quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

A saúde de Halle Berry e sua alimentação low carb



Halle Berry diz que esta dieta é responsável por "retardar meu processo de envelhecimento" e reverter seu diagnóstico de diabetes

29 de janeiro de 2018   |  Por Victoria Uwumarogie


Do pilates até a modalidade de fitness 
plank pull, Halle Berry falou abertamente sobre alguns dos exercícios que mantêm seu corpo em fantástica forma depois de todos esses anos. Mas Berry sabe, como disseram os especialistas, que a dieta é a maior parte de um bom regime de saúde e bem-estar. Os 51 anos de idade, compartilhados em uma nova publicação da #FitnessFriday, mostra que a adesão a uma dieta cetogênica ajudou a reverter seu diagnóstico de diabetes e a deixar o envelhecimento para trás.
"Sendo diabética a maior parte da minha vida, sempre tive que levar a comida muito a sério", escreveu a vencedora do Oscar. "Então, durante anos, tenho acompanhado a dieta Keto ou cetogênica. Eu odeio a palavra "dieta", então, aonde você enxergar a palavra dieta, apenas saiba que eu encorajo você a pensar nela como uma mudança de estilo de vida, NÃO é uma dieta! Keto é um plano de alimentação muito baixo em carboidratos e que realmente força seu corpo a queimar gordura de forma alucinada. Eu também acredito que isso foi muito responsável por abrandar meu processo de envelhecimento ".
"O estilo de vida keto oferece tantos benefícios, como a perda de peso (mães: saibam como é que nos livramos das barrigas da gravidez), controle do apetite, mais energia e melhor desempenho mental", continuou ela. "Se você é como eu, você pode reverter diabetes tipo 2, você experimentará melhor resistência física, uma pele melhor e também menos acne se isso for um problema. E até ajuda a controlar enxaquecas! "
A dieta é uma opção pobre em carboidratos que é rica em gorduras e moderada em proteínas. Ao invés de queimar carbos para a energia, quando em cetose, seu fígado produz cetonas, um subproduto de seu organismo quando quebra gorduras para energia, e que acabam sendo a principal fonte energética. As dietas cetogênicas são conhecidas por seus benefícios médicos e foram usadas por muitos anos para ajudar a tratar a epilepsia resistente a medicamentos em crianças. Também houve estudos que sugerem que uma dieta cetogênica pode ajudar com transtornos neurológicos e tem benefícios na luta contra câncer, doença de Alzheimer e diabetes, como Berry mencionou.
Mais de 10 anos atrás, Berry teria dito que havia passado de um diagnóstico de diabete tipo 1 para classificar-se como tipo 2 depois que ela afirmou ter se afastado do uso de insulina. Ela citou sua dieta e exercício por ajudá-la a controlar sua doença.
"Eu consegui me libertar da insulina", disse ela , "então agora eu poderia me colocar na categoria tipo 2".
Mãe de dois filhos, ela falou no passado sobre seu amor por esta dieta, dizendo ser fiel a ela por anos.
"Eu juro pela dieta cetogênica", disse Berry durante uma conversa com  Mamarazzi. -"É simples. Não há açúcar, nem carboidratos. E o que você força seu corpo a fazer é ao invés de queimar açúcar como combustível, você começa a queimar gorduras saudáveis ​​como abacate, óleo de coco e ovos. Você começa a comer gorduras saudáveis. A manteiga pode fazer parte da sua dieta. Você apenas come proteínas, nozes, legumes. Você começa a ensinar seu corpo. Seu corpo começa a queimar gordura em vez de açúcar e quando você começa a queimar gordura, toda a gordura do seu corpo começa a derreter ".



sábado, 27 de janeiro de 2018

Como o medo pode levar ao câncer - Parte II





A seguir a segunda parte do artigo sobre como o medo crônico está relacionado ao câncer através de uma intricada cadeia de eventos fisiológicos onde desponta alguns personagens conhecidos como a adrenalina, o cortisol, a glicose, o oxigênio e outros menos conhecidos mas igualmente importantes, especialmente o HIF1α. Um dos pontos mais importantes que esse artigo apontou foi o efeito de Bohr. Esse efeito fisiológico entra em choque com uma ideia muito difundida sobre a vitalidade dos tecidos e a alcalinidade. Para a melhor absorção de oxigênio os tecidos precisam em realidade estarem um pouco ácidos. Na verdade é acidez que estimula a liberação do oxigênio da hemoglobina dos glóbulos vermelhos para as demais células. Vai ser necessário reciclar essa noção altamente difundida sobre o pH e a saúde. Essa segunda parte incluiria uma parte excessivamente cheia de termos técnicos e noções complexas de biologia e fisiologia. Assim, os estudos citados dentro do artigo foram propositadamente reduzidos a pequenos resumos e enunciados. Mas quem tiver interesse o link do artigo original se encontra ao final. As referencias citadas estão no texto original (em inglês). A primeira parte do artigo está AQUI.


