domingo, 21 de janeiro de 2024

Transgênicos, realmente, fazem mal à saúde humana?

 

O arroz dourado é um alimento transgênico que pode
 resolver o problema da carência de vitaminas em países que têm no arroz sua base alimentar 

O artigo a seguir toca num tópico muito delicado. A proposta é responder a uma pergunta simples e direta: o consumo de alimentos com insumos transgênicos faz mal a saúde humana? Fui buscar um hub de informações confiáveis, baseado em análises focadas em evidências científicas. Se trata de um conteúdo do Science Based Medicine, e é um resumo atualizado que responde a essa questão. Já se passaram trinta anos, e temos um período de avaliação suficiente para poder examinar esse tema de frente. Naturalmente há uma construção social que autoriza uma desconfiança sobre esse tópico. Em princípio, possivelmente não gostaríamos de produzir ou consumir produtos que parecem improváveis de serem consumidos num mundo natural. Porém nos esquecemos de definir do que se trata esse mundo natural, mesmo que intuitivamente seja fácil imaginá-lo. Pois andamos de avião, substituímos partes do corpo humano em função de doenças, usamos hormônios depois que nossos órgãos não conseguem mais produzi-los, e muitos indivíduos - que se acham extremamente cautelosos com sua alimentação -  não parecem ter qualquer prurido quanto ao emprego de injeções de vitaminas (que não existem nessa alimentação tão zelosa)...   Então essa compreensão [do significado]  da naturalidade do existência humana pode sofrer grave interferência do viés [relativamente compreensível] que cerceia alguns ideais. O debate sobre tecnologias aplicadas à alimentação obviamente será sempre necessário. Porém encarcerar conceitos inapropriados ou falsos sobre segurança (de um tipo de alimento, por exemplo) para disfarçar apenas uma perspectiva preconceituosa, retrógada ou conservadora não vai permitir que vivamos numa sociedade justa, culta e harmoniosa. 

Atualização sobre OGMs e Saúde

Artigo de Steven Novella, publicado originalmente em 21/06/2023

Trinta anos depois, há ainda mais evidências de que os alimentos transgênicos são seguros.

Os transgênicos (organismos geneticamente modificados – OGM – ou GMO, em inglês) é um dos temas que tento acompanhar com cuidado, mesmo quando não está nas manchetes. O primeiro alimento transgênico foi aprovado em 1994 (um tomate transgênico que não está mais no mercado), então estamos chegando perto de 30 anos de transgênicos. Os opositores dos OGM alegam falsamente que não foram suficientemente estudados (há mais provas da sua segurança do que outros produtos alimentares) e que pode haver riscos desconhecidos a longo prazo. Estavam errados há 30 anos, mas era pelo menos verdade que a introdução de OGM no mercado alimentar e na alimentação animal era nova. Mas o argumento "novo", necessariamente, não envelheceu o suficiente. A essa altura, se houvesse algum risco real para os alimentos transgênicos, provavelmente estaríamos vendo o resultado – e não estamos.

A rotulagem dos OGM foi atualizada nos EUA e, embora não existam provas de que se trate de uma informação útil para os consumidores, registrou-se uma melhoria razoável. O USDA (departamento de agricultura dos EUA) agora usa o termo "bioengenharia" para se referir a qualquer produto alimentício que tenha níveis detectáveis de material genético alterado – genes que não poderiam ser resultados de técnicas usuais de reprodução. O termo "OGM" agora é restrito àqueles organismos com DNA estranho introduzido, geralmente transgênico, de organismos distantes, não sendo possível com a reprodução. A bioengenharia também pode se referir a uma série de processos, como o uso de CRISPR (uma técnica introduzida em 2009) para alterar genes existentes sem introduzir novos genes.

