quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Questões sobre o queridinho da nutrição - o óleo de linhaça



O ÓLEO DE LINHAÇA
 NÃO É TÃO BOM QUANTO VOCÊ TEM SIDO LEVADO A ACREDITAR!

Escrito por Scott Kustes

A linhaça é comumente apontada como uma boa maneira para que todos possam obter o seu ômega-3 (ácido graxo ômega-3). Adicione um pouco de linhaça ao seu cereal matinal! Adicione à sua torrada! Acrescente seu óleo como molho de sua salada! Más notícias para os vegetarianos: estou desfazendo o mito de que a linhaça seja uma boa maneira de obter seus ômega-3.

Esta é a singela razão pela qual a adição de sementes de linhaça ou seu óleo não funciona do jeito que você gostaria que ele o fizesse: a linhaça contribui com um ômega-3 conhecido como ácido alfa-linolênico (ALA). O problema com o ALA é que é um ácido graxo de cadeia curta, com apenas 18 carbonos de comprimento, enquanto o corpo necessita os ácidos graxos de cadeia longa, conhecidos como: ácido eicosapentaenóico (EPA) e ácido docosahexaenóico (DHA). (Basta lembrar as siglas, não há nenhuma razão para memorizar esses nomes).

Assim, o corpo converte o ALA de cadeia curta em EPA e DHA de cadeia longa. Infelizmente, este processo é muito ineficiente, na ordem de 5 a 10%. Ironicamente, quanto maior o seu consumo de gordura saturada, mais eficiente é esse processo. Mas a maioria das pessoas que estão utilizando a linhaça está “muito preocupada” com sua saúde e evitam a gordura saturada como se fosse uma lepra (o que é uma tosca generalização, não há nenhuma fonte confiável para isso).

Convertendo ALA em EPA e DHA

Aqui há um pouco de jargão técnico. Atenção: há mais informações do que você realmente necessita adiante! Os próximos parágrafos podem ser deixados de lado se você não achar necessário. Quando você ingere ALA, o corpo tem que convertê-lo em EPA e DHA através de várias etapas de dessaturação e alongamento. Nesse ( link ) temos um fluxograma básico das ações dos passos de dessaturação e alongamento. Você poderá ver (no canto superior esquerdo do gráfico), que você tem o ALA, que sofre a ação da delta-6 desaturase para formar o ácido estearidonico, um outro ômega-3 de  18 carbonos. Esse ácido graxo é alongado pela inserção de um grupo etil para formar o ácido eicosatetraenóico, com 20 carbonos de comprimento; estamos chegando mais perto. Um pouco de ação da delta-5 desaturase nos dá EPA, mas ainda estamos curtos em 2 carbonos para o DHA. Mais uma vez, temos que alongar para obter o ácido docosapentaenóico e depois deixar a delta-4-desaturase convertê-lo em DHA.
Tudo parece tão simples, mas que não leva em conta os fatores que podem inibir a ação das dessaturases. Por exemplo, o álcool, a diabetes, o açúcar, e o envelhecimento  - todos inibem a delta-6-desaturase, o que significa que cada um desses elementos reduz a eficiência do primeiro passo da conversão de ALA em EPA. A delta-5-desaturase é inibida pelo EPA, o que significa que o corpo trabalha para diminuir a produção de EPA quando o EPA é elevada. Altos níveis de ômega-6 na dieta também pode afetar as conversões. Há prováveis ​​outros elementos do estilo de vida que inibem a ação desses dessaturases.
Tecnicamente, a linhaça é uma boa fonte de ômega-3, apenas é a forma errada do mesmo. Então, do ponto de vista puramente lógico, faz sentido se concentrar em obter o EPA e o DHA que o corpo utiliza diretamente ao invés de tomar um precursor e expectar pelo melhor...
E as melhores fontes de EPA e DHA são produtos de origem animal, especialmente carnes de peixes e gado de pasto. As melhores fontes são (em ordem) peixes de água fria, carne de pasto verde e ovos (ovos caipiras!). No entanto, entendo que para se obter uma boa e elevada ingestão de ômega-3, a suplementação é necessária, especificamente a suplementação com óleo de fígado de bacalhau e óleo de peixe. O autor usa óleo com sabor de limão Carlson’s Very Finest tomando uma colher de sopa de ambos: de fígado de bacalhau e óleos de peixe por dia para um total de 3g de DHA e 3,5 g de EPA, mais ou menos. O óleo de fígado de bacalhau também contribui naturalmente com algo entre 2100 a 3600 IU de vitamina A e com 1200 UI de vitamina D.

Tratando da inflamação

Mas aqui está outra dica. Um dos grandes benefícios do ômega-3 é sua propriedade anti-inflamatória. Uma vez que nós queremos manter a inflamação reduzida, faz sentido em primeiro lugar, evitar alimentos, atividades e fatores de estilo de vida que causam a inflamação e, a seguir, complementar o nosso organismo para ajudar a combater a inflamação restante.  Nesse ponto parece haver informações conflitantes sobre a suplementação com óleo de linhaça quanto ao aumenta da quantidade da inflamação. Alguns estudos dizem que aumenta a inflamação, alguns dizem que não interfere nesse processo, outros dizem que diminui a inflamação.

Se você realmente precisa de justificativa para aumentar a sua ingestão de ômega-3, ácidos graxos ômega-3 foram demonstrados como redutores do risco de doença cardiovascular e acidente vascular cerebral, ajudar com a depressão, possivelmente retarda a doença de Alzheimer, e proteja da diabetes tipo I. A lista está sempre aumentando; pesquise em PubMed (biblioteca médica nacional do EUA) para "óleo de peixe" e qualquer doença / condição que você deseja conhecer. Você provavelmente vai descobrir alguma maneira de como o ômega-3 pode auxiliar. Deficiências em ácidos graxos estão associados com uma diminuição da função cognitiva (inclui  Alzheimer), incremento no déficit de atenção (DDA), pele seca, alergias, fadiga e diminuição da imunidade.

O Índice Omega-6/Omega-3 é o mais importante

O mais importante é a relação omega-6/omega-3. A razão típica entre os americanos é de cerca de 20:1, mas deveria estar mais numa média entre 2:1 a 1:1. Então, juntamente com o aumento da quantidade de ômega-3 que você tomar, você precisa reduzir a quantidade de ômega-6 que você ingere.
As principais fontes de ômega-6 são a maioria dos alimentos que temos sido estimulados a ingerir aos montes: óleos vegetais e grãos. A ingestão elevada de ômega-6 efetivamente inibe a capacidade do corpo para utilizar o ômega-3 porque ocupa vários das mesmas vias metabólicas.
Ômega-6 são pró-inflamatórios, enquanto o ômega-3 é anti-inflamatório; para otimização eles devem estar em equilíbrio. No final de contas, ômega-6 promove o crescimento do tumor (como da próstata), juntamente com desordens inflamatórias e autoimunes, todas as quais incrementadas na última metade do século XX.

Coma alimentos que seu corpo reconhece

Eu vou dizer o contrário: evite óleos vegetais e grãos. São substâncias artificiais que não têm lugar numa dieta saudável entre os seres caçadores-coletores. Se você está comendo uma dieta adequada de carne, legumes, nozes, sementes, gorduras, frutas e tubérculos, provavelmente você está indo muito bem. Um pouco de grãos não vai te prejudicar, mas grãos em quantidade irão. E os óleos vegetais provavelmente vão se tornar rançosos durante o tempo você estiver utilizando-os pois, os óleos poli-insaturados são muito instáveis, assim largue de mão o óleo de milho e o óleo de amendoim e utilize azeite de oliva, gordura de coco, de palma e as gorduras de animais de pasto.
Você escolhe: sementes de linhaça com uma boa dose de esperança ou carne e frutos do mar?

(Observação: o uso da linhaça para fins alimentares data do início das atividades agrícolas, há 9000 anos, embora o uso têxtil possa ser bem mais antigo. Considerando a importância de fontes confiáveis de ômega-3 para a saúde humana, não tem sentido crer que a linhaça tenha relevância histórica para a evolução da espécie, e que o ALA seja, como muitos afirmam mais fundamental que EPA e DHA, como ácidos graxos essenciais - somente obtidos de fontes externas).


Traduzido em 250212
Texto original nesse LINK:
Conheça o site do autor em - www.realfooduniversity.com

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Sobre a cartilagem de tubarão - fatos e mitos

Uma história sobre o colágeno: A cartilagem de tubarão - fatos e mitos

A cartilagem de tubarão é anti-inflamatório e anti-câncer?


