quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Poderia a resistência a insulina ser boa???




UMA RESISTÊNCIA MAL COMPREENDIDA

Todas as expressões possíveis de qualquer unidade biológica no mundo natural, sejam elas variáveis de comportamento, fisiologia e mesmo de morfologia, foram projetadas como possíveis, se as relações com o meio ambiente assim impuserem aos potenciais genéticos pré-estabelecidos.
José Carlos Brasil Peixoto


Na linha de textos didáticos, o artigo a seguir é bem interessante. A partir de uma abordagem incomum o autor nos leva a uma compreensão bastante ilustrativa da diabete tipo II, seus mecanismos fisio-patológicos e sugere abordagens ancoradas numa lógica simples e óbvia.
Esse tipo de raciocínio está perfeitamente em sintonia como uma forma de refletir sobre as questões das enfermidades na linha das crises adaptativas, nas opções triviais do corpo humano reagir, em cima de prerrogativas "pré-instaladas" em seu hardware. Não se trata de um mal funcionando inesperado. É algo que foi planejado acontecer. E para muitos acontece!
No livro Apague A Luz, T.S. Willey já citava um aspecto sobre a resistência insulínica como uma resposta efêmera de emergência, pois ao fazer a glicose no sangue aumentar se poderia reduzir a possibilidade do sangue congelar em situações (acidentais) de extremo frio, lembrando que a doçura é um impeditivo ao congelamento da água, pelo menos por um tempo (imaginando cair num rio gélido). Não tenho certeza se ela fez alguma referência bibliográfica específica. Mas ela projeta suas ideias no sentido da compreensão de aspectos fisiológicos embarcados e pouco compreendidos.
Vamos então ao texto:

PORQUE A RESISTÊNCIA À INSULINA FOI PLANEJADA PARA SER BOA

A resistência à insulina é boa? 
Autor Jason Fung do blog: Intensive Dietary Management

Jason Fung, MD

Todo mundo diz que a resistência à insulina é ruim. Muito ruim. É a causa de diabetes tipo 2 (DM2) e da síndrome metabólica, não é? Então, se é tão ruim, por que todos nós a desenvolvemos em primeiro lugar? Qual é a causa primária? Meu amigo Dr. Gary Fettke da Tasmânia escreveu um livro esclarecedor chamado de "Inversão", onde ele descreve como você pode aprender um monte ao olhar para as coisas sob outra perspectiva. Inverter (virar de cabeça para baixo) o seu ponto de vista, e perceber como os seus horizontes são imensamente ampliados. Então, vamos examinar porque desenvolvemos a resistência à insulina. Por que será bom?

Análise das Causalidades Primárias
Qual é a causa raiz da resistência à insulina? Algumas pessoas dizem que a inflamação ou estresse oxidativo ou radicais livres provocam a resistência à insulina. Essas são respostas dadas prontamente. A inflamação é uma resposta não específica do organismo à uma lesão. Mas o que causa a lesão no início de tudo? Esse é o problema real. A inflamação é a única resposta do corpo para qualquer evento que promova uma lesão.
Pense nisso desta maneira. Suponha que somos cirurgiões no campo de batalha. Depois de décadas no trabalho, nós decidimos que: sangue é ruim. Afinal, cada vez que vemos sangue, coisas ruins estão acontecendo. Quando não vemos sangue, coisas ruins não estão acontecendo. Deve ser porque (ver) o sangue que é perigoso. Então, decidimos que o sangue é o que está matando as pessoas, e nós inventamos uma máquina para sugar todo o sangue das pessoas. Genial! O problema, óbvio, é O QUE está causando a hemorragia, ao invés do próprio sangue. Procure a causa primária. O sangramento é somente a resposta, não a causa. O sangramento é um marcador para a doença. Assim é a inflamação.
Algo causa o sangramento, a resposta não específica do organismo. Algo causa inflamação, a resposta não específica do organismo. Tiros causam hemorragias, facadas causam sangramento, e estilhaços provocam hemorragias. Essas são causas. Você levou um tiro. Você sangra. Mas o problema é a arma de fogo, não a hemorragia. O mesmo aplica-se à inflamação.
O que está causando a lesão (a raiz) também está estimulando a inflamação (a resposta não específica à lesão). A inflamação é simplesmente o marcador para a doença. Então, as pessoas dizem que as doenças cardiovasculares, diabetes, doenças neurodegenerativas, obesidade e câncer envolvem inflamação crônica. Mas a inflamação não é causadora da doença, que é apenas um marcador da mesma.
Se a inflamação fosse, na verdade, a causa principal das doenças do coração, por exemplo, medicamentos anti-inflamatórios, (prednisona, ibuprofeno, AINEs – anti-inflamatórios não esteroides) seriam eficazes na redução de doenças cardíacas, ou obesidade, ou câncer. Mas eles não são. Sempre que as pessoas falam sobre a inflamação ser a causa da doença, eles só espalhando boatos em torno da última palavra da moda.
Isto não quer dizer que a inflamação (ou sangramento) não seja útil como um marcador da doença. Se o sangramento para como consequência a um tratamento (um torniquete) é altamente provável que esse tratamento seja eficiente. Mas não é eficaz, porque o sangramento parou. Foi eficaz e o sangramento parou (o que é foi marcador para a eficácia). Da mesma forma para inflamação e diabetes tipo 2, como escrevi em artigos anteriores, a insulinoterapia não diminui a inflamação, o que marca esse procedimento provavelmente como um tratamento (in)eficaz no cômputo geral.
O mesmo vale para o estresse oxidativo (ou radicais livres). Diga-me o que está causando o estresse oxidativo? É por isso que a terapia antioxidante é tão surpreendentemente ineficaz. Assim, a vitamina C, E, N-acetilcisteína ou outras terapias antioxidantes nunca funcionam sempre que eles são testados rigorosamente. Como o estresse oxidativo é apenas a resposta (como inflamação) para qualquer que seja o processo da doença subjacente que realmente acontece. Se alguém fica falando e falando sobre o estresse oxidativo (ou radicais livres e inflamação, ou microbiomas intestinais ruins) como a causa da doença X, corra, para outra direção. "A resistência à insulina é causada pela inflamação" é como "ferimentos de bala são causados ​​pela hemorragia".

