quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Frutos do preconceito III: Leite de Soja: a natureza distante



A NATUREZA DISTANTE:
FÓRMULAS INFANTIS A BASE DE SOJA



(Uma outra perspectiva sobre o Leite de Soja)



Será que pessoas que querem se alimentar “naturalmente” devem ingerir leite ... de soja?


Em janeiro de 2004 o departamento de saúde do Reino Unido, através do periódico, CMO’s Update (comunicado a todos os médicos) recomendava aos pediatras, mais uma vez, que não se indicasse fórmulas infantis à base de soja para alimentação infantil.

No Brasil, costumamos chamar as fórmulas infantis de leite em pó. Quando se examina com atenção a composição das latas dos leites em pó para crianças podemos perceber que na verdade não se trata de leite em pó. São ordinariamente fórmulas alimentares. Como soa melhor dizer leite em pó, as pessoas em geral não prestam atenção ao conteúdo dessas apresentações alimentares. Mas quando oferecemos óleo de canola, presente nas fórmulas infantis mais comuns, para um recém nascido, estaremos seguindo a trilha natural da alimentação humana(*)?  
Bem, oferecer substâncias inusitadas aos nossos filhos é uma atitude típica da única espécie que parece que tem vergonha de ser um mamífero. Na verdade parece que o homem tem mesmo é vergonha ser do reino animal. Pior: talvez tenha vergonha de ser um membro da teia alimentar. Essa fantasia de se sentir separado da natureza tornou o ser humano mais destruidor organismo vivo do planeta, mas com a benção de ser semelhante a Deus!
Voltando ao enunciado. Porque será que essa recomendação foi feita? O texto adverte: “As formula baseadas em soja tem altos conteúdos de fitoestrogênios, o que pode colocar em risco a saúde reprodutiva das crianças”. Mais adiante o mesmo artigo diz que o Comitê Científico de Recomendação Nutricional estabelece que não existe um único benefício que justifique o uso desse tipo de alimento industrial para bebês. E mais: “… não existe uma única condição clínica que requeira especificamente o uso de fórmulas a base de soja”. Essas são recomendações do ministério da saúde inglês. Devemos acreditar que isso não seja implicância com os países que tem na soja importante forma de comércio. Vamos examinar melhor esse extravagante produto que muitos gostam de chamar de leite de soja, na verdade um extrato vegetal. Esse extrato é comparado ao leite com a única finalidade de confundir o público consumidor e com propósitos muito distantes de oferecer um alimento natural, especificamente  aos recém nascidos, e às pessoas em geral.

UM POUCO DE HISTÓRIA
De um modo geral as pessoas são facilmente seduzidas por uma idéia aparentemente interessante: os chineses consumiam muito leite de soja e o ofereciam aos seus filhos. Como a história não é o forte do aprendizado escolar, as pessoas aceitam idéias que parecem fazer algum nexo sem contestação.
Mas se imaginarmos como se produz o leite de soja não é muito difícil refletir que não haveria tecnologia industrial que habilitasse os antigos orientais a produzir esse derivado de soja. De fato, a primeira fórmula infantil a base de soja conhecida, foi empregada na América do Norte, provavelmente em 1909. Foi elaborada por um pediatra, dr. John Ruhrah,  preocupado em oferecer opções as crianças com problemas digestivos. Em 1916 o Jornal  da Associação Médica Americana publicava um artigo que estudava o uso de uma formulação com soja para crianças com diarréia, com uma taxa de sucesso de 59,4%. No oriente o primeiro uso desse tipo de formulação data de 1928, mas teve sua composição modificada já em 1931, em função de carências nutritivas. (Essa nova fórmula continha  sal, açúcar, lactato de cálcio, óleo de fígado de bacalhau e água de repolho). Um representante do Departamento de Saúde Pública de Pequim, em 1936, reconheceu que não havia qualquer indicação tradicional de que o “leite” de soja fosse utilizado por mulheres chinesas para alimentação de crianças até então. Na verdade a primeira fórmula desse tipo de uso comercial, na própria China, foi divulgada por um Harry Miller, um médico adventista do sétimo dia.  A origem oriental do leite de soja para uso infantil não passa de um esfarrapado mito!

PROBLEMAS NA COMPOSIÇÃO
O leite de soja seja na formulação de pó em lata ou líquida em caixas, jamais é pura soja. Isso seria absolutamente maléfico. Esses produtos são fortemente modificados em sua composição final para atender predicados mínimos de saúde nutricional. E esses predicados foram se modificando ao longo do século XX, conforme foi se descobrindo suas insuficiências e potencialidades tóxicas.
Como poderemos perceber esse tipo de alimento só tem a palavra saudável ou natural em seus rótulos para obter simpatia de marketing! Essas expressões são obviamente fraudulentas.
O leite de soja é enriquecido com: metionina – fundamental para o crescimento, carnitina – para adequada função da mitocôndria, taurina – aminoácido oxidante importante para o metabolismo de ácidos biliares.  Os minerais são absolutamente carentes na soja assim o enriquecimento com zinco,  cálcio, fósforo, ferro e cloretos é fundamental. É caricatural se ouvir sobre a importância do uso de leite de soja para mulheres na menopausa que não tomam leite. O cálcio, que se diz presente naquelas sedutoras embalagens de derivados de soja, foi colocado lá artificialmente! E se não estivessem lá o metabolismo do cálcio seria seriamente comprometido. A soja pode ser um terrível problema para o desenvolvimento ósseo normal.
Outro grave problema é o excesso de manganês. Esse excesso nem é uma conseqüência da industrialização. Ë um problema inato do grão de soja. Tal mineral pode ser encontrado em concentrações 30 vezes maiores que a do leite humano. O excesso de manganês pode estar associado á déficit de atenção, dificuldade de aprendizado, distúrbios de comportamento e agressividade. Como esse é um aspecto  inato da soja, talvez a única solução para acabar com esse problema seria não produzir mais esse tipo de manufatura alimentar.