Além disso, pode parecer irônico que um grande número de culturas disponíveis tenha sido produzido ao longo do século passado por meio de melhoramento de mutações. Esta técnica usa química ou radiação para aumentar drasticamente a taxa de mutações (mil a um milhão de vezes) para aumentar o número de variedades para selecionar. Mas o melhoramento de mutações não é considerado OGM ou bioengenharia. Muitas outras culturas são híbridas, mesmo que sejam híbridos forçados (que não ocorreriam na natureza). Mas rotular tais culturas seria inútil, e proibi-las impossível, e elas constituem praticamente toda a nossa indústria agrícola.

Segurança das culturas de bioengenharia

Cada cultura de bioengenharia é estudada quanto à segurança, para garantir que não introduzam novos alérgenos ou toxinas. Eles são mais estudados do que culturas não biomodificadas, mesmo aquelas produzidas por meio de melhoramento mutacional. A alegação de que as culturas bioengenheiradas não são adequadamente estudadas é simplesmente errada e hipócrita.

Mas também temos muitas evidências ecológicas sobre os transgênicos em geral. Devido às vantagens agrícolas de muitas culturas transgênicas, a alimentação animal passou de totalmente não-OGM para principalmente OGM muito rapidamente. Uma revisão de estudos de 2017, essencialmente duas décadas após essa mudança, descobriu:

Com base nesta revisão da literatura, concluímos que não há evidências claras de que alimentos compostos por culturas OGM de primeira geração tenham efeitos adversos sobre a saúde animal.

Literalmente trilhões de animais foram alimentados com ração transgênica sem qualquer efeito negativo detectável para a saúde. No entanto, a mudança para alimentos não OGM pode ter efeitos negativos. De acordo com uma pesquisa realizada pela Iowa State University, essa mudança aumentaria as emissões de gases de efeito estufa em 7%, aumentaria o uso da terra e aumentaria o preço dos alimentos.

Até o momento, houve mais de 3.000 estudos que analisaram a saúde e a segurança ambiental das culturas transgênicas, sem qualquer evidência de dano ou uma questão legítima de segurança. Com base nessas evidências, 280 organizações científicas em todo o mundo declararam que os transgênicos são tão seguros quanto os alimentos não transgênicos e não apresentam risco especial. Existe, de fato, um consenso científico esmagador de que os OGM atualmente no mercado são seguros e não representam qualquer ameaça para o ambiente.

Pelo contrário, a tecnologia dos OGMs tem sido fundamental para a indústria agrícola, aumentando a eficiência, a segurança alimentar e reduzindo a deterioração. A proibição dos OGM teria um efeito negativo líquido no ambiente e pioraria a segurança alimentar. Esse efeito só será maior no futuro, à medida que a tecnologia de transgênicos progride e a população humana cresce.

Essa desconexão entre os temores públicos, causados por uma campanha de desinformação, e um forte consenso científico baseado em décadas de pesquisa é gritante e muito perigosa. Um exemplo particularmente pungente é o destino do arroz dourado – uma variedade biomodificada de arroz com betacaroteno aprimorado destinada a reduzir a carga de deficiência de vitamina A, especialmente em certos lugares do mundo em desenvolvimento. Não há preocupações legítimas sobre o arroz dourado – os direitos de patente são licenciados livremente, não há nenhum problema com o uso de pesticidas e não há questões de segurança. O melhor que os adversários podem fazer é pedir ainda mais pesquisa – e a estratégia interminável de mudar as regras regulamentadoras, ou alegar que o arroz dourado não é tão eficaz. Parece que o que eles realmente temem é que o arroz dourado seja bem-sucedido, o que a afastaria a opinião pública dessa propaganda (anti-GMO).

As Filipinas aprovaram o arroz dourado e, até agora, os agricultores produziram mais de 100 toneladas de grãos de arroz dourado. No entanto, ativistas conseguiram convencer a Suprema Corte das Filipinas a manter esse grão longe de crianças desnutridas, alegando que é um risco para a natureza. Há uma suspensão temporária na liberação do grão, pendente de discussões sobre a segurança e o impacto ambiental do arroz dourado. Eles estão tentando um apelo desesperado de última hora para aliviar as evidências científicas que já foram revisadas. Trata-se de uma tragédia em formação, baseada inteiramente na pseudociência.