Resistência à insulina

Então, voltando para a resistência à insulina. Por que o corpo a desenvolve com tanta frequência (cerca de 50% da população americana)? Isso simplesmente não pode ser mal-adaptativo. Nossos corpos não foram projetados para falhar, uma vez que já tem persistido por vários milênios antes da epidemia diabética moderna. A resistência à insulina (RI) tem que servir para alguma função protetora, uma vez que é tão comum. E talvez esta RI seja realmente protetora. A regulação da sensibilidade à insulina é parte da resposta fisiológica normal - ela pode aumentar ou reduzir, dependendo de muitos fatores, incluindo outros hormônios ou a disponibilidade de nutrientes (por exemplo, na gravidez.). Então, como a RI pode ser protetora?

Considere isto. O excesso de glicose no sangue é ruim para nós (açúcares no sangue). Se este nível elevado de glicose é tóxico no sangue, porque não seria também ser tóxico ao corpo, também? Não deveríamos nos livrar dos níveis tóxicos de glucose em vez de simplesmente empurrá-lo do sangue para os tecidos do corpo? Afinal de contas, a insulina realmente não se livra da glicose. Ele empurra o excesso de glicose para fora do sangue e a força em direção ao corpo. Para algum lugar. Para qualquer lugar. Olhos. Rins. Nervos. Coração.

 
Imagine que você tem muito lixo em sua casa. Mas você gosta de manter sua cadeira bonita e arrumada, e fica movendo tudo para outros lugares. Em vez de realmente jogar o lixo para fora de casa, você simplesmente o transfere ao redor na mesma casa. Não é uma boa ideia. Em relação à glicose, em vez de reduzir a quantidade total de glicose de todo o corpo, apenas ficamos a move-la a partir do sangue para o organismo em geral.

Assim, se este teor elevado de glicose é tóxico, em consequência, a resposta natural do tecido (corpo) é de proteger-se contra esta carga excessiva de glicose. Suponha que você vive em uma rua de casas em DiabetesVille (cada casa é uma célula do corpo). Todo mundo é amigo e, normalmente, deixa a porta aberta (tal como uma célula está aberta à glicose no estado de sensibilidade à insulina). Um caminhão cheio de lixo tóxico (glucose) vem descendo a rua. E o lixeiro (Insulina) realmente quer se livrar desse xerume. Então, cada vez que vê uma porta aberta, ele joga para dentro da porta aberta um pouco desse resíduo tóxico (glicose).

Depois de alguns dias assim, o que você faria? Você iria trancar sua “m.....” de porta, é o que você faz! Você diria: "Eu não quero que esta lama tóxica!" Isso é a resistência à insulina, baby! Você quer tornar realmente difícil enfiar esse material tóxico na sua casa. Isso não é uma coisa ruim, é uma coisa boa. A resistência à insulina está tentando proteger a célula dos níveis tóxicos de glicose que a insulina está tentando empurrar “porta adentro”.

E do que a resistência à insulina nos protege? O próprio nome já dá a resposta. Resistência à insulina. É uma reação contra o excesso de insulina. Ela está nos protegendo do excesso de insulina. Em outras palavras, como já escrevi em artigo anterior, a insulina provoca resistência à insulina. Mas a causa primária aqui é a insulina, não a resistência à insulina. Os tecidos (coração, nervos, rins, olhos) são todos ocupados aumentando a sua resistência para se proteger da insulina que está tentando empurrar uma quantidade de glicose tóxica para dentro de sua casa (células).

Então chamamos o especialista Dr. Endócrino. Dr. Endo decide que esse xerume é realmente tóxico, e devemos retirá-lo de fora das ruas imediatamente. Existem algumas opções - como a redução da produção de glicose tóxica (dietas Low Carb) ou queimar a glicose tóxica (jejum). Mas em vez disso, ele decide que ele vai contratar mais lixeiros (a insulina) para enfiar essa glicose tóxica para as casas. Pelo menos, logo em seguida, o Dr. Endo não será capaz de vê-la mais. Então o Dr. Endo pode fingir que está fazendo um grande trabalho. “Veja! As ruas são agradáveis ​​e limpas”. Mas toda a glicose tóxica foi para (dentro) das casas (células/tecidos).

E o que acontece ao longo do tempo? Bem, todos os tecidos do corpo começam a deteriorar. Estamos inadvertidamente 'superando' a ​​resistência à insulina que o tecido desenvolveu para se proteger. Em vez de mirar para a insulina, e reduzir a quantidade total de glicose que teríamos que lidar, estamos aumentando a maneira de como se livrar dela. Assim, ao prescrever montes de insulina para os pacientes, não estamos fazendo as coisas melhorarem, nós estamos tornando-as pior!



(Aviso - Discussão Técnica a frente - sinta-se livre para pular). Normalmente, existe uma relação inversa entre a glucose do sangue e os ácidos graxos livres (FFA). Em jejum, a glicose é baixa e os FFA altos. O corpo está queimando gordura para obter energia. Quando você come, a glicose sobe,  a insulina sobe, e a lipólise (aproveitamento da gordura) é inibida e os níveis de FFA caem.

Mas, na diabetes tipo 2, os níveis de insulina estão elevados. A glicose é alta. Mas por causa da excessiva IR, os FFA também estão elevados. Então, os tecidos do corpo estão agora em risco de receber tanto excesso de glicose como de gordura, o que agora faz com que aconteça o stresse oxidativo e a resposta inflamatória. Mas o fator incitador aqui, é a glicose e insulina em excesso. (Veja foto acima bastante para explicação gráfica). O excesso de glicose para a mitocôndria sobrecarrega a cadeia de transporte de elétrons (também conhecida por cadeia respiratória ou fosforilação oxidativa) e resulta em excessiva produção de ATP, bem como de Espécies Reativas de Oxigênio (comumente chamados de radicais livres, especialmente o superóxido O2-)  - tudo isso causando estresse oxidativo.
A glicose metabolizada pelas vias de anaplerosis produzem Acetilcoenzima-A (AcCoA) e Malonil-CoA (MalCoA) que se transformam em substrato para a síntese de colesterol e ácidos graxos. A MalCoA inibe a Acil-Coenzima-A (Fatty Acyl Coenzima-A  ou FACoA) resultando em esteatose, ou a produção e deposição anormal desta gordura no fígado.


OK, paramos com essa fala técnica. Voltamos. Assim, no fígado, insulina em excesso produz o fígado gordo. Nós podemos facilmente demonstrar isso em seres humanos. Em um estudo, 16 sujeitos de teste foram superalimentados com um extra de 1000 calorias em lanches açucarados por dia. Eles se consistiam de uma lata de Pepsi, 30 ml de suco de frutas e um saco de doces. Após 3 semanas, houve um aumento de apenas 2% no peso corporal total. No entanto, houve um aumento desproporcional de 27% em gordura no fígado, devido à Lipogênese DeNovo.

Em outras palavras, a insulina está dirigindo muito deste excesso de glicose ao fígado e o que está sendo transformado em gordura. Parte dessa gordura pode ser exportado para fora do fígado para outros tecidos, como músculo e pâncreas, o que lhe oferece o 'pâncreas gordo'.

Nas células musculares, temos depósitos de gordura entre as fibras dos músculos. Você poderia chamar isso de 'músculo gordo'. Tecnicamente, isso é chamado de acúmulo de lipídios intramiocitário. Muitos pensam que isso promova a resistência à insulina, mas é mais provável que seja o resultado dos excessos de glicose e insulina. O acúmulo de gordura entre as fibras musculares (onde não deve haver nenhuma gordura), em bovinos, é um aspecto delicioso.

Os pecuaristas, é claro, sabem exatamente como desenvolver esse “marmoreio” nas vacas. O determinante de mais importância é o tipo de alimentação. As vacas são ruminantes, o que significa que eles normalmente comem grama. No entanto, através de uma alimentação de alta energia, uma dieta pesada em cereais (grãos), os fazendeiros podem aumentar a taxa de crescimento das vacas, bem como aumentar esse aspecto marmoreado.
Veja (na foto) se você pode perceber a diferença entre a carne bem marmorizada e a carne magra. O gado alimentado com capim se desenvolve sem marmoreio, o que dá ao bife muito de seu sabor. Por esta razão, muitas das vacas alimentadas com capim (vacas de pasto) são "finalizadas" com a alimentação a base de milho, a fim de desenvolver a gordura intramuscular. (Graças) à insulina e a glicose. Nenhum segredo. Isso funciona também em humanos.
Você pode ver o mesmo tipo de depósitos de gordura nas células do músculo do coração e isso pode contribuir para a insuficiência cardíaca congestiva. 'Coração gorduroso'.

Um novo paradigma
Então a inversão nos obriga a ver DM2 a partir de uma nova perspectiva. O agente tóxico aqui é o excesso de glicose, e seu co-conspirador, insulina. Movendo a glicose tóxica do sangue forçando-a para o interior do corpo não tem nenhum benefício líquido, conforme tem sido amplamente demonstrado por vários estudos randomizados de longo prazo - ACCORD, ADVANCE, VADT, e ORIGIN.
Em vez disso, a resistência à insulina se desenvolve precisamente porque é um protetor dos tecidos contra o sangue que está tentando empurrar toda a sua carga tóxica para as suas células. É por isso que o desenvolvimento da resistência à insulina é universal. É uma coisa boa, não um mal. Dando insulina exógena para superar esta IR é realmente prejudicial. Assim, o problema não é a IR no final das contas. Em vez disso, que se procure a causa raiz - o excesso de glicose e excesso de insulina. Se distancie disso, e a DM2 vai embora.



Portanto, há bons tratamentos para a diabetes tipo 2, e há os maus. Os maus superam a resistência à insulina do tecido que existe justamente para protege-los. Entre esses estão a insulina e as sulfonilureias. Os bons tratamentos se livram da glicose para fora do corpo. Você pode fazer isso, impedindo-a de que entrar no organismo, em primeiro lugar (dietas LCHF, acarbose), ou queimá-la (jejum) ou urinar para fora (inibidores SGLT-2). Isso explica o poder desta nova classe de medicamentos em termos de proteção cardíaca.
A resistência à insulina é ruim? Não mesmo. É boa. A resistência à insulina não é a causa raiz. É a reação natural, a proteção para a causa raiz - os altos níveis de insulina. É a insulina, estúpido!

Uma atualização – em 04 de dezembro:
Qual é a implicação prática? Pense nisso desta maneira. Se a sua casa está cheia de lixo, você pode fazer 2 coisas. Pare de colocar o lixo para dentro (LCHF). Ou você pode começar a jogar o lixo para fora (jejum). Seria mais rápido se jogando lixo para fora e jejuando (LCHF + JI).

Siglas:
DM2: diabetes tipo II
JI: Jejum intermitente
IR: Resistência à insulina

LCHF: dieta de baixo teor de carboidratos e alto de gordura – lowcarb/highfat

O Autor do livro "Inversion", da Tasmania:
Gary Fettke

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Café da manhã - pode não ser tão importante quanto parecia


DESJEJUM NÃO É FUNDAMENTAL

O artigo a seguir é do controvertido médico americano Joseph Mercola, que praticamente foi o pioneiro em publicações de temas médicos para o público leigo desde o final dos anos 90.
Mas esse em particular é bastante interessante e fala de algumas considerações sobre o jejum intermitente e como consequência a retirada da importância do desjejum ou café da manhã. Ele se baseia em autores, livros e alguns artigos referidos ao final do texto. 
Aqueles que já conhecem as estratégias low carb/paleo já tem conhecimento desse tema. De qualquer forma esse blog não tinha publicado ainda um debate mais específico. 

Amido é um monte de moléculas de glicose unidas
Uma questão preliminar que se revela importante é o termo açúcar. Quando falamos de açúcar no sangue, aquele que é medido por exames de laboratório (ou em aparelhos de uso doméstico), na verdade estamos falando da glicose. Um dos mais prejudiciais conceitos populares foi a prisão da ideia açúcar - diabetes - doces. É um conceito muito distorcido, e infelizmente, suportada por muitos profissionais de saúde. O açúcar - de mesa - e que efetivamente adoça, na verdade é a sacarose. A sacarose tem dois carboidratos simples: a glicose e a frutose. Sim, tem glicose que é a medida no sangue. Mas a glicose pode ser o final do metabolismo de qualquer tipo de amido - pois o amido, que é composto por dois tipos de polissacarídeos (amilose e amilopectina) é na verdade a junção de milhares de moléculas de glicose! Assim, quando alguém imagina que precisa reduzir a ingestão de glicose, uma vez estando com diabete, sobrepeso, esteatose (gordura no fígado) ou excesso de triglicerídeos, ele não precisa apenas reduzir os doces da dieta. E é certo que a maior parte da glicose, que seu corpo não tolera mais, venha de qualquer fonte de amido, o que provavelmente ele coma muito mais do que os doces (que ele também deve evitar) em seu cardápio diário. 

Precisamos educar pesadamente as pessoas nesse sentido: fontes de glicose - a base de amido, e não apenas os doces são o problema para os portadores de distúrbios metabólicos! E muitos alimentos à base de amidos podem parecer bem salgadinhos ao paladar, e ainda assim dispararem a glicose no seu sangue!!!
Vamos então ao artigo:


O Café da Manhã não é a refeição mais importante no final de contas


Artigo de Joseph Mercola


Ao contrário da crença popular, o café da manhã (desjejum, pequeno almoço) não é a refeição mais importante do dia. Na verdade, pular essa refeição, como parte de uma agenda de jejum intermitente, pode ter muitos importantes benefícios para a saúde, como melhorar a sua sensibilidade à insulina / leptina o que ajuda seu corpo a queimar gordura como combustível de forma mais eficaz.

Períodos mais longos de jejum também têm demonstrado ter poderosos benefícios para a saúde, incluindo a regeneração do seu sistema imunitário, como demonstrado em recente pesquisa.

No passado, acreditava-se que saltar o desjejum poderia dificultar a perda de peso, ou até mesmo fazer você ganhar peso, mas as pesquisas demonstram que essa teoria não é verdadeira.1 Como observado por David Allison, pesquisador sênior do referido estudo e diretor do Centro de Pesquisa de Nutrição Obesidade UAB: 2

"O campo da obesidade e perda de peso é cheio de crenças comuns que não foram submetidas a pesquisas mais rigorosas, vemos agora que uma tal crença não parece se sustentar quando testada Esta deve ser um chamado de despertar para todos nós, para sempre pedirmos evidências sobre recomendações amplamente divulgadas que costumamos ouvir."

Comer no café da manhã não ajuda nos esforços de perder peso

O estudo 3 em destaque dividiu 309 adultos com sobrepeso e obesidade, porém saudáveis ​​em dois grupos aleatórios. Alguns foram orientados para tomar o café da manhã, enquanto outros foram instruídos a ignorá-lo.

Os pesquisadores especificamente queriam descobrir se comer ou não comer no café da manhã teve qualquer impacto na perda de peso. Após 16 semanas, os pesquisadores não encontraram nenhuma diferença na perda de peso entre os grupos. Em essência, não importa se eles comeriam ou não no desjejum.

É importante notar que eles não controlaram a ingestão de alimentos de qualquer um dos participantes. Muito provavelmente, a razão pela qual não houve diferença notável perda de peso entre aqueles que comeram café da manhã e aqueles que não o fizeram, é que todos eles podem ter feito uma dieta geral inadequada, como a maioria dos americanos.

Afinal, se você está comendo grandes quantidades de carboidratos refinados e ou produtos processados com frutose ​​ao longo do dia, saltar o desjejum pode não ser o suficiente para alcançar uma perda de peso, considerando que este tipo de alimentação ativamente inibe o seu corpo de queima eficiente de gordura.

Fazer o desjejum não melhora o metabolismo, de acordo com pesquisa

Saltar o café da manhã é uma forma de jejum intermitente em que você restringe sua alimentação diária por uma janela específica de tempo, digamos entre as 11:00 – 19:00 horas, como um exemplo. Este tipo de agenda de comer normalmente faz a promoção da perda de peso, mas o que você come é outro fator importante.