A cartilagem de tubarão é um dos marcos  entre os nutracêuticos, nas prateleiras das lojas de alimentos saudáveis já há alguns anos. Ela é apresentada pelos seus benefícios anti-inflamatórios no tratamento de artrite e outras condições inflamatórias e, especialmente, do câncer.
O uso de cartilagem em pó para tratar ferimentos foi originalmente popularizado por John Prudden, um cirurgião de Nova Iorque, em 1954. Prudden utilizava cartilagem em pó de vacas, que foi confirmado ser eficaz na aceleração da cicatrização de feridas, para o tratamento de artrite, doenças inflamatórias do intestino e até mesmo para câncer avançado.
A cartilagem de tubarão foi popularizada pelo best-seller de 1992 de William Lane e Linda Comac: "Os tubarões não têm câncer", seguido por "Tubarões ainda não têm câncer", em 1996. O ponto de partida dessa divulgação era dar a entender que há algo singular na cartilagem de um animal - o tubarão - cujo esqueleto é inteiramente feito de cartilagem, não osso, e que existem poderes curativos que só pode vir dessa espécie de animal. É claro, convencer milhões de pessoas que somente a cartilagem de tubarão tem esse poder não é particularmente saudável para as populações de tubarões em todo o mundo, e essa espécie, de fato, sofreu na medida que o mercado comercial da cartilagem foi incrementado.
Considerando o fato de que a alegação inicial é errônea: os tubarões, de fato, tem câncer (ver esse LINK)- há algum mérito nessa propaganda sobre o estímulo à saúde pelo emprego da cartilagem de tubarão? Estou inclinado a pensar que deve haver algo sobre tais reivindicações que parecem sobreviver ao longo de décadas no tempo, uma vez que os médicos e pacientes relatam benefícios suficientes para manter o mercado andando. Então, há algo na cartilagem de tubarão que pode explicar os tipos de ações benéficas atribuídas a ela? Para responder a esta pergunta, é útil olhar para alguns dos benefícios específicos atribuídos à cartilagem de tubarão. Estes basicamente se resumem a três ações específicas: 1) anti-inflamatória, tal como evidenciado por benefícios para os pacientes com artrite reumatóide e doença inflamatória do intestino; 2) a aceleração da cicatrização de feridas, e 3) a capacidade de prevenir o câncer e retardar o crescimento e disseminação de tumores, especificamente bloqueando a angiogênese, o processo pelo qual os tumores promovem novos vasos sanguíneos para se alimentar e crescer.
Estudos clínicos em instituições de prestígio tem, ao que parece, não conseguido demonstrar tais benefícios em ensaios científicos controlados com placebo. Especificamente, os ensaios de pesquisadores da Clínica Mayo e do Instituto Nacional do Câncer não conseguiu encontrar quaisquer benefícios de sobrevida em pacientes com câncer avançado. É difícil, no entanto, tirar conclusões confiáveis a partir de tais estudos, já que tais pacientes estão muitas vezes em estado geral muito ruim, não só por causa do câncer avançado, mas também por causa dos efeitos tóxicos das drogas empregadas em tratamentos convencionais. Então, novamente, há o problema teórico de atribuir os benefícios putativos a algum componente específico da proteína da cartilagem. Isso porque - como seus detratores são rápidos em apontar - as proteínas não são absorvidas através do trato GI: em vez disso, elas devem ser digeridas e, primeiramente, reduzidas aos seus componentes de aminoácidos elementares.
Quando isso acontece, a proteína da cartilagem de tubarão não é apenas a mesma coisa que a cartilagem de qualquer outro vertebrado, é praticamente o mesmo teor de proteína do osso e de outros tecidos conectivos, ou seja, o colágeno. O colágeno a partir de qualquer fonte é constituída por cerca de 22% de glicina em peso, sendo a glicina menor, a mais simples e mais abundante de todos os aminoácidos. (…) A glicina é também o mais importante regulador do corpo da inflamação. E a inflamação, que é muitas vezes erroneamente classificadas como "parte do processo de cura", na verdade, impede a cura (quando a inflamação é crônica, uma vez que somente há uma cicatrização como sequência de processos inflamatórios preliminares de várias etiologias, NT). Assim, ao reduzir ou eliminar o excesso de inflamação acelera a cicatrização.
Até agora, tudo bem: Se você comer suficiente cartilagem de tubarão, você pode obter suficiente glicina extra para explicar os efeitos anti-inflamatórios e cicatrização de feridas. Mas o que dizer sobre o desenvolvimento do câncer, especificamente, a inibição da angiogênese? De fato, uma investigação ocorrida há mais de uma década na Universidade da Carolina do Norte demonstrou a inibição da angiogênese e o bloqueio do crescimento de tumores em animais de experimentos com a glicina. É importante notar que o mecanismo de ação da glicina em mediar este efeito (anti-angiogênese) e os efeitos anti-inflamatórios é simples: Ambos os macrófagos (células do efeito pró-inflamação) e células endoteliais (células que crescem em novos vasos sanguíneos) são inibidos de um excesso de ativação pelas concentrações adequadas de glicina.
Então, quanto a glicina é apropriado? Embora ela ainda esteja geralmente classificada como um aminoácido não essencial, é difícil para o organismo de produzir o suficiente quando jogamos a maior parte da glicina de nossa comida fora (ou seja, os ossos e os tecidos conjuntivos de carnes, peixes e aves), e quando o consumo excessivo de carnes (ou seja o músculo limpo) faz com que nossos corpos usem a glicina para se livrar dos outros aminoácidos consumidos em excesso.
Agora, se você tomar as quantidades recomendadas de cartilagem de tubarão em um suplemento popular, ou seja, até cerca de 4,5 gramas por dia de colágeno (tal como o consumo de seis cápsulas de 750 mg), você acaba com cerca de um grama de glicina. Isso é o suficiente para fazer a diferença se você é severamente deficiente de glicina, porém oito gramas por dia é mais parecido com aquilo que costumamos jogar fora, e que a maioria das pessoas precisam para sua otimização. E por aproximadamente o mesmo preço por dose diária, um sachê de sweetamine® (suplemento a base glicina) dá-lhe toda essas 8 gramas.
Como conclusão a cartilagem de tubarão teria, portanto, os alegados benefícios pelo seu consumo sendo explicado pelo seu conteúdo em glicina - se for consumido o suficiente. No entanto, é uma forma muito ineficiente e cara para obter essa glicina que é realmente necessária para manter seu sistema imunológico saudável, sem esquecer de mencionar que suporta a construção da cartilagem do seu próprio corpo. 

Texto de Dr. Joel Brind




Minha sugestão é o consumo de caldos de ossos, sopas com cartilagem, e o bom e velho mocotó! 

(Blog do autor: LINK)


Sobre a Glicina:
A glicina não é um aminoácido essencial na dieta humana, já que é sintetizado pelo organismo a partir do aminoácido serina numa reação catalisada pela enzima serina hidroximetiltransferase (o fígado também a produz a partir de dióxido de carbono, amoníaco e formaldeído). Embora seja o aminoácido mais simples, a Glicina mostrou ser necessária para o funcionamento normal do sistema nervoso, da pele e dos tecidos musculares.


A Glicina é usada pelo corpo para converter glicose em energia (por isso do nome conhecido como aminoácido glicogênico). Inclusive, falando de glicose e energia, a Glicina ainda é apontada como um agente que auxilia no controle glicêmico do corpo. Além disso, ela ajuda a musculatura, ou as proteínas que compõe o músculo a não entrar em uma via proteolítica através também dos níveis elevados de creatina no músculo, favorecendo o fornecimento de energia. Para se ter uma ideia da sua importância na construção muscular - e de outros tecidos, o corpo não conseguiria refazer tecidos básicos sem a presença desde aminoácido.

(FONTE)


Por que dizer NÃO às segundas sem carne...



NÃO ÀS SEGUNDAS SEM CARNE

 
Dia da Terra 2013: 
Por que dizer "Não" à Segunda-feira sem carne. . . 
e ao invés: o que fazer para ajudar o nosso planeta

 

 

No  Dia da Terra (22/04), e em todo esse fim de semana houve eventos e encontros destinados a educar as pessoas e recrutá-las para a causa da saúde planetária.

Infelizmente, muito do que está sendo falado incidirá nos limites do "veg centric" com dietas veganas sendo recomendadas como o princípio e o fim de tudo na opção "verde" para aqueles empenhados em salvar o Planeta Terra. As pessoas que querem fazer a transição para o veganismo em pequenos passos serão seduzidos a seguir a campanha Segunda Sem Carne do Enviroment Working Group (Grupo de Trabalho Ambiental).

Eu, pessoalmente, não estou a ponto de ter que garantir que a promessa de que o slogan do Environmental Working Group "Reduza o seu impacto, e melhore a sua saúde" sinalize uma atitude sem chance de dar errada. Por exemplo, nos diz que ficar sem carne e queijo para uma família de quatro membros apenas um dia por semana seria tão bom para a terra como retirar um carro da estrada durante cinco semanas. E se cada corte americano para a carne e o queijo, uma vez dia por semana faria tão bem quanto não dirigir 91000000000 de milhas ou subtrair 7,6 milhões de carros das ruas. A EWG, além disso, promete que ao reduzir o consumo de carne vai diminuir o nosso risco de obesidade, enfermidades, acidente vascular cerebral e câncer.

Infelizmente, não é assim tão simples. Longe de contribuir para a saúde pessoal e planetária, as segundas-feiras sem carne vão incentivar as pessoas a se “sentir bem” sobre sua consciência "verde", enquanto vai afastá-los capciosamente de explorar e adotar soluções verdadeiras e sustentáveis. Embora o EWG falou-se carne "verde" - e não apenas "menos carne" ou "sem carne" - o cativante slogan "Segunda Sem Carne" perpetua o mito de que a carne é má e que as dietas à base de vegetais são boas.

E aqui está o porquê de eu me manter em minhas segundas-feiras com carne!

A verdadeira ameaça ao nosso meio ambiente não são os animais - que foram cobrindo a terra com estrume e emissões por dezenas de milhares de anos -, mas a globalização e a industrialização da agricultura, com as suas práticas agroindustriais abusivas, uso de tóxicos de pesticidas, herbicidas e fertilizantes comerciais, pilhagem de recursos naturais, drenagem do lençol freático, e levando a falência os pequenos agricultores e indústrias caseiras.

Apesar de tudo que se diz sobre os gases do efeito estufa e aquecimento global, os animais emitem muito menos gases quando comem dietas naturais, à base de capim ou invés de rações não naturais, difíceis de digerir fabricadas a partir de soja, milho e outros grãos. Arar pastos e pastagens, a fim de plantar não é sustentável e não vai fazer o suficiente para eliminar a fome ou salvar o meio ambiente. Apenas cerca de onze por cento da terra no planeta Terra pode ser explorada, uma percentagem que não pode ser aumentada sem desmatamento, irrigação, adubos químicos e outras práticas de destruição ecológica.

As antigas e tradicionais fazendas de uso orgânico misto são a resposta. E os animais são essenciais, não opcionais, para fazendas saudáveis. A camada superior do solo da América foi devastada pela mono cultura, gramados ornamentais e outras práticas insustentáveis. Enquanto a mistura, a rotação e as unidades de compostagem sejam um começo, a terra não pode ser restaurada sem a ajuda de animais. Eles são necessários não só pelo seu rico estrume como também pelo rodízio de pastejo. Os resíduos animais são verdadeiramente um terrível problema com a agricultura industrial, mas é coletável e valioso ​​nas pequenas propriedades, de uso misto. Áreas de pasto excessivo certamente danificaram grande parte das terras da América, mas a solução é pôr em prática as pastagens sustentáveis. E essa solução, devidamente manuseada, serve muito mais para a terra do que deixá-la sozinho para "conservação." Como Joel Salatin descreveu tão bem em Folks, This Ain’t Normal,  The Sheer Ecstasy of Being a Lunatic Farmer, Everything I Want to Do is Illegal (Gente, isso não é normal, o estase completo de ser um fazendeiro lunático, tudo que eu quero fazer é ILEGAL) e outros livros, a diversidade, a interdependência e a estratificação são as chaves para honrar e restaurar a nossa terra.

Os alimentos de origem animal são frequentemente responsabilizados pelas doenças da civilização moderna, incluindo câncer e doenças cardíacas. Mas o século XX viu um declínio no consumo de consumo de carne, leite e manteiga, e um enorme aumento no consumo de açúcar, xarope de milho, farinha branca, líquidos e óleos vegetais parcialmente hidrogenados, aromatizantes artificiais, conservantes e outros perigos para a saúde conhecidos nos alimentos processados, embalados e convenientes. Ao contrário da crença popular, a ciência não dá suporte à ideia de que a gordura saturada e colesterol encontrados em produtos de origem animal contribuem para a obesidade, diabetes, doenças cardíacas e câncer. Todos os problemas de saúde associados com produtos de origem animal se assentam na pecuária industrial e na agricultura comercial e não-sustentável junto as práticas de processamento dos alimentos.

Quanto às dietas à base de plantas, as dietas “veganas”, especialmente, podem levar a deficiências e desequilíbrios de vitaminas, minerais, ácidos graxos e aminoácidos, contribuindo para uma miríade de problemas de saúde, incluindo câncer e doenças cardíacas.

A ideia de que comer pouca gordura poderia ser eco-consciente desafia a sabedoria tradicional e o bom senso. A pregação do baixo teor de gordura é uma das principais razões pelo que as fazendas industriais - incluindo as chamadas fazendas industriais orgânicas – fazem crescer galinhas excêntricas com peitos tamanho GG. O objetivo da Big Agra com essas galinhas é minimizar a carne escura menos rentável e maximizar o baixo teor de gordura da carne branca preferida pelos consumidores "conscientes de saúde". A mensagem do baixo teor de gordura agrada imensamente a Big Pfood porque os lucros se incrementam quando os alimentos integrais são divididos em vários produtos diferentes - o que quer dizer vários centros de lucro. Todos estes, naturalmente, vai exigir fabricação, embalagem e o transporte de longa distância. Quanto ao leite desnatado, a natureza colocou a gordura no leite por um motivo, e esse motivo não nos matar. Quando as pessoas bebem leite desnatado, seus corpos precisam e anseiam a nata que falta, levando a compulsão compensatória para o sorvete e outras guloseimas não saudáveis ​​ricas em gordura vegetal e açúcar. O baixo teor de gordura leva, assim, ao aumento do consumo, a mais pacotes, a mais produtos, a maiores lucros, e mais problemas de saúde e a destruição ambiental.

O EGW (Grupo de Trabalho Ambiental), em suas promoções de Segunda-feira sem carne relata que comprar legumes de sua localidade ajuda o meio ambiente, mas a compra de ovos, leite, peixe, aves e carne locais tem apenas um efeito mínimo. Na verdade, EWG cita isso como uma razão principal para se cortar toda a carne e adotar uma dieta "Veg Centric". Tal bizarrice só poderia ser o caso se os pesquisadores avaliaram o impacto ambiental de se comprar produtos de origem animal provenientes das fábricas de exploração - incluindo as operações da "Big Organic" - localizadas perto de casa.

Os animais desempenham um papel fundamental na recuperação do solo e fazendo crescer vegetais densos em nutrientes e frutas. Sem animais próximos, os agricultores devem usar fertilizantes de combustíveis fósseis e / ou compostagem e estrume transportado locais distantes. Não é bom para o ambiente!

Finalmente, se as pessoas desistem ou minimizam a carne, o que eles vão comer em vez disso? A EWG sugere grãos, feijões e tofu. Em outras palavras, alimentos vegetarianos que mais provavelmente são produzidos e transportados a partir de certas distâncias. Além disso, o objetivo equivocado de comer menos carne vai induzir muitos consumidores a comprar pratos vegetarianos processados ​​e embalados repletos de proteína isolada de soja, xarope de milho, glutamato monossódico e outras excito-toxinas, corantes e aromas "naturais" ou artificiais, bem como outros ingredientes “não verdes” e de qualidade duvidosa. Além disso, muitos desses chamados alimentos naturais contêm ingredientes transgênicos. Claramente, eles não são uma opção para ambientalistas ou a quem procura bem-estar.

O que fazer em vez disso? Vamos praticar um dia por semana com menus em que todos os ingredientes sejam locais. Um dia por semana para apoiar os bons e velhos agricultores e pecuaristas e suas cooperativas e as feiras que suportam esses esforços. Para mim, isso significa Segundas Carnudas com banquetes com deliciosas frutas e legumes e carne produzida com pastagem natural, carne produzida de forma sustentável, além de ovos e laticínios locais e de sua estação. Segundas-feiras que gosto e me fazem sentir muito bem e em breve poderá se tornar em terças, quartas, quintas, sextas, sábados e domingos também. Isso sim é que é de fato uma ideia verdadeiramente sustentável.

 

Artigo de Kaayla Daniel
nutricionista, pesquisadora e escritora

terça-feira, 11 de novembro de 2014

É tudo por causa da carne! Será que isso é verdade?


É por causa da carne! 
 Sally Fallon e Mary G. Enig, PhD


Com a exceção de manteiga, nenhum outro alimento foi sujeito a tamanha demonização em tempos recentes quanto a carne vermelha, particularmente a carne de boi. Um hambúrguer suculento, aquele bife delicioso e o assado do domingo foram acusados de crimes terríveis. “A carne provoca doença cardíaca”, afirmam os dietocratas. A carne causa câncer, particularmente câncer de cólon, a carne de boi causa osteoporose, a carne de boi causa doenças auto-imunes como a asma, a carne de boi contém Eschiria coli, que provoca doenças alimentares, a carne produz a doença de Creutzfeldt Jakob (a doença da vaca louca)...
Recentemente um grupo vegetariano chamado "People for the Ethical Treatment of Animals"  (Povo para o Tratamento Ético dos Animais) alocou outdoors que advertiam aos homens para não comer carne de boi porque ela causa impotência! A carne vermelha é um alimento que acidifica o organismo, afirmam os vegetarianos, e que putrefaz no intestino porque os humanos não podem digerir carne. De acordo com zelosos ambientalistas, a produção de carne de boi destrói o ambiente, e furta extensões de terra que poderiam ser destinados a produção de grãos, o levaria milhões de pessoas à fome. Deixe-nos examinar cuidadosamente todas essas acusações, uma de cada vez..
A carne causa doença de coração?
Primeiramente examinamos a questão: a carne causa doença cardíaca? Isto realmente remonta aos anos 50 quando a hipótese lipídica estava tomando conta da consciência americana. Naquele tempo, os cientistas estavam abraçando uma nova ameaça para a saúde pública - uma súbita ascensão da doença do coração, especialmente do infarto do miocárdio (IAM) - um coágulo de sangue volumoso que levaria à obstrução de uma artéria coronária e morte conseqüente do músculo cardíaco. O IAM era quase inexistente em 1910 e não causava mais do que três mil mortes por ano em 1930. Em 1960, ocorreram pelo menos 500.000 MORTES por IAM por ano nos EUA.
Muitos cientistas acreditavam que o culpado era o colesterol e a gordura saturada encontrada nos alimentos de origem animal como a manteiga, os ovos e a carne de boi. Eles acreditavam que a gordura saturada e o colesterol elevariam o nível de colesterol no sangue o que por sua vez seria a causa do depósito do colesterol como placas nas artérias, levando às obstruções e à doença cardíaca. Isso, em resumo, é a hipótese lipídica. 1
Esta teoria foi testada em 1957 quando Dr. Norman Jolliffe, Diretor da Agência de Nutrição do Departamento de Saúde de Nova Iorque, inaugurou o "Anti-Coronary Club" (Clube Anti-Coronário). Com grande exposição de mídia, um grupo de homens de negócios, em idade de 40 até 59 anos, foi colocado sob a denominada "Dieta Prudente". Os especialistas em dieta prudente usavam óleo de milho e margarina em vez de manteiga, cereais frios no café da manhã em vez de ovos e galinha e peixe no lugar de carne de boi. os membros do clube anti-coronário seriam  comparados com um "grupo combinado" da mesma idade que se alimentariam de ovos no café da manhã e teriam carne três vezes por dia. Jolliffe, um diabético obeso confinado a uma cadeira de roda, estava confiante de que a "Dieta Prudente" poderia salvar vidas, inclusive a sua...
Os resultados do Clube Anti Coronariano do Dr. Jollife foram publicados em 1966 no Jornal da Associação Médica Americana.2. Aqueles sob a Dieta Prudente com óleo de milho, margarina, peixe, galinha e cereal frios obtiveram um colesterol médio de 220, comparada aos 250 do grupo de controle "carne-e-batatas". Entretanto, os autores de estudo foram obrigados em observar que ocorreram oito mortes por doença de coração entre os participantes do Grupo da Dieta Prudente do Dr. Jolliffe, e nenhum entre aqueles que comeram carne três vezes por dia. Dr. Jolliffe faleceu nesse período. Ele sucumbiu em 1961 de uma trombose vascular, embora o obituário listasse como causa de morte as complicações da diabete.
A verdade é que apesar de toda a propaganda que você tem ouvido, a hipótese lipídica nunca foi comprovada. Na verdade o influxo de proteína inadequado implica em perda de músculo cardíaco o que pode, portanto, contribuir para a doença coronariana do coração. 3
Existem muitas sociedades onde o população consome níveis altos de alimento de origem animal e gordura saturada mas que estão livres de doença do coração. Dr. George Mann, que estudou os indivíduos do povo Masai, pastores de gado da África, não encontrou nenhum caso de doença de coração, embora sua dieta consistisse em carne, sangue e leite bruto. 4 O consumo de manteiga entre os guerreiros Masai, que consideram os alimentos de origem vegetal apenas ração para o gado, pode ser entre meio ou três quartos de quilo por dia! Ainda assim estas pessoas não sofrem de doença do coração. Mann alcunhou a hipótese lipídica como "a maior fraude na história de medicina." É uma fraude que está sendo usada para convencer milhões de pessoas saudáveis, lhes dizendo que elas estão doentes e que devem tomar medicamentos caros com efeitos co-laterais graves, uma falsidade que persuadiu os americanos para adotar a dieta light, insípida, simplesmente porque sua taxa de colesterol foi definida como sendo muito elevada.
É verdade que consumo de carne de boi nos Estados Unidos subiu durante os últimos oitenta anos, um período de enorme aumento na doença do coração. Hoje nós consumimos 79 libras de carne de boi por pessoa por ano contra 54 em 1909, um aumento de 46% - mas o consumo de aves aumentou impressionantes 280%, de 18 libras por pessoa por ano para 70. O consumo de óleos vegetais, inclusive da gordura hidrogenada, aumentou em 437%, de 11 libras por pessoa por ano para 59; enquanto o consumo de manteiga, banha e sebo reduziu de 30 libras por pessoa por ano para menos de 10. O consumo de leite integral recuou em quase 50%, enquanto o consumo de leite desnatado dobrou. O consumo de ovos, frutas frescas (exceto cítricos), verduras frescas, batatas frescas e produtos a base de cereais integrais recuou; mas o consumo de açúcar e outros adoçantes quase dobrou. Por que, então, hoje os gurus das dietas politicamente corretas continuam a culpar o consumo de carne de boi pelos nossos males? É porque seria o único alimento integral que mostrou um aumento nos últimos noventa anos?
Qual é a provável causa da doença cardíaca?
As mais prováveis causas da doença cardíaca, que vem se incrementado na América, são as mudanças em nossas dietas – o enorme aumento no consumo de carboidratos refinados e óleos vegetais, particularmente da gordura vegetal hidrogenada; e do declínio dos níveis de nutrientes alimentares, particularmente de minerais e vitaminas lipossolúveis - vitaminas somente encontrada nas gorduras animais.
A única incriminação que pode ser feita contra carne bovina, como uma causa da doença cardíaca, é que uns poucos estudos que mostraram que o consumo de carne bovina, temporariamente, pode elevar os níveis de colesterol em pesquisas de curta duração. Outros estudos mostraram que o mesmo consumo de carne, inclusive o consumo de carne de boi gordo, reduz os níveis de colesterol. Mas ainda que todos os estudos mostrassem que a ingestão de carne elevasse os níveis de colesterol, a única conclusão você pode chegar – seria qual? Não existe um risco maior para a doença cardíaca nos níveis de colesterol de 300 do que para níveis de 180, e as pessoas com colesterol níveis menores do que 180 estão com risco maior da morte por outras causas, como câncer, doenças intestinais, acidentes, violência e suicídio.5 Em outras palavras, é muito mais perigoso ter níveis de colesterol reduzidos do que os níveis de colesterol mais elevados.
O colesterol é seu melhor amigo
Na realidade o colesterol é seu melhor amigo. É vital para a função do sistema nervoso e a integridade do aparelho digestivo. Os hormônios esteróides, que ajudam o corpo a lidar com o estresse são feitas a partir do colesterol. Os hormônios sexuais como o estrogênio e a testosterona são feitos de colesterol. Os sais biliares usados pelo nosso corpo para digerir as gorduras são feitas de colesterol. A vitamina D, necessária para milhares dos processos bioquímicos, é feito de colesterol.
