segunda-feira, 31 de março de 2014

Cereais integrais não são necessários - Parte II




CEREAIS INTEGRAIS:

Seriam realmente fundamentais para a sua saúde? (parte II)

Normalmente quando uma pessoa, assegurando que se alimenta de forma saudável, descreve seus hábitos com um café da manhã com pão integral, ou arroz integral no almoço. Mas essas convicções podem ser baseadas em premissas equivocadas.
Vamos prosseguir com esse resumo baseado no livro Whole Grains: Empty Promises.
Mas antes de prosseguir cabe lembrar uma interessante abordagem sobre o arroz integral.
O sushi é um alimento tradicional do oriente. Sua história remonta a 4 séculos AC (China), e tem sido consistentemente feito com arroz polido de forma manual por muitos séculos no Japão. Retirar as camadas externas desse cereal foi uma preocupação dessa tradição da culinária. Os produtores de sushi manualmente descascavam o arroz para garantir que o arroz branquinho fosse a marca desse saudável item do finesse cardápio oriental. Mas porquê, se habitualmente fomos levados a crer que o arroz integral é a base da alimentação saudável? Teriam os orientais sido ingênuos ao manter o arroz branco como marco absoluto de seu prato mais conhecido? Ou há algo não compreendido desse processo?
Provavelmente as causas mais comuns de problemas relacionadas ao consumos e grãos integrais  diz respeito aos numerosos sintomas digestivos relacionados ao seu uso: flatulência, gases, indigestão, e a síndrome do intestino fraco - permeável (leaky gut syndrome). Tais sintomas são provocados pela presença de agentes anti-nutrientes encontrados na camada externa desses cereais. 
Entre os antinutrientes temos:
Inibidores de enzimas: as camadas externas dos cereais bloqueiam as ações de enzimas de seus predadores para evitar prejuízos ao núcleo desses cereais, Assim o equipamento digestivo fica incapaz de “quebrar" os possíveis nutrientes do cereal e ele pode escapar intestino afora e voltar ao solo para promover a multiplicação de sua espécie.
Lectinas: um dos mais perigosos antinutrientes, com capacidade até de multiplicar células de câncer do intestino grosso, aumentar a permeabilidade intestinal, é resistente ao cozimento, está presente nas camadas externas dos cereais integrais e podem se ligar a quase todos os tecidos do corpo.
Ácido fítico ou fitatos: são capazes de se ligar a vários minerais importantes e impedir sua absorção especialmente do cálcio, zinco, magnésio, e ferro.
Além disso os cereais integrais promovem uma má absorção da vitamina B6 (por causa da piridoxina glucosídeo)  e da vitamina D, sendo que um estudo mostrou um aumento da excreção de vitamina D em voluntários que consumiram fibra de trigo.
Bem, na parte final de seu estudo Colpo chega aos estudos científicos que colocaram os cereais integrais em experimentos.
Na verdade ume estudo antigo de 1949 já citava um prejuízo no status de cálcio e magnésio com o consumo de arroz integral. O zinco também tem um balanço negativo em outros estudos com o pão integral.
Outro aspecto importante tem a ver com o senso comum de que o arroz integral é melhor para a redução das taxas glicêmicas. De acordo com Colpo o índice glicêmico do arroz é determinado pelo seu nivel de amilose e não pelo seu conteúdo de fibras! Um estudo chinês recente concluiu como falsa a habitual afirmação de que o arroz integral seria anti-diabético. Esse estudo randomizado não distinguiu quaisquer diferenças entre os escores típicos de síndrome metabólica em ambos os grupos avaliados.
Um estudo inglês publicado em 1989 mostrou um aumento no risco de mortalidade geral (27%) e de doença coronariana (23%) em 2 anos, assim a possibilidade do consumo de cereais integrais reduzirem as doenças cardíacas foi reduzida a pó.
Mas o que falar das fibras? Frutas e verduras são as mais importantes fontes de fibras hidrossolúveis, muito melhores que as insolúveis dos grãos integrais. Claro que é importante consumir fibras mas as fontes mais interessantes estão presentes em outros tipos de fontes alimentares. Portanto não há porque temer não consumir cereais integrais por esse motivo em particular.
Todas as colocações são alicerçadas em estudos científicos regularmente publicados e estão disponíveis no livro.
A argumentação é consistente. Imagino como deve ser difícil assumir os incômodos que isso possa provocar nas convicções de muitas pessoas. 

Consumir menos carboidratos, ou nenhum cereal pelo menos, ganha mais um importante subsídio com esses valiosos argumentos. Vale a pena ler na íntegra: Whole Grains: Empty Promises.
Embora não seja recomendado nenhum cereal nas dietas low carb, os cereais integrais são certamente os alimentos que você deve evitar para ter mais saúde e bem estar!


sábado, 29 de março de 2014

Cereais integrais não são necessários - Parte I








Cereais integrais:
Seriam realmente fundamentais para a sua saúde? (parte I)



Um livro disponível na Amazon chama a atenção pelo seu título: Cereais Integrais: Promessas vazias. (Whole Grains: Empty Promises), do pesquisador independente Anthony Colpo.
Parte de seu conteúdo já esteve publicado na internet, mas agora não é possível encontrá-lo. O blog lipidofobia guardou uma cópia do original, e agora vamos compartilhar.
Naturalmente cabe uma pergunta importante: Como a história de que os grãos integrais seriam melhores do que os polidos se iniciou?
Essa honra discutível recai em uma pessoa: Denis Parsons Burkitt. Quem é ele: um médico irlandês que serviu como missionário na África durante a segunda guerra mundial. Foi lá que antes de postular a teoria da fibra do cereal integral saudável que o dr Burkitt entrou para a história da medicina. Servindo naquele continente nos anos 50 esse médico conheceu uma terrível enfermidade que mais tarde recebeu seu nome: o Tumor de Burkitt.  Um linfoma ligado ao Epstein-vírus em crianças com debilidades imunológicas afetadas pela malária(1961). Em 1964 ele consegui propor tratamento quimioterápico para a população afetada e obteve resultados impressionantes.
Sem dúvida para essas crianças sua ação foi grande demonstração de sagacidade e compaixão.
Mas a seguir suas ações perderam tais qualidades.

Em 1966, sugestionado por um cirurgião da marinha inglesa (dr. T L Cleave) que imputava ao consumo de integrais refinados a falta de saúde de populações urbanas ele tentou encontrar uma causa comum para doenças não correlacionadas. Usando um raciocínio de epidemiologia ele percebeu que populações da África tinham muito menos doenças crônicas que populações ocidentais. Mas a epidemiologia em nutrição costuma levar a resultados inconsistentes. Na opinião de Colpo a base da dados obtida em pesquisas epidemiológicas (baseadas em questionários) é melhor descrita com uma piada de mau gosto. Pior fica ainda  quando se compara questões alimentares com residentes de países distintos (cross-country comparisions) com tudo de diverso que pode haver entre hábitos incomparáveis.
Colpo sublinha uma questão interessante sobre um alvo da observação do dr. Burkitt: excrementos humanos.Ele tinha uma coleção de fotos de excrementos humanos que ele obtinha em caminhadas matinais pelos campos da África. Na opinião dele, o consumo de fibras aumentava o tamanho das fezes e reduzia sua densidade e isso estaria ligado a menos doenças.
Ele formulou uma idéia que parecia lhe fazer sentido: africanos do meio rural tinha ao mesmo tempo maior consumo de fibras e menos doença crônica, notadamente câncer de intestino e diverticulite. A teoria seria: mais fibra menos doença crônica. Cosniderando que as populações de sociedades industrializadas efetivamente tinham mais doenças crônicas, ele inferiu que fatores ambientais estavam relacionados com essa situação. Isso parece muito lógico é claro. Mas a seleção dos dados considerados poderia conspirar.
As diferenças entre populações urbanas industrializadas com pessoas de zona rural, especialmente no interior da África tem incontáveis distinções. Vai muito além do seu consumo de fibras e qualidades de suas fezes. Luz artificial, alimentos processados, tipo e intensidade de atividade física, infestações parasitárias, reservas de ferro, suscetibilidade a poluição ambiental, e a lista de diferenças só tende a aumentar.
Mas, apesar disso o dr Burkitt só viu um fator: a fibra na alimentação. 
Uma associação estatística lhe estimulou a disseminar tal raciocínio! (Muitas pessoas tendem a achar que dados estatísticos que convergem numa mesma direção tem relação de causalidade). 
Infelizmente Denis Burkitt estava aparentemente contaminado e propôs em 1971 em um artigo um conceito largamente aceito que a doença diverticular era uma doença deficitária: “Dioverticular Disease of the Colon: A Deficient Disease of Western Civilization” - considerando que a diverticulite era menos comuns em africanos e asiáticos do que em negros americanos. Ele afirmou que o consumo de alimentos com menos fibra estava por trás disso. Uma teoria sedutora mas cheia de inconsistências.
Por exemplo, negros de Soweto, com alimentação pobre em fibras tinham baixíssimas taxas de diverticulite.
Mas havia um problema ainda maior: a expectativa de vida. A diverticulite é tipicamente uma doença da idade avançada. Considerando que a expectativa de vida de africanos de zona rural era muito menor (nos anos 60) do que os negros de nações industrializadas, sua teoria esbarrava num aspecto epidemiológico inexpugnável: não haviam pessoas com idade suficiente para saber se iriam ou não ficar doentes do intestino comendo mais fibra! Eles morriam antes! 
Apesar disso, a maioria de pessoas, supostamente instruídas, incluindo profissionais de saúde repetem a cantilena do dr Burkitt, sem terem sido informados que as premissas de seu raciocínio são extremamente inexatas, senão fraudulentas, pífias e tendenciosas.
Mas os problemas com a teoria dos cereais saudáveis não acabam por aí! 
Na próxima publicação prosseguiremos com esse espantoso tema!
Mas por enquanto já fica uma clara mensagem: ao contrário do que a maioria pode acreditar: os cereais integrais não são símbolo de uma alimentação saudável, por mais incrível que isso possa parecer!

As referências bibliográficas estarão no final dessa série.

Essa postagem é muito curiosa.
O site umaoutravisao já tinha publicado uma tradução de um artigo de Anthony Colpo que fazia um questionamento que colocava em dúvida o adjetivo largamente utilizado pelas mídia de saúde sobre a obrigatoriedade de consumo de cereais integrais como base de uma alimentação saudável.
Claro: a maior das pessoas acha que o aquilo que é mais amplamente aceito deve ser a diretriz verdadeira.
Esse pesquisador independente e belicoso em suas colocações esteve fazendo parte de um site sobre temas de saúde: o 180degreehealth, e publicou dois longos artigos sobre o tema: seriam o grãos integrais realmente saudáveis? (A maioria das pessoas já deve ter respondido positivamente).
O mais interessante é que o Anthony Colpo não está mais no site, e esse artigos não aparecem mais na internet, nem mesmo no site do próprio autor! Cautelosamente salvei os dois artigos, cuja informação estou compartilhando no blog. (Esses dois artigos originais vieram a ser o livro Whole Grains: Empty Promises.)


Observação importante: Esse texto é baseado nos artigos publicados na internet no site www.180degreehealth.com mas não mais disponibilizados pelo mesmo. O autor Anthony Colpo publicou todo o conteúdo em um livro disponível na Amazon, e pode ser visto e  adquirido AQUI

sexta-feira, 28 de março de 2014

Crianças envelhecidas

Kimberly Rhodes photographed Friday, January 3, 2014 at her family home in Boardman, Ohio Katherine Wolkoff for TIME