PRESENÇAS INCÔMODAS
Parte dos problemas que levam a falta dos minerais tem a ver com os constituintes incômodos da soja. Os fitatos – ou ácido fítico – reduzem de forma marcante a absorção de vários importantes minerais alimentares, Esses fitatos não são completamente neutralizados pelo processamento doméstico e nem mesmo, industrial. Os inibidores da tripsina são outros desagradáveis constituintes desse vegetal. Eles perturbam a digestão das proteínas e podem levar a distúrbios pancreáticos. Há ainda os agentes anti-tireoideos, ou groitogênicos, que podem estar associados a doenças auto imune que afetam essa glândula. Os danos à tireóide foram descobertos já em 1939, e isso obrigou os fabricantes a adicionar iodo aos derivados de soja. Infelizmente, isso pode não ser o suficiente para proteger plenamente os consumidores.
O processo industrial pode gerar lisinoalanina – agente tóxico, e nitrosaminas, reconhecidos carcinogênicos. Além disso, pode ser produzido MSG, ou ácido glutâmico, com ação neurotóxica.  Adicionalmente os produtos a base de soja podem ter taxas elevadas de alumínio, um dos tóxicos minerais mais comuns presentes no organismo.

O ASPECTO IMUNOLÓGICO
Entre os nutrientes da soja os fatores alergênicos tem alta relevância. Afinal o leite de soja é oferecido ao consumo como um produto hipoalergênico. Entretanto desde 1930 os produtos a base de soja são reconhecidamente indutores de alergia. Naquela época já era percebido que as crianças verdadeiramente alérgicas ao leite de vaca seriam também alérgicas ao leite de soja. Recentemente o Colégio Australiano de Pediatria advertia que esse tipo de produto não deveria ser utilizado como profilaxia para quadros alérgicos frente aos seus potenciais riscos para a saúde geral da criança, além do mais a proteína de soja é alergênica por si mesma.
Pesquisas científicas descobriram que as fórmulas de soja reduzem as imunoglobulinas e proporcionam mais infecções do que em crianças alimentadas com produtos naturais (leite de peito ou de vaca).
Outras pesquisas mostram uma deficiência na resposta imunológica às vacinas em nenês alimentados com soja. Seus autores advertem que proteínas vegetais nunca deveriam ser administradas às crianças nos primeiros meses de vida.

OUTROS NUTRIENTES
A lactose é responsável pela doçura do leite materno. No organismo ela é transformada em galactose e será importante constituinte da mielina das células do sistema nervoso central. Os fabricantes de fórmulas infantis a base de soja utilizam sacarose ou xarope de milho, bem mais baratos, na confecção de seus produtos. Colocam em seus rótulos a virtude de não terem lactose, que como todos nós temos ouvido em tempos de modernismos, parece ser um problema na constituição bioquímica do leite. A fraude é óbvia. Após milhares de anos consumindo leite na primeira fase da vida, o século XXI tenta provar que a lactose é um problema para o homem mamífero. Subverter a natureza é um fator fundamental para o avanço do capitalismo científico. As pessoas estão apressadas demais para se lembrar do óbvio.

Os mamíferos são os mais complexos seres vivos do reino animal. Todos os animais precisam alimentar seus descendentes com outros seres vivos desde os primórdios do nascimento. Isso obriga os pais a buscarem alimento no meio ambiente, tarefa sempre carregada de algum risco. Os mamíferos têm uma vantagem adaptativa óbvia sobre os demais membros do reino animal: produz o alimento de sua prole. Essa vantagem deve ter sido ainda mais relevante para um grupo especialmente frágil de filhote, o filhote humano, que precisa de muito tempo para poder enfrentar as agruras ambientais. Um dos mais marcantes ingredientes desse alimento é um glicídio, a lactose. Trata-se de uma molécula que se transforma em dois açúcares de excepcional importância: a galactose e a glicose. A natureza escolheu a lactose como elemento fundamental do leite. O desenvolvimento do sistema nervoso central é alvo fundamental de um alimento especial para os primeiros meses de vida dos lactantes. A galactose é parte fundamental da formação da mielina das células do nervoso central.
Uma rara doença genética, a galactosemia, onde o metabolismo da galactose é afetado, mostra como a falta desse glicídio é perversa para o sistema nervoso central. Privar as crianças da lactose pode salvá-las de problemas tóxicos agudos, mas não evitará o surgimento de problemas neurológicos no futuro... Que infelizmente, não serão os únicos. (Mesmo com os cuidados alimentares alguns portadores de galactosemia poderão ter problemas neurológicos como problemas de aprendizado, movimentos involuntários anormais, dificuldade de fala, além de problemas ósseos, ovarianos entre outros transtornos)

O leite à base de soja tem outra “virtude” do mundo new age: tem zero % de colesterol. Ao contrário do leite materno que é riquíssimo nessa substância, que pode corresponder a 50% de seu valor energético. O colesterol é fundamental para o desenvolvimento normal do sistema nervoso central. Todas as vitaminas lipossolúveis – A, D, E e K – naturalmente faltam nas fórmulas à base de soja. Não existe vitamina B12 em qualquer alimento do reino vegetal, e essa vitamina absolutamente vital também falta no leite de soja. A insensata crença de que o beta caroteno vegetal pode ser um substituto da vitamina A pode trazer danos ao fígado de recém nascidos e levar à falta dessa vitamina. Problemas oftálmicos podem acontecer. A antiga tradição de se adicionar óleo de fígado de bacalhau visava suprir essas limitações: vitaminas A e D.

ATAQUE À SEXUALIDADE
Como já vimos a soja tem vários anti-nutrientes: os inibidores da tripsina, o fator anti tireóide, os fitatos, o fator alergênico. Um quinto fator anti-nutriente é composto pelos fitos estrogênios. Como todos sabemos a soja é rica em isoflavonas. E público e notório que as isoflavonas tem atividade biológica similar aos estrogênios. Muitas pessoas crédulas absolutas nos benefícios dos alimentos de origem vegetal entendem que as isoflavonas são uma dádiva abençoada por deus presente nesses seres vivos. A maioria não se pergunta: porque as plantas têm isoflavonas? Será que isso não tem uma finalidade a favor delas, e contra seus fanáticos consumidores? Algumas pesquisas demonstraram uma péssima virtude dos fito estrogênios: inibir a capacidade reprodutiva dos seus predadores.
Ao contrário do que muita gente gostaria de acreditar os agentes estrogênicos presentes nas plantas podem ser um delicado veneno que não mata, mas inibe a reprodução e corrompe lentamente a saúde de quem o consome.
Nos anos oitenta as chitas (mamíferos felinos tipicamente carnívoros) de um zoológico de Cincinnatti, não se reproduziam. Sofriam de um dano reprodutivo induzido pela genisteína e pela daidzeina – isoflavonas presentes em altas doses na sua ração a base de soja. Havia alteração na ação do eixo hipotálamo-gonodal, e nas qualidades do endométrio no útero. Sem surpresa, as chitas alimentadas com carcaças de animais não tinham esse problema. Nada como deixar a natureza agir por si!
A ação negativa de fitoestrogênios não é uma novidade: já nos anos 40 a doença do trevo trouxe prejuízos aos criadores de ovelhas, na Austrália. O excesso de uma substância que se comportava como estrogênio: o formononetrin foi responsabilizado pelo problema.
Em 1999 um artigo britânico da Comissão de Nutrição do Reino Unido advertia que os efeitos das isoflavonas presentes nos produtos de soja já estavam claramente definidos. Incluíam alterações nas funções das glândulas sexuais, no sistema nervoso, na tireóide e nos padrões de comportamento.

Elas são amplamente absorvidas pelos lactantes e alcançam taxas sangüíneas comparáveis àquelas encontradas em estudos com animais de laboratório sobre a ação estrogênica dos vegetais.
Alguns autores entendem que a alimentação à base de soja em lactantes os expõe a ingestão de quantias similares a  cinco pílulas anticoncepcionais por dia. Alcançam 13000 a 22000 vezes mais agentes estrogênicos em circulação do que crianças alimentadas com leite. Pode ser altamente prejudicial aos meninos que precisam ter eficiência nas ondas de  ação de testosterona nos primeiros meses de vida. A alimentação com soja pode estar incriminada no incrível aumento de puberdade precoce entre as jovens americanas, (chega a 50% entre filhas de origem africana). Os garotos podem apresentar problemas de desenvolvimento físico e sexual. Eles também parecem ser mais sensíveis a problemas de desenvolvimento cognitivo.

 DIFERENÇAS INATAS
Uma das questões que mais chama a atenção na busca histérica de se substituir o leite materno por produtos muito diferentes das necessidades dos mamíferos é um tanto quanto óbvia, mas esquecida: os leites das várias espécies de mamíferos são bastante semelhantes em seus macro e microcomponentes. Pode haver diferenças em suas concentrações, mas não em suas composições. Fabricar um novo produto, industrial, a partir de componentes de plantas, que não devem nenhuma obrigação alimentar a outros seres vivos, a não ser garantir a sobrevivência de sua própria espécie, é um enorme desafio. Além de diferenças na macrocomposição, é possível que outros microcomponentes, ainda não perfeitamente identificados possam trazer outras desordens ao funcionamento orgânico do ser humano.
Cada espécie seguiu seu próprio rumo de aptidão no ecossistema.
Infelizmente o homem tenta recriar a natureza ao sabor de outros interesses (financeiros quem sabe), antes do bem estar da humanidade. No início do século XXI, ver tanto “leite” de soja a venda nos supermercados é a prova caricatural de como o desenvolvimento tecnológico se distanciou e afasta ainda mais o homem das suas origens biológicas. E quanto mais distantes ficarmos de nossas premissas biológicas, mais desequilibrados, mais enfermos corremos o risco de ficar.
De qualquer maneira tem aparecido muita bibliografia e muitos sites na Internet,  que se contrapõem ao trator de uma visão convencional  que atropela e redefine a verdade, mas curiosamente aumenta o poder das empresas que fabricam, transformam e distribuem os frutos de suas commodities. As novas modas alimentares (soja – produtos dietéticos – produtos sem colesterol e baixo teor de gordura), curiosamente, sempre têm beneficiado as tradicionais corporações multinacionais. Falar contra seus interesses é sempre comparado a heresias cientificas. E ainda contam com a simpatia de pessoas que supostamente se julgam defensoras de causas ambientais, e com conhecimento de ecologia!

Mas no caso do leite de soja e das fórmulas infantis a base de soja o mais óbvio parece não ser difícil de se enxergar: não é um produto natural e não deve ser um produto necessário para o saudável desenvolvimento de nossos filhos! Muitos milhares de anos de evolução não devem estar errados!



Compilação baseada no livro:






DANIEL, K. The whole soy story. EEUU: New Trends Pub. 2005.

Veja os artigos na integra:
Fórmulas Infantiles a Base de Soya. Preocupaciones para La Salud. (baixe AQUI o arquivo em formato pdf - em espanhol)- Documento Informativo de la Comisión de Alimentos, *(Food Comission) del Reino Unido. **Escrito por Sue Dibb y el Dr Mike Fitzpatrick. Abril de 1999.




CMO’s UPDATEJaneiro 2004 - Advice issued on soya-based infant formulas

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Dieta low carb para tratar câncer?




Uma dieta Low-carb cetogênica bate a quimioterapia para o tratamento da maioria dos cânceres, diz Dr. Thomas Seyfried

Esse é um artigo que saiu no site Examiner.com, um informativo lido por mais de 20 milhões de americanos. Fala de pesquisas que estão começando a ganhar notoriedade na mídia de massa. Ao nosso leitor deve ficar claro que o acompanhamento de doentes com câncer precisam contar com médicos e equipes treinadas. Assim o conteúdo a seguir, em hipóteses alguma pode ser tido como modelo terapêutico sem supervisão médica qualificada. Mas acredito que esse caminho seja muito, muito promissor.

Uma alimentação low-carb, com alto teor de gorduras, tipicamente cetogênica pode substituir a quimioterapia e a radioterapia, mesmo para as formas mais letais de câncer, é o que afirma o Dr. Thomas Seyfried, uma liderança nas pesquisas de câncer e professor da Boston College.
Em entrevista exclusiva, Dr. Seyfried discute porque a dieta cetogênica não foi abraçada pela comunidade médica para tratar o câncer, apesar de seu histórico comprovado tanto clinicamente como uma curiosidade.
"A razão pela qual a dieta cetogênica não está sendo prescrito para tratar o câncer é puramente econômica", disse o Dr. Seyfried, autor do livro: Cancer as a Metabolic Disease (Câncer como uma doença metabólica). "O câncer é um grande negócio. Há mais pessoas que fazendo o câncer ao longo da vida do que morrendo dessa enfermidade."
Segundo Seyfried, a comunidade médica está relutante em reconhecer publicamente a eficácia da dieta cetogênica para prevenir e tratar o câncer, porque isso iria cortar os fluxos massivos de receita gerada para os hospitais a partir de tratamentos de quimioterapia e radioterapia.
"É uma questão econômica simples", disse Seyfriend. "Não há dinheiro para os hospitais, médicos e empresas farmacêuticas na prescrição de uma dieta cetogênica, e por outro lado eles podem fazer centenas de milhões de dólares a partir do emprego do padrão terapêutico de uma radioterapia. É um grande gerador de receita para os hospitais."
Dr. Seyfried notou a dieta cetogênica é uma terapia médica que deve ser administrado por profissionais treinados. "A dieta keto  (a seguir abreviada com KD) pode ser prejudicial se administrado incorretamente", ressaltou.
Décadas de pesquisa do Dr. Seyfried indicam que o câncer é um (transtorno) metabólico - não uma (doença) genética. E a melhor maneira de tratar um distúrbio metabólico é através da alimentação, e não bombardear um paciente com radiação tóxica. O estudo de Seyfried foi recentemente publicado na revista médica Carcinogenesis.
O problema com o tratamento tradicional do câncer, disse Seyfried, é que a comunidade câncer está tomando-a como uma doença genética, de modo que a maior parte dos esforços de pesquisa têm se dirigido para estudos com foco nos genes, o que, segundo ele, não enquadra a raiz do problema .
Dr. Seyfried não é o único médico especialista que detém essa crença. Em seu inovador livro de 1996, Questionando Quimioterapia, (Questioning Chemotherapy), o Dr. Ralph Moss postulou que a radiação e a quimioterapia não provaram que são tratamentos eficazes para o câncer. Além do mais, a radioterapia e quimioterapia não fazem nada mais do que esgotar as reservas de aposentadoria dos pacientes e reduzir drasticamente a sua qualidade de vida.
Moss, que foi demitido no ano seguinte para ir a público com esta informação, expôs argumentos semelhantes em seu livro de  follow-up (seguimento de resultados, NT)  de 2014 Doctored Results,  onde ele expôs um memorando interno de 48 páginas alegando que os funcionários do Centro de Câncer Sloan-Kettering tinham encoberto e mentido sobre um estudo sobre um tratamento de câncer natural, alternativa chamado Laetrile.