A saga dos transgênicos ainda está se desenrolando. Por um lado, o tempo está do lado da ciência nesse tópico. Quanto mais tempo passarmos sem que os temores dos ativistas anti-transgênicos sejam confirmados, mais forte será um argumento que construímos para a segurança de tecnologias de bioengenharia e culturas específicas. Além disso, a tecnologia continua a melhorar e novas aplicações estão sendo desenvolvidas. A necessidade de culturas bioprojetadas também está crescendo, e questões como mudanças climáticas, segurança alimentar e uso da terra estão cada vez mais eclipsando as falsas preocupações dos ativistas. Mas, ao mesmo tempo, é fácil exercer uma espécie de veto à tecnologia, tornando-a muito controversa e cara demais para ser comercialmente viável. É exatamente isso que estamos vendo acontecer nas Filipinas com o arroz dourado.

Isso leva de volta aos problemas centrais – os ativistas são incansáveis, enquanto os defensores da ciência e do bom senso têm inúmeras batalhas em suas mãos e muita competição por sua atenção. Não devemos tirar os olhos coletivos da questão do arroz dourado e da questão mais ampla dos benefícios da bioengenharia. Há cada vez mais dificuldade a ser enfrentada para que os melhores resultados sejam difundidos.

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Resumindo: não há nenhuma evidência científica de que os alimentos transgênicos façam mal ao ser humano, e seu consumo pode ser considerado seguro.

As referências têm os links no próprio texto

Sobre o autor:

Steven Paul Novella (nascido em 29 de julho de 1964) é um neurologista clínico americano e professor associado da Escola de Medicina da Universidade de Yale. [1] Novella é mais conhecido por seu envolvimento no movimento cético como apresentador do podcast The Skeptics' Guide to the Universe e como presidente da New England Skeptical Society. Ele é membro da Comissão de Inquérito Cético (CSI).

Link do original AQUI

Imagem desse post obtida AQUI

sábado, 4 de março de 2023

LEPTINA - um hormônio que não podemos esquecer

 



Dr. Mehmet Yildiz
 

 

Torne o corpo sensível à leptina para perder gordura visceral com uma simples mudança metabólica

A sensibilidade à leptina pode ser melhorada diminuindo os picos de insulina e aumentando o consumo de gordura para energia.

 

O papel da leptina na perda de gordura, controle de peso saudável e saúde metabólica

A perda de gordura e o ganho de massa muscular giram em torno do equilíbrio dos hormônios.

Este artigo tem como objetivo apresentar uma mudança comportamental relacionada à nutrição que pode beneficiar a uma perda de gordura, um controle de peso sustentável, um condicionamento físico que aumente a massa magra (músculos) e outras metas de melhoria da saúde. A abordagem é prática e personalizável para nossas necessidades nutricionais.

Embora os cientistas conheçam esse truque simples há muito tempo, a ideia ainda é controversa. Consequentemente, a implementação bem-sucedida dessa mudança pode ter implicações econômicas e políticas que prefiro não explicar, pois economia e política não são meu forte. No entanto, leitores astutos podem deduzir da mensagem crítica do artigo relacionada à saúde.

Pessoas ainda sem pleno conheciment0 concentram-se nas calorias para perda de gordura. No entanto, não podemos atingir um peso sustentável e a composição corporal desejada sem corrigir os problemas hormonais, mesmo se reduzíssemos as calorias a um ponto famélico.

De forma convincente, os hormônios são complexos, enigmáticos e inter-relacionados.

No entanto, através de minhas décadas de experimentos sensatos e revisão de literatura concentrada da pesquisa do metabolismo, felizmente, podemos equilibrar os hormônios metabólicos com uma única mudança nutricional, jogando de forma inteligente com dois macronutrientes produtores de energia: carboidratos e gorduras. O uso eficaz de proteínas é um bônus.

