quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Insulina não trata diabete tipo II


Afinal de contas de contas o que é diabete tipo II? Tecnicamente não a síndrome de resistência à insulina? Para haver resistência não tem que haver uma imensa resposta insulínica porém com pouca eficiência? Não é essa razão pela qual o o corpo força o pâncreas a cada vez produzir mais insulina, pois sempre fica "muita glicose no sangue"? Mas a insulina não é dependente da entrada de glicose a partir de fontes de carboidratos da alimentação? 
Bem, nos últimos dias fiz o atendimento de um senhor com o biotipo típico da síndrome metabólica (abdômen com muito mais do que 100 cm, gordura no fígado etc), e com diagnóstico de diabete tipo II. Pelo insucesso dos remédios habituais lhe foi sugerido insulina. E ele parecia piorar e ficar mais obeso. Para poder levá-lo a ter consciência de que NÃO precisava tomar insulina fizemos o teste insulínico e ela disparou a mais de 300 no sangue e não baixou. Estava na sua frente: ele tinha um monte de insulina - então: porque tomar mais?  Naturalmente lhe foi indicado um tratamento que atinge a causa do problema: restrição de carboidratos. Vamos aguardar a evolução. De qualquer forma, e o texto a seguir nos dá a garantia: não há evidência científica que valide o uso de insulina em diabéticos tipo II, muito  menos que produza qualquer vantagem!

A eficácia e a segurança da insulina no diabetes tipo 2: meta-análise de ensaios clínicos randomizados.



Erpeldinger S, et al. BMC Endocr Disord. 2016.
Publicado em 08/julho/2016

Mostrar citação completa AQUI


SUMÁRIO:

INTRODUÇÃO: É essencial antecipar e delimitar o custo social, econômico e sanitário do diabetes tipo 2 (DM2), que está em progressão constante em todo o mundo. Quando os objetivos dos níveis de glicose no sangue não são alcançados com uma intervenção dietética e no estilo de vida, a insulina tem sido recomendada mesmo se o paciente já esteja ou não, tomando medicamentos hipoglicemiantes. No entanto, a relação risco/benefício da insulina permanece controverso. Nosso objetivo foi determinar a eficácia e a segurança da insulina versus hipoglicemiantes ou dieta / placebo em resultados clinicamente relevantes.

MÉTODOS: Uma revisão sistemática da literatura (Pubmed, Embase, Cochrane Library), incluindo todos os ensaios clínicos randomizados (RCT) que analisam a insulina vs. hipoglicemiantes ou dieta / placebo, publicados entre 1950 e 2013, foi realizada. Foram incluídos todos os ensaios clínicos randomizados efeitos sobre a mortalidade por todas as causas, mortalidade cardiovascular, a morte por câncer, morbidade cardiovascular, complicações microvasculares e hipoglicemia em adultos ≥ 18 anos com diabetes tipo 2. Dois autores avaliaram independentemente a elegibilidade dos estudos e extraíram os dados. A validade interna dos estudos foi analisada de acordo com a ferramenta de Risco de Viés Cochrane (Cochrane Risk of Bias tool). As razões de risco (RR) com intervalos de confiança de 95% (IC 95%) foram calculados, usando o modelo de efeito fixo na primeira abordagem. O I² (qui quadrado) estatístico avaliou a heterogeneidade (heterogeneidade na meta-análise refere-se à variação nos resultados alcançados entre os estudos). Em caso de heterogeneidade estatística, foram realizadas análises de sensibilidade e subgrupo, em seguida, um modelo de efeito aleatório. O limite alfa foi de 0,05. Os resultados principais foram todas as causas de mortalidade e mortalidade cardiovascular. Os desfechos secundários foram eventos cardiovasculares não fatais, episódios de hipoglicemia, a morte por câncer e complicações macro ou microvasculares.

RESULTADOS: Vinte ensaios clínicos foram incluídos a partir dos 1632 estudos inicialmente identificados. 18 599 pacientes foram analisados: a insulina não teve eficiência versus hipoglicemiantes em todas as causas de mortalidade RR = 0,99 (IC 95% = 0,92-1,06) e na mortalidade cardiovascular RR = 0,99 (IC 95% = 0,90-1,09), nem versus dieta / placebo RR = 0,92 (IC 95% = 0,80-1,07) e RR = 0,95 (IC 95% 0,77-1,18), respectivamente. Nenhum efeito foi encontrado em desfechos secundários também. No entanto, a hipoglicemia grave foi mais freqüente com a insulina em comparação com hipoglicemiantes RR = 1,70 (IC 95% = 1,51-1,91).