Ambos Moss e Seyfried afirmam que a quimio e radioterapia não curam o câncer ou prolongam a vida, embora os médicos oncologistas muitas vezes fazem essa afirmação. E pelo menos  a radioterapia (que pode custar US $ 10.000 por dose a cada mês), muitas vezes faz mais mal do que bem para o paciente.
Os cientistas dizem que isso acontece porque quando você irradiar um paciente de câncer, você está tentando matar suas células cancerosas malignas, mas no processo, você também danifica as células saudáveis ao redor, preparando o paciente para o desenvolvimento de um câncer "rebote" recôndito em alguma outra parte do seu corpo.
É por isso que os pacientes que tratam com sucesso uma forma de câncer com quimioterapia e radiação frequentemente desenvolvem um tipo diferente de câncer, vários anos mais tarde.
Em pacientes com câncer encefálico, a radiação, muitas vezes faz com que o cérebro inche, o que é potencialmente mortal. No entanto, a dieta cetogênica (LCHF) é  demonstrado evitar o edema cerebral, bem como manter o tumor cada vez menor – o que é mais do que a radiação frequentemente faz.
Estudos mostram que as células cancerosas sob a Keto Diet passam fome
Dr. Seyfried, amplamente considerado o padrinho do tratamento nutricional de câncer, junta-se um número crescente de pesquisadores que dizem que a dieta cetogênica pode tratar a maioria das formas de câncer.
Isto acontece porque quase todas as células saudáveis do nosso corpo tem a flexibilidade metabólica de usar gordura, glicose e cetonas para sobreviver, mas as células cancerosas não têm esta flexibilidade metabólica e exigem grandes quantidades de glicose e não podem sobreviver com cetonas. Então, limitando os carboidratos (como a dieta KD faz), podemos reduzir a glicose e a insulina, e, portanto, restringir o principal combustível para o crescimento de células cancerígenas.
Embora essa idéia pode parecer nova para os leigos, os cientistas foram conscientes disso nos últimos 80 anos. Este fenômeno foi observado pela primeira vez em 1920 pelo fisiologista alemão Otto Warburg, que ganhou o Prêmio Nobel em 1931 pela descoberta de que as células cancerosas têm mitocôndrias defeituosas e prosperam em açúcar.
O "efeito Warburg" pode ser explorada pela dieta cetogênica, mas até agora esta abordagem não tem sido utilizada para combater o câncer. No entanto, a maré pode em breve estar virando. Hoje, há cerca de uma dúzia de estudos que estão investigando o uso da dieta cetogênica para gerenciar todos os tipos de câncer.
Enquanto isso, o baixo teor de carboidratos, numa dieta cetogênica com alto teor de gordura tenha sido mostrada combater uma grande variedade de doenças, incluindo a obesidade, epilepsia, diabetes, doença de Alzheimer, e doenças do coração. "A dieta cetogênica é uma abordagem metabólica única para uma multiplicidade de diferentes doenças", disse Dr. Seyfried.
Seyfried se junta a um número crescente de cientistas que dizem que a dieta cetogênica LCHF é uma alternativa promissora para o padrão atual de tratamento. Dr. Dominic D'Agostino, da Universidade do Sul da Flórida concorda o câncer é uma doença metabólica que pode ser controlada com a dieta cetogênica.
"A maioria dos cientistas de câncer têm historicamente pensado no câncer como uma doença genética, mas apenas 5-10% do câncer é hereditário," afirma Dr. D'Agostino.
Em 2012, o urologista Dr. Eugene Belas realizou um estudo piloto de 10 pacientes no Montefiore Medical Center, no Bronx, NY. Todos os pacientes tinham câncer avançado e concordado em seguir uma dieta cetogênica (limitar a ingestão de carboidratos por dia para menos de 50 gramas) para 28 dias.
Os resultados indicaram que seis dos 10 pacientes responderam bem à dieta cetogênica, ou seja, seu câncer se estabilizou  ou mostraram remissão parcial, informa o Dr. Fine. O dr. Adrienne Scheck do Barrow Brain Tumor Research Center também disse que a dieta cetogênica pode ser uma ferramenta eficaz para gerenciar o câncer cerebral.
Dr. Scheck disse a KD também pode ser eficaz quando combinado com certas quimioterapias e, possivelmente, com a terapia de radiação, e com isso concorda o Dr. Seyfried. Seyfried ressaltou a KD não cura o câncer, mas pode controlá-lo.
A dieta cetogênica pode substituir o modelo de tratamento
Até agora, há inúmeros exemplos de histórias bem sucedidas. Joe Mancaruso, uma homem de 56 anos do Texas, me disse que ele tem lutado contra o câncer de pulmão terminal sem quimioterapia usando a dieta cetogênica. "Estou convencido de que eu não estaria aqui hoje se eu tivesse continuado com quimioterapia", disse Mancaruso.
Da mesma forma, Elaine Cantin discutiu como ela usou a dieta cetogênica para a gerenciar diabetes tipo I de seu filho e de seu próprio agressivo câncer de mama  em seu livro, The Cantin Ketogenic Diet.
"A comunidade de pesquisa sobre o câncer precisa mudar sua visão do câncer como um metabólica - não uma genética - doença, a fim de fazer progressos significativos", disse Travis Christofferson, autor de Tripping Over the Truth: The Metabolic Theory of Cancer.
Dr. Seyfried diz que chegou o momento para a comunidade médica reconhecer publicamente a viabilidade da dieta cetogênica como uma maneira barata, e não-tóxica para tratar o câncer.
"O padrão de atendimento tem sido um fracasso abismal para o câncer", disse o Dr. Seyfried. "A dieta cetogênica pode um dia substituir o padrão de tratamento para a maioria dos cânceres Para quem duvida de mim, eu digo: 'Prove-me estar errado’.' "



Original aqui, de junho de 2014:

LUZES, CARBOS (Insulina sempre elevada) e... CÂNCER!




CÉU SOMBRIO

LUZES, CARBOS (Insulina sempre elevada) e...  CÂNCER!