Medo, Hipocapnia, Glicose no Sangue e Hipóxia

O medo crônico causa a secreção de cortisol no corpo, o que aumenta os níveis de glicose no sangue. Os estudos de pesquisa abaixo mostram que a glicemia alta está ligada à hipóxia nos tecidos através do efeito Bohr. O hormônio adrenalina causa hipocapnia e diminui o fluxo sanguíneo para o cérebro. Assim sendo: a hipóxia nos tecidos, especificamente no cérebro, é o resultado final do medo crônico.

Abaixo um resumo dos estudos relacionados no artigo. Como envolvem muitos termos técnicos, será apenas exposto a ideia geral de cada um deles.

O primeiro envolve a relação entre o oxigênio e a expressão de uma proteína muito especial chamado HIF Alfa 1 (hypoxia-inducible fator-1 alpha) – sigla HIF1α – em português chamado de Fator Induzido pela Hipóxia. É uma partícula que transmite informações do DNA para transcrição de RNA. Mas o que importa entender é o seguinte: essa partícula ativa mecanismos adaptativos quando falta oxigênio nas células. Em condições normais não falta oxigênio nas células, então toda HIF1α é degradada. Porém quando falta oxigênio por qualquer motivo essa proteína estimula pelo menos duas coisas fundamentais para sobrevivência de células e tecidos: a glicólise – fermentação, e o estímulo ao fator de crescimento de endotélio vascular, para auxiliar o retorno de abastecimento de sangue nesses tecidos sem oxigênio! (Bastante parecido com aquilo que ocorre com tecidos cancerosos, não?)
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Alguns trechos dos estudos - que estão íntegros na versão original - (você pode pular para o próxima parte), basicamente os estudos a seguir exploram pesquisas que envolvem o comportamento de células frente a falta de oxigênio, a expressão de HIF1α e a glicose, especialmente em reação às células produtoras de insulina do pâncreas): 
Estudo realizado em 2010 por Heinis e Simon: quando cultivados em colágeno, as células pancreáticas embrionárias ficaram hipóxicas e com a expressão de HIF-1α raras células-beta ficam diferenciadas. Quando cultivadas no pâncreas em filtro (normoxia, quantidade ideal de oxigênio), a expressão de HIF-1α  é reduzida e numerosas células beta se desenvolveram. Durante o desenvolvimento do pâncreas, os níveis de HIF-1α foram elevados nos estágios iniciais e diminuíram com o tempo. (...) Esses dados demonstram que a diferenciação de células beta é controlada pela pressão de oxigênio (pO2) através de HIF-1α. (...)
Um estudo de Cheng et al em 2010 demonstrou que o fator HIF-1α, é um fator de transcrição que regula as respostas ao estresse celular. Embora os níveis de proteína HIF-1α sejam rigorosamente regulados, estudos recentes sugerem que pode ser ativado em condições ideais de oxigênio. Nós hipotetizamos que o HIF-1α é necessária para a função e reserva de células beta normais e que a desregulação pode contribuir para a patogênese do diabetes tipo 2 (DT2).  (...)

Regazzetti et al em 2009 mostraram que, tanto em adipócitos humanos quanto em ratos, a hipoxia inibe a sinalização de insulina, como revela uma diminuição da fosforilação do receptor de insulina. (...) A partir desse estudo os autores fazem a elação: a hipóxia poderia ser imaginada como um novo mecanismo que participa na resistência à insulina no tecido adiposo de pacientes obesos. [24]


 Chen et al, em 2006, demonstraram que baixos níveis plasmáticos de adiponectina (hipoadiponectinemia) e elevadas concentrações circulantes do inibidor do ativador de plasminogênio (PAI) -1 estão associados de forma causal à resistência à insulina e à doença cardiovascular relacionada à obesidade. (...) No conjunto de dados dessa pesquisa, os dados sugerem que hipoxia e os radicais livre (ROS) diminuem a produção de adiponectina e aumentam a expressão de PAI-1 em células de gordura através de caminhos de sinalização distintos. Esses efeitos podem contribuir para hipoadiponectinemia e níveis elevados de PAI-1 na obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. [27]


Moritz e Meier et al em 2002 mostraram que para tornarem-se independentes de insulina, os pacientes com diabetes mellitus tipo 1 requerem transplante de pelo menos de dois doadores de pâncreas por causa da perda maciça de células beta no período inicial pós-transplante. Muitos estudos que descrevem a introdução de novos protocolos imunossupressores mostraram que essa perda não se deve apenas a eventos imunológicos, mas também a fatores não imunológicos. Para testar em que medida a hipoxia pode contribuir para a perda precoce do enxerto, analisamos a ocorrência de eventos de morte celular (apoptose) e a expressão do HIF1α. (...)Essas observações sugerem que a expressão gênica sob o controle de HIF-1 representa uma potencial ferramenta terapêutica para melhorar o enxerto de ilhotas transplantadas. [28] 
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O hormônio adrenalina causa hipocapnia (redução de gás carbônico)  e diminui o fluxo sanguíneo para o cérebro também. Assim sendo a hipóxia nos tecidos, especificamente no cérebro, é um resultado do medo crônico.

