domingo, 18 de novembro de 2018

Como evitar o alzheimer




Evitar a doença de Alzheimer poderia ser mais fácil do que você pensa

A ciência traz à luz a causa raiz dos problemas de memória.

Artigo de Georgia Ede

Você tem resistência à insulina?

Se você não sabe, não está sozinho. Essa talvez seja a pergunta mais importante que qualquer um de nós pode fazer sobre nossa saúde física e mental - mas a maioria dos pacientes, e até mesmo muitos médicos, não sabem como responder.
Nos EUA, a resistência à insulina atingiu proporções epidêmicas: mais da metade da população agora já é resistente à insulina. A resistência à insulina é uma condição hormonal que configura o corpo inteiro para um estágio de inflamação e sobrepeso, perturba o metabolismo normal do colesterol e da gordura e, gradualmente, destrói nossa capacidade de processar carboidratos.
A resistência à insulina nos coloca em alto risco para muitas doenças indesejáveis, incluindo obesidade, doenças cardíacas, câncer e diabetes tipo 2.
Mais assustadores ainda, os pesquisadores agora entendem que a resistência à insulina é a força motriz por trás da maioria dos casos de Doença de Alzheimer.
O que é resistência à insulina?
A insulina é um poderoso hormônio metabólico que orquestra como as células acessam e processam nutrientes vitais, incluindo o açúcar (glicose).
No corpo, uma das responsabilidades da insulina é destravar as células musculares e gordurosas para absorver a glicose da corrente sanguínea. Quando você come algo doce ou a base de amido isso faz com que sua glicose no sangue se eleve, o pâncreas libera insulina para levar o excesso de glicose para fora da corrente sanguínea e para dentro das células. Se o nível de glicose e de insulina no sangue aumentar muito, as células tentarão se proteger da superexposição aos poderosos efeitos da insulina, diminuindo sua resposta à insulina - elas se tornam “resistentes à insulina”. Em um esforço para superar essa resistência, o pâncreas libera mais insulina no sangue para tentar manter a glicose se movendo para o interior das células. Quanto mais os níveis de insulina aumentam, mais células resistentes à insulina se tornam. Com o tempo, esse ciclo vicioso pode levar a níveis glicêmicos persistentemente elevados ou diabetes tipo 2.
Resistência à insulina e o cérebro
No cérebro, é uma história diferente. O cérebro é um glutão de energia que exige um suprimento constante de glicose. A glicose pode deixar livremente a corrente sanguínea, atravessar a barreira hematoencefálica e entrar na maioria das células cerebrais - não é necessária insulina. Na verdade, o nível de glicose no líquido cefalorraquidiano em torno do cérebro é sempre cerca de 60% mais alto que o nível de glicose na corrente sanguínea - mesmo que você tenha resistência à insulina - então, quanto maior esse açúcar no sangue, maior esse açúcar no cérebro.
Não é o caso da insulina - quanto mais altos os níveis de insulina no sangue, mais difícil se torna a penetração da insulina no cérebro. Isso ocorre porque os receptores responsáveis ​​pela escolta da insulina através da barreira hematoencefálica podem se tornar resistentes à própria insulina, restringindo a quantidade de insulina permitida no cérebro. Embora a maioria das células cerebrais não precise de insulina para absorver glicose, elas precisam de insulina para processar a glicose. As células devem ter acesso a insulina adequada ou não podem transformar a glicose em componentes celulares vitais e na energia que precisam para prosperar.
Apesar de nadar em um mar de glicose, as células cerebrais em pessoas com resistência à insulina literalmente começam a morrer de fome .

Resistência à insulina e memória

Quais células cerebrais vão primeiro? O hipocampo é o centro de memória do cérebro. As células do hipocampo necessitam de tanta energia para realizar seu importante trabalho, que muitas vezes precisam de reforços extras de glicose. Embora a insulina não seja necessária para fornecer uma quantidade normal de glicose no hipocampo, esses surtos especiais de glicose requerem insulina, tornando o hipocampo particularmente sensível aos déficits de insulina. Isso explica porque o declínio da memória é um dos primeiros sinais da doença de Alzheimer, apesar do fato de que a doença de Alzheimer eventualmente deteriorar todo o cérebro.
Sem insulina adequada, o hipocampo vulnerável luta para registrar novas memórias e, com o tempo, começa a murchar e a morrer. No momento em que uma pessoa percebe sintomas de “Prejuízo Cognitivo Leve” (pré-Alzheimer), o hipocampo já encolheu mais de 10%.

