: "Nós demonstramos aqui que o risco global para o desenvolvimento de eczema durante os primeiros 7 anos de vida diminuiu significativamente no grupo com Lactobacillus GG, de acordo com os nossos resultados anteriores com a observação de curto de prazo " [6].
Além desta série de artigos, vários outros estudos que suportam a administração de probióticos para aliviar eczema atópico foram publicados nas principais revistas médicas convencionais [7, 8], incluindo um ensaio clínico randomizado [9] e dois ensaios controlados com placebo, duplo-cegos [ 10, 11]. Em conclusão, "Os primeiros ensaios clínicos com probióticos (...) no tratamento do eczema atópico produziram resultados encorajadores.

Estudos experimentais têm verificado que os probióticos exercem efeitos específicos por cepa no lúmen intestinal, nas células epiteliais e nas células imunitárias com potencial antialérgico" [12]. Vários mecanismos sinérgicos são considerados para explicar um impacto tão favorável sobre doença atópica da pele: "Degradação / modificação estrutural dos antígenos do intestino, a normalização das propriedades da microbiota nativa aberrantes e das funções de barreira intestinal, regulação da secreção de mediadores inflamatórios, e promoção do desenvolvimento do sistema imunitário " [13].

(Para conhecer o trabalho do dr Mouton veja o site do autor AQUI)

Referências:

1. Majamaa, H. and E. Isolauri, Probiotics: a novel approach in the management of food allergy. J Allergy Clin Immunol, 1997. 99(2): p. 179-85.
2. Isolauri, E., et al., Probiotics in the management of atopic eczema. Clin Exp Allergy, 2000. 30(11): p. 1604-10.
3. Kalliomaki, M., et al., Probiotics in primary prevention of atopic disease: a randomised placebo-controlled trial. Lancet, 2001. 357(9262): p. 1076-9.
4. Rautava, S., M. Kalliomaki, and E. Isolauri, Probiotics during pregnancy and breast-feeding might confer immunomodulatory protection against atopic disease in the infant. J Allergy Clin Immunol, 2002. 109(1): p. 119-21.
5. Kalliomaki, M., et al., Probiotics and prevention of atopic disease: 4-year follow-up of a randomised placebo-controlled trial. Lancet, 2003. 361(9372): p. 1869-71.
6. Kalliomaki, M., et al., Probiotics during the first 7 years of life: a cumulative risk reduction of eczema in a randomized, placebo-controlled trial. J Allergy Clin Immunol, 2007. 119(4): p. 1019-21.
7. Rosenfeldt, V., et al., Effect of probiotic Lactobacillus strains in children with atopic dermatitis. J Allergy Clin Immunol, 2003. 111(2): p. 389-95.
8. Prescott, S.L., et al., Clinical effects of probiotics are associated with increased interferon-gamma responses in very young children with atopic dermatitis. Clin Exp Allergy, 2005. 35(12): p. 1557-64.
9. Weston, S., et al., Effects of probiotics on atopic dermatitis: a randomised controlled trial. Arch Dis Child, 2005. 90(9): p. 892-7.
10. Viljanen, M., et al., Probiotics in the treatment of atopic eczema/dermatitis syndrome in infants: a double-blind placebo-controlled trial. Allergy, 2005. 60(4): p. 494-500.
11. Kukkonen, K., et al., Probiotics and prebiotic galacto-oligosaccharides in the prevention of allergic diseases: a randomized, double-blind, placebo-controlled trial. J Allergy Clin Immunol, 2007. 119(1): p. 192-8.
12. Kalliomaki, M.A. and E. Isolauri, Probiotics and down-regulation of the allergic response. Immunol Allergy Clin North Am, 2004. 24(4): p. 739-52, viii.
13. Isolauri, E., Dietary modification of atopic disease: Use of probiotics in the prevention of atopic dermatitis. Curr Allergy Asthma Rep, 2004. 4(4): p. 270-5.


LINK DO TEXTO ORIGINAL AQUI

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

A insulina e o câncer de mama



Este é mais um artigo que mostra um estudo sobre a relação entre a insulina elevada e o papel dos receptores de insulina na tumorigênese do câncer de mama. Evidente que sempre que falamos em insulina elevada somos lembrados que o maior promotor desse fenômeno é o consumo de carboidratos. Artigos anteriores já haviam listado o câncer de mama como doença relacionada a esse tópico AQUI e AQUI. Nesse a seguir, particularmente, é explorado de forma especifica tópicos biológicos que esclarecem essa relação. 