Neste artigo, evito entrar em detalhes científicos. Em vez disso, concentro-me em dois hormônios inter-relacionados (insulina e leptina) para melhorar a saúde metabólica, permitindo-nos perder gordura visceral e manter um peso saudável em termos práticos.

Embora a leptina e a insulina sejam dois hormônios diferentes, seus efeitos no corpo estão relacionados e dependem um do outro. Portanto, se um deles falhar, os outros também falharão.

Primeiro, deixe-me apresentar um breve histórico sobre o hormônio leptina, com foco em porque ele é importante na perda de gordura e no processo de controle de peso saudável. Um dos meus artigos anteriores apresentou seis hormônios que desempenham um papel crítico no metabolismo da gordura. Eles são insulina, cortisol, leptina, grelina, hormônios de crescimento e hormônios sexuais.

A leptina é única, pois sinaliza ao cérebro que estamos plenos. Portanto, se esse hormônio não funcionar adequadamente, continuaremos comendo e consumindo calorias em excesso, causando ganho de gordura. Quando a leptina funciona bem, paramos de comer naturalmente. Não requer força de vontade ou suplementação cara para suprimir o apetite causado por outro hormônio chamado grelina.

No entanto, existe uma condição de saúde bem conhecida chamada resistência à leptina. Essa condição impede que o cérebro receba sinais de saciedade, causando consumo emocional de alimentos além do necessário, também conhecido como compulsão alimentar. Quando o corpo é resistente à leptina, o hormônio grelina nos faz sentir fome e até mesmo esfaimado, levando-nos a comer emocionalmente.

Embora seus efeitos sejam elevados, a grelina não é tão complexa quanto a leptina e a insulina. Dois macronutrientes (carboidratos e gorduras) são essenciais para equilibrar esses dois hormônios metabólicos, a insulina e a leptina.

Enquanto os carboidratos afetam principalmente a insulina, as gorduras afetam a leptina. Mas eles estão inter-relacionados. Por exemplo, como muitas pessoas, reduzir carboidratos e aumentar gorduras saudáveis ​​ajudou meu corpo a se tornar mais sensível à insulina e à leptina.

Consumir carboidratos em excesso, especialmente os refinados, aumenta rapidamente o açúcar no sangue, causando resistência à insulina.

No entanto, as gorduras têm um impacto mínimo na insulina. Não posso fornecer uma mensagem prescritiva para equilibrar carboidratos e gorduras, pois somos todos indivíduos que precisam deles em quantidades diferentes por vários motivos e fatores de estilo de vida.

No entanto, o princípio é reduzir os carboidratos e aumentar as gorduras saudáveis ​​para otimizar os níveis de açúcar no sangue ao fornecer energia ao corpo.

Tanto os carboidratos quanto as gorduras produzem calorias se transformando em energia. No entanto, as gorduras são mais densas, o que significa que uma grama de gordura contém duas vezes mais calorias do que um grama de carboidratos. Independentemente disso, a gordura tem um impacto significativamente menor nos picos de insulina e um impacto mais positivo na sensibilidade à leptina devido aos papéis das moléculas nesses dois hormônios.

Portanto, minha fonte de energia preferida são as gorduras saudáveis. Depois de reduzir os carboidratos seguindo uma dieta cetogênica com restrição de tempo, tornei meu corpo mais sensível à insulina e à leptina.

Eu explico essa mudança comportamental simples para melhorar a sensibilidade à leptina e prevenir a resistência à leptina sob os dois títulos a seguir intimamente relacionados.

1 — Aumente as gorduras saudáveis ​​para saciedade

O que as gorduras têm a ver com a leptina? Existem dois fatores críticos que determinam as relações entre gorduras e leptina.

