QUER SE PREVINIR NA PANDEMIA:
COMA MENOS CARBOIDRATOS!
José Carlos Brasil Peixoto, médico
Em 22/08/2020
A pandemia da COVID-19 já está nos afligindo há alguns meses. E
pelos dados a que somos submetidos diariamente parece que nos resta apenas aguardar
pela vacina e pela redução de sua propagação. Fatos que podem ainda demorar. Embora
tenha aparecido aqui ou acolá alguns esforços de auxilio a prevenção com
medicamentos, em termos científicos – e factuais – isso não tem se mostrado promissor,
e vários países, especialmente os do hemisfério norte, não têm qualquer referência
a medicamentos que possam ser indicados para prevenção, seja profilática ou
para uso no início de um quadro clínico, em seus protocolos de diretrizes do
manejo da enfermidade. Mas será que não existe absolutamente nada que possamos
fazer? Bem, já sabemos que alguns comportamentos podem nos proteger do contágio,
e por extensão salvaguardar os demais. Isso obviamente envolve o distanciamento
social (evitar aglomerações, observar uma distância de mais de 1,5m de outras
pessoas e, melhor ainda, ficar em casa tanto quanto possível), manter higiene das
mãos, de objetos de contato, associado ao uso de máscaras e dar especial atenção
a “etiqueta respiratória” (cuidado ao tossir ou espirrar).
Mas sempre nos resta um temor: se eu ficar infectado como vou
responder à doença?
Atualmente isso já tem parâmetros bem estabelecidos. Há
condições médicas que aumentam dramaticamente o risco para a hospitalização, e
várias delas interrelacionadas: obesidade, diabetes, hipertensão, que aumentam
em três vezes esse risco - a doença renal e a obesidade severa que aumentam o risco
em 4,5 vezes! Ocorre que as principais causas da doença renal são: a hipertensão
arterial e a diabetes! Então há um link redundante. Os fatores de risco são
todos relacionados a um personagem principal, a insulina, e sua condição
clínica mais comum e perversa, a síndrome metabólica, consequência da
resistência à insulina. Como isso é resultado de um item de estilo de vida, a
alimentação, fica claro que há de fato algo que podemos de fato fazer para
melhorar nossa aptidão frente ao novo coronavírus. Devemos nos preocupar em
manter o mais baixo possível os níveis de insulina, o que é bastante possível
com uma dieta com baixo consumo de carboidratos. Sim, uma dieta low carb pode
ser a melhor alternativa para otimizar a condição individual de enfrentamento à
covid-19. Não tem nada a ver com o emprego panaceico de antiparasitários ou antimaláricos.
Tem a ver simplesmente com sua alimentação.
Nessa direção um editorial do British Medical Journal (BMJ EBM de 10/07/20), traz a mesma indicação.
A autora inicia o artigo salientando que as políticas de ação
dos governos – quando existentes, visto que no Brasil não há de fato uma
ordenação central integradora dos recursos e estratégias ao manejo da pandemia –
se assentaram nas medidas já ordinárias e amplamente divulgadas (como o distanciamento
social, boa higiene das mãos etc.), mas pouca atenção tem sido dada ao impacto
potencial da alimentação sobre os resultados finais para a saúde da população, visto
que “a má alimentação é o contribuinte mais significativo para
o fardo de doenças crônicas relacionadas ao estilo de vida, como obesidade,
diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”.1 Ela continua em sua exposição
informando que no final de maio de 2020 “...os Centros de Controle e
Prevenção de Doenças relataram que, entre os casos de COVID-19, as duas
condições de saúde subjacentes mais comuns eram doenças cardiovasculares (32%)
e diabetes (30%). 2As hospitalizações foram seis vezes
maiores entre os pacientes com doença de base relatada (45,4%) do que aqueles
sem doença de base relatada (7,6%). As mortes foram 12 vezes maiores entre
os pacientes com doenças subjacentes relatadas (19,5%) em comparação com
aqueles sem doenças subjacentes relatadas (1,6%). 2 Dois terços das pessoas no Reino
Unido que adoeceram gravemente com COVID-19 estavam acima do peso ou eram
obesas e 99% das mortes na Itália ocorreram em pacientes com doenças
pré-existentes, como hipertensão, diabetes e doenças cardíacas”. 3
Então essas situações médicas interseccionadas pela síndrome
metabólica comprometem a função imunológica e inequivocamente tem relação com
um curso pior da covid-19. Isso se deve a um controle defectivo da glicemia, um
propulsor para inflamação e enfermidades dos órgãos respiratórios. Ela cita um estudo onde “pacientes com COVID-19
com diabetes tipo 2 pré-existente mostrou que aqueles com controle glicêmico
melhor regulado se saíram melhor do que aqueles com controle insuficiente de glicose
no sangue”. Nessa situação houve menos consequências negativas como número
de intervenções, lesões orgânicas e, principalmente, menor mortalidade em hospitalizações.