INSULINA ELEVADA E CÂNCER DE MAMA

Níveis elevados de insulina circulante demonstraram ser um importante marcador e / ou mediador de maior risco de câncer de mama em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DMT2) (Peairs et al., 2011). Evidências emergentes de estudos de seguimento e meta-análise indicam que a hiperinsulinemia está associada a um pior prognóstico em mulheres com câncer de mama, mesmo na ausência de diabetes (Belwin et al., 2002). A ação da insulina é normalmente processada através do receptor de insulina (IR), mas em concentrações suprafisiológicas, a insulina também pode ativar o receptor do fator de crescimento semelhante à insulina (IGF1R). Dado o fato de que ambos os receptores pertencerem à mesma subfamília do receptor de tirosina quinase, o receptor de insulina partilha uma grande homologia estrutural com o receptor de IGF1 especialmente no domínio tirosina quinase. Além disso, ambos os receptores ativam vias de sinalização semelhantes, as vias PI3K / Akt e MAPK (Avruch 1998, Gallagher & LeRoith 2010), que regulam processos como proliferação celular, divisão celular, migração e apoptose (de la Monte & Wands 2005 ). Tanto o IGF1 como os receptores de insulina são frequentemente sobre-expressos no câncer da mama. De modo importante, verificou-se que altos níveis de expressão do receptor de insulina (INSR) estavam associados com uma diminuição da sobrevida dos livres de doença em pacientes com câncer da mama nódulo-negativos (Belfiore et al., 1996, Mathieu et al., 1997). Além disso, os resultados indicaram que a proporção de subtipos de receptor de insulina (IR-A mais mitogênico do que IR-B) pode estar associada a um pior prognóstico; de fato, os subtipos são mensuráveis ​​apenas por níveis de RNA mensageiro (Belfiore et al., 2009, Rowzee et al., 2009, Huang et al., 2011). Os investigadores também propuseram que os receptores híbridos (tanto para IGF-1 como insulina) podem ser importantes no crescimento do câncer; contudo, os seus níveis são geralmente muito mais baixos do que os dos receptores holo-IGF1 e de insulina e respondem principalmente ao IGF1 (Gallagher & LeRoith 2010). Assim, seu significado é ainda indefinido.

Ao longo das últimas duas décadas, a maior parte dos esforços foi investida no desenvolvimento de estratégias com foco no receptor de IGF1 na terapia do câncer, poupando o receptor de insulina, devido à preocupação com anormalidades metabólicas secundárias à inibição desses receptores (Judson et al., 1985, Burtrum et al). No entanto, os resultados dos ensaios clínicos de fase 2 e 3 indicam que a inibição dos receptores de  IGF1R com anticorpos específicos pode resultar em efeitos secundários inaceitáveis ​​e eficácia limitada (Yang & Yee 2012, Guha 2013). Uma razão possível para a eficácia limitada é que o receptor de insulina pode fornecer sinais mitogênicos (divisão celular)  independentemente ou como compensação à inibição dos receptores de IGF1. Verificou-se que a interferência entre os receptores de tirosina quinase confere resistência terapêutica ao alvo específico de apenas um único receptor (Engelman et al., 2007). De forma semelhante, o aumento da sinalização do receptor de insulina foi exibido após a regulação negativa do receptor de IGF1 em várias linhas de células de câncer da mama (Zhang et al., 2007). Além disso, o IGF2 pode conduzir a sinalização de reeptor de insulina quando o receptor de IGF1 é seletivamente almejado, o que pode apresentar outra desvantagem para a direção específica anti-receptor IGF1 (Buck et al., 2010). Assim, determinar o papel do receptor de insulina na progressão do câncer da mama tornou-se altamente relevante no campo da oncologia.

Demonstrou-se recentemente que a inibição dupla dos receptores de insulina e IGF1 poderia reduzir a taxa de crescimento do tumor mamário (Rostoker et al., 2013). No presente estudo, utilizamos uma tecnologia que envolve o RNA (short hairpin RNA (shRNA)) para distinguir entre os papéis do receptor de insulina e do receptor de IGF1 no crescimento do tumor mamário. É demonstrado a eficácia terapêutica em direcionar especificamente ao receptor de insulina como manejo específico do tumor. Além disso, nossos resultados atuais com ratos fêmeas hiper-insulinêmicos MKR  indicam que, mesmo em níveis elevados, os sinais mitogênicos de insulina são mediados principalmente pelo receptor de insulina e não pelo de IGF1. A análise por microarrays identificou genes alvo e alterações na via associada ao câncer após a ativação do receptor de insulina. Estes resultados lançam luz sobre o efeito do receptor na progressão do câncer. Finalmente, demonstramos pela primeira vez, ao nosso conhecimento, uma ligação entre a expressão de receptor de insulina e CD24 (considerado biomarcador de superficie celular para câncer de mama LINK) que suporta o papel do receptor na tumorigênese mamária.


CÉLULAS DE CÂNCER DE MAMA TEM 
SEIS X MAIS RECEPTORES DE INSULINA 
DO QUE A CÉLULA SAUDÁVEL
Um  estudo anterior já havia sido verificado que o número de receptores de insulina na célula de câncer de mama está bastante aumentado (6 x, de acordo com esse gráfico) estudo nesse LINK


Discussão:
(Parágrafo final)
...

Tomados em conjunto, os resultados deste estudo indicam um papel significativo para a o Receptor de Insulina na progressão de tumores mamários, não só através da mediação do efeito mitogênico da insulina, mas também por uma crosstalk (conversa cruzada) com IGF1. Sugerimos que tanto o IR como o IGF1R devem ser alvos para alcançar o desejado efeito inibitório sobre o crescimento tumoral; Contudo, tal estratégia deve ser realizada em paralelo com a monitorização constante dos níveis de glicose no sangue. Além disso, demonstramos neste estudo, pela primeira vez, ao nosso conhecimento, que a expressão de CD24 está ligada à IR na mediação do crescimento do tumor mamário. Isto pode revelar um novo mecanismo para os efeitos mitogênicos do Receptor de Insulina; no entanto, estudos adicionais são necessários para explorar a relação entre os dois. Estes resultados indicam um papel importante do IR na progressão do câncer e pode levar a novas terapias direcionadas em mulheres com câncer de mama e outros tipo de câncer que têm sido, de forma similar, demonstrados estarem associados com a hiperinsulinemia na obesidade, pré-diabetes e diabetes.

Link do original: