quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Comer pela fome e não pelo relógio!



Um segredo para saúde: comer quando sentimos fome

Como três refeições por dia se transformaram numa regra, e porque ao invés disso nós deveríamos comer quando ficamos famintos 

Reportagem do Medical Daily: How 3 Meals A Day Became The Rule, And Why We Should Be Eating Whenever We Get Hungry Instead, por Samantha Olson

Ouça o seu estômago e não o tique-taque do relógio, porque foi com essa periodicidade nos hábitos alimentares ancestrais que os seres humanos evoluíram. Os horários das refeições são programados em torno do típico dia de trabalho de 9 até 17 horas, e os primeiros agendamentos, horários de reuniões familiares e eventos como casamentos - tudo girava em torno disso. Os seres humanos podem realmente seguir essa rotina mais do que qualquer outro ser vivo, mas o apetite não tem hora precisa. Na verdade, é absolutamente não natural comer quando somos determinados para isso.

Como se constata, comer três refeições por dia foi provindo de colonos europeus, e isso se tornou numa rotina normal, e acabou sendo o padrão alimentar do Novo Mundo. Os nativos americanos costumavam, na verdade, comer sempre que sentiam desejo de se alimentar, em vez de cumprir o que o relógio mostrava pela manhã, meio-dia, ou a noite. Depois da revolução industrial, as pessoas começaram a transformar uma refeição ao meio-dia em um rígido horário de almoço, e a refeição depois do trabalho se transformou no jantar, um espaço reservado para a próxima alimentação.

"O horário de alimentação das tribos nativas era menos rígida ... os europeus tomaram isso como 'provas de que os nativos eram incivilizados‘", foi o que Abigail Carroll, autora do livro Three Squares: a invenção da refeição americana, disse para National Review, "As pessoas civilizadas comem apropriada e regularmente sua refeição, diferenciando-se assim do (resto) do reino animal, onde pastagem é a norma ".

O café da manhã, por exemplo, é aclamado como a chave para a perda de peso, mas na verdade, as refeições foram baseadas em conveniência e ritualismo. O próprio comportamento alimentar de uma pessoa é um dos maiores determinantes da sua saúde, e os pesquisadores da Universidade de Cornell disseram que é melhor evitar ficar sem comer por mais de três a quatro horas.

Uma pesquisa recente publicada no The American Journal of Clinical Nutrition, diz que na verdade, comer o desjejum não determina quantas calorias você vai comer no resto do dia, mas sim, quantas calorias você vai queimar. Ele ajuda a queimar calorias mais rápido, uma vez que vai se ficando mais ativo, mas tem pouco efeito calórico. Ele ainda pode ser a refeição mais importante do dia, mas não porque ele leva a uma menor saciedade ao longo do dia.

Uma das recomendações mais recentes para a perda de peso é o jejum intermitente, e isso realmente se rebela contra pesquisas que lhe dizem para comer quando você está com fome ou ter seis refeições por dia. Ignorar sua pausa para almoço ou passar o dia inteiro sem nenhuma caloria pode não ser apenas uma recomendação para a perda de peso, mas também um truque para uma vida mais longa. A redução do consumo de calorias entre 30 a 40 por cento pode estender o tempo de vida de uma pessoa em um terço ou mais, como muitos estudos em animais mostraram, fazendo com que o cérebro fique resistente às toxinas que causam danos celulares.


Comer com constância não permite o corpo experimentar o modo de inanição, ou mesmo sentir a fome necessária. Os colonizadores europeus mudaram as exigências biológicas de comer e as transformou em uma farsa de comer forçosamente. Ignorar essa rotina feita pelo homem e seguir seu próprio apetite é o melhor para uma vida mais saudável, como já era o que faziam os nativos americanos.

Link do original AQUI

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Dieta paleolítica em pesquisa de teste prático

Vantagens da dieta paleolítica em teste



A seguir um resumo de pesquisa holandesa que tratou de fazer um teste objetivo, (curto é verdade, pois foi de duas semanas) sobre as reais vantagens de uma alimentação paleolítica para pessoas portadoras de transtornos clínicos que compõe o leque de sinais e sintomas da síndrome metabólica. O resultado foi favorável em itens relevantes. Afinal, é nítido que se alcança vários resultados positivos, em diferentes aspectos, com praticamente todas as pessoas com quadros similares ao da pesquisa, e que conseguem realmente aderir às diretrizes alimentares, como base terapêutica, mas ainda são poucas as publicações que expõe resultados quantificados.