Doença de Alzheimer é a Diabetes Tipo 3
 As principais características da doença de Alzheimer - emaranhados neurofibrilares, placas amilóides e atrofia das células cerebrais - podem ser explicadas pela resistência à insulina. Um percentual desconcertante de 80% das pessoas com doença de Alzheimer tem resistência à insulina ou diabetes tipo 2 já constatados. A conexão entre a resistência à insulina e a Doença de Alzheimer está agora tão firmemente estabelecida que os cientistas começaram a se referir à doença de Alzheimer como “Diabetes Tipo 3”.
Isso não significa que o diabetes cause a doença de Alzheimer - a demência pode atacar mesmo que você não tenha diabetes. É mais correto pensar assim: A resistência à insulina do corpo é diabetes tipo 2; resistência à insulina do cérebro é o diabetes tipo 3. São duas doenças separadas causadas pelo mesmo problema subjacente: resistência à insulina.

Você já está no caminho para a doença de Alzheimer?
Você pode se surpreender ao saber que a doença de Alzheimer começa muito antes de qualquer sintoma aparecer.
O problema do processamento da glicose cerebral causado pela resistência à insulina é chamado de “hipometabolismo da glicose”. Isso simplesmente significa que as células cerebrais não têm insulina suficiente para queimar a glicose a plena capacidade. Quanto mais resistente a insulina você se torna, mais lento fica o metabolismo da glicose no cérebro. O hipometabolismo da glicose é um marcador precoce do risco de doença de Alzheimer, que pode ser visualizado com estudos especiais de imagens cerebrais, chamados exames PET. Usando esta tecnologia para estudar pessoas de diferentes idades, os pesquisadores descobriram que a doença de Alzheimer é precedida por décadas de agravamento gradual do hipometabolismo da glicose.
O metabolismo da glicose no cérebro pode ser reduzido em até 25% antes que qualquer problema de memória se torne óbvio. Sendo uma psiquiatra especializada (a autora desse artigo) no tratamento de estudantes universitários, acho incrivelmente perturbador que os cientistas tenham encontrado evidências de hipometabolismo da glicose mesmo no cérebro de mulheres de 24 anos.

Verdadeira esperança para o seu futuro
Costumávamos nos sentir impotentes diante da doença de Alzheimer porque nos disseram que todos os principais fatores de risco para essa doença devastadora estavam além do nosso controle: idade, genética e história familiar. Nós estávamos na mira de um insano atirador, vivendo com medo do pior - até agora.
A má notícia é que a resistência à insulina se tornou tão comum que as chances são de que você já a tenha desenvolvido em algum grau.
A boa notícia é que a resistência à insulina é um importante fator de risco para a doença de Alzheimer que você pode fazer alguma coisa.
Comer muitos daqueles carboidratos errados e/ou com muita frequência é o que faz com que a glicose e os níveis de insulina no sangue se elevem, colocando-nos em alto risco de resistência à insulina e à doença de Alzheimer. Nossos corpos evoluíram para lidar com fontes alimentares integrais de carboidratos, como maçãs e batatas-doces, mas eles simplesmente não estão equipados para lidar com carboidratos refinados modernos, como farinha e açúcar. Simplificando, carboidratos refinados causam danos cerebrais.
Você não pode fazer nada quanto aos seus genes ou ou a idade que já você tem - mas certamente pode mudar o modo de comer. Não se trata de comer menos gordura, menos carne, mais fibras ou mais frutas e vegetais. Mudar a quantidade e o tipo de carboidrato que você come é onde o prêmio da loteria está.

Três passos que você pode tomar agora para minimizar o risco de doença de Alzheimer:

1. Descubra como você é resistente à insulina.
 Seu médico pode estimar onde você está no espectro de resistência à insulina usando testes de sangue simples, como glicose, insulina, triglicérides e níveis de colesterol HDL, em combinação com outras informações, como medição da cintura e pressão arterial. (Esse arquivo da autora em PDF para download de exames com valores saudáveis ​​para o interessado em conversar com seu médico e uma fórmula simples que você pode usar para calcular sua própria resistência à insulina).

2. Evite carboidratos refinados como um veneno, começando agora.
Mesmo se você ainda não tem resistência à insulina, você permanece com alto risco de desenvolvê-lo até que você elimine os hidratos de carbono refinados, como rosquinhas, sucos de frutas e barras de cereais. (Para definições claras e uma lista de alimentos refinados para evitar, clique aqui.)