Em primeiro lugar, o hormônio leptina é formado por moléculas de gordura. Em segundo lugar, a leptina informa a saciedade ao cérebro quando consumimos alimentos suficientes contendo gordura a cada refeição, servindo como hormônio de sinalização do corpo. A leptina, especificamente, envia mensagens para o hipotálamo (controladores de hormônios no cérebro).

A leptina também se relaciona com o percentual de gordura corporal total. Conforme apontado neste artigo científico no Journal of Obesity ,

“As concentrações séricas de leptina estão bem correlacionadas com a massa total de gordura corporal em indivíduos saudáveis. As diferenças na distribuição da gordura abdominal não parecem estar relacionadas a uma diferença na produção in vivo de leptina a partir do tecido adiposo”.

Essa descoberta significa que aqueles com maior teor de gordura podem ter mais leptina, o que parece bom, mas não é até entendermos a questão da resistência à leptina em pessoas obesas.

O que quero dizer com resistência à leptina? A resistência à leptina significa que o corpo e o cérebro se tornam incapazes de responder a esse hormônio crítico. Compreender o papel desse sinal crucial é vital porque continuamos comendo mais do que precisamos quando experimentamos resistência à leptina.

Por que ocorre a resistência à leptina? Embora seja complexo quando revisei a literatura, tudo se resume a dois culpados:

1-) consumir carboidratos refinados em excesso com muito pouca gordura saudável na dieta e

2-) privação de sono levando ao estresse crônico .

Resolver o primeiro problema exige que reduzamos o consumo de carboidratos refinados e aumentemos as gorduras saudáveis ​​com uma quantidade adequada de proteína que nosso corpo precisa.

Apesar das crenças e suposições comuns, vamos ter em mente que os carboidratos não são essenciais, o que significa que o corpo pode sobreviver sem eles através do processo de gliconeogênese. No entanto, algumas gorduras e aminoácidos que formam proteínas são imperativos, pois o corpo não pode produzi-los.

Resolver o segundo problema que causa a resistência à leptina é melhorar a qualidade do sono, descansar adequadamente e aproveitar a vida com atividades divertidas. Portanto, esse ponto indica que a leptina também está relacionada a outro hormônio crítico, o cortisol , gerenciando nosso estresse.

Cortisol elevado na corrente sanguínea com frequência e por muito tempo sugere estresse crônico. Portanto, reduzir os altos níveis de cortisol pode contribuir para aumentar a sensibilidade à leptina. Acredito que perder peso continua sendo um sonho, a menos que administremos o cortisol adequadamente.

2 — Otimize a glicose no sangue evitando picos de insulina

As questões críticas são: “por que a glicose no sangue e a insulina aumentam, por que eles são importantes para perda ou ganho de gordura e como eles se relacionam com a resistência à leptina?”

Nossa corrente sanguínea certamente precisa de glicose para suprir as necessidades energéticas de diversos órgãos, principalmente do cérebro. No entanto, ele pode lidar com apenas uma quantidade específica de glicose, como cerca de uma colher de chá de açúcar por vez.

Então, se passar do limite, nosso corpo percebe a glicose como tóxica e age rapidamente para eliminá-la. Ele usa a função do hormônio insulina secretado pelo pâncreas para distribuir a glicose do sangue para várias células, como músculos e tecido adiposo.

A primeira preferência são os músculos, pois são essenciais para nossa sobrevivência. Se os músculos não precisam de glicose, o corpo envia o excesso de glicose para as células de gordura, convertendo a glicose em moléculas de gordura. Consequentemente, nossas células de gordura crescem acumulando gordura visceral, principalmente na região abdominal.

Quando os músculos e outras células de órgãos param de responder aos sinais de insulina para utilizar a glicose, ocorre uma condição chamada “resistência à insulina”. Quando experimentamos essa condição indesejável, o pâncreas produz mais insulina para lidar com a glicose elevada.

