terça-feira, 23 de junho de 2015

A microbiota intestinal primordial e a saúde física e mental numa abordagem científica


Da alergia à saúde mental: a importância das pesquisas das bactérias intestinais

A discussão sobre as causas das enfermidades sempre foi um tema de fascinante debate no âmbito
das ciências biológicas.  Nos anos 80 uma médica inglesa promoveu uma reviravolta na abordagem do autismo, quando propôs o modelo da Síndrome Psicológica/Intestinal  (GAPS), para fornecer um novo tipo de compreensão clínico-terapêutica para situações tão distintas quanto esse drama neuro-psicológico (o autismo), asma e infeções infantis (como a otite). A dra. Natasha Campbell-McBride parecia ser ousada demais. (Podemos conhecer seu trabalho nesse LINK) Mas na verdade ela estava trazendo a tona, de modo prático, conhecimentos muito mais antigos, como veremos a seguir, em um trecho que selecionei de um conjunto de artigos publicados em março de 2015, no Jornal de Fisiologia Antropológica (Journal of Physiological Anthropology).  O titulo geral, dividido em três partes é: "Ambientes naturais, dietas ancestrais e ecologia microbiana: existira um 'distúrbio de deficiência-páleo' (paleo-deficit disorder)?" Muitos já devem estar sabendo que a base teórica que sustenta o campo low-carb, e todas suas matizes (paleo, keto, primal ou zero-carb, etc.) , é a perspectiva oferecida pela medicina evolucionista e por estudos de fisiologia baseado em antropologia. E a busca do equilíbrio da ecologia intestinal (antigamente chamado de flora, mas na verdade bactérias e fungos não são do reino vegetal, e sim de reinos próprios) é ambição primordial da prática nutricional que tem alvo de um amplo reequilíbrio de funções fisiológicas esquecidas ou sub-dimensionadas.
Nesse artigo é revisto de forma abrangente uma série de questões ligadas ao microbioma humano, numa visão ambiciosa à luz de um cenário ecológico mais requintado, 'menos verde' e mais full-color; com um vasto repertório de referencias bibliográficas.

Um dos pesquisadores chave é o famoso microbiologista René J. Dubos  (1901-1982). Ele foi um dos pioneiros da construção do arrojado paradigma Origens Desenvolvimentistas da Saúde e da Doença (ou DOHaD em inglês: Developmental Origins of Health and Disease ). Na década de 1960, ele realizou uma pesquisa inovadora sobre as maneiras em que as experiências mais precoces da vida com a nutrição, microbiota, estresse e outras variáveis ambientais poderiam influenciar os resultados de saúde tardiamente para um indivíduo. Ele reconheceu a relação co-evolutiva entre a microbiota e o o homem como hospedeiro. Quase duas décadas antes da hipótese da higiene, ele sugeriu que as crianças em nações desenvolvidas estavam se tornando muito higienizados (em comparação com nosso passado ancestral) e que os cientistas devem determinar se o ambiente de infância deve ser "sujado de uma forma controlada." Ele também argumentava que o celebrado gráfico de crescimento aumentado através de alterações na oferta global de alimentos e hábitos alimentares não deveriam ser equiparados a (uma expectativa de aumento da) qualidade de vida e saúde mental
René J. Dubos

HIGIENE, ALERGIA E SAÚDE MENTAL
(Ou simplesmente: limpeza demasiada faz mal, NT)

Em 1972, René J. Dubos (1901–1982) relatou que quando ratas isentas de agentes patogênicos específicos são alimentados com proteína de baixa qualidade durante o período perinatal, os conteúdos cerebrais de dopamina e norepinefrina na prole é diminuída [162]. Em 1986, Linda Hegstrand e seu colega R. Jean Hine relataram uma descoberta notável para a comunidade científica: em comparação com os animais livres de germes, animais alimentados convencionalmente têm maiores níveis de histamina no hipotálamo [163]. Embora mais conhecida por sua ligação com alergia, a histamina no cérebro em geral, e particularmente no hipotálamo, é um fator chave na excitação e no comportamento [164]. Talvez subvalorizado na época, esse trabalho foi um marco no eixo microbiota intestinal / cérebro.
Embora a própria hipótese da higiene manteve-se focada no reino da alergia, foi proposto em 2002,
que a forma como as bactérias benéficas influenciam as células T-helper (equilíbrio TH1/TH2) nas alergias também pode estender-se a condições em que os sintomas neuro-cognitivos são comuns. Quando esta proposta aparentemente estranha foi feita, (e aceita em agosto de 2002) assinalou-se que as alergias estão em uma sobreposição freqüente com condições crônicas onde tanto os sintomas emocionais como somáticos são características centrais. Se o desequilíbrio TH1/TH2 é um promotor de muitos dos sintomas emocionais e somáticos, é razoável considerar o papel atenuante de uma flora benéfica como teoricamente possível [89].