3. Se você tem resistência à insulina, observe a ingestão de carboidratos.
Infelizmente, as pessoas com resistência à insulina precisam ter cuidado com todos os carboidratos, não apenas os refinados. Substitua a maioria dos carboidratos no seu prato por gorduras e proteínas saudáveis ​​e deliciosas para proteger o seu sistema de sinalização da insulina.
Você pode exercer um tremendo poder sobre a resistência à insulina - e seu futuro intelectual - simplesmente mudando a maneira de comer. Testes laboratoriais para resistência à insulina respondem surpreendentemente rapidamente a mudanças na dieta - muitas pessoas observam melhorias dramáticas em seus níveis de glicose no sangue, insulina e triglicerídeos em apenas algumas semanas. 
Se você já tem alguns problemas de memória e acha que é tarde demais para fazer algo sobre isso, pense novamente! Este estudo de 2012 mostrou que uma dieta reduzida em carboidratos e com alto teor de gordura melhorou a memória em pessoas com “Prejuízo Cognitivo Leve” (Doença de Pre-Alzheimer) em apenas seis semanas.

Sim, é difícil remover os carboidratos refinados da dieta - eles são viciantes, baratos, convenientes e deliciosos - mas você pode fazê-lo. É principalmente sua dieta, não seu DNA, que controla seu destino. Você não precisa ficar passivo sentado esperando para ver se a Doença de Alzheimer acontece com você. Armado com essa informação, você pode se tornar proativo, se cuidando, ostentando um grande e bonito hipocampo que consegue manter cada um de seus feitos como uma lembrança pelo resto de sua vida.


LINK do original AQUI

Obs.: no artigo original tem um infográfico em inglês com sugestões de estratégias de cuidados alimentares.

6 comentários:

  1. Olá Dr José Carlos

    Gostaria das suas considerações sobre uma serie de 12 vídeos do Dr Eric Slywitch que em resumo informa que seriam as GORDURAS e não
    os CARBOIDRATOS que causam o aumento da INSULINA sendo as GORDURAS indutoras da produção do TNF alfa, um dos marcadores da inflamação,
    que bloqueia o carregamento da Glicose nos músculos e células de gorduras aumentando ainda mais a INSULINA.

    https://www.youtube.com/watch?v=VN-0XQ6f2Dg&list=PLmulv0_6s7yGeYpva3e-FrBSP215kGoBX

    Aguardo os seus comentários
    Paulo Barboza

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    1. Prezado Paulo! Não posso tecer considerações sobre percepções filtradas pelo viés vegano/vegetariano. Mas insinuar que alimentos (como os carboidratos) que tem impacto glicêmico (basta fazer uma curva glicêmica/insulínica para confirmar) não estimulem ao aumento da insulina é quase como insinuar que a Terra é plana... De qualquer forma não tenho interesse em participar de polemicas que possivelmente não vão auxiliar as pessoas a terem mais qualidade de vida. Aliás sobre o Alzheimer, lhe convido a ler o livro: https://www.amazon.com/Alzheimers-Antidote-Low-Carb-High-Fat-Cognitive/dp/1603587098, ou em português https://www.saraiva.com.br/o-fim-do-alzheimer-o-primeiro-programa-para-prevenir-e-reverter-o-declinio-cognitivo-10183891.html?pac_id=136793&gclid=Cj0KCQiA7IDiBRCLARIsABIPohhb_rvlrCUS0zwb10vQAHvAuMztlgGSsG1FhSq8b84DrBJ520aplYYaAus-EALw_wcB. Grande abraço e obrigado por sua participação!

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  2. Olá Dr José Carlos. Obrigado por sua respostas e pela indicação do livro o Fim do Alzheimer. Aliás primoroso o artigo acima "COMO EVITAR O ALZHEIMER ". Eu estou convencido que os carboidratos refinados, amido e açúcares são as CAUSAS das principais doenças degenerativas senão todas. Sempre que posso compartilho este artigo com todos os meus queridos parentes, amigos, etc. Faço a dieta low carb/musculação/Corrida/HIIT/JI,etc e não como mais nenhum carboidrato refinado, amido e principalmente os Açúcares naturais ou químicos a mais de 02 anos. Parabéns pelo seu site que muito tem me contribuido na mudança do meu estilo de vida junto com o Dr Uronal Zancan e Dr José Carlos Souto. Abraços. Paulo Barboza

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  3. Gostei ,mas gostaria de poder desenvolver um cardápio pois tenho diabetes melitus tipo Il , estou esquentando muito ,

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