segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Gases abdominais e a frequência das refeições




UMA ALTERNATIVA ESQUECIDA PARA SE LIVRAR DOS GASES ABDOMINAIS 


Por José Carlos Brasil Peixoto,  médico

Em 19/10/2020

Um antibiótico muito usado como alternativa à penicilina é a eritromicina, vendida em nomes comerciais relativamente conhecidos nos anos 80 e 90 como Pantomicina® e Eritrex®.  Podia ser usado para amigdalites causadas por bactérias, além de uma infinidade de outras infecções, incluindo as sexualmente transmissíveis(*). Mas a eritromicina era conhecida por ter alguns frequentes efeitos colaterais na função digestiva como náusea, dor de barriga, flatulência e inchaço entre outros. Isso é causado por uma particularidade pouco conhecida dessa substância. A eritromicina faz parte de um plantel de elementos químicos que inclui hormônios gastrointestinais e neurotransmissores que afetam uma função digestiva básica, um padrão de motilidade conhecido como CMM – Complexo Motor (ou Mioelétrico) Migratório – (em inglês: MMC, Migrating Motor Complex). Embora tenha sido documentado em 1902, a partir de estudos em animais, até hoje não é totalmente entendido.

A função do CMM, como uma sequência de atividade eletromecânica entre o estômago e intestino delgado é manter o intestino, por assim dizer limpo, uma vez que parece “varrer” os resíduos alimentares e outros produtos ingeridos em direção ao intestino grosso, após a válvula íleocecal, e daí para o exterior. É referido que esse sincronismo ocorre mais ou menos uma hora após o intestino delgado ter recebido conteúdo alimentar.

Pesquisas posteriores permitiram dividir essa atividade motora em quatro fases:

1)    Fase I é a fase quiescente - sem contrações;

2)  Fase II é caracterizada por contrações aleatórias;

3)  Fase III tem um início súbito e termina com uma explosão de contrações com amplitude máxima e duração; e a

4)  Fase IV é caracterizada pela diminuição rápida das contrações.

Estudada me mais detalhes ficou claro que o complexo motor migratório é um evento recorrente que move-se do estômago para o íleo terminal, ao longo de um período de 1,5-2 h. A distensão do estômago interrompe a atividade de CMM no estômago e na parte superior do intestino delgado, enquanto a presença de fluidos e nutrientes no intestino delgado interrompe a atividade do CMM em toda essa porção intestinal.

Então é claro que a ingestão de alimentos é um fator inibidor desse movimento fisiológico. Como sabemos quando vamos fazer a limpeza de uma casa é melhor que o movimento na casa esteja sossegado. Quanto menos gente presente e fazendo coisas melhor a faxina. E muitos autores se referem à CMM como “a little housekeeper” (breve faxineira).

Uma das queixas mais comuns do atendimento médico diz respeito a problemas da função digestiva. Especialmente a barriga inchada e os gases.  Muitas vezes está relacionado a transtornos com a multiforme síndrome do intestino irritável. E geralmente se buscar associar a intolerâncias ou a alergias alimentares. Problemas com enzimas digestivas e distúrbios da função do fígado também são muito lembrados. Adicionalmente tem a questão de como o estresse afeta o bom funcionamento do aparelho digestivo.

Mas é importante sublinhar que o CMM só entra em ação durante os períodos entre as refeições, ou seja, nos períodos de jejum.

Paradoxalmente, muitas orientações de nutrição tradicional dizem respeito a frequência das refeições. Comer de três em três horas por exemplo.

Além disso muitas pessoas fazem questão de comer a todo o momento. Ficam beliscando ou mastigando alguma coisa durante o seu expediente de trabalho, na frente da TV, quando estão lendo ou falando com alguém pela internet.

Assim aqui temos uma possível causa não levada em conta quando se orienta o tratamento para indivíduos que tem problemas com gases e inchaço abdominal.

Então não basta se preocupar com o que comemos, e sim, talvez mais importante a frequência com que comemos.

De fato, o hábito de lanches frequentes, independente de sua qualidade pode afetar drasticamente a eficiência do CMM. Especialmente porque quando essa função é interrompida, podem ficar resíduos de alimentos no intestino e a ação bacteriana pode estimular o processo de fermentação e a cascata de eventos a seguir, como um crescimento excessivo de bactérias no intestino delgado e a criação de um ambiente propício para o inchaço abdominal e outros sintomas do intestino irritável.

Podem ser necessários espaços de cinco horas entre as refeições para que o processo seja concluído. Assim períodos de jejum facilitam e organizam a função do tubo digestivo.

É sabido que ao longo da história da evolução o homem deve rotineiramente ter ficado muitas horas de intervalos entre as refeições. No entanto a oferta de alimentos no mundo moderno, especialmente nos meios urbanos facilmente nos levam a crer que é natural ficarmos comendo o tempo todo.

Pode ser difícil rearranjar a rotina alimentar para pessoas que estão acostumadas a ter várias refeições por dia e achavam que isso seria importante para a saúde. No entanto isso fica mais fácil quando se faz refeições mais saciadoras. Se for importante comer um doce, que se coma logo após a refeição principal. O consumo de carboidratos simples pode favorecer ao consumo mais frequente de lanches e outras “bobagens” ao longo do dia. É importante também dar atenção à mastigação para favorecer a função digestiva inferior e prestar um benefício ao CMM.

Enfim, se o problema que mais lhe afeta é o desconforto abdominal provocado pelos gases e distenção abdominal esqueça os lanches e guloseimas do meio da manhã e da tarde.

Dar atenção a qualidade do se que come é, obviamente,  importante.

Mas o que - realmente - pode ser mais transformador é cuidar da frequência com que se coloca alimentos na boca.

Se quiser se livrar da indisposição abdominal coma menos vezes por dia! Faça bons períodos de jejum. Se estiver disposto, faça períodos de jejum intermitente. Deixe o seu complexo motor migratório em paz para fazer bem o seu trabalho.

Ao final que ficará em paz é você mesmo!


Referências:

(*) A eritromicina continua disponível, mas está amplamente subsituida pela azitromicina.