CONCLUSÕES: Não há nenhuma evidência significativa de eficácia a longo prazo da insulina em qualquer resultado clínico em diabetes tipo 2. No entanto, há uma tendência para efeitos adversos clinicamente prejudiciais, tais como o ganho de peso e hipoglicemia. O único benefício poderia estar limitado na redução da hiperglicemia a curto prazo. Isso precisará ser confirmado com outros estudos.


LINK do original: AQUI

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Por que a carne protege do escorbuto


Já publiquei um artigo sobre o escorbuto e a questão da vitamina C. Agora publico o artigo sobre o mesmo tema, de uma blogueira bem interessante, com referência no final desse texto. Entender a questão da vitamina C, e seu papel na formação do colágeno dá a devida compreensão dessa (quase) mítica vitamina, e de sua devida importância considerando as fontes alimentares tipicamente paleolíticas. Um texto pretensioso mas bastante didático. Complementa o artigo postado anteriormente AQUI sobre o mesmo tema. 


Por que a carne impede o escorbuto?

Roald Amundsen foi um explorador polar no início deste século. Ao contrário de Robert Falcon Scott em sua malfadada expedição para a Antártida, a filosofia de Amundsen era comer o que os esquimós nativos comiam. Enquanto Scott levou comida e biscoitos em lata em sua expedição, Amundsen comeu pemmican(1), cloudberry(2) em geléia, e eventualmente carne fresca, dos seus próprios huskies quando eles já não eram capazes de conduzir seus suprimentos. As rações de Scott não eram caloricamente adequadas para a viagem e sua equipe perdeu muito peso. Apesar de tomar suco de limão que eles portavam, eles morreram, desastrosamente de desnutrição e escorbuto.
A carne crua fresca contém quantidades muito pequenas de vitamina C. Vilhjalmur Stefansson, um outro explorador polar que comeu como os esquimós, nunca foi incomodado pelo escorbuto. Quando dois de sua equipe ficaram doentes com o escorbuto, ele descobriu que haviam secretamente comido uma porção de alimentos ocidentais, como biscoitos. Ele curou-os em uma dieta toda à base de carne. Stefansson foi o carnívoro original - após suas expedições no Ártico, ele se convenceu de que era perfeitamente possível viver em uma dieta com nada mais além de carne, e permanecer em excelente saúde, e de fato evitar muitos dos nossos problemas comuns de saúde, como cefaleias, artralgias e outras dores (soa familiar?). Stefansson - cuja dieta incluía iguarias como os cérebros de vitelas crus e outras vísceras, manteve um checkup em um hospital de Bellevue por um ano para ser observado com o objetivo de por a prova uma dieta a base de carne para o mundo. Ele conseguiu, e passou o resto de sua vida comendo uma dieta sumária. Em sua velhice, ele se casou com uma mulher mais jovem que o tentava com sobremesas doces. Ele cedeu às suas convicções, e sofreu um acidente vascular cerebral. Tendo tido este revés na saúde, ele retornou para a sua dieta a base de carne e viveu por mais de uma década, até à década dos oitenta anos.
A carne contém quantidades praticamente insignificantes de vitamina C, mas os exploradores árticos sabem há muito tempo sua capacidade de prevenir o escorbuto. A dieta do marinheiro comum, por outro lado, consistia em grande parte de carboidratos sob a forma de biscoitos, e pouca proteína - besouros geralmente -, bem como de quantidades significativas de álcool, todos esses fatores conhecidos por aumentarem o risco de desenvolver o escorbuto.
Apesar do fato de que a carne fresca era bem conhecida como um anti escorbútico, uma prática entre os baleeiros civis e exploradores do Ártico, no momento da missão de Scott à Antártida, a teoria médica prevalecente era de que o escorbuto seria causado por comida enlatada "contaminada", e isso foi assim até 1932 quando a ligação entre a vitamina C e escorbuto foi estabelecida.
Eu li muitas passagens aqui e ali exaltando as virtudes de carne fresca na prevenção do escorbuto, uma delas é até mesmo citado em Nourishing Traditons, onde esta capacidade é atribuída a "algum fator desconhecido" na carne.
Na verdade, a carne não só impede o escorbuto porque contém pequenas quantidades de vitamina C, mas impede porque evita a necessidade de vitamina C.
A vitamina C é necessária para formação de colágeno no corpo, e isso que ela faz - apesar de ter sido descrita em toda a parte como um antioxidante - pela oxidação. O papel da vitamina C na formação de colágeno é a transferência de um grupo hidroxila para os aminoácidos lisina e prolina. A carne, no entanto, já contém quantidades apreciáveis ​​de hidroxilisina e hidroxiprolina, o que reduz um tanto das necessidades de vitamina C. Em outras palavras, a sua exigência de vitamina C é dependente de quanta carne você não está comendo!