Isto é especialmente verdadeiro se você está com grave sobrepeso e comendo alimentos processados típicos da dieta ​​americana padrão. Muitas pessoas percebem que comer um desjejum leva a sentir fome de novo logo em seguida, o que pode levar a beliscar desnecessariamente. Isso se reflete em outro estudo 4 recente sobre os efeitos metabólicos de comer ou saltar o café da manhã.

Conforme publicado pela revista Time: 5

"... ao contrário da crença popular, fazer o café da manhã todos os dias não foi relacionado a uma melhora no metabolismo. Ideias anteriores - suportadas por pesquisadores - teriam mostrado que comer no início do dia podia impedir as pessoas de comer demais mais tarde por fome, e que aumentaria seu metabolismo mais cedo. Novos estudos que examinaram relações causais entre hábitos matinais e equilíbrio energético não conseguiram provar isso."

O estudo descobriu que comer no desjejum foi ligado a um maior consumo global de energia da dieta. E, novamente, o tipo de alimentos que você come no café da manhã pode ser o ingrediente-chave que está sendo negligenciado neste tipo de pesquisa, tanto as do passado como do presente. Certamente, você vai perceber que comer um desjejum rico em hidratos de carbono tendem a deixá-lo com fome de novo muito mais cedo do que uma um café da manhã tipo LCHF (low-carb/high-fat – pouco carboidrato e mais gordura). A razão para isso é porque se seu corpo está usando o açúcar como combustível primário, ele vai precisar de um "refill" a intervalos regulares, uma vez que o açúcar é um combustível de queima muito rápida.

A gordura, por outro lado, é um combustível de queima lenta, permitindo que você se sinta saciado por mais tempo, e o fato mais importante é que você tem mais cargas disponíveis de gordura do que de açúcar armazenado como glicogênio nos músculos e no fígado. Enquanto os estoques de glicogênio vão durar por menos de um dia, sua loja de gordura pode durar semanas. Além disso, comer a primeira vez na parte da manhã também coincide com o seu pico circadiano de cortisol (as taxas mais elevadas de cortisol ocorrem com o raiar do sol, NT), que tem um impacto exagerado em sua secreção de insulina. Quando você come durante neste período, isso leva a uma liberação de insulina rápida e grande e uma rápida queda correspondente nos níveis de açúcar no sangue, mais do que quando você comer em outros momentos do dia.

Se você é saudável, o seu nível de açúcar no sangue não vai cair a níveis perigosamente baixos (como pode ocorrer com hipoglicemia), mas pode cair baixo o suficiente para fazer você se sentir com fome de novo, mesmo que você tenha comido recentemente. Este efeito é amplificado quando se come um desjejum rico em carboidratos, como panquecas, bolos, cereais, ou pão, com um grande copo de suco, por exemplo.

Frutose transforma o seu ‘Interruptor de gordura'

O termo "switch fat” (ou interruptor de gordura, uma alusão ao interruptor de luz) foi cunhado pelo Dr. Richard Johnson, chefe da Divisão de Doenças Renais e Hipertensão da Universidade do Colorado, e
autor dos livros The Sugar Fix, e The Switch Fat; o último dos quais apresenta uma abordagem inovadora para prevenir e reverter a obesidade. Conforme explicado pelo Dr. Johnson, sempre que discutimos sobre o açúcar, estamos falando de TODAS as formas de açúcar, incluindo os carboidratos dos cereais, embora alguns tipos sejam claramente mais perigosos do que outros, em termos de seu efeito sobre sua bioquímica.

A frutose é particularmente problemática, pois ele ativa uma enzima-chave, frutoquinase, que por sua vez ativa uma enzima que faz com que suas células acumulem gordura e a resistir seu aproveitamento. Isto é especialmente verdadeiro se você está acima do peso, mas ainda é um problema mesmo se não for o seu caso.

Mas os cereais também se convertem em açúcar em seu corpo, promovendo assim a resistência ‘a insulina e à leptina assim como outros açúcares, que por sua vez promove a obesidade e fazem da perda de peso uma luta árdua ... Há também casos em que os hidratos de carbono podem ser convertidos em frutose em seu corpo, mesmo quando não ocorra frutose nos carboidratos ingeridos. O mecanismo subjacente a isso ainda não é claro, mas o Dr. Johnson acredita que a resistência à insulina / leptina pode ser uma das condições que permite a esdrúxula conversão venha a ocorrer.

O Jejum Intermitente funciona melhor quando você também reduz seus carbos!

O Dr. Johnson é um proponente de pular o café da manhã, uma vez que isso ajuda seu corpo a entrar em uma fase de queima de gordura mais eficiente. No entanto, se você estiver com sobrepeso, então o primeiro passo é reduzir o seu consumo global de açúcar e cereais. Ele sugere o corte de açúcar entre a metade a um terço de seu consumo normal. O autor desse artigo recomenda manter o seu consumo total de açúcar / frutose inferior a 25 gramas por dia, ou menos de 15 gramas por dia, se você tiver quaisquer problemas de saúde relacionados à resistência para  insulina e ou à leptina, como pressão arterial elevada, diabetes ou doença cardíaca, até que sua sensibilidade à insulina / leptina seja restaurada.

É possível aumentar ainda mais seus esforços para perder gordura, incorporando os princípios do jejum intermitente, e através do exercício em jejum. Uma maneira simples de começar com o jejum intermitente é simplesmente omitir café da manhã, fazendo o almoço como a primeira refeição do dia. Dr. Mercola recomenda este tipo de cronograma de alimentação, mas se você quiser comer o desjejum e pular o jantar no lugar disso, não há problema. A chave é limitar sua alimentação a uma janela específica, um período restrito de tempo por dia (cerca de 6-8 horas/24 horas), ao invés de comer a cada duas a três horas, durante todo o dia.