Resumo
Proposição: O principal objetivo deste estudo piloto, duplo-cego randomizado controlado foi avaliar se,
independente da perda de peso, uma dieta de tipo Palaeolítica altera as características da síndrome metabólica. Em seguida, foram analisadas as variáveis ​​dos resultados que possam tornar-se favoravelmente influenciados por uma dieta tipo paleolítica e que pudessem fornecer novos insights nos mecanismos fisiopatológicos subjacentes à síndrome metabólica. Além disso, mais informações sobre a viabilidade e a concepção de um programa de pesquisa inovador dietético com base em uma dieta do tipo paleolítica foi obtido.

Métodos: Trinta e quatro indivíduos, com pelo menos duas características da síndrome metabólica, foram randomizados para duas semanas para uma dieta tipo Paleolítica (n = 18) ou uma dieta saudável isoenergética de referência, com base nas diretrizes da Conselho de Saúde Holandesa (n = 14). Trinta e dois sujeitos completaram o estudo. Foram tomadas medidas para manter o peso corporal estável. Marcadores  primários como tolerância oral à glicose e características da síndrome metabólica (circunferência abdominal, a pressão arterial, glicose, lípidos) foram medidos. Marcadores secundários foram a permeabilidade intestinal, a inflamação e cortisol salivar. Os dados foram coletados no início e após a intervenção.

Resultados: Foram os homens de 53,5 (DP  9.7) anos de idade (n = 9) e mulheres (n = 25), com IMC médio de 31,8 (DP 5.7) kg / m2.
A dieta tipo paleolítico resultou em menor pressão arterial sistólica (-9,1 mmHg; P = 0,015), menor pressão arterial diastólica (-5,2 MmHg; P = 0,038), maior redução de colesterol total (-0,52 mmol / l; P = 0,037), e de triglicérides (-0,89 mmol / l; P = 0,001) e maior taxa de colesterol-HDL (0,15 mmol / L; P = 0,013), em comparação com a referência. O número de características da síndrome metabólica diminuiu em 1,07 (P = 0,010) sob a dieta tipo paleolítica, em comparação com a referência. Apesar dos esforços para manter estável o peso corporal, ele diminuiu no grupo Paleolítico em comparação com referência (-1.32 kg; P = 0,012).
No entanto, os efeitos favoráveis ​​permaneceram após os ajustes pós-hoc para esta perda de peso não intencional. Não foram observados mudanças na permeabilidade do intestino, (marcadores de )inflamação e no cortisol salivar. 

A tabela de diferenças entre os componentes nutricionais pode ser vista nesse gráfico AQUI (inglês)

Conclusões: Conclui-se que o consumo de uma dieta tipo paleolítica para duas semanas melhorou vários fatores de risco cardiovasculares, em comparação com uma dieta saudável de referência para indivíduos com a síndroma metabólica.



A pesquisa foi publicada em outubro de 2014, e está full nesse link: AQUI
Observação: estudo holandês.


sábado, 10 de outubro de 2015

Leite, queijo e saúde: o sucesso holandês!



Beba leite e fique mais alto: a incrível questão holandesa!


