Cozinhar com óleos vegetais
libera substâncias químicas tóxicas que causam câncer, dizem os especialistas
Os cientistas alertam contra os perigos da fritura
de alimentos em óleo de girassol e óleo de milho pelas referências de que eles produzem
substâncias químicas tóxicas ligadas ao câncer.
Publicado em 07/11/2015
Cozinhar com óleos vegetais libera
produtos químicos tóxicos ligados ao câncer e outras doenças, de acordo com renomados cientistas,
que agora estão recomendando que os alimentos sejam fritos em azeite de oliva,
óleo de coco, manteiga ou banha de porco mesmo.
Os resultados de uma série de
experimentos ameaçam mudar em sua cabeça aquele (tradicional) conselho oficial
de que os óleos ricos em gorduras poliinsaturadas - tais como óleo de milho e
óleo de girassol - são melhores para a saúde do que as gorduras saturadas de
produtos de origem animal.
Os cientistas descobriram que o
aquecimento de óleos vegetais leva à liberação de altas concentrações de
produtos químicos chamados aldeídos, os quais têm sido associados a doenças, que
incluem o câncer, doenças cardíacas e a demência.
![]() |
CONCENTRAÇÃO TÓXICA DE ALDEÍDO POR LITRO DE ÓLEO AQUCEIDO À 180º C Da esquerda para direita: Coco, Manteiga, Azeite, Milho e Girassol |
Martin Grootveld, um
professor de química bio-analítica e patologia química, disse que sua pesquisa
mostrou que "uma refeição típica de peixe e batatas fritas", feita em
óleo vegetal, continha tanto quanto 100
a 200 vezes mais aldeídos tóxicos do que o limite diário seguro definido pelo a
Organização Mundial de Saúde.
Em contraste, nos testes onde se aquecia
na manteiga, no azeite e na banha houve a produção de níveis muito mais baixos
de aldeídos. O óleo de coco
produziu os mais baixos níveis de substâncias químicas nocivas.
Preocupações
sobre produtos químicos tóxicos em óleos aquecidos são apoiados por outras pesquisas
de um professor da Universidade de Oxford, que afirma que os ácidos graxos em
óleos vegetais contribuem para outros problemas de saúde.
O professor
John Stein, professor emérito de Oxford de neurociência, disse que, em parte
como resultado do uso de óleos de milho e girassol, "o cérebro humano está
mudando de uma maneira que é tão grave como as alterações climáticas ameaçam
ser".
Uma vez que os óleos vegetais são ricos
em ácidos graxos ômega 6, eles estão contribuindo para uma redução dos ácidos
graxos ômega 3 críticos para o cérebro, e os substituindo, entende o professor.
"Se você
comer óleo de girassol ou óleo de milho demais, o cérebro estará absorvendo
muito ômega 6, o que obriga efetivamente a dispensar ômega 3", disse o
professor Stein. "Eu
acredito que a falta de ômega 3 é um poderoso fator que contribui para
problemas como os crescentes problemas de saúde mental e outros problemas como
a dislexia."
Ele disse que o óleo de girassol e óleo
de milho foram agora banidos de sua própria cozinha, substituídos por azeite de
oliva e manteiga.
A recomendação
(oficial) do NHS (Serviço Nacional de Saúde Inglês) é substituir
"alimentos ricos em gordura saturada com versões mais baixos de
gordura" e adverte contra fritura de alimentos na manteiga ou banha de
porco, recomendando em seu lugar o emprego de óleo de milho, óleo de girassol e
óleo de colza (canola). As
gorduras saturadas elevariam os níveis de colesterol, aumentando o risco de
doença cardíaca.
Mas o professor Grootveld, da
Universidade De Montfort, em Leicester, que realizou uma série de experimentos,
disse: "Durante décadas, as autoridades vêm alertando o quão ruim manteiga
e banha de porco eram. Mas temos verificado
que a manteiga é muito, muito boa para fritar tanto quanto é a banha.
"As
pessoas têm vindo nos convencer como os ácidos graxos poliinsaturados dos óleos
de milho e do óleo de girassol são saudáveis. Mas quando você começar a utilizá-los,
submetendo-os a grandes quantidades de energia na frigideira ou no forno, eles
passam por uma complexa série de reações químicas que resultam no acúmulo de
grandes quantidades de compostos tóxicos. "
Os resultados
estão contidos em documentos de pesquisa. A
equipe do professor Grootveld mediu os níveis de "aldeídos produtos
da oxidação lipídica" (POLs), produzidos quando os óleos foram aquecidos a
temperaturas variadas. Os testes
sugeriram que o óleo de coco produz os mais baixos níveis de aldeídos, e três
vezes mais aldeídos foram produzidos quando se aquecia os óleos de milho e de
girassol em relação à manteiga.
A equipe concluiu em um documento no
ano passado: "A solução mais óbvia contra a geração de POLs em óleos
culinários durante a fritura é evitar consumir alimentos fritos em PUFA [ácidos
graxos poliinsaturados] ricos nesses óleos, tanto quanto possível."
O Prof
Grootveld disse: "Este grande problema tem recebido pouca ou limitada atenção
pela indústria de alimentos e pelos pesquisadores de saúde." As evidências
dos altos níveis de toxicidade dos óleos sob aquecimento estão disponíveis há
muitos anos, afirmou.
As preocupações
de saúde relacionados com o subprodutos tóxicos incluem doenças cardíacas; câncer; malformações durante a gravidez; inflamação; risco de úlceras e um
aumento na pressão sanguínea.
Ele disse que
os óleos quando "completamente puros [e] autênticos ... não oferecem
riscos à saúde humana", mas que "POLs decorrentes do uso frequente e
comum de gorduras poliinsaturadas" nas frituras "certamente é
arriscado".
A Saúde Pública da Inglaterra diz que as gorduras
saturadas, incluindo manteiga e óleo de coco "podem ser consumidos
ocasionalmente, em pequenas quantidades, como parte de uma dieta saudável e equilibrada".