(1)   Uma mistura concentrada de gordura e proteína utilizada como comida nutritiva. O termo deriva-se da palavra cree pimîhkân, em si derivada da palavra pimî, "gordura, graxa".[1] O alimento foi amplamente adotado como energético pelos europeus envolvidos na troca de peles e posteriormente por exploradores do Ártico e da Antártica como Robert Falcon Scott e Roald Amundsen. Os ingredientes especificamente utilizados variavam de acordo com o que estava disponível; a carne geralmente era de bisão, alce ou veado. Elementos como oxicoco eram por vezes adicionados, assim como cereja, ribes e aronia.[2]
(2)  Rubus chamaemorus ou amora do ártico, uma fruta.



LINK do original:  AQUI 







domingo, 25 de setembro de 2016

Etílicos para quem é low carb


Dieta Saudável Com Etílicos: As 5 melhores bebidas low-carb para evitar o ganho de peso


Muitas pessoas que iniciam um dieta com redução de carboidratos ficam preocupados com a sua liberdade de consumo de bebidas alcoólicas. Os etílicos, obviamente devem sempre ser consumidos com moderação. Esse artigo vem com o propósito de trazer informações sobre bebidas que podem ser consumidas sem colocar em risco o controle alimentar. Para aqueles que não bebem (etílicos) isso não é um convite, para aqueles que possam ser usuários abusivos não é uma permissão!

Artigo de Lizzete Borreli
20 de setembro de 2016 

Um estilo de vida saudável juntamente com uma dieta baixa em carboidratos é tudo uma questão de equilíbrio. Furar a sua dieta prestando atenção a sua ingestão de carboidratos não significa que você não pode desfrutar de um copo de vinho no jantar ou um cocktail com os amigos. Quem está sob esse cuidado dietético tem várias opções low-carb, desde a vodka e refrigerantes até algumas cervejas leves.

"Uma bebida alcoólica é low carb se ela contém pouco ou nenhuma grama de carboidratos", diz Sarah Currie, nutricionista, personal trainer e treinador de triatlon, em Nova York, a MedicalDaily.
O teor de açúcares de uma bebida é o que distingue se é alta ou reduzida em carbos. A maioria dos drinques e licores low-carb são claros ou leves. Isso é porque eles são á base de álcool puro, sem a mistura que contêm os açúcares adicionados. Assim sendo, Currie acrescenta: "[A] Cuba Libre (rum com Coca-Cola diet) não tem carboidratos, mas é escuro devido a Diet Coke."

Bebidas destiladas com alto teor alcoólico, incluindo vodka, gin, rum, tequila, uísque tem zero gramas de carboidratos ou açúcar por ml. Em vez disso, essas bebidas ofertam todas as suas calorias a partir do álcool, e variam em calorias a redor de 97 calorias em uma dose (aproximadamente 40 ml) de bebidas com álcool a 40º - gin, rum, vodka, whisky, ou tequila, de acordo com o Instituto Nacional de Abuso do Álcool e Alcoolismo .

Embora estas bebidas não sejam carregadas com carboidratos, você ainda pode adicionar calorias a sua ingestão diária, dependendo das misturas que você escolher.
Faça a sua escolha do etílico, e a curta também. Confira entre essas cinco bebidas alcoólicas de baixas calorias que têm pouca chance de fazer você engordar.

VODKA E SODA
Muito popular nos bares - vodka com refrigerante - é praticamente zero-carb, já que é um destilado claro. Evite o suco, e adicione água com gás ou refrigerante dietético para reduzir a ingestão de calorias pelos carbos. Bebidas claras se tornam a escolha visualmente fácil entre os etílicos e elas são geralmente significativamente mais reduzidas em açúcares (e calorias) do que outras coloridas opções.


