segunda-feira, 7 de março de 2022

Os riscos dos óleos vegetais usados para fritura



 
OS RISCOS DAS FRITURAS ESTÃO NO ÓLEOS VEGETAIS AQUECIDOS 

Um estudo recente vai ao encontro da preocupação sde muitas pessoas em não usar óleos vegetais para a culinária. Na Espanha uma pesquisa alerta sobre a formação de produtos tóxicos ao se usar o óleo de girassol (tido por muitos como saudável) em alimentos fritos. O uso de banha de porco para frituras ainda é um dos mais suguros métodos desse tipo de cozimento. 


Investigadores da Universidade do País Basco (UPV/EHU, Espanha) foram os primeiros a descobrir a presença de determinados aldeídos nos alimentos, que se acredita estarem relacionados com algumas doenças neurodegenerativas e alguns tipos de câncer. Esses compostos tóxicos podem ser encontrados em alguns óleos populares, como o óleo de girassol, quando aquecidos em temperatura adequada para a fritura.

Artigo original publicado em 22/02/2022

"Sabia-se que na temperatura de fritura, o óleo libera aldeídos que poluem a atmosfera e podem ser inalados, por isso decidimos pesquisar se estes permanecem no óleo depois de aquecidos, e isso acontece" informa María Dolores Guillén, professora da Departamento de Farmácia e Tecnologia de Alimentos da UPV.

A pesquisadora é coautora de um projeto que confirma a presença simultânea de vários aldeídos tóxicos do 'grupo α, β-insaturado oxigenado', como o 4-hidroxi-[E]-2nonenal. Além disso, dois foram rastreados em alimentos pela primeira vez (4-oxo-[E]-2-decenal e 4-oxo-[E]-2-undecenal).

Até agora essas substâncias só haviam sido vistas em estudos biomédicos, onde sua presença em organismos está ligada a diferentes tipos de câncer e doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson.

Os aldeídos tóxicos são resultado da degradação dos ácidos graxos do óleo e, embora alguns sejam voláteis, outros permanecem após a fritura. É por isso que eles podem ser encontrados em alimentos cozidos. Como são compostos muito reativos, podem reagir com proteínas, hormônios e enzimas do organismo e impedir seu correto funcionamento.

A pesquisa, publicada na revista Food Chemistry , envolveu o aquecimento de três tipos de óleo (oliva, girassol e linhaça) em uma fritadeira industrial a 190 ºC. Isso foi realizado por 40 horas (8 horas por dia) nos dois primeiros, e 20 horas para o óleo de linhaça. Este último não é normalmente usado para cozinhar no ocidente, mas foi escolhido devido ao seu alto teor em grupos ômega 3.

Mais aldeídos tóxicos no óleo de girassol

Após a aplicação de técnicas de cromatografia gasosa/espectrometria de massa, os resultados mostram que o óleo de girassol e de linhaça (especialmente o primeiro) são os que criam os aldeídos mais tóxicos em menos tempo. Esses óleos são ricos em gorduras poliinsaturadas (linoleico e linolênico).

De forma adversa, o azeite de oliva, que possui maior concentração de gorduras monoinsaturadas (como a oleica), gera esses compostos nocivos em menor quantidade e mais tardiamente.

Em estudos anteriores, os mesmos pesquisadores constataram que em óleos submetidos a temperaturas de fritura foram encontradas outras substâncias tóxicas, alquilbenzenos (hidrocarbonetos aromáticos). Concluíram que dos óleos estudados, o azeite é o que menos cria.

A dose faz o veneno

"Não se pretende alarmar a população, mas esse dado é o que é, e deve ser levado em consideração", destaca Guillén, que aponta a necessidade de continuar pesquisando para estabelecer limites claros quanto ao risco desses compostos. "Às vezes a dose faz o veneno", lembra o pesquisador.

Os regulamentos espanhóis que controlam a qualidade das gorduras e óleos aquecidos estabelecem um valor máximo de 25% para componentes polares (produtos de degradação provenientes da fritura). No entanto, de acordo com o novo estudo, antes que alguns dos óleos analisados ​​atinjam esse limite, eles já apresentam uma "concentração significativa" de aldeído tóxico.

O estudo contabiliza todos os aldeídos (não apenas os nocivos) que são gerados durante a fritura. Além disso, os autores apresentam um modelo que permite prever como qualquer óleo hipotético evoluirá nas mesmas condições, caso conheçam sua composição inicial de ácidos graxos.


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Um comentário:

  1. Excelente, Dr Brasil! Agradeço por difundir essas informações tão importantes para nossa saúde.

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