Um editorial do JAMA (Jornal da Associação Médica Americana)
de maio desse ano, pode contribuir em muito para um olhar mais próximo da
perspectiva “LowCarb”.
O título era Aumento da Obesidade: Consequência ou Causa de
Comer Demais?
O artigo inicia
lembrando de um editorial de 90 anos atrás que questionava a perspectiva
prevalente da obesidade, que se alicerçava na equação de ingestão x gasto de
energia: [Although logic suggests that body fat] may be
decreased by altering the balance sheet through diminished intake,or increased
output, or both(...)
Assim por quase um
século tem se gasto bilhões de dólares em pesquisa para descobrir-se os fatores
biológicos que interferem no peso... e o resultado final não fugia do
primordial: coma menos e gaste mais...
Mas há algo novo: comer
demais cronicamente pode ser uma manifestação mais do que uma causa de
obesidade crescente.
Tentar reduzir o peso
sem atentar para os fatores biológicos para esse processo, incluindo aspectos
qualitativos da alimentação certamente tem resultado em fracasso.
Um dos axis mais
difundidos em nutrição diz respeito controle de peso dentro dos limites da
relação energia ingerida x energia dispendida. Entretanto há evidências de que
o organismo tem mecanismos reguladores adaptativos para antagonizar a perda de
peso. Na verdade menos de 10% das pessoas nos EUA que buscam perder peso pela
redução de calorias ingeridas e aumento do gasto energético tem algum sucesso.
O corpo humano tem um
contínuo requerimento energético. Assim os maiores combustíveis
metabólicos: glicose, cetonas e ácidos
graxos não esterificados são rigidamente controlados (para manter um total
plasmático entre 4 a 6 kcal/l). Reduções agudas nesses elementos podem levar a
fome intensa.
Perturbações na insulina
tem potencial de modificar a concentração de combustíveis metabólicos e na
regulação do peso corporal. Assim em estados de aumento da ação insulínica
(insulinoma ou excessos de uso da insulina em diabetes II) resulta em aumento
de peso, e redução de sua ação resulta em perda de peso (diabetes tipo I).
O editorial dá
importância a aspectos metabólicos que podem preceder à polifagia (comer
demais). Há modelos experimentais que promovem obesidade sem interferir em
ingestão de alimentos (envolve questões sofisticadas como a ablação de receptor
de insulina dos músculos entre outras). Mas é de mais importância as mudanças
na composição dietética, em animais geneticamente normais que podem ficar
obesos SEM aumento na quantidade de ENERGIA (calorias ingeridas).
Ratos alimentados com
dietas com alto índice glicêmico x baixo índice glicêmico desenvolvem HIPERINSULINEMIA,
aumento na expressão da ácido graxo sintase (FAS) no tecido adiposo e mais
incorporação de glicose em anormalidade metabólicas que predispõe a excessivo
depósito de gordura. Quando esses ratos com alto índice glicêmico tem restrição
alimentar para prevenir ganho de peso, comparados aos com baixo índice
glicêmico eles CONTINUAM AUMENTANDO DE PESO e pioram seus fatores e risco para
doença cardiovascular!
A combinação de aumento
de obesidade apesar da redução da ingestão energética, não consegue se encaixar
na perspectiva habitual da obesidade!
Assim pode-se comparar dois modelos de compreensão da obesidade como mostra o quadro acima. Observe-se que no modelo tradicional os alimentos de alta densidade energética eram imputados como responsáveis da obesidade, no modelo alternativo (ou mais realístico) se sublinha uma questão qualitativa: a quantidade em carboidratos!
UM FOCO NA COMPOSIÇÃO DA
DIETA, NÃO NO TOTAL DE CALORIAS PODE FACILITAR A PERDA DE PESO
Na análise publicada
nesse editorial do JAMA se conjectura que um problema no metabolismo anabólico
pode preceder e promover a polifagia, é de se supor que a proposta dietética
convencional para controle de obesidade pode COMPROMETER o tratamento
sintomático e ficar destinada ao FRACASSO no longo prazo para a maioria das
pessoas em um ambiente onde há disponibilidade alimentar ilimitada. E ainda
podem EXACERBAR disfunções metabólicas subjacentes. O alvo mais correto recai
na redução da secreção da insulina em dietas de baixo índice glicêmico ou
dietas de baixo carboidratos (low carb). Com suporte a essa perspectiva: a
energia dispendida é 325 kcal/dia maior para dietas isocalóricas LCHF (60%
gordura) versus convencional (20% gordura), conforme um estudo de manutenção de
controle de perda de peso.
Ao final o editorial vislumbra
que a polifagia pode ser secundária a uma disfunção metabólica induzida pela
alimentação proposta a partir dos anos
70: redução em gordura alimentar e aumento em carboidratos, associada a outras
questões ambientais. A fome aumenta e o gasto energético diminui em resposta a
redução de glicose (aumento da insulina) e outros combustíveis circulantes, com
um aumento do tecido adiposo ao recolher e armazenar as calorias disponibilizadas.
Sim comer demais pode
ser consequência da obesidade, e a qualidade das calorias ingeridas mais
importante do que a quantidade.
A dieta low carb se
provou melhor!
Viva Low carb.
ResponderExcluirUol exeleneteeeeeeee e isso mesmooooooooMas há algo novo: comer demais cronicamente pode ser uma manifestação mais do que uma causa de obesidade crescente.
ResponderExcluir