Drª Rachita Reddy
"Bebidas alcoólicas claras (especificamente vodka e rum) são os mais baixos em açúcar e calorias em comparação com a maioria das seleções mais escuras," Drª. Rachita Reddy, uma nefrologista e internista com treinamento na UC Berkeley, NYU e Lenox Hill Hospital, disse para MedialDaily.

RUM E COCA-COLA DIET
Trocando os refrigerantes pelas opções dietéticas, como aqueles "zero açúcar", pode transformar suas bebidas destiladas em low-carb. Misturando o seu rum favorito sem sabor com um refrigerante dietético coloca back cerca de 100 calorias. Esta bebida é a exceção à regra de bebidas não-escuro - embora seja escuro devido ao coque de dieta, é uma bebida relativamente baixa caloria.

VODKA MARTINI
Um martini de vodca é uma bebida inodora, incolor, que pode ser uma parte de qualquer dieta low-carb se for seco. Normalmente, isso inclui gim e vermute, com uma azeitona adicionada ou um toque de limão. Gin tem zero carboidratos. "Sucos, refrigerantes e outros mixes são ricos em açúcares / hidratos de carbono, o que leva você, literalmente, a beber suas calorias", disse Reddy.

VINHO TINTO
Se o vinho tinto melhor corresponde ao seu paladar, Pinot Noir é uma excelente opção low-carb. Enquanto isso, há cerca de 122 calorias e 3,4 gramas de carboidratos em um único copo de vinho, que é de cerca de 150 ml. De acordo com a dra. Reddy, uma verdadeira bebida low-carb deve ter menos de 5 gramas de açúcares.



CERVEJA CLARA
Cervejas normalmente não se encontram nas listas low-carb porque a maioria delas são inundadas com carboidratos, daí o termo "barriga de cerveja". Isto porque há grande quantidade de carboidratos rapidamente absorvíveis na cerveja, o que pode ser um desastre para o controle de peso. No entanto, algumas cervejas leves, como Michelob Ultra, não vai sacrificar a sua cintura.


Currie acredita que o vinho é a mais "saudável" de todas as bebidas, mas outros etílicos com moderação, também têm mostrado serem "saudáveis" na literatura científica.

Equilibrando um estilo de vida saudável e beber de forma responsável irá reduzir suas chances de desenvolver uma barriga de cerveja.




Artigo nesse Link  MedicalDaily
Imagem superior do site VeryWell (LINK)

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Queijo, rico em gordura, faz bem para a saúde


QUEIJO ASSOCIADO A BOA SAÚDE

Saiu no jornal The Telegraph no dia 20 de setembro:

High-fat cheese: the secret to a healthy life? 



Uma dieta rica em queijo pode realmente ser bom para a nossa saúde, de acordo com um novo estudo.

Um grupo de pesquisadores da Universidade de Copenhague descobriram que comer queijo pode ajudar a melhorar a saúde, aumentando os nossos níveis do "bom" (colesterol) a lipoproteína de alta densidade (HDL) - conhecido em oferecer proteção contra doenças cardiovasculares e metabólicas.

Os pesquisadores realizaram uma pesquisa com o consumo de queijo por 12 semanas com 139 adultos para descobrir como queijo gordo pode afetar nossos corpos de maneiras diferentes.

 Eles dividiram os sujeitos em três grupos. O primeiro grupo ingeriu 80g de queijo com alto teor de gordura regular, todos os dias, o segundo grupo comeu 80g de queijo com reduzido teor de gordura, enquanto o terceiro grupo não comeu queijo e trocou por 90g de pão e geleia diariamente em seu lugar.

Os pesquisadores relatam, no American Journal of Clinical Nutrition, que, embora nenhum dos grupos experimentassem uma mudança em seus níveis da "ruim" lipoproteína de baixa densidade (LDL) - o que é compreendido em ser contraproducente para a boa saúde do coração - aqueles que comeram o queijo regular de alto teor de gordura viram um aumento em seus níveis do colesterol "bom", o HDL.

As dietas contendo altos níveis de proteína, cálcio e vitamina D, entre outros nutrientes bioativos pode ser uma parte importante de uma perda de peso ou manutenção de peso dieta prudente
Dr Wendy Chan Ela Ping Delfos

Esta não é a primeira vez que um estudo relacionou o queijo a uma boa saúde. Um estudo recente do Japão descobriu que o consumo de queijo evita a acumulação de gordura no fígado e tem o potencial de melhorar os parâmetros lipídicos séricos - como aqueles que medimos para o risco cardiovascular.

