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Comida mediterrânea: Cypriot kebab sheftalia |
Na onda da discussão ressurgida sobre manteiga, azeite, gorduras saturadas etc, um artigo de Joanna Blythman que traz a tona esse tema. Na verdade esse blog já discutiu há algum tem essa questão dieta chamada uniformemente de mediterrânea em em dois artigos (parte um LINK e parte dois: LINK).
O artigo original é de 29 de junho, no Grocer.co, mas não está disponível para não assinantes. Tenho o prazer de trazê-lo até os leitores do lipidofobia.
Mitologia das dietas estrangeiras
Joanna Blythman
Os nutricionistas parecem terrivelmente confusos a respeito
de hábitos alimentares de estrangeiros. Eles entusiasticamente promovem a Dieta
Mediterrânea, definida no último Predimed Study como “não incluir carne
vermelha ou manteiga” e por ser comido “peixe, nozes, vegetais, frutas e
cereais integrais”. Mas da onde foi tirada a ideia de que as pessoas no
Mediterrâneo não comem carne vermelha?
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greek gyros |
Claramente estes experts nunca ouviram, nem mesmo provaram
“sheftalia”, a celebrada linguiça cipriota, gorda feita de tripa de porco ou
carneiro, ou se largaram num ‘mechoui’ (Slow
roasted lamb) tunisiano – um carneiro inteiro assado no espeto. Nenhum
deles degustou o stifado grego
(guisado de carne com cebola) ou penetrado seus dentes no gyros (aparas de carne geralmente porco assados na posição vertical). Como
eles esqueceram desse tradicional prato de qualquer canto de Thessaloniki
(capital da Macedônia) até Creta? Somente um desatento excepcional poderia
visitar a Turquia sem visitar lugares que vendem kofta e o suculento Iskender kabab (usualmente de carneiro, as vezes de bovino).
Na Sardenha, carneiro, bovinos e cervos são cozidos na rua
em espetos ‘alla brace’ o que é tão comum que chega a ser entediante.
Daube provençale é feito com pedaço
de carne, não é de cubos de Qorn (proteína de origem fungica, ou carne de
bolor, obtida do Fusarium Venenatum). Presunto curado é sine qua non na dieta mediterrânea da Espanha.
E esteja avisado, os Corsos reagem mal se você não aceita a honraria de
seus típicos copa madura (aged coppa),
salgada, seca (pescoço de porco) e lonzu
(lombo de proco).
Eu poderia continuar , mas não farei; é muito embaraçoso oferecer
um flash de luz em tamanha ignorância. Mas me deixe apenas tocar na noção de o
povo do Mediterrâneo são entusiastas do grãos integrais. Afora o maftoul palestino, que contém uma pequena quantidade de trigo integral, eu não me lembro de jamais ter sida servida de
grãos integrais no Mediterrâneo. Grão refinados – bulgur (triguilho), couscous
(cuscuz, de sêmola de trigo), arroz – são REIS!
Poderia existir apenas um única dogmática formula dietética saudável
universal? Dietas nórdicas (porções de peixe, fermentados, porco curado, fígado)
também parecem sustentadores da vida. E não são apenas peixes: os suecos tem
também sua própria versão de haggis (porção de vísceras e miúdos escocês), a
pölsa. Não é também o Japão uma importante referência de alimentação saudável
para o mundo? Agora eles vendem um gordo 神戸ビーフ (Kobe beef – carne Kobe, a carne mais cara do mundo).
Estou começando a pensar que os apóstulos da
mítica dieta mediterrânea (Med Diet) não
viajam para o estrangeiro o suficiente. Eles precisam de umas férias, de preferência
bem longa, e não às custas de impostos dos contribuintes.
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