O colesterol é um poderoso antioxidante que nos protege contra o câncer. É vital para as células porque provê sua impermeabilização e a integridade estrutural. E, finalmente, o colesterol é a substância de reparo corporal. Quando nossas artérias estão fracas e desenvolvem fissuras ou outros ferimentos, o colesterol é seqüestrado e utilizado para consertar. Quando os níveis de colesterol no sangue estão elevados, é porque o corpo é levado a perceber que necessita de colesterol. Culpar o colesterol pela doença cardíaca é como responsabilizar o incêndio aos bombeiros que chegaram, na verdade, para debelarem as chamas.
A carne é causa de câncer?
Que tal a acusação de a carne causa câncer, em particular câncer de intestino? A gênese deste mito envolve mais do que um raciocínio confuso, na verdade é uma fraude. Em 1965 um médico influente, Ernst Wynder, tomou os dados dos principais óleos vegetais processados, chamado-os de gordura animal (que não eram) e os utilizou para comparar a mortalidade mundial por câncer do cólon.6 A tabela que ele organizou mostrou altas taxas  de câncer de cólon em países europeus e taxas baixas de câncer de cólon no Japão, e concluiu que existia um fator positivo, em outras palavras, que a gordura saturada, o tipo encontrado na carne bovina, causaria câncer de cólon. O que os dados realmente mostraram foi que o consumo de óleos vegetais poliinsaturados, não as gorduras saturadas de origem animal, era associado à incidência do câncer de cólon. E o dr. Wynder esqueceu de mencionar que os asiáticos tinham taxas muito mais altas do que os americanos de outros tipos de cânceres, particularmente os cânceres do fígado, pâncreas, estômago, esôfago e pulmões.
Então em 1973, William Haenszel e seus colegas do Instituto Nacional do Câncer divulgou os resultados de um estudo que recaía sobre a dieta a despeito de outros fatores – em outras palavras, um estudo muito mal planejado. 7 Os pesquisadores declararam que eles encontraram uma relação entre a carne bovina e o câncer de cólon, que combinava com  o trabalho anterior de Wynder. Realmente, o que eles realmente descobriram era que entre os japoneses americanos ocidentalizados, os mesmos que reportaram um elevado consumo de macarrão, feijões e ervilhas verdes, assim como também carne bovina, apresentaram as taxas mais altas de câncer de cólon; enquanto que entre os japoneses americanos tradicionais, aqueles que afirmaram consumir mais moluscos secos, ervilhas chinesas, broto de bambu, arroz e produtos fermentados de soja, também tiveram as taxas mais altas de câncer de cólon. Deste modo, os pesquisadores escolheram a carne bovina como culpada em uma escolha de vários alimentos associados ao câncer em ocidentais, ignorando alimentos politicamente corretos como produtos de soja, peixe e legumes como uma causa potencial de câncer em americanos de origem japonesa. Incrivelmente,  esse segundo e inconsistente estudo se tornou em algo firmemente fixado na consciência da comunidade científica como um gerador de evidência para a afirmação que câncer de cólon é originado pela carne bovina.
Dois estudos americanos conduzidos nos anos 90 revelaram um risco mais alto para o câncer de cólon entre aqueles que comem carne vermelha.8 Porém, nenhum estudo feito na Europa teria mostrado uma associação entre o consumo de carne e câncer.9 Este sugere que a salsicha e a carne do almoço europeu, incluído na rubrica de "consumo de carne," que são preparados por métodos tradicionais, que empregam poucos aditivos, enquanto os produtos similares nos Estados Unidos contêm muitos preservativos e condimentos carcinogênicos. Infelizmente, a  recomendação de 1996 da Sociedade Americana contra o Câncer aludiu a que os americanos diminuíssem seu consumo de carne - particularmente a carne rica em gordura – com a finalidade de evitar o câncer, não fazendo qualquer distinção entre as carnes frescas e aquelas que foi embalsamadas com os modernos conservantes químicos!
Apesar de dois estudos americanos implicarem o consumo de carne como uma causa de câncer de cólon, existem vários outros que os contradizem. Em 1975, Rowland Philips comparou médicos adventistas da igreja do Sétimo-Dia, que não comem carne, com demais médicos, e verificou que os médicos vegetarianos têm taxas mais elevadas de morte por câncer gastrintestinal e de cólon e reto. 10 Os dados do Instituto Nacional do Câncer mostram que a Argentina, com níveis muito mais altos de consumo de carne de boi, tem taxas significativamente mais baixas de câncer de cólon do que outros países ocidentais onde o consumo de carne de boi é consideravelmente mais baixo.11 Em 1997, um estudo publicado no International Journal of Cancer verificou que o aumento do risco de câncer de cólon e reto estava positivamente associado com o consumo de pão, cereais, batatas, bolos, sobremesas e açúcares refinados, mas não com ovos ou carne.12 E um estudo de 1978 publicou no Journal of the National Cancer Institute não encontrou qualquer risco maior para o câncer de cólon, não importando as quantias de carne de boi ou outras carnes ingeridas.13 Esse estudo também apontou que aqueles que consumiam muitos vegetais crucíferos, como repolho, couve de Bruxelas e brócolis, teriam taxas mais baixas de câncer de cólon. Então, só porque seja bom consumir carne de boi, isso não significa que você não deveria comer seus brócolis.
Realmente, nós conhecemos um dos mecanismos pelo qual o câncer de cólon é iniciado, e ele não envolve carne “per si”. O câncer de cólon acontece quando níveis altos de óleos vegetais e gorduras hidrogenadas, junto com certos carcinógenos, são ativados por certas enzimas nas células das membranas do cólon, levando a formação de tumor. 14 Isso explica o fato de que em países industrializados, onde existem muitos carcinógenos na dieta e onde o consumo de óleos e gorduras vegetais e carcinógenos são elevados, alguns estudos correlacionam o consumo de carne com o câncer de cólon; mas nas sociedades tradicionais, onde as gorduras vegetais estão ausentes e a comida é livre de aditivos, comer carne não é associado com o câncer.
De carona com a alegada associação entre carne bovina com o câncer de cólon estão supostamente vinculados outros cânceres, como o câncer de mama. Também nesse ponto as evidências mostram um similar padrão de inconsistência. O câncer é uma doença de países ricos onde os fatores numerosos podem ser pinçados - gorduras modificadas, comidas industrializadas, baixos níveis de nutrientes protetores, altos níveis de carcinógenos – além do fato dos países ricos consumirem mais carne bovina. Mas associação não é o mesmo que “dar causa a. Os países onde existem mais telefones têm mais câncer, mas isso não significa que o câncer seja causado pelos telefones. O consumo de gordura em geral também costuma ser acusado pelas crescentes de taxas de câncer de mama. Mas uma recente pesquisa mostrou que as mulheres sob dietas pobres em gordura têm do mesmo modo tanto câncer de mama quanto aquelas com dietas ricas em gordura.15
As dietas ricas em proteínas são acusadas de causar osteoporose e, atualmente, os americanos estão sendo aconselhados a evitar carne bovina a fim de proteger seus ossos. Uma vez mais, é importante olhar cuidadosamente para esses estudos. A pesquisa que mostrou um vínculo entre perda de massa óssea com o consumo de proteína foi feita com farinha purificada de proteína.16 Com a carne, um alimento protéico natural, não existe qualquer equilíbrio negativo de cálcio. Novas evidências indicam que as mulheres que comem muita carne têm menos fraturas de quadril comparadas àquelas que a evitaram. 17 
As dietas ricas em proteínas parecem contribuir para os problemas renais, porém, uma vez mais, a evidência é contraditória. Embora a restrição de proteína possa ser útil para as pessoas que já estejam sofrendo de transtornos renais, não existe nenhuma evidência de que comer carne origine enfermidades renais.18 A vitaminas lipossolúveis encontradas exclusivamente nas gorduras animais são muito importantes para as funções de um rim saudável.
A carne de boi causa doenças auto-imunes ou asma?