A foto do relógio é desse LINK

1) Artigo: The migrating motor complex: control mechanisms and its role in health and disease - LINK 

2) Uma revisão do livro GUT de Giulia Endres desse LINK

3)Outra revisão do livro GUT AQUI




 


sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Coronavírus - a desinformação precisa ser enfrentada


A DESINFORMAÇÃO SOBRE A COVID-19 ESTÁ MATANDO PESSOAS

Essa infodemia precisa parar

By  on 

Esse artigo foi publicado em uma das mais antigas revistas de ciências das Américas (primeira edição em 1845) - Scientific American, e faz um alerta sobre como podemos e precisamos enfrentar a desinformação na mídia científica, especialmente quando estamos tratando da saúde da população. A tragédia do coronavírus fez emergir uma das piores faces da humanidade, a fé no absurdo, a promoção da insensatez, a disseminação do falso, seja ela por pura ignorância, ou muitas vezes por inata perfidez. 

A confluência de desinformação e doenças infecciosas não é exclusiva do COVID-19. A desinformação contribuiu para a propagação da epidemia de Ebola na África Ocidental e prejudica os esforços para educar o público sobre a importância da vacinação contra o sarampo. Mas quando se trata de COVID-19, a pandemia passou a ser definida por um tsunami de persistente desinformação ao público sobre tudo, desde a utilidade de máscaras e a eficácia do fechamento de escolas, até a sabedoria por trás do distanciamento social e até mesmo a promessa de remédios não testados. De acordo com um estudo publicado pelo National Bureau of Economic Research, áreas do país expostas à programação de televisão que minimizava a gravidade da pandemia tiveram um maior número de casos e mortes - porque as pessoas não seguiram os cuidados de saúde pública. Nos Estados Unidos, a desinformação disseminada por elementos da mídia, por líderes públicos e por indivíduos com grandes plataformas de mídia social contribuiu para uma parcela desproporcionalmente grande do fardo do COVID-19: nós abrigamos 4% da população global, mas somos responsáveis ​​por 22% de mortes COVID-19 globais. Com o inverno se aproximando e as pessoas passando mais tempo em ambientes fechados, é mais imperativo do que nunca combater a desinformação e comunicar claramente os riscos ao público; além disso, enquanto aguardamos a chegada de uma vacina, é igualmente importante munir o público de fatos. Temos trabalho a fazer: uma pesquisa recente descobriu que apenas metade da população americana planeja obter uma vacina COVID-19 . Abaixo estão algumas recomendações importantes para a comunidade científica, profissionais de saúde pública, membros do público e a indústria sobre o que eles podem fazer para neutralizar com eficácia o efeito da desinformação em torno da resposta COVID-19.

Uma campanha coordenada de influenciadores apoiando a ciência e a saúde pública. Em um estudo de mensagens COVID-19 na mídia social, a desinformação revelada por políticos, celebridades e outras figuras proeminentes representou cerca de 20 por cento das declarações, mas representou 69 por cento do envolvimento total na mídia social. Portanto, as figuras da saúde pública que têm credibilidade devem fazer parceria com influenciadores de mídia social que tenham o alcance. Aproveitar o amplo alcance de influenciadores locais, regionais e nacionais de uma ampla faixa de setores, tanto dentro quanto fora da comunidade de saúde pública, é necessário para conter o grande volume de desinformação empurrado para o ecossistema de informações. Uma campanha coordenada de influenciadores que combina especialistas no assunto com artistas, figuras políticas, empresários e setores da sociedade civil ajudará a amplificar a orientação consistente de saúde pública nas mídias sociais, meios digitais e tradicionais.

Um esforço agressivo e transparente de empresas de mídia social trabalhando em cooperação com governos para remover informações marcadamente falsas sobre COVID-19. A maior categoria de alegações enganosas ou falsas (39 por cento) são caracterizações incorretas ou mensagens enganosas sobre ações ou políticas do poder público. Embora as empresas de mídia social estejam aumentando seus esforços para remover a desinformação sobre COVID-19 de suas plataformas, seus esforços são amplamente reativos e demorados, durante os quais informações prejudiciais circulam entre os telespectadores inconscientes. É por isso que as autoridades de saúde pública devem trabalhar com empresas de mídia social por meio de parcerias robustas para identificar fontes comuns de desinformação; antecipar de forma proativa a desinformação futura dessas fontes; e permitir sua remoção em tempo quase real. Para ter credibilidade, esse processo deve ser robusto, transparente e apartidário.

Além de esclarecer e remover as informações falsas: uma robusta campanha de mensagens ao público que vá além da mensagem unidirecional tradicional governamental: A mídia social é popular porque fornece a indivíduos, grupos e instituições a oportunidade de ter conversas dinâmicas. No entanto, as mensagens de saúde pública dos órgãos de governo geralmente precisam ser esclarecidas por meio de um longo processo de revisão que não permite que os funcionários conversem em tempo real com o público a fim de educar e desmistificar a desinformação. Para serem mais eficazes, as autoridades de saúde pública devem desenvolver padrões e orientações que lhes permitam interagir dinamicamente com o público de maneira mais oportuna. Conversas dinâmicas e mensagens proativas entre funcionários de saúde pública e o público podem ter mais impacto do que remover informações falsas de plataformas de mídia social, especialmente porque a remoção geralmente ocorre muito depois de um número significativo de indivíduos já ter sido exposto à mensagem falsa.

Detectar, compreender e expor informações incorretas relacionadas ao COVID-19 por meio de ciência de dados e análises comportamentaisQualquer esforço destinado a transmitir fatos a grandes públicos exige o aproveitamento e a compreensão dos dados do público. É isso que torna a indústria da propaganda tão poderosa. Infelizmente, nossos comunicadores de saúde pública não adotaram os recursos básicos aos quais a indústria está acostumada. Esses recursos incluem a compreensão das preferências de vários setores do público ativo em plataformas de mídia social, a fim de fornecer informações oportunas e relevantes que ressoem com eles. Esses são recursos usados ​​rotineiramente pela indústria de publicidade e serviriam bem ao setor de saúde pública em seu esforço para entender melhor o público e persuadi-lo a favor de comportamentos salutares.