Como o foco tradicional para os micróbios nocivos começou a mudar em direção às bactérias comensais e promotoras de ácido láctico, uma inovadora perspectiva científica  começou a unir os sistemas imunitário / nervoso para a saúde neuro-psiquiátrica através dos micróbios não patogênicos e da nutrição. Embora no início dos anos 2000, essas discussões fossem colocadas à margem, longe da rede de segurança do frenesi iminente sobre o tema microbioma, Dubos não foi esquecido nas listas de referência [89], [165]. Ao longo da última década, os estudos clínicos e experimentais preliminares produziram resultados que teriam sido praticamente inconcebíveis até o final do século 20. Estranhamente, Dubos tem um número espantosamente baixo de citações (quando deveriam estar na marca de milhares de artigos - por exemplo, [162]) no Google Scholar.

A respeito dos seus próprios estudos inovadores sobre a microbiota do ambiente total, e o que isso pode significar para o bem estar humano, Dubos referiu a si mesmo como simplesmente seguindo os passos de Metchnikov [166]. Dentro de seu livro Man Adapting (Yale University Press, 1965), ele detalha suas próprias experiências sobre o transplante de microbiota fecal e imunidade. Ele descobriu que um ambiente mais higienizado reduzia a diversidade microbiana intestinal em camundongos. Neste texto notável, ele deixa claro que as diferenças de desenvolvimento evolutivo ancestral se refletem na presença ou ausência de membros dentro da microbiota indígena (original, primária) de várias espécies. Como de costume, ele demonstrou 
sua consciência de interação sócio-ecológico em humanos:

"Qualquer que seja o mecanismo exato da interação entre o estado nutricional e a microbiota do trato digestivo, é claro que a taxa de crescimento, necessidades nutricionais, e eficiência na utilização dos alimentos são influenciados por características […] das bactérias comensais Mas as práticas sanitárias e outros aspectos do estilo de vida pode também desempenhar um papel importante ao afetar a microflora primordial ... diferenças histológicas observadas na mucosa intestinal, dependendo do nível socioeconômico pode ser relevante para o problema, uma vez que provavelmente reflete a intensidade da resposta inflamatória da assim chamada - flora 'normal' ". [167].

Estudos usando ratos isentos de germes e agentes patogênicos mostraram definitivamente que os micróbios podem influenciar o cérebro e o comportamento [168], [169]. Em um dos estudos experimentais mais notáveis ​​até então, o transplante de microbiota fecal dos ratos doadores mantidos com uma dieta rica em gordura para ratos magros (que tinha sido mantidos com uma ração dietética   habitual) resultou em alterações de funções neurológicas. Especificamente, houve mudanças no comportamento sugestivos de ansiedade, aumento do comportamento estereotipado e diminuição da memória [170].

Estes estudos nos mostram que os micróbios interferem; no entanto, há limitações enormes quando se utiliza estudos com roedores, como um meio de fornecer modelos de transposição, para a saúde (humana) em geral, [171] e, especialmente, para questões complexas, como a saúde mental [172] - [174]. Até que ponto podemos considerar a relevância clínica de roedores sem germes e / ou em labirintos usados para medir a “ansiedade" desses roedores "vis-à-vis" ao equivalente complexo ecossistema humano? Animais no ambiente natural podem experimentar disbiose, mas eles não estão vivendo a vida livre de germes. Embora Dubos coloque o DOHaD no mapa com os seus próprios estudos com roedores isentos de germes  e agentes patogênicos, há 50 anos, ele quase certamente concordaria com uma nota crítica de que a (perspectiva comum da) saúde global mental/psiquiátrica não é neuro-ciência aplicada [175].