O envelhecimento de crianças

Um dos argumentos que pode ser sustentação em defesa do estilo de vida moderno costuma ser a longevidade. Mas parece que esse estilo de vida chegou ao ápice de suas malévolas conseqüências: boa parte das crianças nascidas a partir das últimas décadas podem viver menos que seus pais. Pelo menos isso foi uma das conclusões que um sombrio artigo da super prestigiosa revista Time revelou na edição de 03 de março desse ano (2014).
Esse longo artigo intitulado Young Kids, Old Bodies (Jovens Crianças, Corpos envelhecidos) versa sobre uma novidade para os pediatras: cuidar de doenças típicas de pessoas maduras, em crianças e adolescentes.
O texto começa falando sobre o resumo da ficha médica de Kimberly Rhodes, típico de uma americana do século XXI: ganho de peso acentuado, resistência à insulina, o que a deixa pré-diabética, fígado com camadas de gordura, a esteatose, que pode levar a cirrose, estando com alterações nas enzimas produzidas pelo fígado, e sua pressão já está nos limites. Ela já está em tratamento por um clinico de família, um gastroenterologista e um endócrino, mas se a pressão continuar a subir pode precisar de um nefrologista. Medidas típicas para dois terços dos americanos que estão com sobrepeso ou obesidade. 
Mas Kimberly tem 13 anos! 
Ela é um retrato de um pesadelo norte americano, um exemplo de uma geração que tem uma expectativa de vida menor do que seus pais. Além dos riscos de doença cardíaca, diabetes, derrame e ataque cardíaca, ela tem o dobro de chance de ter alguns tipos de câncer e com menos chance de sobreviver.
Mas essas crianças não estão simplesmente com doenças de adulto. Estão fisicamente se tornando adultas antes da hora. Seus cromossomos já mostram sinais de desgaste tanto quanto de pessoas muito mais velhas. Seus tecidos mostram danos típicos de pessoas mais velhas. Suas células mostram inflamação e estresse oxidativo. Milhões de crianças do ensino médio já estão tomando medicamentos que não foram previstos para uso antes dos 40 anos.
Ainda assim esses tratamentos podem não restaurar plenamente a saúde.
E a obesidade pode não ser o único problema. Pesquisadores tem aprendido mais sobre o impacto do estresse sobre a bioquímica, além dos efeitos de agentes ambientais, como poluidores  e químicos de ocorrência natural que atuam como hormônios. 
O artigo prossegue falando alterações laboratoriais em exames de sangue crianças. Cita também que a esteatose (figado gorduroso não alcoólico) é o problema mais comum desse órgão entre crianças americanas podendo estar afetando 11% delas daquele país.
A obesidade leva a um processo inflamatório. E essa inflamação leva a um processo generalizado de envelhecimento.
Adiante no mesmo artigo é citado as dificuldades relacionadas ao manejo com medicamentos pelos pediatras, e da aparente limitação dos recursos de mudança de hábitos de alimentação e atividade física.
Esse texto pode ser lido na íntegra no site do “La veu d’Africa" nesse link.
Bem, a questão da obesidade e do envelhecimento precoce é um tema médico bem palpitante.
Provavelmente, se integramos o conhecimento da problemática do alto consumo de carboidratos, do excesso de consumo de frutose, da falta de consumo de gorduras de boa qualidade, da vida sedentária das crianças e da falta de respeito ao ciclo do sono, podemos facilmente compreender como chegamos a essa triste situação.
Fica a dúvida se a maioria da sociedade está disposta a revisar seus hábitos e levar a sério a sucessão de notícias que tem mostrado que as diretrizes dietéticas assumidas como saudáveis nas últimas décadas está levando os nossos filhos a participarem de um triste cenário típico de uma série televisiva apocalíptica.

É possível que uma alimentação com baixo teor de carboidratos - bem supervisionada, possa ser a melhor escolha para promover a saúde de nossos filhos e oferecer uma vida madura mais promissora.

Link do artigo da TIMES

sábado, 22 de março de 2014

Tabela de frutose nas frutas de consumo comum





Qual a quantidade de frutas que se pode comer por dia?

Uma pergunta que volta e meia aparece para as pessoas preocupadas em reduzir a quantidade de carboidratos de sua alimentação é a questão das frutas. Embora muitas pessoas ainda possam pensar que aja total liberdade no consumo de frutas, isso está longe da verdade. Sabe-se que em ambientes naturais o acesso das pessoas ao consumo de frutas é relativamente difícil, uma vez que que não existiria a chance de alguém comer a fruta que bem quisesse, todos os dias do mês, todos os meses do ano em um local determinado,  pois cada fruta depende da estação e de localizações geográficas. Obviamente a existência dos supermercados mudou bastante a relação das pessoas com o  consumo de frutas. Mas a regra deveria se manter: frutas locais, na estação do ano adequada.
O principal carboidrato das frutas é a frutose. Recentemente muitos estudos e discussões tem colocado esse carboidrato numa posição desconfortável no que diz respeito a problemas como a diabetes, obesidade, síndrome metabólica e elevação do ácido úrico.
A dra. Jill Tieman, nutricionista clínica, que tem um site interessante: realfoodforager.com publicou uma tabela para facilitar os cálculos de consumo de frutose por dia de acordo com alguns dados mais aceitáveis pela literatura. De acordo com suas pesquisas quantidades maiores do que 50 gramas de frutose por dia são prejudiciais. Muitos autores sugerem um limite de 25 gramas ao dia, mas para pessoas já afetadas por situações clínicas relacionadas com a síndrome metabólica como a esteatose (gordura no fígado) ou altas taxas de ácido úrico, o consumo não deve passar de 15 gramas por dia.
A seguir a tabela que publicou a partir dos autores Richard Johnson e Thimoty Cower (livro: “The Sugar Fix: The High Fructose Fallout that is Making You Fat and Sick”):