Por outro lado, um estudo pequeno de 2015 verificou que o queijo pode ser a chave para um metabolismo mais rápido e redução da obesidade.
O queijo é associado a uma redução no colesterol ruim - Bon Appetit / ALAMY

Hanne Bertram, um cientista de alimentos na Universidade de Aarhus, na Dinamarca, fez a comparação de amostras de urina e fezes de 15 homens cujas dietas continham ou queijo e leite, ou comeram uma dieta com manteiga, mas sem outros produtos lácteos.

Bertram descobriu que aqueles que comeram queijo tinham níveis mais elevados de ácido butírico, um composto que tem sido sido associado à redução da obesidade e melhor metabolismo. Os níveis mais elevados de butirato foram ligados a uma redução nos níveis de colesterol.

Em 2012, a pesquisa sugeriu que seria especificamente o queijo Roquefort que ajudou a proteger contra doenças cardiovasculares, promovendo a boa saúde e longevidade, enquanto em 2009 um estudo australiano sugere uma dieta rica em produtos lácteos, como o queijo, poderia ajudar as pessoas obesas a perder peso.

Os voluntários foram colocados em uma dieta de calorias reduzidas, mas alguns foram convidados a comer mais queijo, iogurte e leite desnatado. Aqueles que aumentaram a sua ingestão de produtos lácteos perderam mais peso, tinham pressão arterial mais baixa e "melhoraram significativamente" suas chances de evitar doenças cardíacas e diabetes.

Dr Wendy Chan Ela Ping Delfos, da Universidade de Tecnologia Curtin, disse: "Muitas pessoas geralmente acreditam que quando tentamos perder peso, os produtos lácteos estão entre os alimentos chave que elas têm que cortar de sua dieta considerando que eles são ricos em gordura."

"As dietas contendo altos níveis de proteína, cálcio e vitamina D, entre outros nutrientes bioativos podem ser uma parte importante de uma perda de peso prudente, ou dieta de manutenção de peso."

Link do original AQUI

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Pressão baixa também pode apresentar riscos


Os pacientes com hipertensão e doença arterial coronariana: baixa pressão arterial associada ao aumento do risco de eventos cardiovasculares


Estudo sugere cautela na utilização do tratamento de redução da pressão arterial em doentes com doença arterial coronariana

Panoroma


O alvo ideal da pressão arterial na hipertensão permanece sendo debatido, especialmente na doença arterial coronariana, dadas as preocupações de perfusão miocárdica reduzida quando a pressão arterial diastólica ficar muito baixa. Nosso objetivo foi estudar a associação entre a pressão arterial alcançada e os resultados cardiovasculares em pacientes com doença arterial coronariana e hipertensão.


Métodos

Foram analisados ​​dados de 22 672 pacientes com doença arterial coronariana estável inscritos (a partir de 26 de novembro de 2009, até 30 de Junho de 2010) no registro CLARIFY (incluindo pacientes de 45 países) e tratados para a hipertensão. As pressões sanguíneas sistólica e diastólica antes de cada evento foram avaliadas e classificadas em incrementos de cada 10 mm Hg. O desfecho primário está composto pela morte cardiovascular, infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral. As taxas de risco (HR) foram estimadas com modelos multivariados ajustados de riscos proporcionais (Cox proportional hazard models), usando subgrupos de pressão arterial sistólica 120-129 mm Hg e diastólica de 70-79 mm Hg como referência.


Resultados

Após um acompanhamento médio de 5,0 anos, o aumento da pressão arterial sistólica de 140 mm Hg ou mais e pressão arterial diastólica de 80 mm Hg ou mais foram, cada um associados com um risco aumentado de eventos cardiovasculares. A pressão arterial sistólica inferior a 120 mm Hg também foi associada com aumento do risco para o desfecho primário (HR ajustado 1,56, IC 95% 1,36-1,81). Da mesma forma, a pressão arterial diastólica menor de 70 mm Hg foi associada com um aumento no desfecho primário (HR ajustado de 1,41 [1,24-1,61] para a pressão arterial diastólica de 60-69 mm Hg e 2,01 [1,50-2,70] para a pressão arterial diastólica menor do que 60 mm Hg.