Este fato, uma perspectiva eventualmente inconveniente pode, às vezes, ser facilmente esquecido. Embora muitos produtos promissores num futuro próximo estarão sendo assinados com a inscrição "microbioma" (probióticos, estimulantes de flora, etc.), Dubos advertiu sobre a super-comercialização dos avanços tecnológicos semelhantes em seu tempo. Ele se referia a essas promoções (desses prováveis progressos possivelmente como 'produtos') em reuniões científicas como uma combinação de "desonestidade intelectual" e "escapismo intelectual" uma vez que eles ignoravam variáveis ​​ambientais mais amplas flagrantes que não seriam tão valiosas para  press-releases [176]. No mundo conectado contemporâneo de redes sociais pseudo-médicas [177], [178] e super propagandas de pesquisas por acadêmicos [179], aquelas preocupações podem ser particularmente relevantes.

Não obstante as dificuldades de transposição (para o âmbito humano), os estudos emergentes com roedores têm fornecido algumas pistas inegavelmente valiosas para possíveis vias mecanicistas de conexão dos micróbios (intestinais) com as funções encefálicas. Coletivamente, os estudos experimentais indicam que os micróbios benéficos podem influenciar a função cognitiva, o comportamento, e o estresse percebido por várias vias: uma comunicação direta ao sistema nervoso central (provavelmente através do nervo vago), controlando a barreira intestinal (com a limitação da inflamação sistêmica de baixo grau), a melhoria do estado nutricional (absorção fitoquímica e precursores de neurotransmissores), reduzindo o estresse oxidativo sistêmico, a regulação do controle da glicose, e a limitação da produção de toxina urêmica[180] - [183]. Sem dúvida, outros serão revelados.

No cenário clínico, vários estudos têm mostrado que os probióticos orais, ou alimentos / bebidas fermentadas, incluindo as bactérias benéficas, podem fornecer vantagens em expressões aparentes, tais como depressão, raiva, ansiedade e humor diário [184] - [189]. Talvez o estudo mais interessante até o momento, envolva as avaliações com ressonância magnética funcional (fMRI) antes e após o consumo por um mês de um alimento fermentado/microbiano vs. não fermentado, com os resultados de imagem sugerindo uma redução na vigilância aos estímulos ambientais negativos entre os adultos saudáveis que consumiram o produto lácteo fermentado [190]. A pesquisa também identificou diferenças na microbiota intestinal em pacientes com transtorno depressivo maior e fadiga crônica [191], [192]. Por outro lado, numerosos estudos mostram que os portadores de sintomas depressivos e altos níveis de sofrimento psíquico se envolvem em padrões alimentares que são muito distantes de um padrão tradicional saudável que poderia dar suporte a (adequada) diversidade microbiana [11].

Original - nome do artigo e autores:
Natural environments, ancestral diets, and microbial ecology: is there a modern “paleo-deficit disorder”? Part II

Alan C Logan1*, Martin A Katzman2 and Vicent Balanzá-Martínez3

fonte: http://www.jphysiolanthropol.com/content/34/1/9


As referências podem ser verificadas no artigo original.

O artigo original não tem gravuras



domingo, 21 de junho de 2015

A Academia de Nutricao apoia a gordura saturada




GORDURA SATURADA NÃO TEM RELAÇÃO COM DOENÇA CARDÍACA

Em fevereiro de 2015, como vimos no artigo sobre colesterol (LINK), uma luz iluminou as autoridades responsáveis em fornecer orientações dietéticas para a população americana. Agora é a vez da Academia (The Academy of Nutrition and Dietetics) fornecer seu parecer e suas recomendações sobre a gordura saturada, num ofício, talvez sem o apelo de palavras de ordem mais enérgicas, mas suficientemente enfático, em termos técnicos para pôr fim a qualquer preocupação com o consumo de gordura saturada, especialmente no que diz respeito à tradicional advertência sobre seus - falsos - efeitos promotores de doença cardíaca!
Veja o trecho sobre o tema de sua publicação (obs.: o jargão é técnico):