Os holandeses bebem muito leite, comem bastante queijo, e também é do povos mais altos do mundo. Poderia haver uma conexão? O autor de um novo livro sobre a Holanda, Ben Coates, explica como os holandeses tornaram-se não só vorazes, mas também em exigentes consumidores de queijo.
No início deste ano, um museu em Amsterdã foi cena de um crime terrível. Fazendo suas rondas no final de um dia agitado, os vigilantes ficaram horrorizados ao descobrir que uma de suas exposições mais apreciadas - um pequeno objeto brilhante com 220 diamantes - estava faltando. Um vídeo de segurança mostrou dois homens jovens com bonés de beisebol perto da vitrine, mas a polícia não tinha outros indícios potenciais. A fatia de queijo mais cara do mundo tinha ido embora.
Em alguns países, um roubo no museu nacional do queijo poderia soar como um animado enredo de um filme infanto-juvenil. Nos Países Baixos, no entanto, o queijo é um negócio sério. Para os holandeses, queijos, leite, iogurtes e outros produtos lácteos não são apenas alimentos básicos, mas símbolos nacionais, e  a base de uma importante indústria de exportação.
O amor holandês para todos os produtos lácteos é em grande parte consequência de sua geografia única. Quatrocentos anos atrás, grande parte do país estava sob a água, e grande parte do restante era uma zona pantanosa. "A nádega do mundo", foi como um visitante do século XVII descreveu, "cheio de veias e sangue, mas sem ossos". Ao longo dos próximos séculos, porém, os holandeses embarcaram em um projeto extraordinário para reconstruir o seu país. Milhares de canais foram escavados, e turfeiras foram drenadas por centenas de moinhos de vento de bombeamento de água.
Em algumas das novas terras foram feitas construções, mas grandes áreas também foram alocadas para ajudar a alimentar a crescente população de cidades como Amesterdan. O solo sedimentoso recuperado se provou perfeito para o cultivo farto, de uma grama úmida, e essa grama, por sua vez se fez alimento perfeito para vacas. Milhares de criaturas logo estavam pastando feliz na terra recuperada. A raça mais popular do país - a Frisia preto e branca - tornou-se mundialmente famosa (se trata de vacas Holstein-Frísia, ou simplesmente Vaca Holandesa, friesian cattle). Chegou ao ponto, de que uma friesian chamada Pauline Wayne viveu mesmo na Casa Branca, fornecendo leite fresco para o presidente William Howard Taft e deu "entrevistas" pessoais para o Washington Post.
Nos Países Baixos, o leite tornou-se uma bebida popular em uma época em que a água potável estava em falta. Tudo que não era bebido seria batido para ser manteiga ou queijos, muitas vezes, nomeados pelas cidades onde eles foram negociados, como Gouda (pronuncia-se, para a confusão dos amantes do queijo-amantes em todo o mundo, "How-da"). Provando sua importância, pilhas de couros de vaca foram usadas como fundações de edifícios em Amsterdam: as vacas pastavam na terra recuperada fornecendo as bases para posterior recuperação. Até o século 20, os holandeses tinham a cabeça assentada sobre seu amor com a vaca.
Hoje, a afeição do país para todas as coisas bovina continua. A Holanda tem agora mais de 1,6 milhões de vacas leiteiras - aproximadamente tantas como a Bélgica, a Dinamarca e a Suécia combinadas. (O Reino Unido tem um pouco mais, mas tem aproximadamente seis vezes seu tamanho). O gado holandês produz mais de 12 milhões de toneladas de leite por ano e cerca de 800.000 toneladas de queijo - mais do que o dobro do que no Reino Unido.
Os produtores de leite, muitas vezes adornam suas embalagens com fotos de dóceis vacas que pastam em meio a botões de flores de ranúnculo (também chamada de buttercup, ou copo de manteiga, NT), vigiado por velhos e corados agricultores. Na verdade, embora a Holanda ainda tenha muitas pequenas explorações, a indústria está agora dominada por algumas grandes fábricas de lacticínios como a Friesland Campina. Duas pequenas empresas de manteiga holandesa, que se fundiram e começaram a produzir margarina, ajudou a dar origem a uma das maiores empresas do mundo - Unilever.
De acordo com a associação de laticínios ZuivelNL, cerca de 18.000 produtoras leiteiras Holandesas suportam atualmente 60.000 postos de trabalho em todo o país. Quase € 7 bilhões (£ 5,1 bilhões) de produtos lácteos são exportados a cada ano, para países tão distantes como a China, Nigéria e Arábia Saudita. Com a economia holandesa sendo muito prejudicada nos últimos anos, a humilde vaca leiteira encontra-se agora assumindo um encargo improvável, sendo uma das grandes feras que mantém a economia holandesa “longe da lona”.