Hipóxia, inflamação e câncer

A diferença fundamental mais importante entre as células normais e as células cancerígenas é como elas produzem energia. As células normais usam o sofisticado processo de respiração para transformar eficientemente gordura, carboidratos ou proteínas em altas quantidades de energia. Este processo requer oxigênio e quebra os alimentos completamente em dióxido de carbono e água. As células cancerosas usam um processo primitivo denominado de fermentação para transformar de forma ineficiente a glicose vinda principalmente de carboidratos ou o amino ácido glutamina das proteínas, em pequenas quantidades de energia.
Os achados mais importantes dessas pesquisas são que as gorduras não podem ser fermentadas. Este processo não requer oxigênio, e apenas parcialmente degrada as moléculas de alimentos em ácido lático e amônia, que são produtos de resíduos tóxicos. As células normais às vezes têm que mudar para o processo de fermentação se estiverem experimentando temporariamente uma falta de oxigênio.
No entanto, nenhuma célula em seu estado de equilíbrio jamais escolheria usar a fermentação quando houver oxigênio suficiente. Não produz quase tanta energia e cria subprodutos tóxicos. Resumidamente, a fermentação é primitiva e desperdiçadora. As células cancerosas usam a fermentação mesmo quando há bastante oxigênio ao redor, o que é a explicação do efeito Warburg, considerado a assinatura metabólica das células cancerígenas. Se uma célula transforma glicose em ácido lático quando existe oxigênio disponível, essa seria uma célula cancerígena. [29] A hipoxia, bem como a inflamação nos tecidos e em células normais, aumentam as quantidades de espécies reativas de oxigênio (ROS) nas células, que é a principal causa de câncer. [30]

DISCUSSÃO

De todos os aspectos descritos anteriormente nos materiais e métodos, temos que o medo crônico faz com que as glândulas supra-renais liberar o hormônio adrenalina, que por sua vez aumenta as quantidades de cortisol. O hormônio cortisol causa inflamação aumentando os níveis de glicose no sangue e suprimindo a resposta do sistema imunológico. [Michopoulos V. et al, 2016] A adrenalina, por outro lado, causa hipocapnia e hiperventilação, que através do efeito Bohr causa hipoxia, o que leva a maiores quantidades de espécies reativas de oxigênio (ROS) nos tecidos. A adrenalina também diminui o fluxo sanguíneo para o encéfalo, o que diminui as quantidades de oxigênio no cérebro. [22-28]

Figura (2) O impacto do cortisol e adrenalina na causalidade do câncer

Medo e evolução

Do ponto de vista da psicologia evolutiva, diferentes medos podem ser adaptações diferentes que foram úteis em nosso passado evolutivo. Eles podem ter se desenvolvido durante diferentes períodos de tempo. Alguns medos, como o medo das alturas, podem ser comuns a todos os mamíferos e desenvolvidos durante o período mesozoico. Outros medos, como o medo das cobras, podem ser comuns a todos os símios e desenvolvidos durante o período de tempo do cenozóico. Outros, como o medo de ratos e insetos, podem ser únicos para os seres humanos e desenvolvidos durante os períodos de tempo paleolítico e neolítico (quando os ratos e os insetos se tornam portadores importantes de doenças infecciosas e prejudiciais para plantações e armazenamento de alimentos). O medo é elevado somente se o risco e a gravidade observados forem altos, e é baixo se o risco ou a gravidade for reduzido. [20,21]

Figura (3) Efeitos colaterais do medo crônico

Figura (4) A razão da incidência do câncer a partir do medo crônico


CONCLUSÃO

A principal causa de câncer é o aumento das quantidades de ROS e inflamação dentro das células eucariontes humanas saudáveis, que através do efeito borboleta resulta em dano e mensagens erradas do DNA para as mitocôndrias e causa o desligamento das mesmas. [S. Zaminpira, S. Niknamian, EC Cancer, 2017] O medo provoca o aumento das quantidades dos hormônios: adrenalina e cortisol das glândulas suprarrenais. O cortisol suprime o sistema imunológico, provoca inflamação e aumenta o nível de glicose no sangue. A adrenalina causa hipocapnia, diminui o fluxo sanguíneo para o cérebro e suprime a função do sistema digestivo. Hipocapnia e glicemia elevada no sangue resultam na hipóxia nos tecidos através do efeito Bohr. [Regazzetti et al. 2009] baseado na Teoria de Otto Warburg, a hipóxia crônica está relacionada à causa do câncer em células saudáveis. [Warburg O., 1969] O fluxo sanguíneo baixo para o cérebro causa hipóxia nos tecidos cerebrais também.

Em conclusão, o medo crônico resulta na incidência de câncer em seres humanos através do aumento das quantidades de ROS, inflamação e hipóxia nos tecidos especialmente no cérebro e no sistema digestivo.

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