A gente sabe o que você está pensando.
Quando os assuntos são obesidade e diabetes Tipo II, tudo realmente se acumula: excesso de luz é
igual a verão, verão vem antes do inverno, de modo que vestir uma capa de gordura em função de um apetite controlado pela luz, que é o que indica a estação do ano, faz sentido.
Se você simplesmente continuar tendo o comportamento do verão, não importa qual seja a real estação do ano, porque o seu sistema global de posicionamento é confundido por luzes artificiais e dias longos, o inevitável diabetes Tipo II parece uma consequência razoável de se esperar. Mas é quase impossível acreditar que você pode evitar morrer de câncer fazendo algo extremamente simples: apagando as luzes a noite. Todo mundo nos Estados Unidos, e numa boa parte do mundo, tem certeza de que o lixo toxico, os carcinogênicos (agentes químicos causadores de câncer) e a susceptibilidade genética são as únicas formas pelas quais se pode contrair câncer. E susceptibilidade genética significa que é culpa sua.
Você nasceu para ter câncer.
Bem, temos grandes notícias para você: a ciência e a medicina não entendem mais de câncer do que entendem de obesidade, diabetes, doenças mentais ou problemas cardíacos.
Imagino que isso seja um choque para você.
Estamos aqui para lhe dizer que essas disfunções não estão em seus genes - pelo menos, não da forma que você acha que estão. Você não é uma vítima de mutações aleatórias a medida que envelhece, ou porque está exposto diariamente a carcinogênicos comuns. A natureza é bem mais organizada do que isso. Todo crescimento ou morte celular é controlado pelas regiões promotoras nos genes. Esses botões genéticos, que são acionados pelos hormônios, reagem em resposta a pressões ambientais para que você possa se adaptar continuamente, minuto a minuto ou milênio a milênio.
Os “genes reguladores” envolvidos no câncer são chamados oncogenes. Todo o sensacionalismo   que aparece de tempos em tempos na mídia em torno de um gene chamado P53, tem a ver apenas com esse gene regulador, que é ativo em quase todos os tipos de câncer. O P53 está presente em todas as células, de todo mundo. É um dos genes que controlam o crescimento, a morte ou e estado neutro para recuperação. As pesquisas médicas decidiram que o responsável pela maior parte dos tipos de câncer deve ser um gene P53 “com mutação”. As pesquisas sobre o gene P53 em mutação consomem bilhões de dólares todos os anos sem resultado algum, da mesma forma que a pesquisa conhecida como BRCA I e II (sacou? BR = breast, que é seio em inglês, e CA = câncer). Os genes BRCA I e II, conhecidos como os genes do câncer de mama, também são genes reguladores comuns nos homens, e realmente nada têm a ver com o fato de se possuir mamas.
Os registros dos epidemiologistas examinaram a possível mutação do BRCA I em populações de descendentes de judeus asquenazes em Long  Island “que procriam internamente” - onde, em termos estatísticos, o câncer de mama vai a estratosfera. Suas descobertas foram divulgadas de forma fragmentada. As recentíssimas notícias, que culparam um gene pela epidemia de câncer de mama, figuraram em todos os jornais de alcance nacional. Em função dessa suposta conexão com o  “câncer de mama hereditário”, as mulheres judias no mundo correram para fazer testes genéticos. E, logo em seguida, um número dessas mulheres tomaram uma decisão típica do pânico: por causa de uma pesquisa que acreditaram ser correta, elas decidiram permanentemente.
Ou seja: muitas mulheres fizeram mastectomias profiláticas.
As mulheres vivem tio aterrorizadas em relação ao câncer de mama, e têm uma fé tão grande na ciência e na medicina, que centenas delas se automutilaram voluntariamente, acreditando que seu sacrifício poderia evitar que morressem de câncer.
Como era previsível, pouco mais de um ano depois, os cientistas começaram a mudar de ideia. E foi apenas uma questão de tempo até que houvesse uma retratação formal em relação as evidências apresentadas. No entanto, para aquelas mulheres que agiram sob o impacto de relatórios confusos, infundados e prematuros, já era tarde demais para mudar de ideia.
Seus seios já tinham ido embora para sempre.
Veja como elas estavam aterrorizadas.
Alguns estudos associaram três tipos de câncer - de mama, de Colo e de próstata - a obesidade. No entanto, em 1994, um estudo publicado no Journal of the American Medical Association - admitiu que não há ligação entre a ingestão de gordura na dieta e o câncer de mama. Bem nos calcanhares daquela retratação hesitante, o New England Journal of Medicine “indicou” que, na verdade, o que afeta o potencial de as mulheres contraírem câncer de mama não é a quantidade de gordura que comem, e sim o excesso de peso que elas apresentam. Poderíamos considerar essa uma grande pista, se os pesquisadores entendessem como a gente engorda.
Mas é um começo. Agora, as autoridades tem condições de reconhecer a obesidade como um sintoma (e não uma causa) de outra doença. Se existe uma conexão entre a obesidade e o câncer, e a obesidade é causada diretamente pelos elevados níveis de insulina que resultam da perda do sono, então a insulina deve estar implicada no aumento da incidência de câncer Se as dietas ricas em carboidratos são responsáveis pelos níveis de insulina permanentemente elevados, então o advento da
luz elétrica e dos alimentos processados deveria corresponder exatamente ao aumento da incidência de câncer. E corresponde.
Lá se foi a genética...

(extraído do livro: “Apague a Luz” de T S Willey)


quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Porque acreditamos em panaceias?


Diz a tradição grega que as netas de Apolo foram Hígia e Panacéia. Eram filhas de Asclépio, esse, deus da medicina. Higia seria a deusa da boa saúde e Panacéia deusa da cura. Seu nome se transformou em substantivo, com valor adjetivo, o remédio que curaria todos os males

Panaceia é coisa do passado?


Abaixo  temos o trecho de um e-mail que circula na internet. Esse particularmente já é considerado um “hoax” da rede. Um trecho do conteúdo da mensagem:
Após descobrir um câncer no seio e extirpá-lo, este havia se espalhado pelo corpo, e ela estava praticamente com os dias contados. E foi então que ele descobriu uma publicação (não sei se pesquisando na Internet) sobre o "CHÁ DE GRAVIOLA".
A noticia estava num site ou revista alemã/americana (?) (ele é alemão), e citava varias pesquisas que apontavam a planta como milagrosa.
O titulo da matéria (que ele me mandou via e- mail) é "CANCER "MAGIC BULLET" DISCOVERED, but drug giasnt hushes it up ! - 10,000 times stronger than chemotherapy ! with no adverse side effects... -Descoberta bala mágica contra o câncer, mas os gigantes das drogas se calaram... (extraído do site quatrocantos.com) 