As exportações de produtos lácteos holandeses pode ser ainda maior se não fosse o fato de que os holandeses fazem uso de muito dos laticínios para consumo próprio. Para os holandeses, leite e queijo são elementares, uma parte essencial do rancho semanal tanto como o arroz é para um comprador chinês ou os saquinhos de chá são para um inglês. Se afirma que cerca de um sexto da média da conta de compras em alimentos pelo holandês vai em produtos lácteos. Em um ano típico, um “Dutch” típico consome mais de 25% em produtos à base de leite do que os seus semelhantes britânicos, americanos ou alemães.
A cozinha holandesa não é especialmente renomada internacionalmente. Os pratos populares tendem a depender fortemente de produtos simples, da terra, como couve e batatas. O queijo, porém, é uma grande exceção, um gênero alimentício, que pode transformar até mesmo o holandês mais humilde em um gourmand exigente. Mercados em toda a Holanda vendem uma surpreendente gama de diferentes tamanhos, idades e sabores, desde o Maasdammer com seus buracos em estilo suíço, a roda de tamanho de carroça do Komijnekaas salpicado com sementes de cominho. Talvez o mais famoso seja o Edams esférico, revestidos de cera para ajudar a reter a umidade e que são empilhados em mercados como balas de canhão. Na década de 1840, um navio de guerra uruguaio supostamente usou até mesmo alguns queijos holandeses como balas de canhão - quebrando o mastro principal e rasgando as velas de um rival argentino.
Na Holanda de hoje, uma pilha de cubos de queijo compõe um lanchinho popular, e não há nada mais provável do que ver um holandês lambendo os lábios com um prato de queijo kaasplankje. Mas queijo também faz um popular desejum. O cereal não é tão popular como no resto da Europa, e os trens da manhã são repletos de viajantes que comem sanduíches caseiros com pão e queijo de café da manhã, muitas vezes com leite ou iogurte pendurados. Diz a lenda urbana diz que um executivo rico que reclamou para a KLM (a companhia aérea nacional) sobre a comida fornecida na classe executiva. Não houve necessidade de toda a requintada comida quente e a champanhe, disse ele. Um saboroso sanduíche com queijo e um copo de leite faria muito bem.
Alguém poderia pensar que uma dieta basicamente láctea seria ruim para as cinturas, mas na verdade os holandeses têm crescido principalmente na direção oposta. Em meados de 1800, o holandês médio tinha cerca de 5 pés e 4 polegadas de altura (1m 63 centímetros) – 3 in (7,5 centímetros) mais curto do que um americano médio. Passados 150 anos com tanto escárnio ao leite e queijo, para no entanto, os holandeses ultrapassaram os americanos e todos os outros. Nos dias de hoje, o holandês médio tem mais de 6 pés de altura (1m 83 centímetros), e a mulher holandesa média, cerca de 5 pés 7in (1m 70 centímetros). Os holandeses passaram das pessoas mais baixas da Europa para serem as mais altas do mundo
Os cientistas continuam a debater as causas deste surto de crescimento - a melhoria da nutrição, democratização da riqueza, os fatores genéticos e a seleção natural dos homens altos – todos fatores que tem um papel nesse processo. Mas uma pista importante é o fato de que crescer em altura parece ser contagioso: os imigrantes que se mudam para a Holanda geralmente acabam mais altos do que as pessoas que permanecem em seus países de origem. Portanto, é perfeitamente possível que o vício leiteiro holandês desempenhou um papel importante em transformar um dos lugares mais planos do mundo, em uma terra de gigantes.
Nos últimos anos, os produtores de leite de toda a Europa têm ficado em tempos difíceis. As exportações para a Rússia, um mercado considerável para o queijo holandês, entrou em colapso no ano passado durante o conflito na Criméia. Este ano, a abolição das quotas de produção de leite da UE tem forçado a queda dos preços do leite em cerca de 20% em algumas partes do continente. Para a maioria dos holandeses, porém, o seu amor pela lactose é tão forte como nunca. O leite continua sendo uma das bebidas favoritas da nação, e queijo uma religião nacional.
A fatia com diamante que foi roubada do museu do queijo infelizmente foi encontrada. Em desespero, a empresa que a fez e era proprietária, Boska, ofereceu uma recompensa que espera venha a atrair o interesse de seus compatriotas. Qualquer pessoa que encontrar a peça pode reivindicar o maior fondue de queijo do mundo.
Ben Coates é o autor de “Por que os holandeses são diferentes: Uma Viagem ao Coração escondido dos Países Baixos”.