Interpretação

Em pacientes com hipertensão e doença arterial coronariana na prática clínica de rotina, a pressão arterial sistólica inferior a 120 mmHg e pressão arterial diastólica inferior a 70 mm Hg foram cada uma associadas a resultados adversos cardiovasculares, incluindo mortalidade, apoiando a existência de um fenômeno de curva J. Esta constatação sugere que deve ser tomado cautela no uso do tratamento de redução da pressão arterial em pacientes com doença arterial coronariana.


Exemplo de curva jota - existe um limite de redução com vantagens cardiovasculares,
após o qual os riscos voltariam a aumentar
Slide da apresentação disponível AQUI


Link do original AQUI
 

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Atividade física não protege obesos da diabetes


Mais um artigo sobre o tema que definitivamente precisa ser esclarecido sobre uma ideia que volta e meia circula nos meios de comunicação. Particularmente não acredito que estar com sobrepeso possa manter uma boa saude ou favorecer a isso num futuro próximo, mesmo que se esteja em atividade física. Já publiquei sobre essas questões em artigos anteriores aqui no blog AQUI e AQUI. Mais um amplo estudo subsidia essa questão, como publicado a seguir:

Ser gordo e ativo não vai te salvar da Diabetes: Diz estudo
Ser fisicamente ativo não é suficiente se você quiser evitar a diabetes tipo 2.

Huffington Post Australia
Publicado em 06/09/2016

Ser fisicamente ativo pode não oferecer proteção contra o diabetes tipo 2, se você já estiver com sobrepeso, mostra nova pesquisa.
A pesquisa - a ser apresentado no Sax Institute's 45 and Up Study annual meeting em Sydney na terça-feira - descobriu que as pessoas que eram obesas, mas eram altamente ativas e passavam pouco tempo sentadas, tinham cinco vezes o risco de desenvolver o tipo 2 diabetes em comparação com as pessoas que estavam com peso normal
"Os resultados do nosso estudo são claros, se você quiser evitar o desenvolvimento de diabetes tipo 2, ser fisicamente ativo não é suficiente se você também estiver com sobrepeso ou obesidade," disse o pesquisador Binh Nguyen em um comunicado.

O impacto do custo total anual da diabetes na Austrália é estimado em US $ 14,6 bilhões, enquanto que globalmente, o diabetes foi responsável ​​por 5,1 milhões de mortes em 2013.

Nguyen conduziu o estudo com colegas da Universidade de Sydney da colaboração Prevention Research.

"Aqueles que estavam acima do peso e fisicamente ativos tinham o dobro do risco de desenvolver diabetes tipo 2 em relação com as pessoas que estavam com peso normal, e menos ativos. As chances de desenvolver diabetes tipo 2 foram ainda maiores entre as pessoas que estavam com sobrepeso ou obesos, e inativos," disse a Sra Nguyen.
Os pesquisadores investigaram os níveis de atividade física e tempo sentado em 29,572 homens e mulheres inscritos no Up Study 45, dos quais 611 desenvolveram diabetes tipo 2 ao longo de quase três anos.

Alguns dados em resumo:
· A diabetes é a doença crônica mais cresce na Austrália
· Cerca de 1,7 milhões de australianos têm diabetes
· Mais de 100.000 australianos desenvolveram diabetes apenas no ano passado.
· O impacto do custo total anual de diabetes na Austrália é estimado em $ 14,6 bilhões.
· Globalmente, o diabetes fooi responsáveis ​​por 5,1 milhões de mortes em 2013.

Tem havido considerável debate científico sobre se é possível ser metabolicamente saudável, mesmo com excesso de peso.
Prof. Emily Banks
A diretora científica do 45 and Up Study, professora Emily Banks, disse que os resultados demonstraram claramente o valor de ferramentas de pesquisa de Big Data como o 45 and Up Study na abordagem de controvérsias científicas, tais como a teoria "obeso e saudável" (fat and fit).
"Os dados nos informam que o excesso de peso ou obesidade continua sendo o principal fator no desenvolvimento de diabetes tipo 2 e mesmo que ser ativo seja importante, não é um cartão de "passe livre" para pessoas portadoras de excesso de peso. Manter um peso saudável através da adoção de comportamentos saudáveis de estilo de vida, incluindo uma dieta saudável, é a melhor maneira de prevenir a diabetes tipo 2".