No admirável espírito da revisão de 2015 da DGAC (Dietary Guidelines Advisory Committee  -Comitê de Advertência paras Diretrizes Alimentares) de suas recomendações anteriores sobre a limitação do (consumo de) colesterol pela alimentação, a Academia (The Academy of Nutrition and Dietetics) sugere que o HHS (U.S. Department of Health and Human Services - departamento americano de saúde e serviços humanos) e o USDA (departamento americano de agricultura) apóiem uma revisão semelhante retirando a ênfase sobre a gordura saturada como um nutriente de preocupação. Enquanto o corpo de pesquisas que relacionam a ingestão de gordura saturada para a modulação da LDL e outras concentrações de lipo-proteínas circulantes seja significativo, esta prova é essencialmente irrelevante para a questão que relaciona dieta e o risco de doença cardiovascular. O relatório de 2010 do Institute of Medicine (IOM) sobre a utilização de biomarcadores LDL e HDL como representantes da evolução das doenças examinadas para estudos de caso concluiu inequivocamente que eles não eram adequados no emprego como marcadores do impacto da dieta sobre as doenças cardíacas. 38 O IOM concluiu que, "redução do LDL-C nem sempre se correlaciona com melhores resultados dos pacientes", 39 e descreveu a evidência do ensaio ILLUMINATE (em que uma terapia medicamentosa que evidenciou êxito na redução dos níveis de LDL-C e aumento de HDL-C, na realidade causou um aumento nos eventos cardiovasculares e morte).40 Devido a este e a demonstração de uma desconexão entre terapias de modulação de lipo-proteínas e as melhorias esperadas na evolução das doenças cardiovasculares de outros estudos, o IOM concluiu que "os dados suportam o emprego das taxas de LDL como um objetivo final para algumas terapêuticas  cardiovasculares  como a intervenção farmacológica das estatinas, mas não para toda e qualquer objetivo de terapia cardiovascular ou de outras intervenções cardiovasculares, alimentação, ou pelo uso suplementos“ e que “os dados atuais não suportam o emprego [do HDL] como um marcador final.“41  

O Documento da Posição da Academia sobre gorduras alimentares concluiu igualmente que, "apesar da documentada influência do (consumo de) gordura saturada sobre marcadores para doenças (cardiovasculares), o efeito da ingestão de gordura saturada na evolução dessas doenças não é clara." 42 Até mesmo o atual Relatório Científico do DCGA observa a incoerência da relação entre lipo-proteínas moduladas pela alimentação e os resultados cardiovasculares: "a maioria dos estudos que avaliaram a doença cardíaca coronária (CHD) ou a incidência de mortalidade também observou uma associação favorável entre a adesão a um padrão dietético saudável e o risco para CHD" 43 A implicação então, é que um certo número de estudos não observou a correlação esperada entre (os ditos) fatores de risco para CHD e incidência de CHD no contexto de padrões alimentares. A evidência é clara (no sentido de que) as mudanças nos níveis de LDL e HDL induzidos pela alimentação não podem ser comprovadas na correspondência com as mudanças previstas nos riscos reais para doença cardiovascular e, portanto, este corpo de evidências que usa as lipo-proteínas como parâmetros de marcação para a doença cardiovascular devem ser excluídos na consideração do impacto da dieta sobre a saúde cardiovascular.

Louvamos a DGAC em uma revisão completa e precisa da melhor evidência atual no que diz respeito ao corpo de provas relativas às gorduras alimentares na evolução das doenças cardiovasculares. No entanto, estamos preocupados pelo fato de que as provas não conduzem à conclusão de que as gorduras saturadas devem ser substituídos por gorduras poli-insaturadas para o maior benefício para a saúde.

O Relatório Científico discute as proeminentes meta-análises que consistentemente não têm encontrado nenhuma relação entre a ingestão de gordura saturada com o risco para doença cardiovascular, mas a interpretação destes resultados é ofuscada no relatório pela inclusão de suposições sobre os nutrientes de substituição não especificados (nas linhas 542- 546). Não há necessidade desses pressupostos para descrever completamente a relação entre grupos de macro-nutrientes e risco de doença cardiovascular usando a evidência presente nesta revisão. Se um grupo de macro-nutrientes exibe algum efeito real sobre o risco de doença cardiovascular, reconhecendo a limitação de que estes efeitos só podem ser observados no contexto da substituição entre os nutrientes, então os resultados entre os estudos de avaliação podem ser expressas com as seguintes desigualdades:



Na equação 1, uma redução na gordura saturada (Fsat) e aumento da gordura poli-insaturada (FPoly) resulta em uma redução do risco de doenças cardiovasculares; 44 e na equação 2, uma redução de gordura saturada com um aumento na ingestão de hidratos de carbono (C ) resulta em um aumento no risco. 45 A Equação 2 pode ser rearranjada para expressar os pesos relativos de gordura saturada e do hidrato de carbono no risco cardiovascular: 



A equação 3 demonstra que a ingestão de carboidratos representa uma quantidade maior de risco para doença cardiovascular do que a gordura saturada. Combinado com as provas de vários estudos que estimam o impacto de gordura saturada ser próximo de zero, 46, é provável que o impacto dos hidratos de carbono para o risco de doença cardiovascular seja positivo. Além disso, o impacto de gordura poli-insaturada pode ser adicionado ao (lado) negativo da equação 3 para comparar o impacto relativo para o risco de doença cardiovascular quando se faz a substituição da gordura poli-insaturada seja por gordura saturada ou com hidratos de carbono: 



C=Carboidrato


A equação 4 mostra que a substituição de carboidratos por gordura poli-insaturada irá resultar num menor risco líquido para a doença cardiovascular do que se a gordura poli-insaturada for substituída por gorduras saturadas. Isso é verdade porque os carboidratos contribuem para um  maior risco de doença cardiovascular do que a gordura saturada, de modo que a substituição dos carboidratos irá necessariamente resultar em uma melhora do risco. Portanto, parece que os elementos resumidos pela DGAC sugerem que a recomendação mais eficaz para a redução da doença cardiovascular seja a redução do  consumo de hidratos de carbono e sua substituição por gordura poli-insaturada. Esta recomendação simplificada também ajuda na criação de uma mensagem global consistente da DGAC, introduzindo uma mensagem ao consumidor para se concentrar nos benefícios de diminuir os açúcares adicionados na dieta para reduzir as doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes tipo 2, o que é consistente com as declarações da conclusão da seção de açúcares adicionados nesse relatório científico.

O artigo se encontra em: LINK

Conheça a Academia de Nutrição e Dietética (USA)

(Obrigado a Eduardo R da Motta pela dica)

quarta-feira, 3 de junho de 2015

GMOS: Genes alterados, verdade distorcida



NOVO LIVRO SOBRE TRANSGÊNICOS

Quanto a aventura para os alimentos da engenharia genética tem subvertido a ciência, corrompido governos,  e sistematicamente enganado a população

Saiu no La Nacion (Costa Rica)

O advogado norte-americano Steven Druker escolheu a Costa Rica para apresentar o seu novo livro intitulado "Alteraed Genes, Twisted |Truth" (ou Genes Modificados, Verdade Distorcida) sobre a questão dos OGM, ou organismos geneticamente modificados.

O livro reúne 15 anos de pesquisa. Druker processou a Food and Drug Administration (FDA) - órgão de regulamentação de medicamentos e alimentos nos Estados Unidos, que teve de divulgar seus arquivos sobre alimentos geneticamente modificados (transgênicos).

"Esses arquivos revelaram que os alimentos alterados (derivados de transgênicos) obtiveram liberação para o mercado, em 1992, porque o FDA encobriu advertências de seus próprios cientistas sobre seus perigos, mentiu sobre os dados e depois violaram a lei federal de segurança alimentar, para permitir a comercialização, sem passar por padrões de testes de segurança", diz o comunicado divulgado por ocasião da apresentação.

Para Druker, a discussão sobre os OGM não tem sido clara e aberta, mesmo no seio da comunidade científica.

"Se tivesse sido, este livro não teria sido escrito", disse Druker, acrescentando: "Eu convido todos os costarriquenhos para se informar".

A antropologista, primatóloga e conservacionista Jane Goodall, descobriu que os organismos geneticamente modificados impactam o meio ambiente porque não se pode controlar a natureza e não evitar o contacto entre as populações selvagens e as modificadas, levando um efeito dominó sobre os ecossistemas.

Goodall escreveu o prefácio para Druker, e a Costa Rica é o segundo país onde este trabalho é apresentado, depois de Inglaterra.

Na terça-feira 24 de março uma segunda apresentação do livro foi realizada na Universidade de Costa Rica (UCR), que é transmitida através do link http://goo.gl/X4T0ko

Druker e Goodall vieram a Costa Rica, à convite da Fundação Pax Natura.

Steven Druker


Link da notícia: AQUI

Edição Kindle (Inglês)