O que dizer sobre a acusação de que carne contribui para as doenças auto-imunes e a asma? Esta hipótese é atribuída ao fato de que carne contém o ácido araquidônico, um ácido graxo que dá origem a duas séries de prostaglandinas supostamente pró-inflamatórias - hormônios teciduais. Isto é uma das mais insanas premissas que tomou conta da comunidade científica por muito tempo. Foi proposto por Barry Sears, autor de THE ZONE, que foi apropriada vingativamente pelas forçasanti-carne. Essas pessoas não sabem nada a respeito de prostaglandinas. Algumas das prostaglandinas que o corpo produz a partir do ácido araquidônico realmente promovem o processo inflamatório - o que é uma resposta muito importante de proteção quando você sofre vários tipos de agressão. Mas o mesmo ácido araquidônico também forma a base das prostaglandinas antiinflamatórias que o corpo utiliza, quando apropriado, para reduzir inflamações. 19 E, além disso, a quantia de ácido araquidônico presente na carne bovina é muito baixa - menos do que metade de um por cento do conteúdo de gordura total. É muitíssimo mais baixa do que a quantia de ácidos graxos ômega-3, os atuais “querinhos” da comunidade nutricional, embora nenhuma dessas vozes que promovem o ômega-3 nunca tenha nos informado que é possível obter esses ácidos graxos da carne bovina.
O que dizer sobre a "Doença de Vaca Louca"?
O consumo de carne bovina na Inglaterra reduziu recentemente com o susto da “Doença da Vaca Louca". A doença da vaca louca, ou, mais apropriadamente:encefalopatia espongiforme bovina (BSE) é uma doença que leva a uma perda de cabeças de gado, caracterizada por distúrbios nervosos e fraqueza, sendo afirmado estar relacionado com a doença de Creutzfeldt-Jakob (CJD) em humanos. Os cientistas não conseguiram descobrir um vírus para esta doença, então eles teorizam que uma partícula de proteína anormal denominada de prion, encontrados nos cérebros do gado com BSE e humanos com CJD, seria a causa. A teoria é que estes prionssejam agentes infecciosos, que passaria para vacas, na prática de alimentá-las com resíduos animais, e então para os humanos que consumissem carne infectada, particularmente do sistema nervoso, como o cérebro.
Existem muitos erros nesta teoria. Em primeiro lugar, a BSE é inexistente nos EUA, onde a ração com frações de origem animal tem ocorrido por quase cem anos. Por outro lado são registrados casos de CJD entre os vegetarianos; além disso, temos a ausência de CJD entre os Shetlands (povo de uma ilha da Escócia, N.T.), onde oscrapie, uma doença semelhante à BSE, é comum nas ovelhas, e o onde prato nacional é feito com cérebro de... ovelhas.
A pesquisa de Mark Purdey, um fazendeiro da Inglaterra, indica que a epidemia da doença da vaca louca inglesa aconteceu em áreas onde os fazendeiros foram forçados a tratar seu gado com pesticidas a base de organofosfatados em um programa para erradicação da mosca do berne. 20 Essa mosca faz buracos no costado das vacas - não exatamente perigoso, mas ele reduz o valor da pele vendida para os fabricantes de couro. Estes buracos são portas abertas para a medula espinhal e os organofofatados são muito tóxicos para o sistema nervoso. Através de um processo complexo, esses componentes parecem levar certas proteínas a cindir sob um processo patológico - estes são os prions que são encontrados nos cérebros de animais com BSE e de humanos com CJD. As deficiências minerais também estão envolvidas, particularmente magnésio, que é um mineral que protege o sistema nervoso. Finalmente, uma doença semelhante acontece em meio a animais selvagens vivendo em áreas de terras vulcânicas, cujas dietas têm altas concentrações de alumínio e manganês, minerais reconhecidamente tóxicos ao sistema nervoso. Agrupamentos de casos de CJD em humanos também são encontrados em áreas onde a terra tem desequilíbrios minerais, onde existem fábricas de cimento e onde níveis elevados de agrotóxicos organofosfatados foram empregados.
Então a resposta para males como a Doença de Creutzfeldt-Jackobs e a Encefalopatia Esclerosante Bovina é o bom gerenciamento da terra e a eliminação de compostos neuro-tóxicos da agricultura - mas é muito mais fácil apenas culpar a carne bovina. A propósito, atualmente a fração animal da ração foi considerada ilegal, e os gestores de alimentação estão se voltando para a soja como alimento substituto de proteína. A soja é muito tóxica para o fígado de vacas. O uso da soja na ração do gado explica por que a carne de boi - carne de boi magro - ficou politicamente correta novamente? Afinal, as outras carnes politicamente corretas - galinha e salmão - consumem enormes quantidades de soja nas granjas e fazendas de criação de peixe.
E a bactéria Eschirichia Coli?
Uma crítica adicional à carne é de que ela seria um vetor para o germe patogênico E. coli  sendo portanto uma causa importante de enfermidade alimentares. Nunca devemos esquecer que a E. coli aparece em alimentos de origem vegetal como suco de maçã e molhos de salada; e não esqueçamos que a E. coli é relativamente benigna e nunca precipita enfermidades alimentares(*) em quantias pequenas até muito recentemente. Uma vez mais, é muito mais fácil culpar apenas a carne bovina.
Charles Walters de Acres, EUA, assinala que os tradicionais hambúrgueres de carne, quando produzidos com razoável cuidado, não figuravam tradicionalmente como um gerador de enfermidades de origem alimentar. Por que, então, nós estamos enfrentando crises de enfermidade alimentares originadas de revendas de fast-foods, onde as técnicas de manipulação do alimento são rigidamente controladas - da tortinha congelada até o grelhado? Ele crê que o problema recaia no fato de que os hambúrgueres são agora incrementados com soja hidrolizada, também chamada de proteína vegetal texturizada, boa parte da qual produzida soja GMO (organismos modificados geneticamente, vulgo transgênicos, N.T.). Com o moderno processamento, 100 libras de carne moída podem ser incrementadas, gerando 124 libras.
O DNA da E. coli é utilizado como um vetor da soja geneticamente modificada. A E. coli causa problemas nos hambúrgueres dos fast foods  é chamada de bactéria facultativa, o que significa que ela funciona com ou sem oxigênio. Pode esta bactéria vir da soja geneticamente modificada e ser mais perigosa do que a E. coli que ocorre (naturalmente) nos intestinos do gado? É uma pergunta que precisa ser respondida. Afirma Walters: "esta E. coli da qual o noticiário se mantém explorando não é uma conseqüência do pessoal dos matadouros que não lavam suas mãos de forma adequada, envolvidas nessa espiral negativa, que sobrevivem disso. Está no tecido. Não se trata de uma errante E. coli que se liberou do território intestinal e infectou o produto. Os cientistas sabem disso, e é isso que eles estão tentando eliminar através da irradiação e de cozimento pesado”. 21
Existem estudos que sustentam a teoria de Walter. Um deles verificou que o problema era maior e mais relevante em bifes de carne moída extendidas (processadas artificialmente) do que nos “não- extendidos” (significa: puro). 22 Outro estudo mostrou que as contagens elevadas de coliformes eram significativamente mais elevadas na carne misturada com proteína texturizada de soja após um dia de armazenamento em comparação carne 100% pura.23
A carne causa impotência?
A acusação de que a carne causa impotência é uma tática que pode definitivamente ser descrita como desonesta. A carne poderia causar impotência por "entupir as artérias, limitando o fluxo de sangue para as extremidades." Esse seria um argumento proposto por uma associação chamada: People for the Ethical Treatment of Animals (Povo pelo tratamento ético dos animais). Nada poderia ser mais antiético de que a sugestão implícita de que o vegetarianismo é bom para sua vida sexual. Nós sabemos que o vegetarianismo - a prática de não comer comidas de origem animal - pode levar a muitas deficiências que diretamente contribuem para a impotência, a infertilidade e dificuldades reprodutivas - deficiências em proteína, zinco, vitaminas B6 e B12, e de vitaminas lipossolúveis (A e D).
A noção que carne bovina seria um alimento acidificante é outro argumento favorito dos vegetarianos. A carne bovina contém muito enxofre e fósforo, o que tecnicamente formam ácidos quando dissolvidos em água, mas isso não significa que comer carne resulto num baixo pH corporal (acidez). Realmente, a carne provê ambos, proteínas e vitamina D de alta qualidade (se você comer gordura e carne orgânica), fatores necessários para manter um adequado equilíbrio ácido-básico no corpo.
A carne não se putrefaz no intestino. Os humanos estão admiravelmente equipados para digerir a carne. Essa é a principal virtude do estômago humano, que - diferentemente do estômago da vaca ou coelho - contém milhões de células que secretam ácido clorídrico. Nossa área intestinal é muito menor do que a dos animais herbívoros, mas um pouco mais longa do que daqueles que são puramente carnívoros. O homem é um omnívaro - com dentes, estômago, intestino e demais vísceras, tudo projetado para lidar com os alimentos de origem vegetal e animal.