Ela cita um outro estudo que associa o resultado mais eficiente pelo uso de
insulina (nos pacientes que precisavam) com a redução de marcadores inflamatórios
e menor mortalidade.
Apesar desses dados robustos, e mesmo com o amplo conhecimento
de que seria o consumo de carboidratos dietéticos (o que inclui açúcar e
amidos) o principal fator para aumento da glicemia, ela nos lembra que as
diretrizes oficiais de “alimentação saudável” defende a tradicional ladainha:
coma menos gordura e mais carboidratos, algo que tende a aumentar os níveis de
glicose no sangue. Curiosamente essa estratégia é amplamente indicada
justamente nos locais onde pode trazer piores consequências práticas: nos lares
de longa permanência, para idosos, por exemplo, ou nos hospitais que cuidam
também de indivíduos com um quadro metabólico e a doença provocada pelo novo
coronavírus. Ela também lembra que uma nova tendência impulsionada pela
pandemia pode piorar esse cenário, pois ao estocar alimentos as pessoas tendem
a guardar justamente mais produtos industrializados de longa duração que
costumam ser altamente ricos em carboidratos (massas, pães, biscoitos, farináceos
em geral, sucos e refrigerantes, snacks, doces etc.) Esses alimentos são indiscutivelmente
hiperinsulinêmicos. E, como já foi dito, favorecem ao ambiente interno inflamatório,
ou pelo menos sustentam as enfermidades mais dramaticamente associadas ao pior
resultado frente à infecção do sars-cov2.
O editorial, com um viés mais positivo, nos lembra que já há
estudos e reconhecimentos a favor de dietas de baixo carboidrato, citando uma
declaração de uma organização australiana contra a diabetes expondo vários
subsídios a favor da redução de carboidratos como manejo seguro dessa enfermidade.
Cita ainda que “... em 2019 a American Diabetes Association e em 2020 a
Diabetes Canada, ambas endossaram dietas com baixo teor de carboidratos como
uma opção viável para melhorar a glicemia e o potencial de redução de
medicamentos para indivíduos com diabetes tipo 2”.
Ela relaciona ainda algumas instituições de saúde que já estão
pondo em prática esse tipo de providência de mudança no cardápio para enfermos
metabólicos.
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Componentes típicos da dieta low carb |
Ao final, o editorial ressalta que apesar dos múltiplos fatores
conhecidos ou desconhecidos que envolvem a patologia da Covid-19, considerando
que só nos EUA mais de 80% da população não tem saúde metabólica, a intervenção
alimentar pode ser a mais simples e acessível forma de promover proteção aos indivíduos
e famílias frente a uma doença com tamanha facilidade de contágio. É ressaltado
que “...a adoção de recomendações dietéticas para pessoas com síndrome
metabólica subjacente, conforme proposto no Reino Unido, deve ser mais
amplamente endossado por governos e formuladores de políticas em todo o mundo,
para mitigar o fardo das doenças metabólicas pré-existentes naqueles que
contraem COVID-19, agora e no futuro.”
Então uma dieta low carb parece ser a melhor coisa que podemos
fazer e recomendar como arma real para minimizar o drama de sermos infectados
pelo novo coronavírus. Parece muito simples para ser realidade, mas ao que tudo
indica, realmente é o melhor e mais eficiente que podemos fazer a partir de
agora!
O link que inspirou esse artigo está aqui
O editorial de Maryanne Demasi pode ser baixado na íntegra e free nesse LINK
Conheça o BJM - EBM
Gravuras:
Link da foto da dieta low carb
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