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É apenas o queijo?

A altura do povo holandês tem intrigado cientistas por muitos anos - tem sido sugerido que o surto de crescimento holandês também poderia ser-se à genética, uma melhor assistência médica e seleção natural, como Jane O'Brien descobriu em uma viagem para a Holanda.

LINK original AQUI

Destruição e corrupção da natureza de seres vivos: a agricultura


Porque a agricultura é uma agressão à natureza



O vídeo acima é um trecho do excelente documentário da BBC, Time Machine. Faz muito tempo que fiz o download dos três episódios, que foram exibidos em 2004. Nos primeiros anos do século XXI não era muito fácil se conseguir material dessa qualidade; as vezes um mísero download durava uma noite inteira. E ainda tinha o problema das legendas. Essa vinha em português Pt-Pt (Portugal). Assim era necessário editar o arquivo srt. Realmente era bem trabalhoso.
Hoje a gente procura e está tudo no youtube.
Essa parte do documentário mostra, embora não fosse o objetivo, com bastante clareza - mas sem a histeria que certos argumentadores utilizam para dizer coisas semelhantes mas de forma capciosa - como a agricultura afeta o ambiente e a personalidade de alguns "produtos alimentares".
A agricultura é devastadora para a natureza, implacável com sua transformação ambiental, eficiente máquina de morte para incontáveis espécies de seres vivos, de modo direto e indireto. E sob uma perspectiva "gentil" pode ser criadora de deformidades na personalidade original de seres vivos, que perdem "seus direitos e particularidades" em favor da espécie humana, como no exemplo dos tomates.
Claro que podemos, digamos, transpor esse tipo de corrupção, se isso for aplicável a todos os seres vivos que a humanidade usa para se alimentar. Ou vale para todos, ou não vale para nenhum.
Aqui no blog já publiquei uma valiosa análise de Jared Diamond - O Pior engano da humanidade (LINK).
Sabemos bem que a roda da vida é um tópico que se presta para visões fundamentalistas que impedem uma compreensão não antropocêntrica. Por isso na maioria das vezes a argumentação é infrutífera, e da qual, particularmente jamais procuro participar.
Estamos num momento interessante de re-descoberta de premissas em alimentação que podem ser bem simples. Num mundo real comer é uma disponibilidade ecológica - uma relação permanente de interação com fontes de sobrevivência que vem sendo fornecidas/caçadas/apanhadas de acordo com uma longa experiência anterior. Não há necessidade absoluta de novas criações, de neologismos nutricionais. Cada espécie sabe do que precisa se alimentar desde sempre.
Assim, quando alguém me pergunta o que comer, em primeiro lugar digo para comer comida real, true food. Um conceito simples e penso que dispensa maiores questionamentos. Sabemos que para nenhum ser humano em ambientes primordiais ao tomar um certo alimento, que ancestralmente lhe foi informado como fonte genuína de nutrição, será necessário aquela demonstração (insuportável) de brilhante intelectualidade: "ingiro porque tem a vitamina TF  ou o mineral KH!"
Não faltam genialidades nas explicações de demandas que ninguém tinha no início do século XX, e antes disso. Embalagens, rótulos, empresas... É possível que precisemos de explicações sofisticadas para tomar água quando temos sede?
A agricultura nos acompanhará até nosso final, como já ocorreu com tantas civilizações prévias a nossa e que sumiram, algumas sem deixar descendentes. Mas nem todos os humanos foram condenados, como bem documentou o mesmo Jared Diamond no seu fabuloso livro Colapso, (artigo nesse LINK)
Ok! Estamos num momento onde é interessante se alimentar com redução em carboidratos. Inquestionavelmente é valioso. Isso se deve ao elevado numero de pessoas com algum sinal ou sintoma de síndrome metabólica. Quando tínhamos visto tanta gente com gordura no fígado? E o sobrepeso. E alterações no  perfil de lipídios, insulina e glicose no sangue?
Então True Food, Low Carb! E sem dúvida HiFat.
Sem dúvida uma alimentação com menos carboidratos afeta positivamente a maioria das pessoas que buscam esse tipo de cuidado na esfera de seus cuidados com a saúde. Esse blog já listou inúmeros subsídios científicos qualificados. Na verdade há inúmeros desses subsídios na esfera low-carb/paleo.
Mas há alguma peça faltando na compreensão do todo...
E talvez a maioria das pessoas não tenha entendido de porque estamos numa espécie de guerra a respeito de coisas meio óbvias.
Viver, existir, deve ser duro para a maioria de nós! Mas se a maioria da população usa medicamentos, de acordo com estatísticas oficiais, realmente ficar saudável é difícil. Isso é um enigma indecifrável ou uma confusão proposital? Quem sabe?
Coma comida de verdade, de acordo com as antigas potencialidades de seu ambiente (se possível)  e próximo daquela que seus antepassados comiam. A chance de acerto é muito grande! E deve ser um excelente ponto de partida. Não precisamos reinventar a roda! Ela só pode ficar quadrada...