A criação de gado utiliza terras que deveriam utilizadas para grãos?
Os vegetarianos discutem que as vacas e ovelhas exigem áreas de pasto que poderiam ser melhores utilizadas para gerar grãos para milhões de famintos nos países do terceiro mundo. Este argumento ignora o fato de que uma grande porção terrestre da nossa Terra é inadequada para o cultivo. Campos abertos, desertos e áreas montanhosas produzem seus frutos para o pasto de animais. Os prados são perfeitamente vestidos em cobertura de pasto em uma área do interior da China equiparada em três vezes a quantidade inteira de terra sob cultivo no resto do país.24  Citando os argumentos de vegetarianos, o governo chinês optou em um cultivo ainda mais intensivo das terras agrícolas ao invés de desenvolver as regiões menos utilizadas a fim de fornecer os necessários produtos de origem animal para a alimentação chinesa.
Uma ameaça muito mais séria para humanidade é o monocultura de grãos e legumes, que tendem a esgotar a terra e exigir o uso de mais fertilizantes e agrotóxicos artificiais. O consumidor educado e o fazendeiro esclarecido, juntos, podem promover o retorno da mixed farm (fazenda combinada), onde o cultivo de frutas e legumes é combinado com a criação de gado e aves, o que é eficiente, econômico e ambientalmente sustentável. O gado provê adubo de qualidade, que é a base absoluta para uma agricultura saudável e sustentável. Em terras marginais, as sábias práticas de alimentação com gramíneas, realmente podem melhorar a qualidade de terra e restabelecer o pasto natural. Não é a criação de animais que levam a fome e à escassez, mas as práticas agrícolas pouco inteligentes e os sistemas monopolistas de distribuição dos alimentos.
Os vegetarianos vivem mais do que quem consome carne?
Uma vez que estamos falando de vegetarianismo, vamos examinar a alegação de que os vegetarianos vivem mais do que os consumidores de carne. O Dr. Russell Smith, que era um estatístico, examinou com extrema atenção aos estudos propostos para demonstrar que o vegetarianismo era um estilo de vida mais saudável. 25 Em uma resenha de cerca de 3000 artigos na literatura científica, ele só encontrou dois que compararam dados de mortalidade entre vegetarianos e não-vegetarianos. Um deles era um estudo de 1978 de adventistas da Igreja do Sétimo Dia. Embora as análises publicadas a partir desse estudo afirmassem que os vegetarianos viveram mais tempo, a análise de Smith das taxas totais da mortalidade como uma função da freqüência de consumir queijo, carne, leite, ovos e gordura ligada à carne importavam numa taxa de mortalidade total menor na medida em que a freqüência do consumo de queijo, ovos, carne e leite aumentavam!
Um segundo estudo foi publicado por Burr e Sweetnam em 1982.26. Uma vez mais, embora os autores reivindiquem que seu estudo demonstrasse que os vegetarianos viviam mais tempo, Smith verificou exatamente o oposto quando ele observou cuidadosamente os dados brutos. Ele verificou que a mortalidade por quaisquer causas eram ligeiramente maiores entre homens vegetarianos comparadas a homens não vegetarianos; e significativamente maiores para mulheres vegetarianas comparados a mulheres não vegetarianas.
Os vegetarianos nunca mencionam um estudo do Dr. Emmanuel Cheraskin que inspecionou 1040 dentistas e suas esposas. Aqueles que tinham menos problemas e doenças aferidos pelo Índice Médico de Cornell (Cornell Medical Index) tinham mais proteínas em suas dietas. 27 Atualmente quase todos os tratamentos para doença crônica encontradas em publicações alternativas começam com a recomendação de uma dieta vegetariana. Um exemplo típico é um artigo por um Dr. Brodie que apareceu no Item #13 do Alternative Medicine Digest (Sumário de Medicina Alternativa), publicado por Burton Goldberg.28 Dr. Brodie recomenda um "dieta vegetariana equilibrada" de frutas e legumes crus, grãos e feijões integrais sem "açúcares refinados, carne vermelha, cafeína e alimentos quimicamente preservados." Isto é verdadeiramente culpabilidade por associação!
Mas espere! A fim de se sair bem, esse Dr. Brodie recomenda certos suplementos que incluem vitamina A, vitamina B6, extratos de timo, zinco, cisteína, e cartilagem bovina, tudo isso amplamente ausente em alimentos de origem vegetal e abundantemente disponível na carne bovina! Pelo menos eles estiveram disponíveis, como seria para você, como foi para os nossos ancestrais, que se alimentavam de animais inteiros - carne, órgãos, cartilagem, ossos e gordura.
A carne é adequada para você?
É uma pena que nós demonizamos a carne vermelha uma vez que é um alimento moderno, apreciado por quase todo o mundo, sendo rica em nutrientes. A carne vermelha provê proteína completa, inclusive proteínas que contém enxofre como a cisteína. A carne bovina é uma fonte maravilhosa de taurina e carnitina, necessárias para olhos saudáveis e um coração saudável. A carne de boi também provê outro nutriente chave para o sistema cardiovascular – a coenzima Q10.
A carne de boi é uma fonte excelente de minerais como magnésio e zinco - você precisa de zinco para um raciocínio claro e uma vida sexual saudável. A mente vaga que os vegetarianos compreendem como uma consciência exaltada é na verdade a névoa da deficiência de zinco. A vitamina B6 é abundante em carne, carne especialmente mal passada. A carne vermelha é umas das melhores fontes de vitamina B12, que é vital para um sistema nervoso saudável e um sangue saudável. Os vegetarianos são especialmente propensos para a deficiência de vitamina B12. Um dos primeiros sinais da deficiência de vitamina B12 é uma propensão para a raiva irracional – uma demasia para as declarações vegetarianas de que nós teremos um mundo mais pacífico, harmonioso, se todos nós só pararmos de comer carne.
Se você usar os ossos e cascos de animais para fazer caldos, e usar esse caldo como nossos antepassados fizeram em sopas, guisados e molhos, você conseguirá bastante cálcio e os componentes de cartilagem lhe fornecerão ossos e cartilagens saudáveis. Se você comer carnes de miúdos, como os nossos antepassados fizeram você obterá nutrientes lipossolúveis vitais como as vitaminas A e D, ambos as quais são essenciais para utilização das proteínas e para a absorção mineral.
E sobre a gordura saturada?
Com certeza, uma advertência que nós poderíamos dar a você sobre o consumo de carne: não comer carne magra. Apesar dos relatos em contrário, a dieta do homem da caverna não era baseada em carne magra. O homem paleolítico sempre comeu sua carne com gordura.
Vilhjalmur Stefansson, que passou muitos anos vivendo com os esquimós e índios do Canadá Setentrional, relatou que os ruminantes selvagens como alce e caribu levam uma grande placa dorsal de gordura, pesando algo como 40 a 50 libras. Os índios e esquimós caçavam animais mais velhos preferencialmente porque eles querem esse “background” de gordura, como também a gordura altamente saturada achada em torno dos rins. Outros grupos usavam gordura dos mamíferos do mar como focas e morsas.
"Os grupos que dependem dos animais ricos em gordura são os mais afortunados em seu estilo de vida de caçador," escreveu Stefansson, "pois eles nunca sofriam da fome de gordura”. Esta dificuldade é um problema, muito ao contrário da preocupação atual dos americanos, entre aqueles índios das florestas que dependiam às vezes de coelhos, o animal mais magro do Norte, e que desenvolviam uma extrema fome de gordura conhecida como a inanição do coelho. Para os comedores de coelho, se eles não tivessem nenhuma fonte extra de gordura - castor, alce, peixe - desenvolviam diarréia em aproximadamente uma semana, com enxaqueca, lassitude, e uma sensação de desconforto. Se existissem coelhos suficientes, as pessoas comiam até seus estômagos serem distendidos; mas não importava o quanto eles comiam porque eles se sentiam sempre insatisfeitos. Muitos pensam que o homem morrerá mais cedo se ele comer continuamente carne sem gordura do que se ele não comesse nada, mas isto é uma convicção pela qual a evidência suficiente para uma decisão não foi agregada ao norte. Mortes pela inanição do coelho, ou por comer outras carnes magras  são raras; para qualquer um que entende esse princípio, uma vez que possíveis medidas preventivas podem ser naturalmente tomadas.” 29