Fruta Porção Frutose em g/porção
Limão (lime) 01 unidade média
Zero
Limão siciliano (lemon) 01 unidade média
0,6
Cranberries 01 copo
0,7
Maracujá 01 unidade média
0,9
Ameixa 01 unidade média
1,2
Damasco  01 unidade média
1,3
Goiabas 02 unidades médias
2,2
Tâmara (deglet noor) 01 unidade média
2,6
Melão cantalupo 1/8 tamanho médio
2,8
Framboesas 01 copo
3,0
Clementina (var. tangerina) 01 unidade média
3,4
Kiwi 01 unidade média
3,4
Amora preta 01 copo
3,5
Carambola 01 unidade média
3,6
Cereja doce 01 copo
3,8
Morangos 01 copo
3,8
Cereja azeda 01 copo
4,0
Abacaxi 01 fatia 
4,0
Torange 1/2 média
4,3
Amora vermelha 01 copo
4,6
Tangerina 01 unidade média
4,8
Nectarina 01 unidade média
5,4
Pêssego 01 unidade média
5,9
Laranja 01 unidade média
6,1
Mamão 1/2 médio
6,3
Melão 1/8 tamanho médio
6,7
Banana 01 unidade média
7,1
Mirtilos 01 copo
7,4
Tâmara (medjool) 01 unidade média
7,7
Maçã 01 unidade média
9,5
Caqui 01 unidade média
10,6
Melancia 1/16 unidade
11,3
Pera 01 unidade média
11,8
Passas 1/4 copo
12,3
Uvas sem semente 01 copo
12,4
Manga 1/2 média
16,2
Damasco seco 01 copo
16,4
Figos secos 01 copo
23,0

De acordo com a dra. Jill, o consumo de frutose deve ser delimitado com o consumo de frutas. Por exemplo: o açúcar de mesa - a sacarose tem 50% em frutose. Assim tudo que tiver açúcar pode aumentar a quantidade de frutose ingerida num dia. Por outro lado, não há grande diferença entre o total de frutose que está disponível em refrigerantes e sucos de frutas. Na opinião da nutricionista os sucos de frutas não contam com todo o potencial nutricional da fruta inteira, se tornando apenas numa fonte adicional de carboidratos e devem ser evitados tanto quanto os refrigerantes. 

Espero que essa tabela seja útil para facilitar seu consumo de frutas, que embora deva ser prudente, continua sendo um agradável componente de suas refeições.

Link do texto original AQUI



Recomendações dietéticas baseadas em evidências de literatura



Uma troca equivocada

Uma das ideias mais comuns associadas a boa alimentação diz respeito a escolha por alimentos com pouca ou nenhuma gordura. As prateleiras nos supermercados estão inundadas com produtos desnatados, livre de gorduras, diets e etc. Uma questão elementar é que não existem alimentos desnatados, light ou diets na natureza. Essa escolha reflete sempre uma opção por um produto artificial, modificado pela indústria alimentar.
Mas poderíamos dar um crédito: a boa vontade de se disponibilizar para as pessoas opções mais saudáveis e seguras. Mas isso é de fato necessário e verdadeiro?
Um recente editorial do jornal online Open Heart (associado ao respeitável British Journal of Medicine - JBM), redigido por um pesquisador em saúde cardiovascular, Dr. James J DiNicolantonio, faz um enérgico questionamento sobre a opção Low Fat - alimentos com menos ou nenhuma gordura. 
O título do editorial é: As consequências cardiometabólicas da substituição de gordura saturada por carboidratos ou óleos poliinsaturados (ômega 6): estariam as diretrizes nutricionais equivocadas?

História das dietas com pouca gordura

Tudo começou com o pesquisador Ancel Keys, que nos anos 50 publicou estudos relacionando a quantidade de gordura dentro do consumo total de calorias de populações com a doença cardiovascular, e embora não exista associação estatística válida entre consumo de gordura e mortalidade, e muito menos prova de causalidade, as propostas de Keys foram amplamente aceitas, e parecem ter nos guiado pela estrada errada da nutrição nessas últimas décadas.