Novas indicações para produtos tradicionais 
É quase diário. Todos nós recebemos e-mails falando de substâncias que curam. Algumas curam tudo. A lista é muito grande. O câncer, pela sua óbvia reputação, é um dos maiores alvos destas propostas terapêuticas. Possivelmente plantas mais ou menos exóticas são as mais citadas. Mas eventualmente há alguns produtos químicos comuns como o bicarbonato de sódio, ou produtos de origem animal como a cartilagem de tubarão.
Todos apontam para curas. Propostas excepcionalmente interessantes, pois o imenso espectro terapêutico tem a incrível vantagem de não apresentar efeitos co-laterais.
Mas a pergunta correta é: porque ainda estamos a procura dessa formidável substância? Porque, mesmo após a chegada do século XXI, nossa maior preocupação seja com algo tão prodigiosamente curativo? 
Terapêutica x prevenção – o ônus do modernismo 
A opção pela terapêutica ao invés de se fazer um trabalho de manutenção da saúde é a marca registrada da nossa sociedade. A palavra prevenção em função disso ganhou quase um novo significado em nosso vocabulário. Perdeu a denotação de “evitar que algo aconteça” para ganhar a conotação: “descobrir a doença o mais cedo possível para evitar um dano ainda maior”. Isso fica óbvio quando é disseminada a política de que, por exemplo: mamografia é prevenção de câncer de mama. Obviamente uma mamografia não previne coisa alguma. Apenas pode descobrir um câncer, em tese, numa fase bem precoce. Dessa forma a mutilação terapêutica seria menos expressiva, embora os procedimentos mastodônticos posteriores não costumem ser mais inofensivos, como a radioterapia ou a quimioterapia. Infelizmente não há qualquer informação ordinária que auxilie as mulheres a NÃO terem câncer. Assim ficamos na “esperta” posição de rezar, médico e paciente, para que a “sagrada” mamografia não informe nada de grave frente a real inépcia preventiva nesse campo.
Recentemente temos constatado que a medicina evolui muito. Tanto que ficou muito cara, e tem ficado cada vez mais cara! Na verdade temos procedimentos diagnósticos super sofisticados, técnicas cirúrgicas complexas, medicamentos extraordinários e uma série de procedimentos associados de alta tecnologia. A ciência aplicada à doença é muito profícua! É bem verdade que temos cada vez mais doentes. E praticamente todas as pessoas estão sujeitas a usarem medicamentos.
Muitos de nós acreditamos piamente que esse é o preço da modernidade aplicada à medicina.
Mas é bem provável que se a medicina tivesse realmente evoluído nós não teríamos mais (tantos) doentes. Se a evolução tivesse de fato acontecido, a medicina teria como atividade básica manter as pessoas saudáveis. Preservar a saúde seria a premissa. Nessa ótica, a medicina atual está no oposto da evolução. É um atestado do caos em que estamos metidos!
É possível, na verdade, que estejamos no ápice da involução, visto que praticamente transformamos todos os seres humanos em enfermos, que tomam remédios para absolutamente qualquer coisa, desde a mais precoce idade possível. Aliás, se possível for, será ofertado medicamentos aos estágios uterinos e quem sabe, pré-uterinos da vida! 
Desconfiança justificada 
 O viés desse cenário é a busca constante do medicamento mágico. Que trate da forma mais suave, por exemplo, as mais pérfidas das enfermidades, como o câncer ou o alzheimer. O estranho é que a busca da panacéia pode ser na verdade um atestado de que a sociedade desconfia do modernismo da medicina. Se fosse consenso absoluto de que evoluímos tanto no campo médico, somente os tolos poderiam querer curas quase milagrosas. Mas não é bem assim, algo deve realmente estar errado.
E está! Uma revisão estatística de 2003 mostra números espantosos sobre a eficiência da medicina nos Estados Unidos. O custo humano e financeiro da intervenção médica anual implicaria em 736.000 mortes anuais e 282 bilhões de dólares de despesas. Ainda mais: 16,4 milhões de indivíduos teriam sido submetidos a procedimentos médicos desnecessários e mais de 3,0 milhões de pessoas teriam sido afetadas com reações iatrogênicas! (*)
Assim o progresso tão festejado parece não ter sincronia com a incúria associada. Sendo assim, a saída é mesmo procurar alternativas... 
O estilo de vida e a saúde 
Boa parte do problema da nossa falta de saúde pode estar relacionada a um aspecto tirânico: o tipo de opção de sociedade que escolhemos. Boa parte das enfermidades que enfrentamos tem a ver com a vida sedentária, com o tipo de alimentação fortemente artificial que consumimos pesadamente impregnada de químicos que são frutos do nosso próprio progresso tecnológico: dos agrotóxicos à manipulação dos solos com insumos fertilizantes. Não temos tempo que não seja utilizado para outras coisas que não o trabalho. Afastamo-nos definitivamente do contato com o sol, apesar da enorme dependência que a química corporal tem com a luz solar. Para garantir esse afastamento transformamos o sol em causa de câncer, nos cobrimos com substâncias químicas artificiais para garantir que o sol não chegue a nossa pele! Aliás, usamos todo o tipo de substância química cosmética com mais tóxicos que vão atuar dentro do nosso organismo de forma perversa. Não tomamos água que não seja envasada! E fluoretada! As vezes edulcorada com aspartame.
Nossas crianças nascem no dia em que planejamos, bem como a natureza preconiza. Elas não brincam mais ao ar livre. Na verdade, entram nas escolas o mais cedo possível, para que se encurte o mais rápido a infância, algo que dá muito trabalho para os pais que não podem  ficar em casa, já que ter um dos pais em casa é coisa (horrível) do passado. Os pais aprenderam a ter todo o tipo de culpa em dar limites aos seus filhos! Assim é garantido todo o sofrimento possível na relação de pais com filhos, dos pais entre si, dos filhos com a escola! Algo que parece vai garantir o mais precocemente possível o uso de medicação. (E esses filhos vão garantir o retorno da sociedade à vida sustentável!?)
Dorme-se pouco! Bem pouco! Para garantir o mínimo de melatonina possível disponível! Sem melatonina, que é um dos antioxidante mais poderoso do corpo, não há a menor chance de se ter saúde! Dorme-se pouco, pois todos estão atolados de preocupações! A maioria das pessoas deve para os bancos, para o governo, para si mesmo! A ansiedade é epidêmica! É bem verdade que a ansiedade é fundamental para que aja consumo! Boa parte do consumo só existe pela pressão da ansiedade, e capciosamente, sem consumo não se gira a economia, todos os empregos ficam a perigo!
Tirar férias, trabalhar menos ou ficar no ócio são sinônimos ofensivos. O tempo para se alimentar é o menor possível! Se possível não faça intervalos de refeição, e melhor ainda será se não precisar abandonar o local de trabalho.
As pessoas aprenderam que tudo é descartável, inclusive as relações pessoais, e principalmente as afetivas!  E para evitar qualquer reflexão de algo possa estar errado qualquer sentimento ou postura não compreendida ou não aceita é catalogado como enfermidade! Assim qualquer mudança é impedida, e sob medicação vamos todos estoicamente sobrevivendo, sem mudar nada! 
Medicina: a ecologia distante 
A medicina é um marco da ecologia aplicada ao ser humano! A natureza é o erro. Nessa linha de pensamento se explica que o nosso corpo, ou partes deles nos adoecem, (afinal o estradiol dá câncer de mama, a testosterona câncer de próstata) ou partes deles são descartáveis ou de função menor, (muitas jovens fazem cirurgia de mama sem qualquer preocupação se um dia poderão amamentar). O desenvolvimento passou a ser alvo de atenção médica. Adolescência precisa de tratamento, menopausa precisa de tratamento, gravidez precisa de tratamento, envelhecer é tratamento garantido. Além do mais se culpa qualquer coisa mais tradicional como causa de doenças horríveis, principalmente os hábitos dos tempos de nossos avôs. Principalmente se temos produtos industrializados substitutos nos dias de hoje.
Dessa forma caminhamos aceleradamente para a manutenção da saúde? De jeito nenhum! Aí é claro que temos que contar com o sistema de saúde! Que estando completamente alinhado a esse modelo patogênico de viver nos fica dizendo todos os dias pela mídia o que fazer. Faça o exame tal com tal freqüência, aquele com tal regularidade. Cuidado com as gorduras! Use esse, aquele e mais daquele produto “natural” (devidamente embalado obviamente). Tome vacina para isso e para aquilo! Fuja dos raios solares! Use produtos “light” e “diet”! Enfim, um arsenal de posturas “bem naturais” para ter a natureza de sua vida dentro de si!
Aprendemos que o ser humano é ápice da evolução das espécies. Isso deve ser uma piada de mau gosto! Se formos o ápice, porque somos a única espécie que sobrevive à custa de medicamentos e insumos artificiais de toda sorte? Somos então uma fraude como ápice? Ou de fato somos, mas de algum modo desaprendemos a sê-lo, porque essa é a fraude? 
A natureza escondida
Aí fica fácil imaginar que a natureza deve ter escondido em outro lugar a mágica da saúde! A mágica da cura! Em outro lugar... Geralmente uma planta exótica, ou nem tanto. Pode ser a graviola, o mamão, o brócolis, a quinua, a aloe vera ou o que seja. De qualquer forma algo que não estaria acessível a todos os seres humanos do planeta. (Algo realmente estranho visto que nossa espécie se adaptou a todos os cantos da Terra, em todo o caso, pode ser antipático dizer o contrário)
Mas de qualquer forma, fica a sensação de que a natureza oferece uma cura! Não seria tão injusta!
O fato é que a natureza de fato nos dá a saúde! Para falar a verdade nós nascemos com ela! Nossa cultura deveria saber como mantê-la! Nós aprendemos facilmente a ir perdendo-a diariamente numa sociedade completamente distante da sua própria ecologia. O preço disso é percebido por todos! E tenta-se desesperadamente resgatar o prejuízo com nossas panacéias modernas! Todo mundo as festeja, pois todos nós aceitamos consensualmente que somos enfermos! Somos culpados de alguma coisa! Um povo culpado aceita qualquer coisa para aliviar sua mente.
Como não fazemos nada para mantermos o organismo saudável ficamos a mercê das curas mágicas e das fortunas que giram ao redor do trágico sofrimento humano.
A liberdade de manter a saúde foi perdida há muito tempo atrás... Poderá ser para sempre se não conseguirmos despertar e tomar toda a sorte de atitudes que nos levem de novo à apropriação de nossa condição de seres vivos integrados e pertencentes à natureza, numa perspectiva bastante diversa daquela que estamos aceitando indolentemente. A real e mais eficiente panaceia nunca deixou de sair de dentro de nós.