Combinação entre os compromissos da saúde pública com as efetivas capacidades que o governo que possa entregar:  Lições de campanhas anteriores de saúde pública na mídia indicam que qualquer aconselhamento dos funcionários da saúde pública deve ser combinado com a capacidade de fornecer os serviços e demandas a essas recomendações. Por exemplo, a orientação para o teste deve ser acompanhada por testes COVID-19 prontamente acessíveis. As orientações para o uso de máscaras devem ser atendidas com ampla disponibilidade de máscaras. E qualquer campanha de educação sobre a eficácia de vacinas ou terapêuticas deve ser satisfeita com disponibilidade e acessibilidade suficientes dessas medidas.

O combate eficaz à desinformação infodêmica em torno da pandemia COVID-19 terá um papel significativo no achatamento da curva e, em última instância, na derrota do vírus. As lições das doenças transmissíveis destacam o fato de que estratégias agressivas de comunicação em saúde pública são imperativas para conter as doenças. Na era da mídia social, a disseminação de informações incorretas é um grande obstáculo para esses esforços e requer uma resposta ainda mais sofisticada. A execução das recomendações detalhadas acima ajudará a combater efetivamente a desinformação em torno da atual pandemia e nos ajudará a nos proteger da próxima.

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

A insulina e a pressão arterial

 


Como e porque uma dieta lowcarb pode lhe auxiliar a controlar a pressão
 
A hipertensão essencial e a insulina elevada

Esse texto é baseado num estudo publicado em 2019 que visa estudar a relação entre os distúrbios da insulina e uma das enfermidades mais comuns e com mais repercussões na saúde geral das pessoas, a hipertensão arterial. É uma doença que afeta cerca de um bilhão de pessoas em todo o mundo [1]. Esse estudo foi realizado no Egito, onde 26,3% dos adultos tinham pressão alta (HAS) entre 1991 a 1993, [2].  No Brasil em 2018 a prevalência da hipertensão está em 24,7 % (em 2018, segundo o ministério da saúde), porém com percentuais maiores de acordo com faixa etária e também variando de acordo com a localização (na cidade do Rio, pode chegar a 31,2%).  A hipertensão é um conhecido fator de risco de doenças cardiovasculares e renais. O risco de mortalidade cardiovascular dobra a cada aumento de 20/10 mmHg na pressão arterial sistólica (PAS) e na pressão arterial diastólica (PAD) [1]


Em geral é considerado que 80 a 90% das causas da hipertensão são desconhecidas (o que chamamos de hipertensão essencial). É denominado hipertensão secundária aquela que é originada por outras enfermidades [3]

Hipertensão essencial: possíveis causas tradicionalmente incluem fatores hereditários, genéticos, ambientais, danos endoteliais dos vasos sanguíneos e aterosclerose, resistência à insulina (RI) [4] , [5] e fatores associados ao estilo de vida, como obesidade, estresse, excesso de sódio, fumo e álcool ingestão. 
Hipertensão secundária: possíveis causas incluem doenças renais, doenças endócrinas, doenças cardiovasculares, medicamentos e situações específicas e transitórias como a eclampsia da gravidez [6] .


O nível de insulina em jejum é um índice clínico que reflete o estado do metabolismo da glicose. A hiperinsulinemia ocorre como uma compensação pela tolerância à glicose diminuída e é uma manifestação clínica precoce da resistência à insulina (RI) [7]. Também conhecida como síndrome metabólica, a resistências insulínica é um estado metabólico anormal no qual as células do corpo perdem a sensibilidade à insulina, o que significa que sua capacidade de responder à insulina que transporta glicose da corrente sanguínea para o músculo e outras células diminui. Como resultado, o pâncreas produz grandes quantidades de insulina para manter os níveis normais de glicose no sangue para lidar com as demandas do corpo. Eventualmente, o pâncreas não consegue lidar com o aumento da glicemia, mesmo em jejum, levando ao desenvolvimento de diabetes mellitus (DM) ou diabetes tipo 2 [8]. A insulina também contribui para a regulação da pressão arterial por meio do vasorrelaxamento induzido pela estimulação da produção de óxido nítrico no endotélio [9] e regulação da homeostase do sódio aumentando a reabsorção de sódio no rim [10] .


A resistência à insulina e os níveis elevados de insulina - hiperinsulinemia - são conhecidos por terem profunda relação com vários quadros de preocupação médica: as anormalidades dos níveis de colesterol e triglicerídeos (dislipidemia), transtornos cardiovasculares e obesidade. Uma vez que essas doenças estão significativamente associadas à hipertensão, fica naturalmente sugerido uma relação clínica entre hiperinsulinemia e hipertensão [11] , [12]. Além da hiperinsulinemia, outros fatores que possivelmente promovem o desenvolvimento de hipertensão por meio da situação de resistência à insulina incluem a obesidade visceral, o estresse oxidativo, a ativação do sistema renina-angiotensina (onde vários medicamentos típicos da hipertensão atuam) e aumento de mediadores inflamatórios. Esse conjunto de  fatores atuando em sinergia podem induzir a hiperatividade simpática, vasoconstrição e aumento do líquido intravascular, resultando em hipertensão arterial [13].


Um dos pontos sublinhados pelos autores do estudo é que: “Nossa descoberta de que o nível de hipertrigliceridemia está significativamente relacionado ao grupo de hipertensos está de acordo com muitos dados publicados recentemente, que provaram que hiperinsulinemia, resistência à insulna, hipertrigliceridemia e até mesmo o aumento da relação TG / HDL  (dividir os triglicerídeos pela taxa de colesterol HDL, onde o ideal é ter um resultado menor que 2,0, como já vimos aqui no site em artigo anterior) podem predizer a presença de alguns fatores prognósticos de gravidade da hipertensão [39] , [40].”  


Ao final os autores do estudo chegam as seguintes conclusões:


1)     O aumento da insulina sérica desempenha um papel fundamental na fisiopatologia da hipertensão essencial. Taxas maiores da insulina foram associadas à gravidade da hipertensão essencial. A fisiologia alterada da insulina está altamente relacionada ao aumento da pressão arterial.
2)     Um dos fatores mais associados a resistência à insulina: a obesidade – verificado pelo aumento do índice de massa corporal (IMC) está associado à gravidade da hipertensão. 
3)     Os níveis de triglicerídeos elevados podem ser empregados como marcador tanto para a gravidade da hipertensão essencial, como da hiperinsulinemia e grau de resistência à insulina.