Abaixo um trecho bem a propósito do filme Avatar.


Bom feriado! 



segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Quando água demais é perigoso



BEBER ÁGUA DEMAIS PODE SER PERIGOSO


Beber bastante água é essencial para o corpo humano funcionar, mas beber demais pode ser tão perigoso quanto beber muito pouco. Um painel de 17 peritos de todo o mundo de forma colaborativa escreveu as diretrizes que delineiam a forma mais segura para beber água sem ir além da conta. As novas diretrizes foram acompanhados por advertências, publicadas no Journal Clinical of Sport Medicine, e foi anunciada na Conferência Internacional de Consenso da Hiponatremia Associada ao Exercício (HAE).
Dra Tamara Hew-Butler
"O nosso principal objetivo foi re-educar o público sobre os perigos de beber além da sede durante o exercício," de acordo com a principal autora da diretriz a Dra. Tamara Hew-Butler, professora de ciência do exercício na Universidade de Oakland, disse em um comunicado. "Cada morte por HAE é trágica e evitável, se nós apenas ouvíssemos nossos corpos e deixasse de ir o persuasivo conselho de que se um pouco é bom, mais deve ser melhor."

Os atletas estão particularmente em risco. Segundo os especialistas, 14 mortes de maratonistas, jogadores de futebol e outros atletas já foram atribuídos a beber muita água ou bebidas esportivas durante uma atividade física. A condição é conhecida como hiponatremia associada ao exercício (HAE), em que os rins ficam sobrecarregados pela grande quantidade de líquido que são forçados a processo. O sódio que ocorre naturalmente no corpo não pode ser mantido com a quantidade de água, levando a inchaço nas células e, em casos graves, a morte. O painel recomenda a prevenir a hiponatremia ficando-se em sintonia com seu corpo e beber quando você está com sede - nem mais, nem menos.

"Usar o mecanismo da sede inata para orientar o consumo de líquidos é uma estratégia que deve limitar a beber em excesso e desenvolvimento de hiponatremia, proporcionando água suficiente para prevenir a desidratação excessiva", de acordo com as orientações, publicadas no journal Clinical of Sport Medicine.

A atenção aos sinais de HAE inclui conhecer sintomas comuns, que incluem tontura, vertigem, náusea, inchaço e ganho de peso durante a atividade física. Em casos graves, vômitos, dores de cabeça, confusão, agitação, delírio, convulsões e coma podem ocorrer, o que pode ser fatal. A HAE tem sido conhecida por acometer pessoas que estão em eventos atléticos fisicamente desafiadoras, como maratonas, triatlos, exercícios militares, caminhadas, futebol, ginástica, e até mesmo yoga.

A água é uma substância química fundamental do corpo, e é por isso que tem que ser mantida dentro de uma faixa saudável, a fim de equilibrar o corpo. O corpo humano perde a água todos os dias através da respiração, transpiração, urina, e pelo hábito intestinal, de acordo com a Clínica Mayo. A fim de reabastecer o corpo com água suficiente sem sobrecarregar as células, o Medicine Institute determinou que a quantidade ideal é de aproximadamente 16 copos de 8 onças (copo de 236 ml ou 3,7 litros total) para os homens e 11 copos de 8 onças (2,7 litros) para as mulheres.

Para os atletas ou qualquer um envolvido em uma atividade física que vai promover sudorese, beber 1,5 a 2,5 copos extras de água deve compensar a perda de líquidos. Uma vez que o sódio é perdido através do suor da transpiração, beber uma bebida esportiva que contém sódio irá ajudar a substituir e equilibrar o aumento da ingestão de água, reduzindo as chances de desenvolver a hiponatremia.

Fonte: Winger J e Hew-Butler T.; declaração da Terceira Conferência Internacional de Consenso da Hiponatremia Associada ao Exercício  de Desenvolvimento, Carlsbad, Califórnia, Clinical Journal of Sport Medicine. 2015.

LINK desse artigo AQUI:
Título original Drinking Too Much Water Can Be Deadly: New Guidelines On Healthy Water Consumption Warns Against The Wrong Amount