Alimentos especiais?
Um dos aspectos mais curiosos a respeito das propriedades químicas, no que diz respeito especialmente aos produtos vegetais apresentados como de alto valor terapêutico, curadores até do câncer, é que a rigor, em última análise eles têm sais minerais e vitaminas, além de alguns aminoácidos e ácidos graxos essenciais. Na verdade são alimentos mesmo, e nem mereceriam a pecha de complementos alimentares, já que a maioria é o próprio alimento em si. Ser um alimento “especial” é um adjetivo relativo. Em qualquer ambiente natural especial mesmo é o alimento que habilita um ser vivo a se manter naquela paisagem., especialmente o ser humano, é claro. Para quem vive no pólo norte o peixe e outros seres marinhos são dádivas divinas, de uma das poucas civilizações que não mudou muito em mais de 5000 anos de adaptação. Isso não foi o caso de qualquer outra civilização pós-agrícola, já que todas, a despeito de ainda poderem modificar o meio ambiente, plantando o que poderiam comer, causaram um dano de tal monta a esse meio ambiente, que sucumbiram inapelavelmente. Morreram de fome, e alguns não deixaram qualquer descendente para o futuro para contar em detalhes o que aconteceu...


José Carlos Brasil Peixoto
 050109
Referências:
(*) Death by Medicine: Artigo dividido em duas partes e inúmeras referências:

Livro: COLAPSO - Jared Diamond - Ed. Record / APAGUE A LUZ - T S Wiley - Ed. Campus