O jejum intermitente é de longe a maneira mais eficaz conhecida para reduzir a gordura indesejada e eliminar seu desejo por açúcar. Considerando que a maioria das pessoas está “carregando” um excesso de gordura que simplesmente não se consegue queimar, este é um benefício muito importante. Quando o açúcar deixa de ser a fonte primária de combustível, seu corpo também não vai implorar por ele tanto quando suas reservas de açúcar se escasseiam. Outro mecanismo que faz com que o jejum seja eficaz para a perda de peso é o fato de que ele provoca a secreção do hormônio de crescimento - GH – um hormônio de queima de gordura que tem muitos benefícios bem reconhecidos para a saúde "anti-envelhecimento" e fitness.

O jejum por alguns dias pode regenerar o seu sistema imunitário

Em notícia relacionada, outro estudo 6 recente, 7 descobriu que um jejum prolongado de três dias pode regenerar todo o sistema imunológico, mesmo se você for idoso. Os pesquisadores descreveram os resultados como "notáveis". O jejum por alguns dias, eles verificaram, tem o poder de promover suas células-tronco para produção de  mais glóbulos brancos, que fazem parte do arsenal de defesa natural do seu corpo. Conforme relatado pela Daily Life: 8

"Cientistas da Universidade do Sul da Califórnia (USC) dizem que a descoberta pode ser particularmente benéfica para aqueles que sofrem de sistemas imunológicos danificados, tais como os pacientes com câncer e em quimioterapia. Também poderia ajudar os idosos cujos sistemas imunológicos se tornam menos eficazes ...

''E a boa notícia é que o corpo se livrou das partes do sistema que possam estar danificados ou velhos, as partes ineficientes, durante o jejum. Então, se você ao começar está com um sistema fortemente danificado pela quimioterapia ou pelo envelhecimento, os ciclos de jejum podem gerar, literalmente, um novo sistema imunológico. "

Eles descobriram que jejuns mais longos (de dois a quatro dias) levou à redução de uma enzima chamada proteína quinase A (PKA), que pesquisas anteriores têm ligado (a redução da PKA) ao prolongamento da vida em organismos simples. A privação de alimentos por alguns dias faz o organismo desligar o gene para a PKA, e este é o gatilho que diz para suas células-tronco para mudar para o modo de regeneração. De acordo com Valter Longo, professor de gerontologia e ciências biológicas na Universidade do Sul da Califórnia, isso é o que "dá o OK para células-tronco seguir em frente e começar a proliferar e reconstruir todo o sistema." O jejum durante três dias também conduziu a uma redução em IGF-1, um hormônio do fator de crescimento associado ao envelhecimento, câncer, e crescimento tumoral. De acordo com a coautora Tanya Dorff: 9 ''Os resultados deste estudo sugerem que o jejum pode mitigar alguns dos efeitos nocivos da quimioterapia".

Outros benefícios para a saúde do jejum intermitente

O jejum tem sido uma parte da prática espiritual por milênios. Mas a ciência moderna confirmou que há muitas sólidas razões para a saúde para o jejum, incluindo o seguinte:

Normalizar a sensibilidade para a insulina e a leptina, e impulsionar a eficiência energética mitocondrial: Um dos principais mecanismos que faz ser o jejum intermitente tão benéfico para a saúde está relacionada ao seu impacto sobre a sua sensibilidade à insulina. Enquanto o açúcar é uma fonte de energia para o seu corpo, ela também promove a resistência à insulina quando consumidos nas quantidades encontradas em nossas dietas modernas à base de junk food processados. A resistência à insulina, por sua vez, é um driver primário de doença crônica, da enfermidade cardíaca ao câncer. O jejum intermitente ajuda a refazer seu organismo ao usar a gordura como combustível primário, e há crescente evidência que confirma que quando seu corpo se adapta a queima de gordura em vez de açúcar como combustível primário, você reduz drasticamente o risco de doença crônica.

Normalizando os níveis de grelina, também conhecido como "hormônio da fome"

Promover a produção do hormônio do crescimento humano (HGH ou simplesmente GH): a pesquisa mostrou que o jejum pode aumentar o GH em até 1.300 por cento nas mulheres, e 2.000 por cento nos homens, 10 o que desempenha um papel importante na saúde, aptidão, e abranda o processo de envelhecimento. O GH também é um hormônio de queima de gordura, o que ajuda a explicar por que o jejum é tão eficaz para perda de peso

Redução dos níveis de triglicerídeos e melhora de outros biomarcadores da doença

Reduzir o stress oxidativo: O jejum diminui a acumulação de radicais oxidativos na célula, e assim previne danos oxidativos em proteínas celulares, lipídeos e ácidos nucleicos associados com o envelhecimento e doenças

Os jejuns mais longos também têm demonstrado a promoção da longevidade em animais. Há um número de mecanismos que contribuem para este efeito. A normalização da sensibilidade à insulina é uma das mais importantes, mas o jejum também inibe as rotas da mTOR, que desempenha um papel importante na condução do processo de envelhecimento. O jejum intermitente também tem sido identificado como um potente aliado para a prevenção e talvez mesmo o tratamento de demência. Primeiro, as cetonas são liberadas como um subproduto da queima de gordura, e cetonas (não glicose) são realmente o combustível preferido para o seu cérebro.

