domingo, 19 de julho de 2015

Gordura saturada e a saúde do pulmão

Ácido palmítico no microscópio

GORDURA SATURADA E O PULMÃO
O surfactante e a saúde respiratória


O pulmão tem sua função primordial ancorada na ação de uma substância que cobre as membranas de brônquios e alvéolos: o surfactante pulmonar - ou simplesmente surfactante.
Sabe-se que há uma influencia exponencial da qualidade de lipídios alimentares em sua composição e subsequente eficiência.
Na busca por artigos que versam sobre o tema encontrei um bem interessante pois sua conclusão é a seguinte: 
"Concluímos que a prática comum de fornecer calorias na forma de ácidos graxos poliinsaturados para pacientes criticamente enfermos acarreta o risco de ser prejudicial para a função pulmonar.”
Isso foi concluído após submeter três grupos de porcos sob diferentes tipos de gordura alimentar - a base de saturada (ác. palmitico), ácido oleico e gordura de peixe. 
"A adesão foi reduzida nos grupos de ácido oleico e do óleo de peixe em comparação com o grupo do palmitato antes e depois da endotoxina. As alterações em conformidade com os suínos alimentados com ácido oleico e óleo de peixe foram consistentes com aumentos significativos no relação entre o peso pulmonar úmido/seco, aumento da retenção de  CO2, evidência histológica de congestão vascular, edema intra-alveolar e espessamento dos septos alveolares. Alterações na composição da fosfatidilcolina do surfactante entre grupos foram consistentes com a ideia de que o aumento de ácidos graxos insaturados pode afetar (negativamente) a função do surfactante."
(LINK)
Uma pesquisadora de um blog que também se ocupa de temas de saúde e alimentação apresenta o seguinte: "Aqui está mais um motivo para comer a abundância de gorduras saturadas. Dr. Donald Miller Jr., que é o professor de cirurgia na divisão cardio-torácica da Universidade de Washington, diz que o surfactante pulmonar é composto inteiramente, quando disponível, de um tipo especial de gordura saturada, o ácido palmítico de 16 carbonos. Se é adequadamente produzido com essa gordura, pode previnir a asma e outras doenças respiratórias. O recente aumento da asma poderia ter como causa a prevalência do uso de gorduras trans e dos óleos vegetais no lugar de boas gorduras saturadas. Quando consumimos gorduras parcialmente hidrogenadas, os ácidos graxos trans são assimiladas pelo surfactante pulmonar como um substituto para as gorduras saturadas que o corpo não está recebendo. Estas gorduras não naturais depositados no surfactante pulmonar pode significar que o surfactante é defeituoso e não é capaz de funcionar eficazmente causando asma “(LINK).
Uma referencia do grande pesquisador Ray Peat:
"A presença de palmito nos fosfolípidos do surfactante pulmonar [78] sugere que a sobrecarga materna de gorduras insaturadas podem interferir com a formação destas substâncias importantes, causando problemas respiratórios no recém-nascido". (LINK)
Alan Watson, outro pesquisador independente do ótimo “Diet Heart Publishing”, colocou um desafiador aspecto quando fala da importância do ácido palmítico: "Um detalhe do senso comum. Os franceses têm uma dieta rica em gordura saturada e baixas taxas de doenças cardíacas (ver estudo MONICA). Os franceses são fumantes pesados, mas têm taxas relativamente baixas de câncer de pulmão. Você não pode achar que o ácido palmítico - um ácido graxo básico e que representa (pelo menos) 68 por cento do surfactante pulmonar - seria um alimento de proteção para os franceses?”



Os medicamentos utilizados para transtornos respiratórios de recém nascidos (por exemplo: Survanta®) são produzidos à base de ácido palmítico, provavelmente porque proporciona um equilíbrio hidrófilo/lipófilo adequado para a preparação de PS (surfactante pulmonar para uso medicinal) LINK. Sobre esse tema temos outro estudo que confirma a melhor performance do surfactante (em terapêutica de neonatos) com o emprego de ácido palmítico nesse LINK.