As conseqüências da troca de gordura por carboidratos

As propostas pela troca de gordura saturada e colesterol por carboidratos nas Metas Dietéticas para os Americanos, (Dietary Goals for Americans) foi publicada em 1977, o que foi baseado na premissa (inexata) de que o consumo de gordura saturada aumentaria as taxas de colesterol e resultaria em maior risco de doença cardíaca.  Ainda mais: considerando que a gordura é o macro-nutriente mais denso em energia, sua redução implicaria em redução das calorias e “naturalmente" iria reduzir a obesidade, diabete e síndrome metabólica. Entretanto as coisas ficaram piores, os dados disponíveis revelam que de fato o aumento do consumo de carboidratos foi o fator causador da epidemia de diabete e obesidade nos Estados Unidos.
O autor relata que quando estudos bem estruturados comparam dietas com baixo teor de gordura com dietas com baixo teor de carboidratos, ambas relativamente com poucas calorias, é a alimentação com pouco carboidrato (low carb) que traz mais benefícios: 
Melhora nos perfil de gordura corporal (cintura abdominal, massa gorda);
Melhora no perfil lipídio (triglicerídeos, apolipoproteína B);
Melhora na tolerância a glicose;
Melhora nos marcadores inflamatórios;
Melhora nos marcadores para trombose.
Adicionalmente, na dieta com redução de carboidratos melhora as taxas de colesterol HDL (o “bom”), melhora a relação entre as Apolipoproteinas (ApoB/ApoA) e reduz as partículas pequenas e densas de lipoproteínas (sdLDL), aspectos que pioram nas dietas com redução de gordura. Além de aumentar os triglicerídeos.
Como conclusão dessa parte o Dr James fala de vários estudos bem encaminhados em que a redução do consumos de carboidratos deve ser a escolha para reverter a epidemia mundial de obesidade, arterosclerose, diabete, doença cardíaca e síndrome metabólica.  

As conseqüências da troca de gordura saturada por poliinsaturada

A política de trocar gordura saturada pela poliinsaturada levou ao aumento do consumo de gordura trans e ômega-6. Vários estudos mostram que isso aumenta o risco de mortes. Por exemplo o The National Diet Heart Trial, mostrou que dietas com mais omega 6 tem um número maior de eventos cardiovasculares. Assim estaria associada a uma maior mortalidade total.
O ômega-6 estaria associado também a promoção de câncer, supressão imunológica, redução do colesterol HDL e deixa o colesterol LDL mais suscetível à oxidação (fator de doença cardíaca). Evidências adicionais associam o ômega-6 com câncer de próstata e de mama. 

Falta de evidências para dar suporte as dietas com baixo teor de gordura

O autor finaliza seu editorial citando que não há suporte científico válido que validem as dietas com redução de gordura. Por exemplo, um estudo publicado na revista médica Lancet, sobre dieta com redução de gordura e infarto do miocárdio, mostrou que embora a alimentação com menos gordura e menos calorias totais tenham reduzido peso e taxa de colesterol não houve diferença entre os grupos para o re-infarto e morte.
No estudo Women's Health Initiative (WHI) - o mesmo que ligou reposição hormonal e câncer de mama - a dieta com redução de gordura não demonstrou redução em infartos do miocárdio ou acidente vascular cerebral. Outro estudo, uma meta análise conduzida por Siri-tarino e colegas com mais de 340.000 pessoas não associou o consumo de gordura saturada com doença cardíaca. E mesmo outro estudo (Cochrane meta-analyses) que relaciona a redução da gordura saturada com redução do risco de problemas cardíacos, isso não se demonstra com a redução no consumo total de gordura.

No final do editorial o Dr James J DiNicolantonio faz o seguine resumo:

Recomendações dietéticas baseadas em evidências de literatura

A recomendação dietética para a substituição da gordura alimentar por carboidratos e óleos poliinsaturados não refletem evidências na literatura científica publicada;
Uma mudaça nessas diretrizes é urgentemente necessária pois população geral pode estar sob riscos;
O aumento nas taxas de diabete e obesidade nos Estados Unidos é causada pelo consumo de carboidratos e não de gordura saturada;
O temor público de que a gordura saturada eleva o colesterol é totalmente infundado, assim como a distribuição das partículas de colesterol LDL pioram quando se troca a gordura por carboidratos;
Não existem provas de que a dieta de baixo teor de gordura tenha qualquer efeito positivo para a saúde das pessoas. De fato a literatura aponta para um falta generalizada de qualquer efeito com a redução de gordura alimentar;
Uma campanha de saúde pública é necessária para educar as pessoas sobre os perigos do consumo de carboidratos; e
Seria ingenuidade imaginar que essas recomendações sobre teor de gordura ou carboidrato se apliquem aos alimentos processados, que sem dúvida devem ser evitados tanto quanto possível. 