Além do que, o jejum intermitente aumenta a produção de uma proteína denominada fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), que ativa as células-tronco do cérebro para converter em novos neurónios, e provoca numerosos outros produtos químicos que promovam a saúde neuronal. Ele também protege as células do cérebro a partir de mudanças associadas com a doença de Alzheimer e doença de Parkinson. Uma pesquisa feita por Dr. Mark Mattson, um pesquisador sênior do Instituto Nacional sobre Envelhecimento, sugere que se a alternância de dias de jejum (restringindo a sua refeição nos dias de jejum para cerca de 600 calorias), pode aumentar a BDNF entre 50 a 400 por cento, dependendo da região do cérebro.11 

Não dá jejuar por três dias? Tente um Plano de Jejum Intermitente

A maioria das pessoas acham que é realmente difícil jejuar por três dias. Felizmente, existem muitas maneiras de rápida, a partir da prática de jejum diária intermitente, que é a minha preferência pessoal, ao jejum por um dia inteiro um par de vezes por semana, para mais jejua que última 48 horas ou mais. Horários de jejum mais rigorosos exigem também abster-se de todos os alimentos e bebidas, com exceção de água. O problema com jejuns mais longos, e jejuns de água em particular, é a dificuldade de manter uma subordinação.

O jejum intermitente diário tende a ter a maior taxa de cumprimento, e evidências sugerem que o jejum intermitente pode fornecer muitos se não a maioria dos mesmos benefícios que os jejuns mais longos, e mais rigorosos. Mais uma vez, quando você jejua diariamente, você restringir sua alimentação a uma janela de tempo específico, como uma janela de oito horas. Você faz isso todos os dias até a sua resistência à insulina / leptina melhore (o que significa que o seu peso, pressão arterial, taxas de colesterol, diabetes ou se normalizam).

Depois disso, você só precisa fazê-lo tão frequentemente como seja necessário para manter seu estado de saúde. O autor usa uma janela de seis horas até que tenha deslocado totalmente para o modo de queima de gordura, e atualmente a alimentação fica em uma janela de 9-10 horas, e tendo como lanche macadâmias, se sentir fome antes ou depois da refeição principal durante esse período. Dr. Mercola afirma que raramente come qualquer coisa pelo menos quatro horas ou mais antes de ir para a cama.

A tolerância é sempre um fator crítico em qualquer uma dessas abordagens e parece que este é um dos tipos de horários mais fáceis de jejum intermitente a ser implementado. É realmente incrível (para o autor) como os desejos alimentares simplesmente desaparecem uma vez que é recuperado a capacidade de queimar gordura como combustível. Você não precisa de uma força de vontade gigantesca ou enormes níveis de autodisciplina para manter esta agenda de alimentação. Sim, você vai ficar com fome, mas sua fome será adequada e você ficará surpreso com o quão menos comida vai satisfazê-lo completamente assim que você recuperar a sua flexibilidade metabólica e não precisar mais contar com o açúcar armazenado em seu corpo como o seu combustível primário.

Contraindicações

Ambos, o jejum intermitente e os jejuns mais longos são apropriados para a maioria das pessoas, mas existem algumas contraindicações a levar em conta. Idealmente, você deve evitar o jejum se você estiver hipoglicêmico, e trabalhar sua dieta em geral para normalizar os níveis de açúcar no sangue pela primeira vez. Em seguida, experimente uma das versões menos rígidas de jejum. A hipoglicemia é uma condição caracterizada por um nível anormalmente baixo de açúcar no sangue. É comumente associada com diabetes, mas você pode ficar hipoglicêmico mesmo se você não é diabético.

Uma das chaves para eliminar a hipoglicemia é eliminar açúcares, especialmente frutose de sua dieta. E também será útil eliminar os cereais, e substituí-los com maiores quantidades de proteínas de qualidade e gorduras saudáveis. É possível utilizar o óleo de coco para resolver alguns destes problemas, uma vez que é rapidamente metabolizado e é uma gordura que pode substituir o açúcar, e uma vez que não necessita de insulina, pode ser utilizada durante o jejum.

No entanto, ainda vai demorar algum tempo para o seu nível de glicose no sangue se normalizar. Se você fizer tentar qualquer tipo de cronograma de jejum, não se esqueça de prestar atenção aos sinais e sintomas de hipoglicemia, e se você suspeitar que você está deixando de ficar ativo, certifique-se de comer alguma coisa, como o óleo de coco. Também recomendaria evitar o jejum se você está vivendo com o estresse crônico (fadiga adrenal), ou ter desregulação de cortisol. Mulheres grávidas ou amamentando também devem evitar o jejum. Seu bebê precisa de muito nutrientes, durante e após o parto, e não há nenhuma investigação de apoio ao jejum durante este importante momento.

Procure uma agenda para fazer refeições que funcione

Para concluir, fica a experiência de que café da manhã não é a refeição mais importante do dia, e não importa como você vá ajustá-lo, ele ainda pode estar causando mais mal do que bem. Para a maioria das pessoas, saltar o desjejum pode ser a maneira mais fácil de lembrar o seu corpo de como usar eficazmente a gordura como combustível.

Depois de fazer essa mudança para o modo de queima de gordura, sua gana por alimentos não saudáveis ​​irá desaparecer de forma dramática e meio mágica, e você não terá que exercer um enorme esforço de autodisciplina ou força de vontade para resistir a alimentos não saudáveis ​​que você sabe que vai aumentar o risco de enfermidade.

No entanto, é importante compreender que o jejum intermitente não é algo que você precisa fazer non-stop (ininterruptamente) para o resto de sua vida. O próprio Dr. Mercola acredita que a maioria dos que estão com resistência para insulina / leptina se beneficiaria de fazê-lo continuamente até que essa resistência se resolva. No entanto, uma vez estando em seu peso ideal, e não tendo pressão alta, ou taxas anormais de colesterol, ou ainda diabetes, então é possível se fazer mais refeições enquanto não houver indícios de retorno da resistência à insulina / leptina.