As fontes alimentares mais abundantes desse ácido graxo saturado é a carne - gorda e eventualmente com pele, mesmo - além dos laticínios, e também da gordura do côco e dendê. O sebo bovino tem 30% de sua composição em ácido palmítico (fonte).  Bem mais que a banha de porco, que como muitos já sabem, é mais rica em ácidos graxos monoinsaturados (como o glamourizando óleo de oliva). 
Dessa forma parece ser bastante interessante estimular mulheres grávidas a comer uma boa quantidade de gordura saturada e manter-se a preocupação com o aleitamento materno (fonte importante de gorduras saturadas e colesterol para o nenê), ou nunca se substituir por imitadores alimentares de origem vegetal, a não ser que eles sejam artificialmente enriquecidos com esse ácido graxos de 16 carbonos.
Na verdade qualquer pessoa com problemas pulmonares poderá se beneficiar com o consumo de ácido palmítico. 
Ou melhor, todas as pessoas podem se beneficiar com o consumo de gordura saturada!


Observação:
Quem quiser um artigo bem detalhado sobre Surfactante e Saúde Pulmonar veja nesse link (European Respiratory Journal)



quarta-feira, 8 de julho de 2015

Longevidade comendo ovos e bacon

A mulher mais idosa do mundo com 116 anos tem uma  dieta com bacon e ovos 

(World's oldest person, 116, eats diet of bacon and eggs)



Mais duas longevas atribuem sua longa jornada a alimentos HI-FAT, como nossa brasileira em artigo publicado aqui no blog lipidofobia nesse LINK, no caso dela era a banha de porco. Esse é o tema de um artigo que saiu essa semana no jornal The Telegraph nessa última segunda-feira. 
Traduzi aqui o artigo:

Ela é uma das duas únicas pessoas no mundo que nasceram ainda nos anos 1800s - e justifica sua hábito de comer bacon e ovos todas as manhãs por mais de um século.
longevidade com o
Susannah Mushatt Jones, a pessoa mais velha do mundo, comemorou seu 116º aniversário na segunda-feira (06/7).
Na época de seu nascimento em 6 de julho de 1899, William McKinley era o presidente dos Estados Unidos, a guerra hispano-americana tinha terminado recentemente, e outros fatos do final do século XIX.
A senhorita Jones foi um dos 11 filhos de um pai que colheu algodão no Alabama. Após deixar a escola, ela se juntou a ele nos campos antes de ir para Nova York, onde ela trabalhava como babá nos “loucos” anos vinte.
Ela viveu duas guerras mundiais, revoluções tecnológicas, o movimento dos direitos civis, e a eleição do primeiro presidente negro dos Estados Unidos.
As últimas três décadas foram vividas em um complexo de acolhimento público para idosos no Brooklyn, Nova York, onde ela participou de patrulhas de segurança de inquilinos até ela chegar aos 106.
A senhorita Jones ficou cega há 15 anos, mas não está presa a uma cama e visita um médico apenas três vezes por ano.
A única medicação que toma é para a hipertensão arterial.
Todas as manhãs ela começa seu dia com um café da manhã com várias tiras de bacon, ovos mexidos, e milho moído.
Uma placa na parede da sua cozinha se lê "Bacon faz tudo melhor".
Perguntado sobre o que mais contribuiu para sua longa vida a senhorita Jones diz que ela nunca fumou ou bebeu, e "dorme bastante".
Senhorita Jones, que não tem filhos, passou seu aniversário com alguns de seus 100 sobrinhos e sobrinhas.
Lois Judge, uma das sobrinhas, atribuiu a longevidade de sua tia ao fato de ter crescido na região rural do Alabama, onde ela apanhava frutas e legumes frescos.
O Guinness World Records confirmou-a como a pessoa mais velha do mundo viva.
De acordo com o Los Angeles-based Gerontology Research Group, que mantém uma lista de "supercentenários" (mais de 110 anos), a única outra pessoa viva nascida no século XIX é Emma Morano, de Verbania (região do Piemonte), Itália, que é alguns meses mais jovem.
Ela é a mais velha pessoa viva da Europa e atribuiu sua longevidade a comer vários ovos crus por dia.

A pessoa mais velha que se tem notícia foi a francesa Jeanne Calment, que morreu aos 122 anos e 164 dias, de acordo com o Guinness World Records.