E no final fazem as seguintes recomendações:

1.     Procurar detectar o mais precoce possível uma eventual elevação da insulina, o que pela experiência clínica de consultório pode ser feito com um exame de laboratório - chamado teste da curva de insulina (feito da mesma forma que a curva de glicose ou TTG). Pois se forem promovias estratégias de controle de seus níveis poderemos efetivamente prevenir a hipertensão arterial.

2.     Buscar modificações do estilo de vida que auxiliem ao controle ou redução do sobrepeso e obesidade. Sem dúvida reduzir o peso corporal, um fator de risco para hipertensão e um dos principais objetivos para seu tratamento.


3.     Fazer do check up periódico onde conste a análise do perfil lipídico. As taxas elevadas de triglicerídeos e/ou uma relação excessiva com os níveis de colesterol HDL. Isso pode ser facilmente controlada com cuidados alimentares e em algumas situações com medicamentos.

4. Os autores também deixaram a recomendação comum nesse tipo de estudo: estimular a mais pesquisas sobre o papel da insulina elevada e de suas repercussões no curso e complicações de enfermidades cardíacas.


Em termos práticos podemos considerar que o hábito de uma dieta com baixo carboidratos pode ser uma das maneiras mais simples de reduzir as taxas de insulina e uma série de complicações associadas como taxas elevadas de triglicerídeos, muitas vezes associadas com o acúmulo de gordura no fígado, o sobrepeso e todas as situações de saúde já conhecidas. Esse artigo é publicado para nos lembramos que a hipertensão que é um problema comum, pode ser controlada eficientemente com uma mudança na alimentação.

A dieta low carb é talvez a estratégia mais elementar para lhe auxiliar ao controle da hipertensão arterial. Se já há o uso de medicamentos para pressão alta, nunca altere sua prescrição sem orientação médica. A alimentação certamente irá auxiliar ao controle de pressão e de peso corporal. Mas isso é um processo que precisa ser observado para que o controle de pressão tenha sua estratégia modificada num determinado período.  Mas é claro que precisa ser posto em prática e... mantido.

Uma dieta com baixo carboidratos (low carb) pode reduzir as taxas de insulina e assim ser uma estratégia para lhe auxiliar a reduzir ou controlar a pressão arterial. 


Consulte aqui mesmo no site lipidofobia outros artigos sobre esses assuntos.

José Carlos Brasil Peixoto, médico 

Observações:

a) As referências estão no artigo original nesse link: AQUI

b) Esse texto é uma extração editada do artigo original, não se trata de uma tradução

c) A foto do cardápio é de link AQUI, a foto do cabeçalho é do Wikipedia


sábado, 22 de agosto de 2020

Coronavírus - a dieta low carb como prevenção

 


QUER SE PREVINIR NA PANDEMIA: 

COMA MENOS CARBOIDRATOS!


José Carlos Brasil Peixoto, médico 

Em 22/08/2020

A pandemia da COVID-19 já está nos afligindo há alguns meses. E pelos dados a que somos submetidos diariamente parece que nos resta apenas aguardar pela vacina e pela redução de sua propagação. Fatos que podem ainda demorar. Embora tenha aparecido aqui ou acolá alguns esforços de auxilio a prevenção com medicamentos, em termos científicos – e factuais – isso não tem se mostrado promissor, e vários países, especialmente os do hemisfério norte, não têm qualquer referência a medicamentos que possam ser indicados para prevenção, seja profilática ou para uso no início de um quadro clínico, em seus protocolos de diretrizes do manejo da enfermidade. Mas será que não existe absolutamente nada que possamos fazer? Bem, já sabemos que alguns comportamentos podem nos proteger do contágio, e por extensão salvaguardar os demais. Isso obviamente envolve o distanciamento social (evitar aglomerações, observar uma distância de mais de 1,5m de outras pessoas e, melhor ainda, ficar em casa tanto quanto possível), manter higiene das mãos, de objetos de contato, associado ao uso de máscaras e dar especial atenção a “etiqueta respiratória” (cuidado ao tossir ou espirrar).

Mas sempre nos resta um temor: se eu ficar infectado como vou responder à doença?

Atualmente isso já tem parâmetros bem estabelecidos. Há condições médicas que aumentam dramaticamente o risco para a hospitalização, e várias delas interrelacionadas: obesidade, diabetes, hipertensão, que aumentam em três vezes esse risco - a doença renal e a obesidade severa que aumentam o risco em 4,5 vezes! Ocorre que as principais causas da doença renal são: a hipertensão arterial e a diabetes! Então há um link redundante. Os fatores de risco são todos relacionados a um personagem principal, a insulina, e sua condição clínica mais comum e perversa, a síndrome metabólica, consequência da resistência à insulina. Como isso é resultado de um item de estilo de vida, a alimentação, fica claro que há de fato algo que podemos de fato fazer para melhorar nossa aptidão frente ao novo coronavírus. Devemos nos preocupar em manter o mais baixo possível os níveis de insulina, o que é bastante possível com uma dieta com baixo consumo de carboidratos. Sim, uma dieta low carb pode ser a melhor alternativa para otimizar a condição individual de enfrentamento à covid-19. Não tem nada a ver com o emprego panaceico de antiparasitários ou antimaláricos. Tem a ver simplesmente com sua alimentação.


Nessa direção um editorial do British Medical Journal (BMJ EBM de 10/07/20), traz a mesma indicação.