Normalmente, de acordo com o Stefansson, a dieta consistida por carne seca ou curada era "comida com gordura," isto é, daquela placa que tem mais gordura saturada e que poderia ser facilmente separada do animal. Outro explorador do Ártico, Hugh Brody, reportou que os esquimós comiam fígado cru misturado com pedaços pequenos de gordura e algumas tiras de carne seca ou defumadas que eram "empastadas com gordura ou sebo”. 30 Pemmican, uma comida altamente concentrada para viagem, era uma mistura de carne de búfalo seca magra com uma gordura altamente saturada do búfalo. (A gordura de búfalo, a propósito, é mais saturada do que a gordura de carne de boi.) Menos do que duas libras de pemmican por dia poderiam sustentar um homem realizando trabalho físico árduo. A relação de gordura para a proteína no pemmican era 80% por 20%. Como a carne magra de outros animais era freqüentemente oferecida aos cachorros, não existe nenhuma razão para se supor que a média diária dessa comunidade não teria as mesmas proporções: 80% de gordura (principalmente gordura altamente saturada) para 20% de proteína - em uma população em que doença do coração e o câncer eram inexistentes!
A indústria da carne bovina foi forçada a ser apologética sobre seu produto porque é muito difícil de conseguir a gordura fora de carne de boi. Você pode reduzir o conteúdo de gordura usando hormônios, mas você vai acabar com um produto mais duro e de sabor terrível, não esquecendo que estaria cheio de hormônios. Os produtores de carne de boi precisam reconhecer que a gordura é a parte mais importante da carne do boi, ricos em componentes que promovem boa saúde e que ajuda você a utilizar os nutrientes de todas as outras partes da carne do boi. Além das vitaminas A e D, a gordura contribui com muitos ácidos graxos importantes, inclusive o ácido palmitolêico, uma gordura antibiótica que nos protege contra patógenos do intestino. Se você quiser estar certo de que você não vai contrair doenças por alimentos contaminados a partir de seu hambúrguer, use carne bovina rica em gordura.
A gordura também provê uma substância chamada de ácido linoléico conjugado ou CLA, pelo menos isso ocorre com os animais alimentados sob pastos verdes naturais (green grass fed).31 O CLA é uma substância que nos protege contra o câncer e isso promove perda de peso – isso mesmo: a gordura pode tornar você magro, se essa for a gordura correta.
E o tipo certo de gordura também é a gordura saturada que, apesar de tudo que nos foi informado, se envolvem em inúmeros papéis importantes na química corporal. A literatura científica delineia vários papéis vitais para gorduras as saturadas alimentares - elas realçam o sistema imunológico. 32 São necessárias para ossos saudáveis, 33 Provêm energia e integridade estrutural para as células, 34 Protege o fígado35 e incrementa o uso do corpo para os ácidos gordurosos essenciais. 36 Os ácidos graxos: ácido esteárico e ácido palmítico, encontrados no sebo da carne de boi e na manteiga, estão os alimentos preferidos para o coração. 37 Como as gorduras saturadas são estáveis, eles não ficam rançosas facilmente, não queimam suas reservas corporais de antioxidantes, não iniciam o câncer, não irritam as paredes das artérias.
A gordura saturada da carne bovina é de fato uma das gorduras mais úteis no repertório culinário. Como é muito estável e não vai rançar quando aquecida em altas temperaturas, é perfeito para fritar. Apesar de nós não recomendarmos muitas comidas fritas, nós sabemos que nossas crianças e netos vão comê-las. Os alimentos de preparo rápido e as batatas podem ser fritos em uma saudável e estável banha. Eles ficam crocantes, de sabores deliciosos, e providos de muitos nutrientes importantes. Mas se a fraude do assunto do colesterol forçou esses alimentos a serem produzidos com gorduras e óleos vegetais parcialmente hidrogenados, isso sim, é reconhecidamente o causador de doenças crônicas, inclusive o câncer, a doença do coração, problemas ósseos, infertilidade e as doenças auto-imunes. 38
E a indústria da carne bovina?
A indústria de carne de boi deveria saber destas coisas, mas não sabe. Pelo contrário, a National Beef Checkoff Board, (organismo nacional americano), subsidiado por pagamentos obrigatórios de pecuaristas, oficialmente endossa o consumo de no máximo três e meia onças de porções carne de boi magro, e veicula anúncios que dizem coisas como: "...quando ele vier para reduzir os ‘níveis de colesterol ruim’ a carne vermelha magra tem os mesmos atributos que a carne branca de frango. Isso significa que comer carne bovina magra pode reduzir o risco de doença do coração. Uma vez que sete cortes de carne bovina se situam entre o peito e a coxa de galinha sem pele  em termos de gordura total, os consumidores podem se sentir tranqüilos ao comer a carne de boi." 39 Essa advertência está condenando um bom produto com esses elogios perversos. A Checkoff Board comprou a fraude da teoria do colesterol e se alinhou com os ditadores de dietas, empregando a irradiação para matar "patógenos emergentes" e subsidiando os grandes processadores alimentares.
Steve e Jeanne Charter, rancheiros de Shepherd, Montana, se recusaram a fazer os pagamentos para a Checkoff e estão dispostos a submeter essa instituição ao tribunal. Em audições preliminares o juiz escutou enquanto os burocratas da Checkoff defendiam a pirâmide alimentar do Departamento de Agricultura, baseada em sete a onze porções de grãos por dia, enquanto os Charters dão ênfase a um suculento bife - para regozijo dos demais rancheiros.
É preciso levantar-se e apoiar pessoas como os Charters porque a carne de boi não é a comida do demônio que tem sido propagada. A carne de boi não causa doença. De fato a carne contribui para uma boa saúde provendo muitos nutrientes importantes. Tudo isso pode ser verificado facilmente na literatura científica. Então porque culpar à carne bovina, porque a carne?
Talvez isso também tenha a ver com as características das pessoas que pastoreiam. Diferentemente dos agricultores, que exigem uma estrutura social organizada altamente suscetível a um controle central, o estilo de vida pastoral favorece ao pensador independente. E a indústria da carne de boi, apesar de todas as suas mazelas, é muito menos vulnerável ao controle monopolista do que a indústria dos grãos. É mais fácil manipular os preços dos grãos, uma commodity controlada por apenas algumas famílias, 40 do que controlar os preços em uma indústria sustentada por milhares de pecuaristas.
Embora não seja tão verdadeiro atualmente quanto era nos dias que antecederam a cerca de arame farpado, as famílias que mantinham gado apreciam o luxo da maior independência do que aqueles que lavravam a terra ou cuidavam de vinhas. Eles habitam os amplos espaços abertos e estão mais acostumados a se virar por si próprios do que depender da vizinhança.
Isto não quer dizer que exista qualquer equívoco em se contar com os seus vizinhos - de fato, para sobreviver e renovar, muita cooperação na indústria de carne será necessária - mas a democracia precisa de uma massa crítica tanto quanto do pensamento livre, como um homem de negócios independente, que você pode encontrar na indústria do gado. Isto pode ser a real razão pela qual os chineses decidiram não desenvolver seus prados ocidentais – mesmo um pequeno número de vaqueiros chineses, pensadores de vanguarda, poderia ser uma ameaça para uma sociedade totalitária.    
As pessoas que criam carne de boi tendem não somente a serem livres pensadores, como também serem bons pensadores, porque a carne bovina provê muitos dos fatores necessários para o equivalente moderno ao “quick draw” - mentes agudas, rápidas – pois fornece o zinco, a vitamina B12, o colesterol, os ácidos graxos ômega-3, vários minerais essenciais, proteínas completas e gordura saturada. De fato, se falamos de algo bom para uma boa saúde – isso é a carne bovina! 
©2000 O Weston A. Price Foundation.
Todos os direitos reservados.
"It’s the beef" (título original em inglês) apresentado pela primeira vez na convenção anual do Stockman Grass Farmer, em Dallas Texas, dezembro de 1999

(*) No original em inglês: foodborne illness, doenças causadas por alimentos contaminados. Essa contaminação pode ser por micróbios, solventes, metais pesados e outras substâncias perigosas.

Referências:

1 · Enig, Mary G, PhD and Sally Fallon, "The Oiling of America," Nexus Magazine, December 1998-January 1999 and February 1999-March 1999 and on www.WestonAPrice.org
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