Portanto, uma das causas da resistência à insulina é a hiperinsulinemia, o que significa que a corrente sanguínea tem uma quantidade de insulina maior que a média.

O que causa excesso de glicose no sangue e picos de insulina? A resposta simples é consumir carboidratos refinados que se transformam em açúcar muito rapidamente. Portanto, reduzir os carboidratos de digestão rápida e substituí-los por gorduras saudáveis ​​é uma estratégia comprovada para reduzir o açúcar no sangue e evitar picos de insulina.

Quanto mais gordura nutritiva eu ​​consumia, mais gordura da barriga eu queimava . Minha sensibilidade à insulina e à leptina aumentou significativamente quando tornei meu corpo adaptado à gordura . Nunca mais senti fome , embora coma apenas uma refeição nutritiva por dia com bastante gordura.

O consumo adequado de gordura em minha dieta me permite jejuar por cinco a sete dias . Além disso, com uma dieta rica em gordura e alimentação com restrição de tempo tornando -me adaptado à gordura , meu corpo ganhou mais gordura marrom, dando-me energia sustentável.

Consumir muitos carboidratos pode levar à resistência à insulina. Por outro lado, consumir quantidades adequadas de gorduras saudáveis ​​para produção de energia pode levar à sensibilidade à insulina desejada para perda de gordura e manutenção de peso saudável.

Quando tornamos nosso corpo sensível à insulina, com pouca sinalização de insulina, as células musculares aceitam a glicose do sangue. Eu apresentei três dicas para tornar nosso corpo sensível à insulina e prevenir a resistência à insulina .

A resistência à insulina e a resistência à leptina são duas condições metabólicas que levam à síndrome metabólica , um fator de risco subjacente para diabetes tipo II, ataques cardíacos, derrames , doenças neurodegenerativas e alguns tipos de câncer .

Quando experimentamos resistência à insulina e à leptina, é impossível derreter a gordura da barriga de forma eficaz, mesmo que reduzamos as calorias. Se tentarmos reduzir calorias nesses estados indesejáveis, poderíamos perder peso, mas seria mais músculos e menos gordura visceral, o que infelizmente aconteceu comigo na juventude por falta de conhecimento.

Conclusões e Aprendizados

Melhorar nosso perfil de leptina pode nos ajudar a controlar os riscos de glicose alta e hiperinsulinemia.

Por exemplo, conforme indicado neste artigo científico, “a leptina tem efeitos benéficos no metabolismo da glicose-insulina ao diminuir a glicemia, a insulinemia e a resistência à insulina”.

Compreender os efeitos da leptina na homeostase glicose-insulina levará ao desenvolvimento de terapias baseadas em leptina contra diabetes e outras síndromes de resistência à insulina”.

Embora alguns de nós desejem perder gordura rapidamente, o objetivo final é manter nosso metabolismo funcionando e prevenir doenças metabólicas, como diabetes tipo II, doenças cardiovasculares, cânceres e doenças neurodegenerativas.

O corpo e o cérebro se conectam por meio de hormônios e neurotransmissores. A leptina é uma dessas moléculas para manter a comunicação essencial. Relacionado ao metabolismo da gordura, precisamos entender o papel da carnitina.

Eu estava experimentando resistência à leptina e à insulina em idades mais jovens, colocando-me em uma situação pré-diabética. Depois de resolver essas duas questões críticas, melhorei minha saúde reduzindo a gordura visceral e aumentando a massa muscular magra.

Eu também compartilhei histórias de vários amigos. Por exemplo, corrigir a resistência à insulina e à leptina ajudou Rosalia a reduzir a gordura visceral e resolver problemas de saúde mental, como nevoeiro cerebral, ansiedade e depressão leve.

Obrigado por ler minhas perspectivas. Desejo-lhe uma vida saudável e feliz.