A CEO do Sax Institute, professora Sally Redman disse que mais de 650 pesquisadores e formuladores de políticas de uma ampla gama de organizações tem usado o 45 and Up Study em seus trabalhos.
"A cada ano, os dados do estudo ficam mais rico e cresce em valor como um recurso nacional de pesquisa", disse ela.

Link do original
texto de Eoin Blackwell do Jornal Huffington Post Australia.


terça-feira, 6 de setembro de 2016

Alimentação cetogênica - uma abordagem para a esquizofrenia?

Uma nova pesquisa sugere uma dieta cetogênica, que é rico em gordura, mas muito baixa em hidratos de carbono, poderia tratar a esquizofrenia.

LCHF no tratamento de psicoses

Uma dieta cetogênica pode ajudar pacientes a controlar a Esquizofrenia: 
Como uma alimentação rica em gordura e com redução de carboidratos melhorar a saúde mental

Uma dieta especializada para perda de peso que favorece fisiculturistas poderia ser eficaz no tratamento da esquizofrenia, de acordo com pesquisa publicada na revista Schizophrenia Research.

Pesquisadores da James Cook University na Austrália descobriram que uma dieta cetogênica - rica em gordura, mas pobre em hidratos de carbono - ajudou a reduzir os comportamentos que se assemelham a esse distúrbio cerebral crônico em camundongos. Eles acreditam que esta dieta especial, que foi projetada pela primeira vez na década de 1920 para tratar a epilepsia até a introdução de medicamentos anti-convulsivos na década de 1940, pode fornecer fontes alternativas de energia através de corpos cetônicos, ou produtos de quebra de gordura. A ideia é que o cérebro usaria estas fontes alternativas, em vez dos "caminhos celulares de energia que apresentam um funcionamento anormal nos cérebros dos esquizofrênicos."

"A maior parte da energia de uma pessoa viria de gordura. Então a dieta consistiria de manteiga, queijo, salmão ...", disse o pesquisador Dr. Zolan Sarnyai num comunicado para a imprensa. "Inicialmente, seria usado além da medicação em um doente inserido num ambiente onde a dieta do paciente pode ser controlada."

Para o estudo, Sarnyai e sua equipe alimentaram ratos com uma dieta cetogênica durante três semanas e mensuraram a sua hiperatividade psicomotora e seu comportamento, bem como os seus défices de memória e reclusão social. Eles compararam estes resultados a um grupo de ratos controle que estava sendo alimentado com uma dieta normal, verificando que os ratos na dieta cetogênica pesavam menos e tinham níveis mais baixos de glicose no sangue do que os camundongos que serviram como controle.

A esquizofrenia é uma doença mental crônica que afeta cerca de 0,5 a 1 por cento da população mundial, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças. Os sintomas da doença incluem alucinações, delírios, retraimento social e comportamento imprevisível. Os medicamentos usados ​​para tratar esse incapacitante distúrbio cerebral pode levar ao ganho de peso, a efeitos adversos sobre a mobilidade do esquizofrênico, transtornos de movimentos e doença cardiovascular. Assim, estes resultados podem ser um grande passo em frente para aliviar estes efeitos colaterais nesses pacientes.

"É uma outra vantagem que essa dieta funciona contra o ganho de peso, problemas cardiovasculares e diabetes tipo dois, Vemos esses efeitos colaterais como comuns dos fármacos administrados para controlar a esquizofrenia", acrescentou Sarnyai.

Embora sejam necessários mais estudos utilizando outros modelos animais para confirmar suas descobertas, os pesquisadores explicam seus resultados até agora estão entre os primeiros a sugerir uma dieta cetogênica como ajuda a normalizar comportamentos patológicos em um modelo animal de esquizofrenia. Eles sugerem a dieta "pode exercer a sua influência benéfica através dos vários mecanismos acima para normalizar os processos patofisiológicos subjacentes" e tem o potencial de ser "rapidamente traduzidos para um modelo novo, seguro e eficaz de gestão" dessa desordem mental em seres humanos.

Fonte: Sarnyai Z et al. Ketogenic diet reverses behavioral abnormalities in an acute NMDA receptor hypofunction model of schizophrenia. Schizophrenia Research. 2015.

Artigo original: AQUI

www.medicaldaily.com 19/12/2015


(título original: Ketogenic Diet May Help Patients Manage Schizophrenia: How High Fat, Low Carb Foods Improve Mental Health)