Na sua conclusão o autor diz que os benefícios das dietas com pouca gordura estão sob grande contestação e que as diretrizes alimentares precisam estar alicerçadas na totalidade das evidências científicas e que as recomendações para a substituição de gordura saturada por carboidratos e poliinsaturados precisam ser reconsideradas.

Assim quando for comprar produtos alimentares no supermercado evite aqueles cujos rótulos dizem que é desnatado, semi desnatado ou zero % de gordura - além de serem alimentos que não existem na natureza, eles podem ser prejudiciais ã sua saúde! 


Link do artigo original com todas as referencias necessárias: AQUI  

quarta-feira, 19 de março de 2014

Porque consumir mais gordura saturada

Sete motivos para comer gordura saturada


Publiquei em primeira mão a divulgação da pesquisa sobre a inocência do consumo de gordura saturada como causadora de doença cardíaca. Mas é possível que alguém se pergunte: porquê consumi-la? Só porque não faz mal? Poderíamos argumentar que consumir gordura saturada faz parte da alimentação humana desde sempre, mas quais seriam suas vantagens?
Bem, há alguns anos um casal de médicos que trata obesidade e escritores de um best seller sobre nutrição exaltavam as vantagens de se consumir gordura saturada. O blog fourhourworkweek publicou em junho de 2009, baseado nesses autores: Sete motivos para se consumir mais gordura saturada.

01) Melhoria nos riscos de doença cardíaca - É isso mesmo: o consumo de gordura saturada tem um papel chave para a saúdas cardiovascular. A adição de gordura saturada reduz a Lipoproteína A - Lp(a), um marcante fator de risco para doença cardíaca. E não há medicação que faça isso. Além disso melhora as taxas do colesterol HDL (aquele chamado de bom colesterol). Pesquisas tem mostrado que mulheres que comem mais gordura saturada controlam melhor o peso.

02) Ossos mais fortes - O consumo de gordura saturada é necessária para incorporação de cálcio nos ossos.

03) Melhora na saúde do fígado - O consumo de gordura saturada estimula o fígado a liberar seu conteúdo de gordura. Adicionalmente o consumos e gordura saturada protege o fígado da agressão pelo consumo de álcool e medicamentos de ação no fígado (como o Tylenol e antiinflamatórios), e podem reverter ações tóxicas. Óleos vegetais não fazem isso.

04) Saúde pulmonar - Para funcionamento adequado dos pulmões, a mucosa é totalmente coberta por uma substância chamada surfactante. Esse surfactante é 100% gordura saturada. A substituição dessa gordura por outro tipo é potencialmente perigosa pois pode provocar dificuldades respiratórias. Alguns pesquisadores acham que a substituição alimentar em nenês com alimentos compostos por óleos hidrogenados pode estar envolvido com o surgimento da asma.

05) Saúde cerebral - O cérebro é basicamente composto por gordura e colesterol. Apesar de ser publicamente reconhecido a importância de óleos poliinsaturados como EPA e DHA (ômega-3) para o cérebro, a parte do leão mesmo é a gordura saturada. Uma alimentação sem essa gordura rouba o mais importante ingrediente do seu cérebro.

06) Comunicação do sistema nervoso - Certas gorduras saturadas encontradas na manteiga, banha de porco, gordura de coco, funcionam diretamente como mensageiros sinalizadores que influenciam o metabolismo, o que inclui atividades críticas como a apropriada liberação de insulina. 


07) Fortalecimento do sistema de defesa - Gorduras saturadas, como as encontradas na manteiga e gordura de coco (ácido mirífico e ácido láurico) tem papel chave no sistema imunológico. A redução de gordura saturada reduz a habilidade das células brancas reconhecer e destruir invasores patológicos como vírus e bactérias. O leite materno é rico nessas gorduras que são agentes germicidas. Mas essa necessidade será importante por toda a vida, para manter o sistema imune vigilante!

Conheça o livro de Michael Eades e Mary Dan Eades: 

The 6-Week Cure for the Middle-Aged Middle: The Simple Plan to Flatten Your Belly Fast!


E não tenha medo de consumir mais gordura saturada!

Link do texto original AQUI