Dr Mehmet Yildiz

Scientist, Technologist, Inventor, focusing on HEALTH and JOY. Founder of ILLUMINATION, curating key messages for society. Connection: https://digitalmehmet.com

Publicado originalmente em 20/04/2022 - MEDIUM

LINK do oirginal AQUI 

Foto obtido PEXELS - LINK

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

O mito dos oito copos de agua por dia


O artigo a seguir segue fazendo parte do foco desse blog de auxiliar as pessoas a obterem fontes confiáveis de informação que interfira na sua capacidade tomar decisões e fazer escolhas para a saúde e bem estar. O site SBM - medicina baseada em ciência é uma importante fonte de discussão, e o artigo abaixo foi publicado ali, há poucos dias. É um tema que o blog lipidofobia já tratou há uns sete anos atrás (AQUI). Mas como é algo que preocupa constantemente a mente das pessoas, vamos trazê-lo ao debate mais uma vez. 

O MITO DE QUE PRECISAMOS DE OITO COPOS DE ÁGUA POR DIA


Artigo de Steve Novella, 

Publicado em 04 de janeiro de 2023

Uma das lições desconfortáveis, mas fortalecedoras, de embarcar em uma jornada cética para entender um pouco melhor o mundo em que vivemos é a percepção de que a maior parte da sabedoria convencional que flutua na consciência pública está errada. Essencialmente, se você obteve conhecimento da cultura popular em vez de uma fonte confiável, provavelmente não é verdade. Na verdade, muitas fontes confiáveis ​​às vezes também estão enganadas. Estou constantemente me deparando com informações erradas que entopem meu cérebro e precisam ser eliminadas.

Além disso, “certo e errado” não são binários absolutos. Às vezes, as informações “erradas” podem ser simplificadas demais ou carecer de nuances ou contexto apropriados. É difícil resumir uma questão científica complexa a um meme de uma linha que pode se espalhar pela cultura popular, e a realidade é sempre muito mais complexa do que você pensa.

Aqui está um meme que merece ser descartado – a noção de que as pessoas geralmente devem beber oito copos de água por dia. Esta não é uma desinformação particularmente prejudicial (embora não seja completamente benigna), mas é uma boa lição sobre por que devemos ser geralmente céticos em relação a conselhos médicos simplistas.

A origem do mito é conhecida - em 1945, o Conselho de Alimentos e Nutrição dos EUA determinou que os adultos precisam de 2,5 litros de água por dia para se manterem saudáveis. No entanto, esse conselho foi distorcido. Primeiro, a frase seguinte foi o reconhecimento de que “a maior parte” dessa água virá dos alimentosCerca de 20% da ingestão de água vem de alimentos reais. Mas também, a maioria das coisas que bebemos são principalmente água. Mesmo o café é principalmente água, e não, não vai te desidratar por causa da cafeína. A ingestão de água é muito maior do que o leve efeito diurético.

Suponho que para melhorar a comunicação, os 2,5 litros tornou-se 2 litros ou simplicando 8 x 8 (regras dos 64, para entender essa regra é necessário entender que em onças 2,5 l é equivalente à 84,5 onças, tornou-se 64, porque isso pode ser traduzido na regra 8 × 8 onde oito copos oferece oito onças de água, e 64 é o aproximado de 2 litros). E foi isso – uma declaração mal interpretada que tornou-se um mito duradouro. Mas há outra questão adicional. Este mito foi promovido pela indústria da água engarrafada . Obviamente, eles têm interesse em que as pessoas bebam mais de seu produto e não inventaram o mito, mas o promoveram alegremente.

O mito 8 × 8 persiste, apesar do fato de ser amplamente desmascarado online por várias fontes razoáveis. É um mito favorito para desmascarar muitos sites médicos. Mas também permanece amplamente difundido. O que é verdade é, obviamente, mais complexo.