A autora inicia o artigo salientando que as políticas de ação dos governos – quando existentes, visto que no Brasil não há de fato uma ordenação central integradora dos recursos e estratégias ao manejo da pandemia – se assentaram nas medidas já ordinárias e amplamente divulgadas (como o distanciamento social, boa higiene das mãos etc.), mas pouca atenção tem sido dada ao impacto potencial da alimentação sobre os resultados finais para a saúde da população, visto que “a má alimentação é o contribuinte mais significativo para o fardo de doenças crônicas relacionadas ao estilo de vida, como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares”.1 Ela continua em sua exposição informando que no final de maio de 2020 “...os Centros de Controle e Prevenção de Doenças relataram que, entre os casos de COVID-19, as duas condições de saúde subjacentes mais comuns eram doenças cardiovasculares (32%) e diabetes (30%). 2As hospitalizações foram seis vezes maiores entre os pacientes com doença de base relatada (45,4%) do que aqueles sem doença de base relatada (7,6%). As mortes foram 12 vezes maiores entre os pacientes com doenças subjacentes relatadas (19,5%) em comparação com aqueles sem doenças subjacentes relatadas (1,6%). 2 Dois terços das pessoas no Reino Unido que adoeceram gravemente com COVID-19 estavam acima do peso ou eram obesas e 99% das mortes na Itália ocorreram em pacientes com doenças pré-existentes, como hipertensão, diabetes e doenças cardíacas”3 

Então essas situações médicas interseccionadas pela síndrome metabólica comprometem a função imunológica e inequivocamente tem relação com um curso pior da covid-19. Isso se deve a um controle defectivo da glicemia, um propulsor para inflamação e enfermidades dos órgãos respiratórios. Ela cita um estudo onde “pacientes com COVID-19 com diabetes tipo 2 pré-existente mostrou que aqueles com controle glicêmico melhor regulado se saíram melhor do que aqueles com controle insuficiente de glicose no sangue”. Nessa situação houve menos consequências negativas como número de intervenções, lesões orgânicas e, principalmente, menor mortalidade em hospitalizações. Ela cita um outro estudo que associa o resultado mais eficiente pelo uso de insulina (nos pacientes que precisavam) com a redução de marcadores inflamatórios e menor mortalidade.

Apesar desses dados robustos, e mesmo com o amplo conhecimento de que seria o consumo de carboidratos dietéticos (o que inclui açúcar e amidos) o principal fator para aumento da glicemia, ela nos lembra que as diretrizes oficiais de “alimentação saudável” defende a tradicional ladainha: coma menos gordura e mais carboidratos, algo que tende a aumentar os níveis de glicose no sangue. Curiosamente essa estratégia é amplamente indicada justamente nos locais onde pode trazer piores consequências práticas: nos lares de longa permanência, para idosos, por exemplo, ou nos hospitais que cuidam também de indivíduos com um quadro metabólico e a doença provocada pelo novo coronavírus. Ela também lembra que uma nova tendência impulsionada pela pandemia pode piorar esse cenário, pois ao estocar alimentos as pessoas tendem a guardar justamente mais produtos industrializados de longa duração que costumam ser altamente ricos em carboidratos (massas, pães, biscoitos, farináceos em geral, sucos e refrigerantes, snacks, doces etc.) Esses alimentos são indiscutivelmente hiperinsulinêmicos. E, como já foi dito, favorecem ao ambiente interno inflamatório, ou pelo menos sustentam as enfermidades mais dramaticamente associadas ao pior resultado frente à infecção do sars-cov2.

O editorial, com um viés mais positivo, nos lembra que já há estudos e reconhecimentos a favor de dietas de baixo carboidrato, citando uma declaração de uma organização australiana contra a diabetes expondo vários subsídios a favor da redução de carboidratos como manejo seguro dessa enfermidade. Cita ainda que “... em 2019 a American Diabetes Association e em 2020 a Diabetes Canada, ambas endossaram dietas com baixo teor de carboidratos como uma opção viável para melhorar a glicemia e o potencial de redução de medicamentos para indivíduos com diabetes tipo 2”.

Ela relaciona ainda algumas instituições de saúde que já estão pondo em prática esse tipo de providência de mudança no cardápio para enfermos metabólicos.

Componentes típicos da dieta low carb

Ao final, o editorial ressalta que apesar dos múltiplos fatores conhecidos ou desconhecidos que envolvem a patologia da Covid-19, considerando que só nos EUA mais de 80% da população não tem saúde metabólica, a intervenção alimentar pode ser a mais simples e acessível forma de promover proteção aos indivíduos e famílias frente a uma doença com tamanha facilidade de contágio. É ressaltado que “...a adoção de recomendações dietéticas para pessoas com síndrome metabólica subjacente, conforme proposto no Reino Unido, deve ser mais amplamente endossado por governos e formuladores de políticas em todo o mundo, para mitigar o fardo das doenças metabólicas pré-existentes naqueles que contraem COVID-19, agora e no futuro.”

Então uma dieta low carb parece ser a melhor coisa que podemos fazer e recomendar como arma real para minimizar o drama de sermos infectados pelo novo coronavírus. Parece muito simples para ser realidade, mas ao que tudo indica, realmente é o melhor e mais eficiente que podemos fazer a partir de agora!


O link que inspirou esse artigo está aqui

O editorial de Maryanne Demasi pode ser baixado na íntegra e free nesse LINK

Conheça o BJM - EBM

Gravuras:

Link do cabeçalho 

Link da foto da dieta low carb 



 

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Antolhos da Nutrição - parte III: Os alimentos vegetais são isentos de problemas porque assim foi decidido e ponto final

Podemos ter sido levados a ver riscos semelhantes com perspectivas diferentes, por um aprendizado focado em assimitria cognitiva - e pelo visto na nutrição - aspectos semelhantes tem valor diferente - de acordo com a convicção que lhe dá respaldo. A neutralidade não existe por aqui! O observador perdeu sua necessária isenção. Uma maldição proselítica. Naturalmente, não percebida pelos orientadores movidos por boas intenções. (Essa é terceira e última parte dessa série)

Essa série foi dividida em três: PARTE I   PARTE II  PARTE III

 Os perigos das plantas estão sendo ignorados

99,99% dos pesticidas na dieta humana são oriundos das plantas, mas poucos são estudados. Dos que foram estudados em animais, mais da metade foi considerada cancerígena [39]. Outro estudo observa: ' As toxinas vegetais são uma categoria de toxinas naturais, onde a situação é menos desenvolvida com relação a regulamentos, métodos de análise validados e materiais de referência. No entanto, sua ocorrência em uma ampla gama de espécies de plantas consumíveis exige a atenção da comunidade analítica. '[40]

Vamos esquecer tudo o que nos foi dito por um segundo e pensar nas plantas de uma perspectiva diferente. As plantas evoluíram para sobreviver. Eles não podem fugir ou se defender fisicamente como animais. Sua defesa é através da guerra química, e eles contêm muitas toxinas diferentes para dissuadir ou prejudicar predadores. As plantas não querem que suas raízes, corpos / caules, folhas ou sementes sejam comidas - elas são essenciais para a sobrevivência. Será analisado brevemente alguns dos compostos "antinutrientes" comuns comumente encontrados nas plantas que consumimos.