Principais referências do artigo:
·         1 Forbes June 5, 2014



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Dietas low fat não funcionam


DIETAS COM BAIXA TEOR DE GORDURA NÃO FUNCIONAM!

Muitas vezes as pessoas pensam - meio que automaticamente - que se precisam baixar de peso tem que começar usando alimentos com baixo teor de gordura. Não faltam produtos desse tipo nos supermercados, lojas de conveniências, entrepostos de comida (pretensamente) saudável e natural etc.
Além, é claro, de infelizmente fazer parte da orientação geral de profissionais de saúde que imaginam que isso possa ser uma boa estratégia de alimentação. 
Mas, como esse blog tem mostrado por inúmeras abordagens científicas, isso não é eficiente, se não for até mesmo arriscado.
Bem, recentemente foi publicado no super prestigiado jornal médico The Lancet, uma pesquisa que deve ser a pá de terra definitiva sobre esse tipo de orientação.
O artigo: Effect of low-fat diet interventions versus other diet interventions on long-term weight change in adults: a systematic review and meta-analysis - se propôs a fazer uma revisão que parte de mais de 3500 estudos de pesquisa sobre as intervenções alimentares e seus resultados a longo prazo no objetivo de redução e manutenção de peso. 
E ao final a conclusão que já é conhecida por quem acompanha esse blog, e outros da esfera lowcarb. As dietas com redução de gordura (low fat) não funcionam, e perdem em resultados para as propostas alimentares com baixo teor de carboidratos (low carb)  e com mais gordura (high fat).

Contexto da pesquisa:
A eficiência das dietas low fat (redução de gordura) para a perda de peso a longo prazo tem sido debatida há décadas, com muitos ensaios clínicos randomizados (ECR) e as revisões recentes oferecem resultados mistos. (Os pesquisadores) tiveram como objetivo sumarizar o grande corpo de
evidências de ensaios clínicos randomizados para determinar se as dietas low fat contribuem para uma maior perda de peso do que dieta habitual dos participantes, as dietas low carb (pobres em carboidratos), e outras intervenções dietéticas high fat (com maior teor de gordura).

Constatações: A partir de 3517 publicações iniciais, 53 estudos preencheram os critérios de seleção, (estabelecidos pela metodologia, disponível no artigo original) o que incluiu 68.128 participantes (69 comparações). Nos ensaios com objetivo de perda de peso, as intervenções low carb levaram a uma significativamente maior perda de peso do que as intervenções low fat. As intervenções low fat não levaram a diferenças na mudança de peso em comparação com outras intervenções de perda de peso com maior teor de gordura, e levou a uma maior diminuição de peso só quando comparado
com uma dieta habitual. 
Da mesma forma, os resultados dos ensaios que não visavam a perda de peso, mas apenas manutenção de peso, para os quais não foram feitas comparações com as dietas low carb, foi demonstrado que as low fat tem efeitos similares as high fat na perda de peso, e que essas intervenções low fat levam a uma maior perda de peso somente quando comparada com uma dieta habitual. 

Discussão
Os resultados desta meta-análise abrangente dos RCTs com pelo menos 1 ano de acompanhamento sugerem que as intervenções dietéticas com baixo teor de gordura não conduzem a uma maior perda de peso do que aquelas low carb (baixo teor de carboidratos) ou high fat (alto teor de gordura) de intensidade semelhante, independentemente da perda de peso almejada. Na realidade, na configuração dos testes para perda de peso, as estratégias com maior teor de gordura, e com baixo carboidrato levaram a uma ligeira mas significativa vantagem, no longo prazo para a redução de peso comparando com as intervenções com baixo teor de gordura. 
Nas intervenções dietéticas com maior teor de gordura ocorre uma perda de peso semelhante com os grupos de baixo teor de gordura, independentemente do fato de que essas pesquisas tivessem objetivo de perda de peso ou não. 
As intervenções low fat só são melhores se são comparadas com intervenções de menor
intensidade, particularmente aqueles em que foram comparadas com indivíduos que mantiveram uma dieta habitual (ou seja aqueles que NÃO tinham modificado sua alimentação). 
Nos testes para perda de peso, as intervenções com maior teor de gordura (high fat) levaram a uma perda de peso significativamente maior do que as intervenções com baixo teor de gordura (low fat).

Interpretação Os resultados dessa pesquisa sugerem que a longo prazo os efeitos de intervenções de uma dieta de baixa gordura no peso corporal depende da magnitude da intervenção no grupo de comparação. 
Quando comparado com intervenções dietéticas de semelhante intensidade, as evidências de ensaios clínicos randomizados não dão suporte para as dietas de baixa gordura (low-fat) em relação a outras intervenções dietéticas para perda de peso a longo prazo.


Financiamento (desse estudo) Institutos Nacionais de Saúde e American Diabetes Association.

LOW FAT (Tipo de dieta onde o ponto mais importante é a redução do conteúdo de gorduras da alimentação, seja reduzindo os alimentos com conteúdo natural de gordura ou com a substituição por alimentos transformados/industrializados em que o percentual foi artificialmente reduzido ou eliminado, exemplo: creme de leite leve, alimentos semi-desnatados, nata light, leite desnatado, maionese sem colesterol, todos os produtos cujo rótulo diz 0% de gordura, etc.)



Compilação: José Carlos Brasil Peixoto

Artigo original aqui: 
(foi informado que o artigo está livre para download até 08/12/2015)