Em primeiro lugar, vale ressaltar que não há evidência para a recomendação de oito copos de água por dia. Não se baseia em nenhuma informação científica. Não há evidências de benefícios para a saúde ao seguir esta regra, ou danos ao ignorá-la. Além disso, como você provavelmente já adivinhou, a realidade é muito mais complexa do que esta recomendação genérica. Como tem sido apontado por várias fontes há anos – as necessidades de hidratação variam tremendamente de pessoa para pessoa. Dependem do tipo e quantidade de alimentos consumidos, do tamanho da pessoa, dos parâmetros fisiológicos e médicos, do ambiente e da atividade física.

Tudo isso era conhecido com base na compreensão básica da fisiologia humana. Um estudo recente, no entanto, buscou evidências empíricas para apoiar isso. Eles estudaram o que chamam de “turnover de água” (em ingles abreviado de WT), que é basicamente a quantidade de água que as pessoas precisam de todas as fontes. Aqui está o resumo deles :

Os requisitos de ingestão de água refletem amplamente o turnover de água (WT), a água usada pelo corpo todos os dias. Nós investigamos os determinantes do WT humano em 5.604 pessoas com idades entre 8 dias e 96 anos de 23 países usando métodos de rastreamento de isótopos ( 2 H). Idade, tamanho e composição corporal foram significativamente associados ao WT, assim como atividade física, condição atlética, gravidez, situação socioeconômica e características ambientais (latitude, altitude, temperatura e umidade do ar). As pessoas que viviam em países com baixo índice de desenvolvimento humano (IDH) tinham maior peso corporal do que as pessoas em países com IDH alto.

Então, como podemos saber quanta água precisamos beber para nos mantermos bem hidratados? Felizmente, a evolução aperfeiçoou um método ao longo de centenas de milhões de anos – chama-se sede. Aqui estão alguns conselhos sutis para a maioria das pessoas: Beba quando estiver com sedeCertifique-se de ter acesso a líquidos para poder beber quando estiver com sede. Isso é especialmente verdadeiro se você estiver em um ambiente particularmente seco ou quente ou se envolver em atividades que o farão suar. Em tais situações, você pode querer pré-hidratar um pouco porque pode ficar desidratado muito rapidamente quando não está acostumado a eles. Você não precisa beber água pura. As bebidas eletrolíticas são boas e podem até ser preferidas se você não for comer para repor os eletrólitos. Outras fontes de fluidos são boas.

Existem também condições médicas específicas que podem exigir que as pessoas limitem a ingestão de líquidos ou bebam mais água do que o habitual. Se você tem um histórico de cálculos (pedras) nos rins, por exemplo, você deve manter sua urina bem transparente. Se você tiver alguma dúvida, fale com seu médico.

Existe alguma desvantagem potencial para superhidratação? Sim, embora seja difícil causar danos diretos (já discutido nesse blog aqui). Você pode superhidratar a ponto de diluir seus eletrólitos, mas é preciso muita água para sobrecarregar os mecanismos homeostáticos do seu corpo. Beber muita água pode atrapalhar seu sono porque você pode precisar se levantar à noite para urinar. Isso não é uma coisa pueril – o sono cronicamente pobre tem muitas desvantagens para a saúde das pessoas (já discutido nesse blog). Usar muitas garrafas plásticas descartáveis ​​também é prejudicial ao meio ambiente.

Mas talvez o maior dano que vejo em minha prática seja simplesmente desinformação inútil, confundindo e distraindo as pessoas que desejam viver um estilo de vida saudável. Quando um paciente me diz que está tentando levar um estilo de vida mais saudável e depois recita uma lista de coisas que está fazendo, a maior parte da lista é inútil. Esta lista geralmente inclui beber oito copos de água por dia. Prefiro que eles se concentrem nas coisas que realmente melhorarão sua saúde , em vez de se deixarem enganar pela desinformação com uma falsa sensação de serem saudáveis.

Esse mito também promove uma compreensão simplista e errada da fisiologia humana. É difícil medir o dano de tais coisas, mas claramente não ajuda em nada.


Link do artigo AQUI

Link da foto do inicio do texto AQUI