 

Lectinas

As lectinas são proteínas de ligação a carboidratos (glico) de natureza onipresente. Nas plantas, eles são distribuídos em várias famílias e, portanto, ingeridos diariamente em quantidades apreciáveis ​​por humanos e animais. Uma das características mais importantes nutricionalmente das lectinas vegetais é a capacidade de sobreviver à digestão pelo trato gastrointestinal dos consumidores. Isso permite que as lectinas se liguem aos grupos glicosil de membrana das células que revestem o trato digestivo. Como resultado dessa interação, são desencadeadas uma série de reações locais e sistêmicas nocivas, colocando essa classe de moléculas como substâncias antinutritivas e/ou tóxicas. Localmente, elas podem afetar a rotatividade e a perda de células epiteliais intestinais, danificar as membranas luminais do epitélio, interferir na digestão e absorção de nutrientes, estimular mudanças na flora bacteriana e modular o estado imunológico do trato digestivo. Sistematicamente, eles podem interromper o metabolismo de lipídios, carboidratos e proteínas, promover o aumento e/ou atrofia dos principais órgãos e tecidos internos e alterar o status hormonal e imunológico. Em altas doses, as lectinas podem ameaçar seriamente o crescimento e a saúde do consumo de animais. [45]

Interessante, mas talvez os níveis que normalmente consumimos em nossa dieta sejam seguros?

Foi demonstrado que as [lectinas] têm efeitos nutricionais deletérios. Existe pouca informação, no entanto, sobre a prevalência de lectinas ou os alimentos específicos que contêm lectinas na dieta dos Estados Unidos. No presente estudo, as partes comestíveis de 29 dos 88 alimentos testados, incluindo ingredientes comuns de salada, frutas frescas, nozes assadas e cereais processados, apresentaram atividade significativa semelhante à lectina ... concluímos que a exposição da dieta às lectinas vegetais é generalizada. O espectro de consequências nutricionais dessa exposição ainda precisa ser determinado [46]

As lectinas são encontradas em todas as leguminosas, nozes, grãos, sementes e certos vegetais (principalmente as solanáceas). Embora certas técnicas de processamento e aquecimento possam desativar as lectinas, esse nem sempre é o caso [47]. Talvez seja por essa razão que os grãos estejam implicados no aumento da permeabilidade e inflamação do intestino. [48, 49, 50]

 

Ácido fítico

É encontrado em todas as sementes, grãos, legumes e nozes comestíveis em quantidades variadas. Isso prejudica fortemente a absorção de ferro, zinco e cálcio quando consumido com essas refeições [51, 52]. Um estudo mostra que comer ostras (ricas em zinco) com uma tortilha de milho anula completamente a absorção de zinco [53]. É particularmente preocupante que os compostos encontrados nessas plantas impeçam não apenas que seus próprios minerais sejam absorvidos, mas também quaisquer outros minerais encontrados em uma refeição.

 

Oxalatos

Os oxalatos estão presentes em uma ampla variedade de vegetais, em especial muitos dos chamados "superalimentos", como espinafre. Esses cristais de oxalato são extremamente prejudiciais às células animais e têm a capacidade de contornar nosso trato gastrointestinal e se depositar nos tecidos ao redor do corpo. Estudos demonstraram que as quantidades comumente consumidas em nossa dieta podem levar ao acúmulo de oxalatos em nosso corpo [54, 55, 56].

Embora os oxalatos sejam comumente associados a cálculos renais [57, 58], eles também foram encontrados em outros tecidos ao redor do corpo. Estudos mostram que mais de 85% dos idosos têm acúmulo de oxalato na tireoide [59]. Eles também estão presentes no tecido mamário [60] e promovem o crescimento de tecido cancerígeno na mama [61]. Eles podem ser depositados na medula óssea [62] e nos pulmões [63], danificando nossas vias aéreas e levando a condições como a DPOC [64, 65]. Os oxalatos aumentam a inflamação [66] e estão implicados na artrite [67]. Eles também estão implicados em lesões cardíacas e insuficiência cardíaca [68].

Os oxalatos também se ligam ao cálcio, reduzindo significativamente a absorção [69]. Quando combinados com fibras, os oxalatos reduzem ainda mais a absorção de minerais [70, 71].

 

Estes são apenas alguns dos compostos perigosos encontrados nas plantas, e ainda não sabemos a gama completa de efeitos que eles podem ter em nosso corpo.

 

Biodisponibilidade dos nutrientes

Muitas frutas e vegetais são carregados com vitaminas. Essas vitaminas existem para o benefício das plantas. Eles não devem ser digeridos pelos seres humanos, e desistimos de nosso longo cólon e ceco, que ajudam a quebrar as plantas, muito tempo atrás, quando nos afastamos dos primatas. Não vou discutir todos os nutrientes aqui, mas concentre-me em alguns grandes. Por exemplo, no espinafre (e outros alimentos que contêm oxalato), o cálcio se liga aos oxalatos, o que significa que absorvemos apenas cerca de 5% do cálcio [69].

O conteúdo de vitamina A absorvido varia muito de planta para planta e de pessoa para pessoa, mas geralmente não é ótimo. O beta-caroteno, que é convertido em retinol (vitamina A), é a única maneira de obter vitamina A das plantas; é notoriamente difícil para o corpo absorver. A absorção de vitamina A das plantas varia muito. Para o consumo alimentar, podemos observar taxas de absorção que variam de 3: 1 (conversão de beta-caroteno em vitamina A) a 28: 1 [72]. Muitas pessoas não são capazes de absorver e converter beta-caroteno efetivamente, e certas plantas são muito mais eficazes que outras. Essa variação é muito preocupante. Nossos rótulos nutricionais citam o conteúdo de vitamina A com base no volume de beta-caroteno, mas você pode absorver até 10 vezes menos. O processamento de alimentos vegetais também afeta significativamente a absorção de vitamina A em até duas vezes [73].

