A ciência confirma que o “coração
partido” pode realmente partir seu coração
10/04/2016
A frase "coração partido" pode não ser apenas uma mera
metáfora; um novo estudo descobriu que as pessoas que sofrem a perda de um
parceiro estão com um risco consideravelmente maior de fibrilação atrial, uma
condição séria que faz com que o batimento cardíaco se torne irregular. E
enquanto a mente pode, eventualmente, ser capaz de superar um sofrimento já
vivido, o coração pode manter duradouras consequências.
Os pesquisadores examinaram um registro nacional na
Dinamarca de cerca de 89.000 pessoas diagnosticadas com fibrilação atrial, e
descobriu que, entre os indivíduos cujo parceiro morreu, cerca de 41 por cento
eram mais propensos a desenvolver essa situação no primeiro mês após a perda, em
relação aos indivíduos que não tinham sofrido a morte de um ente querido. O
risco foi particularmente acentuado entre os jovens cujos parceiros tinham
falecido subitamente e sem aviso.
"Este estudo acrescenta evidências ao conhecimento
crescente de que a ligação mente-coração é uma associação poderosa e uma análise
mais aprofundada é justificada", afirma o autor do estudo Simon Graff, um
pesquisador de saúde pública na Universidade de Aarhus, ao TIME magazine.
" A Síndrome do Coração Partido (Broken
Heart Syndrome) é uma doença diferente, com toda uma outra patologia, mas
alguns dos mecanismos fisiopatológicos podem ser o mesmos."
A Síndrome do Coração Partido, conhecido cientificamente
como cardiomiopatia por estresse, é desencadeada por um evento extremamente
estressante, como a morte de um parceiro, e pode levar suas vítimas a experimentar
dores no peito e falta de ar, tanto quanto se eles estivessem tendo um ataque
cardíaco. Médicos especialistas acreditam que o aumento nos hormônios do
estresse na sequência de um episódio emocional seja o culpado.
Curiosamente, mesmo algo aparentemente tão inconsequente
como um rompimento tem o potencial de causar estragos no bem-estar de um
indivíduo. Uma vez que a dor emocional extrema ativa as mesmas vias neurais
como a dor física, o sofrimento por um amor perdido ou a rejeição pode levar a real
dor no peito, segundo a pesquisa. Da mesma forma, os cientistas descobriram que
as pessoas, após a separação de seus parceiros, têm a experiência de abstinência
semelhantes às de viciados em cocaína, confirmando a noção de que o amor é como
uma droga.
Não há escassez de estudos que confirmam a ligação entre o
estresse e o coração, então, no momento que um consenso foi alcançado, o foco
dos investigadores deve ser sobre a forma de tratar o problema.
"Nós não podemos parar com a ocorrência de situações
estressantes em nossas vidas, mas pode haver maneiras de mudar a maneira como o
estresse afeta nossos corpos", diz Harmony Reynolds, cardiologista da New
York University Langone Medical Center. "Várias coisas podem aumentar a
atividade do sistema nervoso parassimpático, tais como o exercício regular,
meditação, yoga e respiração profunda. De qualquer maneira todas essas
atividades apresentam outros benefícios para a saúde, especialmente o exercício
- sendo assim fáceis de serem recomendadas
mesmo que eu não possa ter toda a certeza de que ao fazer isso se possa afetar (positivamente)
o risco”.
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Publicação de GOOD magazine |
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