O ferro, entre outros minerais, é outro nutriente pouco absorvido a partir de plantas. Embora o ferro não heme (o único tipo de ferro encontrado nos alimentos vegetais) possa ser usado exatamente da mesma forma que o ferro, é muito mais difícil absorver (geralmente pelo menos o dobro do ferro heme, encontrado apenas em produtos de origem animal) ) [74] Lembre-se também de que o ácido fítico e os oxalatos reduzem a absorção de ferro não-heme, e que geralmente acompanha os alimentos de ferro não-heme.

Além disso, as vitaminas lipossolúveis (vitamina A, D, E e K) exigem que a gordura seja absorvida. Isso significa que, se você estiver comendo sua salada de quinoa rica em carboidratos, com baixo teor de gordura, ou comendo algumas cenouras cruas, (que tenha muito) boa sorte em obter essas vitaminas. A única maneira de absorvê-las efetivamente é adicionando gorduras às frutas e vegetais ou adicionando nozes. Mas as nozes são bastante ricas em ácido fítico e, muitas vezes, em lectina, portanto elas reduzem a absorção de nutrientes. Você também pode adicionar óleo vegetal às suas saladas (esperando que não tenham se oxidado previamente), mas depois [poderá] destruir sua proporção [ótima] de ômega 6: 3, o que leva a muitos problemas de saúde [75].

As proteínas nas plantas geralmente não contêm todos os aminoácidos necessários e [geralmente] são pouco absorvidas. A quantidade de proteína absorvida pode ser 30% menor que a anunciada [76], o que é então reduzido ainda mais pelos inibidores de protease comumente encontrados nas plantas [77, 78].

Certos ácidos graxos essenciais, como EPA e DHA, não são encontrados em compostos vegetais. Certos alimentos vegetais, principalmente sementes, contêm o ômega 3 ALA, que pode ser convertido em EPA e depois em DHA. No entanto, essa conversão é extremamente baixa e varia de pessoa para pessoa, com algumas pessoas incapazes de converter em qualquer percentual [79]. Além disso, a maioria das fontes vegetais de ALA também é muito rica em ômega 6, o que bloqueará a absorção do ALA (uma vez que o ômega 6 compete com o ômega 3 pela absorção).

Não discutirei a vitamina B12, que geralmente é sabido como ausente de alimentos vegetais. No entanto, existem outros compostos nos quais os vegetarianos costumam ser deficientes: creatina [80], carnosina [81], taurina [82], várias vitaminas do complexo B e zinco [83] e potencialmente outras.

 

E os compostos benéficos? Fitoquímicos e Antioxidantes Vegetais

As plantas são carregadas com antioxidantes e a mídia não se esquiva desse fato - você o vê em toda parte. O negócio de antioxidantes é muito lucrativo e deve subir para 4,5 bilhões em 2022 [84]. Infelizmente, eles quase nunca são realmente absorvidos pelo corpo [85, 86]. Novamente, esses compostos são feitos para o benefício da planta. Nosso corpo vê os compostos vegetais como tóxicos e tenta expulsá-los. O USDA realmente removeu seu banco de dados de antioxidantes polifenóis devido a ‘evidências crescentes de que os valores que indicam capacidade antioxidante não têm relevância para os efeitos de compostos bioativos específicos, incluindo polifenóis na saúde humana ... valores [dos antioxidantes] são rotineiramente mal utilizados pelas empresas fabricantes de alimentos e suplementos alimentares para promover seus produtos e, pelos consumidores, que se orientam em suas escolhas sobre suplementos alimentares e dietéticos.’

Compostos como açafrão/curcumina têm recebido exagerada atenção [quase] como mágica, ervas que prevenindo o câncer e aumentam a expectativa de vida. A curcumina é um produto muito rentável, e espera-se que seja uma indústria de 1,3 bilhão de dólares até 2025 [87]. É também um dos polifenóis mais estudados e, após a realização de mais de 120 ensaios clínicos, em nenhum ensaio clínico duplo-cego, controlado por placebo, a curcumina foi bem-sucedida [88]. A curcumina não é apenas totalmente ineficaz em produzir algo benéfico, como também pode danificar nossos cromossomos e DNA em doses baixas [89].

Certos compostos, como o sulforafano (organossulfurado natural), encontrado em vegetais crucíferos, como o brócolis, são apontados como drogas milagrosas contra o câncer. Os chamados efeitos antioxidantes e preventivos do câncer das plantas provêm do fenômeno conhecido como hormesis [140]. A hormesis é essencialmente a resposta corporal a um estressor, o que aumenta nossos antioxidantes endógenos. Os fitoquímicos vegetais fazem isso produzindo espécies reativas de oxigênio (ERO), que podem danificar proteínas, lipídios e DNA nas células, e precisam ser expelidas do nosso corpo. Nosso corpo responde a ERO liberando antioxidantes ativando caminhos como o NFR2, que regula a expressão de proteínas antioxidantes. Esses antioxidantes liberam os ROS e também têm efeitos protetores em nossas células.

A razão pela qual alguns vegetais são potencialmente combatentes do câncer é porque são toxinas de baixo nível que o nosso corpo combate. As toxinas desencadeiam a liberação de antioxidantes endógenos, que podem ser benéficos na proteção das células e no combate ao câncer. No entanto, se pudéssemos estimular esses mecanismos sem precisar ingerir toxinas potencialmente prejudiciais, não devemos seguir esse caminho? Bem, como se vê, a cetose naturalmente estimula a liberação de poderosos antioxidantes (usando NRF2 entre outros) e reduz o estresse oxidativo em nossas células, fortalecendo nossas mitocôndrias. Podemos obter um efeito terapêutico mais forte da cetose [90, 91 92], exercício [93] e jejum intermitente [94] do que o que obtemos das plantas, sem as possíveis desvantagens. Portanto, não é de surpreender que a dieta cetogênica [95, 96] e / ou jejum [97] seja promissores como terapia contra o câncer.

Um pequeno número de produtos químicos vegetais é capaz de produzir efeitos em humanos, mas sempre são espadas de dois gumes. Por exemplo, os fitoestrogênios são compostos encontrados na soja e foram feitas alegações sobre seus benefícios à saúde. No entanto, essas alegações são bastante fracas [98], enquanto as desvantagens são bastante claras. O fitoestrogênio se liga aos receptores de estrogênio, impedindo o uso de nosso estrogênio natural. O estrogênio desempenha um papel fundamental em muitas funções. Não é de surpreender que a ingestão de soja em meninas/mulheres jovens possa levar a problemas de desenvolvimento e puberdade precoce [99, 100]. É por isso que a fórmula infantil de soja é proibida em alguns países. Também foi demonstrado que os fitoestrógenos danificam as sinapses cerebrais [101, 102] e podem afetar a função da tireóide [103, 104]. Também observamos desvantagens semelhantes ao sulforafano em altas doses [105].

 

Nós focamos apenas nos aspectos positivos

Toda pesquisa sobre os alimentos vegetais é conduzida através de uma lente de otimismo e positividade ilusórios. Qualquer característica benéfica de um composto vegetal é estudada isoladamente, sendo que os potenciais efeitos colaterais nem sequer são considerados. Você não encontrará muitos artigos negativos e muitos compostos ainda precisam ser estudados, porque os pesquisadores nem estão dando atenção. Temos que entender que esses compostos são drogas. Como qualquer medicamento, eles vêm com uma série de efeitos colaterais. E, no entanto, isso raramente é discutido porque todos temos essa crença fundamental e profundamente enraizada de que os vegetais são saudáveis ​​por causa de toda a epidemiologia e correlações que somos levados a ver.

Essa lente delirante de foco estreito se estende além dos benefícios dos compostos vegetais para os perigos de produtos de origem animal. Os produtos de origem animal aumentam o colesterol enquanto as dietas à base de plantas o diminuem (bloqueando os receptores de colesterol [151]), especialmente o LDL 'ruim'. Mas quem está falando sobre todos os efeitos negativos para a saúde do colesterol baixo [106, 107, 153, 154]? O colesterol serve a um propósito vital em nosso corpo. A ideia de que deveríamos reduzí-lo o máximo possível realmente não faz sentido, e o colesterol LDL total alto por si só NÃO demonstrou ser causador de doenças cardíacas [152, 153].

Mas os produtos animais aumentam o mTOR, o que está implicado em alguns tipos de câncer! Isso pode ser verdade se o mTOR for superestimulado, o que a metionina (encontrada em produtos de origem animal) pode fazer. Porém, tanto a glicina quanto a carnosina, também encontradas em produtos de origem animal juntamente com a metionina, trabalham para impedir o superestimulação do mTOR. Quando olhamos através de uma lente estreita apenas para a metionina, podemos gerar afirmações causais, mas isso não é indicativo da realidade. Portanto, não surpreende que haja uma grande contestação dentro da comunidade científica em torno da carne vermelha e [sua relação] do câncer [108].

Mas o IGF-1 (que é estimulado por proteínas, carne vermelha, gordura e laticínios, entre outras coisas) também causa câncer! Isso pode ser verdade, existem algumas associações menores observadas com câncer de mama [109] e próstata [110]. No entanto, baixos níveis de IGF-1 também podem causar câncer e outras doenças [111, 112]. Não apenas isso, mas fora do câncer, o IGF-1 tem inúmeros benefícios à saúde: é antienvelhecimento e reduz a mortalidade fora do câncer [113, 114, 115], aumenta os antioxidantes endógenos e protege as células [116, 117], diminui inflamação e fortalece a autoimunidade [118, 119, 120, 121, 122, 123], é bom para a saúde do cérebro [124, 125, 126, 127, 128], ajuda a combater doenças metabólicas como o T2D [129, 130, 131], protege contra doenças cardíacas e formação de placas [132, 133], é essencial para o crescimento ósseo [134], promove a saúde intestinal [135, 136, 137, 138],

Não devemos esquecer que o efeito hormético (isto é: resposta bifásica à dose a um agente ambiental caracterizado por baixa dose estimulação e alta dose inibitória ou efeito tóxico, NT) dos vegetais também pode promover o desenvolvimento de certos tipos de câncer [140]. Estamos nos concentrando apenas nos benefícios potenciais das plantas, nos potenciais negativos de produtos de origem animal e ignorando tudo o mais.

Como uma dieta que é nutricionalmente incompleta e requer muitos suplementos, inadequada para a maioria dos dados demográficos e que possui muitos estudos que não mostram benefícios, é recomendada pela nutrição convencional? A única explicação é que existe um viés maciço de crenças pessoais e de financiamento corporativo / farmacêutico, que foi tornado claro e evidente aqui. Pelo menos 30% dos vegetarianos / veganos abandonam a dieta devido à deterioração da saúde [141]. Lembre-se de que as pessoas que seguem essas dietas geralmente têm muita consciência da saúde. Tomar suplementos não é suficiente. Enquanto algumas pessoas podem absorver efetivamente nutrientes das plantas, muitas pessoas não conseguem. Eles não falharam na dieta vegana, a dieta vegana falhou com eles.

Não estou tentando dizer que devemos abandonar todos os alimentos vegetais ou simplesmente ignorar tudo o que nos é dito pelas ciências nutricionais. No entanto, acho que nosso movimento em direção a uma dieta inteiramente à base de plantas é extremamente equivocado. É prudente questionarmos o que nos dizem, entendermos que grande parte da ciência nutricional é enganosa e tendenciosa, e que devemos dar passos no sentido de melhorar nossa pesquisa nutricional. Uma dessas etapas é obter avaliações independentes de terceiros sobre diretrizes nutricionais para avaliar sua validade.

Felizmente, há um começo de movimento. Os médicos conversaram recentemente com o Parlamento Europeu para tratar da questão da desinformação e da ciência ruim (a apresentação está disponível no youtube ), solicitando uma investigação sobre grande parte das diretrizes e ciência nutricional. Você pode esperar décadas para que esse movimento alcance todos os níveis do governo, ou você pode agir agora e fazer algumas pesquisas por conta própria.

 

Site do artigo original

https://medium.com/@kevinmpm/the-biggest-myth-of-modern-nutrition-healthy-plant-based-diets-66ff4061517d

  

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Referências

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